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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Casa de Diogo Cão

A designada Casa de Diogo Cão terá sido construída na segunda metade do século XV, já que segundo a tradição foi neste local que nasceu o famoso navegador transmontano que em 1482 descobriu a foz do rio Zaire. Possui uma traça que se enquadra na arquitectura civil edificada na vila na segunda metade do século XV e primeira metade do século XVI.
Com três registos, o primeiro apresenta uma portal em arco pleno, dando acesso ao piso térreo da casa, que serviria de armazém. Um arco de volta perfeita abre para a escadaria que dá acesso ao segundo registo, assentando em capitéis adossados às paredes laterais, o da direita com dois homens que seguram uma cartela, o da esquerda com um florão e boleados. À direita foram abertas duas janelas de sacada, com molduras de volta perfeita e varandim de madeira tipo rótula. O último registo do edifício é divido por três janelas de sacada, também com varandim igual ao do registo anterior, mas de moldura rectangular. Entre a janela da esquerda e as restantes foi aberto um postigo quadrado. O edifício é rematado por um friso. Um arco abatido, adossado ao nível do segundo registo, une o imóvel ao edifício contíguo. Lateralmente, ao nível do primeiro registo, a casa possui portais de volta perfeita de moldura simples. No segundo registo foram abertas diversas janelas com moldura rectangular encimada por arco contracurvado. No último registo foram abertas janelas de moldura rectangular simples.
O actual edifício encontra-se muito desvirtuado da sua traça original, não só pelas campanhas de obras quinhentistas e seiscentistas, que tiveram como objectivo o enobrecimento do edifício, mas também pelas campanhas de restauro realizadas no século XX, que alteraram muito a estrutura existente. A primeira destas foi realizada nos anos 30 pelo então proprietário do imóvel, o Dr. Sebastião Claro da Fonseca, depois de a casa ter sofrido um incêndio que destruiu as paredes interiores. Em meados da década de 40 a casa volta a sofrer um novo incêndio, desta vez no terceiro registo, o que levou à segunda campanha de restauro.

Fonte: Catarina Oliveira (IPPAR)
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74850

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Solar dos Távoras

A família Távora está ligada à história da povoação de Souro Pires desde o seu início, sendo atribuída a fundação da vila a Soeiro Peres de Távora. A edificação do solar da família terá sido realizada nos finais do século XV, prolongando-se pelos primeiros anos do século XVI. As casas nobres edificadas no início da centúria de Quinhentos derivaram de três grandes influências, a arquitectura popular tradicional portuguesa, a arquitectura militar medieval e a arquitectura erudita do renascimento. 
A arquitectura tradicional permitiu a adaptação da simplicidade de divisão do espaço. Por seu turno, a arquitectura militar medieval levou para as casas senhoriais a torre, como elemento simultaneamente de defesa e de habitação, que com os avanços da pirobalística no século XVI perdeu as suas funções iniciais e tornou-se símbolo de prestígio, linhagem nobre e poder da família proprietária. Por fim, os elementos da arquitectura erudita do Renascimento chegam aos solares através da acção dos vários engenheiros militares que, a partir do século XVII, aplicaram na arquitectura civil a teoria arquitectónica mais erudita, divulgada especialmente através dos escritos de Sebastiano Serlio e Andrea Palladio. 
Apesar da sua parcial ruína, o Solar dos Távoras apresenta uma estrutura híbrida, em que conjuga as linhas militares medievais com elementos decorativos que indiciam já um gosto clássico, como é o caso das janelas dispostas pelas diversas fachadas. O solar possui planta rectangular, com fachadas dispostas simetricamente, e o conjunto integra ainda uma capela autónoma, de planta quadrada. A fachada principal é delimitada lateralmente por duas torres, sendo o corpo central de cércea mais baixa. Na torre esquerda foi aberta uma janela de peito com mainel ao centro e lintel decorado por volutas. O corpo central possui no primeiro registo uma fresta rectangular e no segundo, uma janela quadrangular com mainel de mármore, cujo capitel é decorado por motivos vegetalistas, e lintel decorado por motivos fitomórficos. A torre situada à direita tem no primeiro registo o portal principal do solar, com arco de volta perfeita sem decoração. No segundo registo destaca-se uma janela de ângulo de lintel recto e mainel de fuste canelado. As fachadas laterais apresentam, cada uma, dois corpos, um correspondente à torre e outro, de cércea mais baixa, que corresponde a dependências da casa. Os das torres são divididos em três registos, os restantes em dois. Todos têm janelas de moldura rectangular, algumas delas com mainel semelhante às da fachada principal. No alçado lateral esquerdo, existe ainda um portal, de acesso ao pátio interno da casa, e o edifício da capela. 
Com invocação de Nossa Senhora da Esperança, o templo privativo do solar possui planta quadrada e portal de arco pleno, sem decoração, tendo o seu interior sido despojado de todos os elementos decorativos. O interior do solar encontra-se actualmente muito degradado. Dividido em três pisos, possui no centro do piso térreo um átrio com lanço de escadas, três compartimentos e pavimento lajeado. O segundo piso não tem pavimento nem cobertura, restando vestígios da existência de seis compartimentos. O piso superior perdeu o pavimento e a maior parte da cobertura.
Apesar da sua sobriedade e da ruína, é um dos mais belos paços portugueses da centúria de quinhentos.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1943.


Fontes: AZEVEDO, Carlos de (1988) - "Solares portugueses" 
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73389

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2932
http://cidadeinfinita.blogspot.com/2017/09/solar-dos-tavoras-souro-pires.html
http://www.portugalnotavel.com/solar-dos-tavoras-em-souro-pires-pinhel/

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Torre e Solar de Azevedos


Situado na freguesia de Lama, outrora denominada Azevedo, no concelho de Barcelos, o Solar de Azevedos é considerada uma das mais monumentais casas solarengas do norte do País.
O núcleo primitivo do solar corresponde ao maciço torreão lateral, edificado no início do século XVI. Esta torre é exemplo de um modelo de residência senhorial quinhentista, designada por casa-torre , muito comum no Alto Minho. Esta tipologia retomou a estrutura do torreão de defesa muito utilizado na arquitectura militar medieval, utilizando-o não para fins defensivos mas como símbolo de nobreza de linhagem. Conserva uma das principais características da arquitectura medieval - coroamento de ameias chanfradas e janela renascença - na fachada exterior. Numa das faces da torre lê-se uma inscrição, datada de 1536, que se refere a Martim Lopes de Azevedo, que reivindicou a posse do edifício como chefe de linhagem.
A estrutura da casa seria alterada no século XVIII, com a construção de um corpo residencial anexo à torre. De feições barrocas, este novo edifício desenvolve-se longitudinalmente dividido por dois pisos. Na fachada principal foi edificada, no andar nobre, uma grande varanda com colunata, recuperando o modelo da loggia quinhentista, que abre para o jardim da casa. 
Na época da reforma da casa, o salão nobre da torre quinhentista foi decorado com painéis de azulejos com cenas relativas à história da família Azevedo, e o tecto de madeira que cobre o espaço foi dourado e policromado. 
A capela privativa, dedicada a Nossa Senhora do Leite, contem os túmulos dos primeiros condes de Azevedo.
O conjunto está classificado como Monumento de Interesse Público desde 1989.


Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71286/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=47
"Tesouros Artísticos de Portugal" (1976) - Selecções do Reader's Digest

domingo, 23 de setembro de 2018

Antiga Casa da Câmara de Penamacor


Edificada no século XVI, a antiga Casa da Câmara de Penamacor é um exemplo perfeito de localização da casa da câmara sobre as portas da vila. Encontra-se no alinhamento da muralha e assenta sobre a primitiva porta da vila, a cujo portal românico se justapôs o portal gótico, originando uma entrada em túnel. Por simples observação depreende-se que o edifício actual resulta de várias intervenções ao longo dos últimos séculos. No interior encontram-se dois compartimentos: o mais pequeno servia para o escrivão da Câmara, no mais amplo realizavam-se as sessões. Aqui reuniram e deliberaram os vereadores do concelho até aos anos 1800, altura em que a Câmara transitou para a actual localização, junto ao Terreiro de Santo António. 
Despojado das suas antigas funções, o edifício viria a servir de paiol da guarnição militar, e, já em 1949, foi sede do núcleo embrionário do Museu Municipal. Entre 2005 e 2010 acolheu o Posto de Turismo. Hoje exibe um conjunto de documentos e objectos relacionados com o exercício da administração local nos períodos medieval e moderno, bem como alguns vídeos reveladores do património natural e etnográfico do concelho.

Fonte: Câmara Municipal de Penamacor
http://www.cm-penamacor.pt/cmp/index.php/servicos/cultura/museus/antiga-ccamara
http://www.cm-penamacor.pt/cmp/index.php/conhecer/patrimonio/edificado

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Paço de Giela

O Paço de Giela é um exemplar notável de arquitetura civil privada medieval e moderna, considerado um dos mais importantes Monumentos Nacionais, quando assim foi classificado em 1910.
O aspecto actual do conjunto é o resultado de duas grandes fases construtivas: uma plenamente baixo-medieval e outra de inícios do século XVI.
A sua origem está profundamente ligada à formação da importante “Terra de Valdevez”. A edificação da “casa-torre” de Giela marca um novo momento de protecção e domínio senhorial e régio sobre a região, destacando o edifício pela sua profunda originalidade e importância. Actualmente é visível a torre medieval bem como o corpo residencial, com janelas “manuelinas” e entrada fortificada, maioritariamente edificado no século XVI. A torre terá sido construída em meados do século XIV, substituindo uma pequena torre abandonada no século XI, e correspondendo a uma fase de ocupação de forte influência medieval e de vigor dos castelos.
A torre é uma estrutura típica de fortis domus, de planta quadrangular regular, com acesso principal no alçado nascente, ao nível do segundo piso. Uma das suas características mais marcantes é o facto de não possuir quaisquer aberturas, à excepção de uma janela que encima o portal e uma fresta do lado Norte, circunstância que lhe confere "uma solidez militar verdadeiramente impressionante.
No reinado de D. Manuel, a velha fortis domus foi incorporada num grande paço senhorial, esteticamente actualizado em relação à época. O paço manuelino integrou a torre na nova estrutura, mas reservou-lhe um carácter meramente simbólico, na medida em que nenhuma passagem foi aberta entre ela o novo corpo habitacional. 
A fachada principal está voltada a poente, nela se inserindo o portal, de arco quebrado encimado por um brasão dos Lima e resguardado por um corpo saliente onde se integra um balcão no piso superior. Na fachada lateral Sul, abre-se a mais decorada janela, de quádruplo arco quebrado e emoldurada por uma solução rectangular torsa, em cujo eixo superior se situa mais um brasão dos Lima.
O Paço de Giela foi um edifício privado durante séculos, mas foi adquirido pelo Município de Arcos de Valdevez em 1999. Abriu totalmente recuperado e reabilitado após um projecto de intervenção, amplo e multidisciplinar, com um investimento de 1,2 milhões de euros, financiado por Fundos Estruturais da Comunidade Europeia e do Município arcoense.
Segundo aquela autarquia, o monumento recebeu mais de 30 mil visitantes durante o ano de 2016. aquele número de visitantes resultou de visitas guiadas ao monumento e presenças registadas em vários eventos promovidos no imóvel desde espectáculos musicais, apresentações de livros, exposições, ‘workshops’, desfiles de moda criativa, sessões fotográficas, programas educativos e programas para famílias, entre outros.

Ler mais:
http://pacodegiela.cmav.pt/pt/o-paco.html?hrc=2
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70543/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3605
http://pacodegiela.cmav.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paço_da_Giela
https://ominho.pt/paco-de-giela-em-arcos-de-valdevez-recebeu-mais-de-30-mil-visitantes-em-2016/

domingo, 27 de maio de 2018

Casa da Câmara da Pederneira


Na Pederneira, no Largo Bastião Fernandes, junto à Igreja Matriz, encontram-se os antigos Paços do Concelho. É um bom exemplo de edifício de arquitectura civil, de grande fachada rectilínea, decorada com elementos seiscentistas. 
Por cima da porta principal podemos observar um frontão com as armas nacionais.
As origens do actual edifício são um tanto obscuras, pois trata-se de um imóvel presumivelmente reconstruído, que terá substituído um outro anterior. Prova disso é a reconstrução no final do século XVIII da torre sineira, destruída pelo terramoto de 1755.
Funcionou como edifício dos Paços de Concelho da Pederneira até 1855. Desde então, devido à extinção do concelho, teve diversas utilizações: foi cadeia, tribunal e escola primária. Em 2005, o edifício recebeu obras de requalificação, tendo a intervenção sido concebida de modo a criar um espaço polivalente com capacidade para acolher actividades culturais e recreativas.
Actualmente o interior está totalmente descaracterizado, e em 2006 o quintal foi ocupado com a construção de um espaço polivalente, cultural e recreativo.


Ler mais:
http://www.cm-nazare.pt/pt/antiga-casa-da-camara
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71596/
https://pt.gonazare.com/listings/antiga-casa-da-camara-da-pederneira-nazare/

sábado, 12 de maio de 2018

Rua Direita, em Caminha


A Rua Direita ou do Meio, situada em pleno centro histórico, remonta ao passado medieval da vila, pequeno burgo que foi sendo construído junto às muralhas afonsinas, emblemática pelas suas moradias com fachadas ornamentadas, desenvolvida nos séculos XV e XVI e ocupada por burgueses.
Diz-se que, em Caminha, as ruas precederam as casas… E a principal era essa Rua Direita, que ia da Porta de Viana até às traseiras da Igreja Matriz, dividindo o burgo em duas partes idênticas e organizando o seu espaço comercial e administrativo; essa mesma rua que surge após a Torre do Relógio e onde se encontra um notável conjunto de arquitectura civil seiscentista, de oito casas renascentistas e manuelinas. 
Actualmente, os adeptos da “movida” rumam por norma à Rua Direita, repleta de bares que a tornam local de animação por excelência. 

Ler mais:
http://www.cm-caminha.pt/ver.php?cod=0M0D0F
https://sol.sapo.pt/artigo/111925/a-bela-caminha
http://www.portoenorte.pt/pt/o-que-fazer/rua-direita-caminha/

Forte Jesus de Mombaça