segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Castelo de Alenquer

O castelo de Alenquer foi uma importante praça moura, uma fortaleza que, na Idade Média, teve grande valor estratégico na linha de fortificações que defendiam Lisboa. Restam actualmente alguns fragmentos das muralhas, a porta da Conceição e a curiosa torre da Couraça.
O castelo gótico de Alenquer organizava-se em dois recintos diferenciados: no nível superior, ajustando-se à topografia do terreno, localizava-se a alcáçova; no inferior, abrangendo uma área mais vasta, desenvolvia-se a cerca que protegia o primitivo aglomerado urbano.
No troço de muralha voltado a Norte conservam-se duas torres quadrangulares avançadas em relação à cerca, numa solução que se aproxima das torres albarrãs islâmicas, embora sem se autonomizarem da muralha
Certo é que, nos primeiros anos do século XIII, o castelo era uma das mais importantes praças fortes da região imediatamente a Norte de Lisboa. D. Sancho I mandou construir um paço que doou a sua filha, D. Sancha. Esta, perante a recusa de seu irmão em reconhecer a doação, viu-se obrigada a refugiar-se no interior das muralhas, as quais foram imediatamente cercadas pelo futuro D. Afonso II. Neste processo de luta entre os irmãos desavindos, o Papa Inocêncio III interveio e cedeu o castelo à Ordem do Templo, prova da relevância militar da estrutura naquela conjuntura.
A partir desse período, Alenquer passou a ser parte integrante do património das rainhas, sendo sucessivamente doada às soberanas do reino. As obras de edificação do conjunto que actualmente resta devem situar-se pelos inícios do século XIV, altura em que a Rainha Santa Isabel detinha a vila. Com efeito, os escassos vestígios materiais conservados indicam uma cronologia plenamente gótica. A planta da alcáçova é genericamente oval e não consta que integrasse torre de menagem isolada no pátio, mas sim adossada a uma das frentes de muralha. A cerca era corrida por adarve protegido por merlões quadrangulares e, perto do rio, aparentemente com funções defensivas sobre uma antiga fonte que abastecia a população, ergue-se a Torre da Couraça. Esta deverá ser de cronologia posterior à edificação do castelo e é uma imponente estrutura, de mais de 18 m de altura, bastante modificada nos séculos seguintes, tendo sido aproveitada para fins habitacionais privados.
Residência real no final da Idade Média, o castelo foi parcialmente destruído em 1385, quando D. João I subiu ao trono e o alcaide de Alenquer havia jurado fidelidade à causa castelhana. A torre de menagem foi destruída e parte das muralhas seguiram o mesmo caminho. Só em 1439, continuando a localidade a pertencer ao património das rainhas, D. Leonor Teles ordenou levantar a cerca derrubada.
No século XVI, o estado de abandono do castelo levou a que se entulhasse a cisterna e, a partir de 1580, abraçando novamente o seu alcaide o lado errado da História (neste caso o partido de D. António, prior do Crato), o castelo entrou em definitiva decadência, não voltando a ser reconstruído. Paulatinamente, passou a ser utilizado como pedreira e, no século XIX, foi a própria Autarquia a determinar a demolição de algumas parcelas.
No contexto da crise de sucessão de 1580, a vila apoiou as pretensões de D. António, Prior do Crato, ao trono, vindo a sua defesa a cair no ostracismo desde então.
O castelo encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 20 de Outubro de 1955. Os seus remanescentes encontram-se actualmente bem conservados.

Fonte principal:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73238/

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6265
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Alenquer
http://alenquermonumentos.blogspot.com/2009/04/castelo-de-alenquer.html
https://lifecooler.com/artigo/atividades/castelo-de-alenquer/327841

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