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sábado, 14 de novembro de 2020

Papas de moado

As papas de moado são um dos mais originais e especiosos doces da cozinha popular portuguesa. Ligado ao ritual da matança do porco na região do Baixo Mondego (principalmente nos concelhos de Figueira da Foz e Montemor-o-Velho), as papas de moado necessitam para a sua confeção de: água, farinhas de trigo, sangue de porco, açúcar, especiarias - canela, cominhos e cravinho - nozes, pinhões e passas de uva. 

Dissolve-se a farinha na água, juntam-se o açúcar, as especiarias e o sangue de porco e deixa-se ferver, em lume muito brando, cerca de três horas, para apurar e engrossar. Quando o tempo de cozedura e apuro estiver quase cumprido, juntam-se os frutos secos. Depois, empratam-se em travessas ou pratos fundos, decoram-se com canela, deixam-se arrefecer "para prender" e provam-se.

Fonte: David Lopes Ramos, publico.pt
https://www.publico.pt/2008/02/03/jornal/papas-de-moado-247683

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Igreja de Santa Eufémia

A Igreja de Santa Eufémia, em Penela, datada do século XVI, é um edifício bastante representativo da arte da renascença na região de Coimbra.
O corpo da igreja assenta sobre um alto embasamento, vencido na fachada principal por escadaria de dois lances opostos, com patamar intermédio e balaustrada em mármore. A fachada, de linhas tendencialmente verticais, é vazada por elegante portal de verga reta, apilastrado, também em mármore. O portal, epigrafado com a data de 1551, possui molduras e frisos delicadamente lavrados. É flanqueado por dois tondi com bustos salientes, e encimado por grande óculo redondo, sob o pano central da fachada, rematado em empena triangular. A sul adossa-se a torre sineira, de planta quadrada, com janelões redondos e coroamento piramidal, e a norte o corpo da sacristia.
O interior é de três naves com cobertura de madeira, definidas por arcos redondos assentes em colunas toscanas. A capela-mor, acessível através de arco redondo, é coberta por abóbada de meio canhão em quatro tramos, e possui um retábulo barroco, em talha, da época de D. Pedro II, com pintura anódina do século XIX (1837). As restantes capelas conservam algumas imagens interessantes, como uma Nossa Senhora com o Menino, atribuível a alguma oficina coimbrã de finais do século XV, ou o retábulo em pedra de Ançã da capela do Espírito Santo ou do Pentecostes, este de meados do século XVI. De destacar ainda uma pia batismal, com pé oitavado e motivos decorativos manuelinos, para além do acervo de azulejaria coimbrã, testemunha da produção regional de qualidade ao longo de alguns séculos.

Fonte: DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72227/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2648

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Pelourinho de Avô

O primeiro foral de Avô foi concedido por D. Sancho I, irmão de D. Urraca, em 1187, tendo o monarca cedido o senhorio de Aveiro em troca desta vila, cujo castelo destinava a D. Pedro Soares, bispo de Coimbra. Mais tarde, em 1240, D. Sancho II faz nova doação do couto de Avô a outro bispo de Coimbra, D. Tibúrcio. D. Manuel concedeu foral novo à povoação em 1514, tendo esta mantido o seu já antigo estatuto até 1855, quando o concelho foi extinto e a vila foi integrada no concelho de Oliveira do Hospital. 
Da perdida autonomia conserva-se um testemunho, o pelourinho, ainda hoje levantado na praça onde funcionava a antiga Casa da Câmara, medieval, bem como o Tribunal e a cadeia comarcã, e hoje se encontra instalada a Junta de Freguesia.
Sobre uma plataforma de três degraus quadrangulares, de aresta, ergue-se o conjunto da base, coluna, capitel e remate, em granito. A base da coluna é constituída por um paralelepípedo semelhante a um quarto degrau, com o topo ligeiramente côncavo. O fuste principia por um troço quadrangular, com os ângulos superiores chanfrados, fazendo a ligação a um anel em meia cana seguido de duas estreitas molduras convexas intercaladas por uma moldura côncava. É espiralado (dextorsum, com sete estrias) nos dois primeiros terços, interrompido a essa altura por um anel moldurado, e continua em espiral mais apertada (nove estrias) no terço superior.
O capitel, oitavado, assenta diretamente sobre o último terço do fuste. Possui faces côncavas, decoradas com rosetas, e remata numa moldura oitavada. Do topo do capitel irrompe o remate, em pináculo cónico e alongado, decorado com duas fiadas horizontais de cogulhos alternados, duas molduras anelares, e um último troço ornado com quatro bolas. Conserva ainda três furos, na parte inferior do fuste, certamente destinados à fixação dos ferros de sujeição.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.



Fonte: Câmara Municipal de Oliveira do Hospital
https://www.cm-oliveiradohospital.pt/index.php/turismo/patrimonio-nacional/patrimonio-classificado-de-interese-publico-iip/item/1151-pelourinho-de-avo

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1008

domingo, 8 de novembro de 2020

Praia da Tocha

A pequena aldeia piscatória da Tocha transformou-se na segunda metade do séc. XX numa estância balnear concorrida, sem contudo perder a sua identidade. No areal, ainda se encontram os típicos palheiros de madeira assentes sobre estacas, construídos pelos pescadores para guardar os seus utensílios e que, atualmente, restaurados, são simpáticas casas de férias.

Rodeada por dunas preservadas, a Praia da Tocha possui um enorme areal dourado que se prolonga para norte, para a deserta e quase selvagem Praia do Palheirão. O mar com ondulação forte, oferece excelentes condições para a prática de surf e bodyboard.

A praia ostenta, há mais de 25 anos consecutivos, o galardão Bandeira Azul, como reconhecimento da sua qualidade balnear e ambiental. Ostenta ainda a Bandeira das Acessibilidades, símbolo das boas condições de acesso à praia aos utentes que enfrentem problemas de mobilidade.

Ler mais:
https://www.cm-cantanhede.pt/mcsite/pagina/148/Praia-da-Tocha
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/praia-da-tocha
https://www.allaboutportugal.pt/pt/cantanhede/praias/praia-da-tocha

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Casa do Paço

A Casa do Paço é um monumental edifício situado na marginal da Figueira da Foz, com a sua fachada principal virada a sul.
A sua edificação deve-se à iniciativa do Bispo-Conde de Coimbra, D. João de Mello, que pretendia dispor de uma habitação para descanso, e pode balizar-se, aproximadamente, entre 1690 e 1704, ano em que o prelado faleceu, deixando o edifício inacabado.
Desenvolve-se através de uma planta em U, com pátio interno e fachada principal paralela ao rio, e é rematada, numa das extremidades, pela imponente torre, coberta por cúpula com lanternim falso. De acordo com o projeto, uma outra torre deveria ter sido erguida do lado oposto, mas a morte de D. João de Mello impediu a concretização integral do que fora planeado. O alçado é ritmado pela abertura simétrica de portas, no piso térreo, e janelas de sacada, no andar nobre, definindo um gosto barroco, mas onde impera a sobriedade e a depuração.
Contudo, e apesar da majestosa fachada e imponência de todo o edifício, são os azulejos holandeses do seu interior que ganham um especial significado, pois constituem o maior conjunto do mundo, executado na primeira década do século XVIII. Não se sabe por que razão se encontra aqui um tão grande número destes azulejos, parte em tons de azul e outros em manganés. É possível que provenham de um navio holandês naufragado ao largo da Figueira da Foz no início do século XVIII, mas podem ser fruto de uma encomenda específica dos descendentes de D. João de Mello.
Na Casa do Paço encontramos três géneros de azulejos, uns desenhando paisagens campestres, outros cavaleiros em posições diferenciadas, e por fim representações de episódios bíblicos, estes últimos aplicados na divisão que se pensa corresponder à antiga capela. Alternam cercaduras azuis com interiores a manganés, e vice versa, denunciando uma sensibilidade decorativa (onde o pormenor do desenho se perde para favorecer o efeito de conjunto) apenas acessível aos azulejadores portugueses, com certeza, responsáveis pela sua aplicação.
O edifício está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967.

Fonte: Rosário Carvalho, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74203/

Ler mais:
https://www.infopedia.pt/$casa-do-paco

sábado, 24 de outubro de 2020

EN 2 - Troço Penacova - Pedrógão Grande

Este troço da EN 2 inicia-se em Penacova, passando pela praia fluvial do Reconquinho e, de seguida, acompanha a margem esquerda do rio Mondego durante alguns quilómetros.
Mural de homenagem à EN2 em Vila Nova de Poiares

Depois de se passar por Vila Nova de Poiares, segue-se em direção a Góis, subindo a serra da Lousã. Entra-se num percurso em altitude, rodeados de declives abruptos e de encostas profundamente sulcadas por linhas de água, sendo este o relevo propício a uma estrada sinuosa e panoramas elevados.
A N2 foi traçada tendo em conta o enquadramento paisagístico, unindo estrategicamente pontos povoados e de interesse histórico, com uma geometria que faz com que haja, a cada curva, mudanças de direção, apontando para qualquer um dos pontos cardeais, parecendo não importar muito que esta se trata de uma estrada que tem como rumo principal a direção norte-sul.
Ponte de Góis

A vila de Góis marca a porta de entrada da EN2 na Serra da Lousã. O monumento mais emblemático da vila de Góis é a sua imponente Ponte Real, mas são igualmente dignos de destaque a sua Igreja Matriz (onde se encontra o imponente túmulo de D. Luís da Silveira), os Paços do Concelho e a fantástica Praia Fluvial da Peneda, que convida a banhos nos dias quentes de verão.
Sucedem-se as imensas manchas de pinhal e muitas mais de eucaliptos. Apesar dos incêndios devastadores de outubro 2017, esta é uma zona cada vez mais caracterizada pela plantação de eucaliptos. Neste troço encontra-se a placa mais fotografada da EN2: Picha! E, logo a seguir, a Venda da Gaita.
A paisagem não se altera até se deixar o distrito de Coimbra e entrar no distrito de Leiria, junto à praia fluvial de Mega Fundeira. A partir daqui, o efeito devastador do grande incêndio de Pedrógão Grande, em junho de 2017, faz-se ainda sentir. 
Chega-se finalmente a Pedrógão Grande

Ler mais:
https://www.vagamundos.pt/guia-estrada-nacional-2-roteiro/
https://www.viajarentreviagens.pt/portugal/estrada-nacional-2-roteiro-dormir-comer-ver-e-fazer/
https://quilometroinfinito.com/rota-patrimonio-da-estrada-n2/
https://www.viagensemiudos.pt/estrada-nacional-2/

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Porta da Barbacã e Arco e Torre de Almedina


O Arco e a Torre de Almedina são na verdade os únicos vestígios de uma cerca que defendia a malha urbana de Coimbra, sendo esta uma das entradas que atualmente é a entrada para a histórica Alta de Coimbra. A sua volumetria aparenta diversas épocas de construção, sendo inicialmente uma obra muçulmana com arcos semicirculares ultrapassados e que foram, posteriormente, modificados, e estava ainda protegida por dois avançados cubelos defensivos. 
Arco e Torre de Almedina

Assente na parte mais baixa da cerca medieval, a sua edificação poderá remontar à época do conde Sesnando Davides, que conquistou Coimbra em 1064, tendo sido ao longo dos séculos por diversas vezes reformada e remodelada. Esta porta era defendida, primitivamente, por dois cubelos avançados que, mais tarde, foram ligados por meio de um arco fundo, por sobre o qual foi levantado o forte torreão. O seu aspeto atual poderá ser resultante de uma reforma no início do século XVI, por determinação de D. Manuel I.
O acesso ao arco faz-se, ainda hoje, pela Porta da Barbacã, edificada no período manuelino para reforçar a cerca. Neste trecho mais vulnerável da cerca, foi necessário reforçar a defesa, erguendo-se uma segunda cintura muralhada - a Barbacã. A sua porta, em arco quebrado, típica das fortificações do período manuelino, também chegou aos nossos dias, sendo confundida com a própria porta da Almedina que, na realidade, antecede.
Porta da Barbacã
Os arcos medievais da entrada, com as suas aduelas irregulares e a abóbada interna, deverão ser obra do românico condal dos inícios do século XII. Até 1836 existiam os batentes e as grandes portas chapeadas a ferro da entrada da cidade, retiradas nessa mesma altura.
Com a expansão do perímetro urbano, e a consequente perda das suas características defensivas, o Arco de Almedina e a sua torre foram reutilizados, desempenhando novas funções. Nos últimos anos do século XIX, funcionou no torreão a Escola Livre das Artes do Desenho. Depois, o espaço recebeu o Arquivo Histórico Municipal. Atualmente, a torre alberga o Núcleo da Cidade Muralhada e Centro Interpretativo, onde se expõe a história da cidade e da sua muralha durante a Idade Média.
O conjunto do que resta a cerca, a Torre e Arco de Almedina, estão classificados como Monumento Nacional, desde 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70484
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2632
https://www.infopedia.pt/$torre-de-almedina
https://www.visitarportugal.pt/coimbra/coimbra/coimbra/arco-torre-almedina

domingo, 18 de outubro de 2020

Paul da Madriz

O vale do Baixo Mondego foi, outrora, uma imensa zona húmida que, ao longo de milénios, proporcionou condições ideais para a existência e desenvolvimento de numerosas comunidades animais e vegetais. Atualmente, restam apenas algumas zonas húmidas, as quais têm assegurado a continuidade das formações representativas. O Paul da Madriz é uma dessas últimas zonas húmidas, com factores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades, principalmente aves, que utilizam esta área quer como local de nidificação, quer como refúgio de inverno ou, ainda, para repouso e alimentação durante as migrações sazonais.
O paul, situado no concelho de Soure, na margem direita do rio Arunca, tem uma grande diversidade de habitats, e possui grande valor como santuário para as aves aquáticas no Baixo Mondego.
Constitui um importante local de migração outonal de passeriformes, tais como felosa-dos-juncos Acrocephalus schoenobanus, felosa-poliglota Hippolais polyglotta e felosa-musical Phylloscopus trochilus. A nível nacional, possui uma importante população nidificante de pato-real Anas platyrhynchos, sendo também local de nidificação de aves de caniçal, nomeadamente garça-pequena Ixobrychus minutus e rouxinol-grande-dos-caniços Acrocephalus arundinaceus e felosa-unicolor Locustella luscinioides.
O Paul abrange uma área de cerca de 40 hectares, de forma trapezoidal e alongada de SE para NO, alargando-se para a zona ocidental, com cerca de 2 km de comprimento e uma largura média de 300 m, sendo drenado pela Vala do Moinho que o atravessa e se liga à Vala do Canal.
A área do Paul foi ocupada principalmente pelo cultivo intensivo de arroz, tendo essa prática sido abandonada a partir do início da década de 1960, subsistindo atualmente algumas áreas de cultivo agrícola a montante e a jusante, para além da via férrea. Este abandono foi originado pela repartição da área agrícola em pequenas parcelas associada às condições físicas do Paul que não possibilitava a utilização de maquinaria, tornando impraticável a agricultura sustentável. Assim, foi possível que esta chegasse ao presente como um santuário para a fauna e flora.

Ler mais:
http://bdjur.almedina.net/item.php?field=item_id&value=1290696
http://www.avesdeportugal.info/sitmadriz.html
https://www.ccdrc.pt/index.php?option=com_docman&view=download&id=627&Itemid=739

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Desfiladeiro de Cabril do Ceira

O Cabril do Ceira é um longo e alto desfiladeiro é atravessado pelo rio Ceira que termina num um pequeno açude que ajuda a formar uma piscina natural, num cenário de rara beleza.
O rio corre calmamente, num curso muito estreito e são poucas as pessoas que frequentam este lugar, muito pouco conhecido, embora seja do domínio público há alguns anos. 
Forma um espelho de água que reflete as paredes quartzíticas das encostas como se tivessem sido cortadas a direito. Em alguns pontos atingem mais de uma centena de metros de altura.
Nas imediações surge um estranho túnel, talvez com uma dezena de metros de profundidade, que fazia parte do projeto de uma ligação ferroviária entre a Lousã e Arganil e que acabou por nunca ser concretizado.
No alto da encosta há a capela da Senhora da Candosa e um caminho que nos leva pelo meio do canhão rochoso.
As encostas rochosas e íngremes são utilizadas para a prática de desportos radicais e o cerro está ainda associado à lenda da Senhora da Candosa. Do alto da Candosa, onde está a capela, pouco se vê o curso do rio no desfiladeiro devido à profundidade e ao corte vertical das paredes quartzíticas.

Ler mais:
https://whotrips.com/2019/07/03/o-desconhecido-e-fascinante-desfiladeiro-do-cabril/
https://necadrifil.wordpress.com/2015/11/17/cabril-do-ceira/

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Aldeia histórica de Piódão

A aldeia do Piódão localiza-se na Serra do Açôr, com uma implantação de escarpa abrupta e uma estrutura de malha cerrada e traçado sinuoso, bem adaptada à rugosidade do espaço envolvente. As pastagens da Serra de S. Pedro do Açor, recheada de nascentes, atraíram os pastores lusitanos que ali alimentaram os seus rebanhos. 
Na época medieval, formou-se um pequeno povoado a que foi dado o nome de Casas Piódam, depois transferido para a atual localização, talvez devido à instalação de um Mosteiro de Cister (de que já não restam vestígios) o que fará remontar o lugar ao séc. XIII. A este mosteiro poderá estar ligada a antiga invocação de Santa Maria (comum nas Abadias Cistercienses) da Igreja Matriz templo reformulado no séc. XVIII/XIX, o que o dotou duma curiosa fachada pautada por finas torres cilíndricas rematadas por cones.
A aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem as tradicionais paredes de xisto, teto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul. O aspeto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”.
Disposta em socalcos, em redor da encosta íngreme onde se insere, constitui um cenário ímpar cheio de belos lugares para visitar: a Eira e a vista a partir dela, a Fonte dos Algares, o forno do pão, a capela de São Pedro, o museu onde também funciona o posto de turismo, todas as escadarias e ladeiras.
As casas têm habitualmente dois pisos, sendo o de baixo dedicado à loja (para arrumos dos produtos agrícolas ainda hoje cultivados e colhidos pela população já muito envelhecida) e o piso superior correspondendo à habitação.
A povoação de Piódão está classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978.

Ler mais:
https://www.cm-arganil.pt/visitar/o-que-visitar/piodao/
https://aldeiashistoricasdeportugal.com/aldeia/piodao/
https://turismodocentro.pt/artigo/aldeia-do-piodao/
https://www.feelingportugal.com/descubra-7-maravilhas-da-aldeia-historica-do-piodao/

domingo, 23 de dezembro de 2018

Ponte medieval da Foz de Arouce

A ponte de Foz de Arouce, conhecida como ponte Medieval, é considerada uma das mais antigas da região centro, remontando ao século XIV. 
É uma ponte em pedra que atravessa o rio Ceira, formada por cinco arcos de volta perfeita com suportes de fortes pegões e dotados de quebras-águas, servindo de base para um tabuleiro em cavalete.
Sabe-se que estaria parcialmente destruída quando as forças napoleónicas a cruzaram em retirada em Março de 1811. Foi aí que se deu um combate entre as forças do Marechal Ney e as tropas anglo-lusas, durante a 3ª Invasão Francesa.

Ler mais:
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-coimbra/c-lousa/foz-arouce/ponte-medieval

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

EN 2 - Troço Viseu - Penacova

O projecto da Rota da Nacional 2, gira em torno do potencial desta estrada, que tem uma mística lendária (antiga Estrada Real), distinguindo-se nesse aspecto de todas as outras, visto que foi projectada como ligação entre Chaves e Faro, num percurso vertiginoso pela espinha dorsal do País.
No troço entre Viseu e Penacova, a saída de Viseu a partir do Rossio faz-se pela Avenida 25 de Abril; passando a primeira rotunda e sempre em frente entra-se na avenida do Regimento de Infantaria 14. Passa-se por um local chamado Repeses e na sexta rotunda a partir de Repeses, vira-se à direita um pouco antes de Vila Chã de Sá. Depois de se passar pela aldeia de  Fail, entra-se no pouco que resta da EN-2 no concelho de Viseu, tentando seguir as direcções de São Miguel do Outeiro, Sabugosa, Canas de Santa Maria e Tondela.
Este é o troço mais confuso e sem informação até porque troços desta estrada foram convertidos em arruamentos urbanos ou estradas municipais.
A de travessia Tondela faz-se pela Avenida Engenheiro Adelino Amaro da Costa, sempre em frente depois pela Avenida dos Bombeiros voluntários, e Avenida Sá Carneiro que aqui substituem mais uma vez o nome à EN-2. Tondela é uma cidade, sede de concelho, localizada na região de Dão-Lafões, envolvida pelas belas paisagens da Serra do Caramulo.
Depois segue-se a direcção de Adiça, Vila Pouca e Santa Comba Dão cuja distancia é de 15 km.
Nos concelhos de Santa Comba Dão e Mortágua a EN-2 desaparece por completo, como Estrada Património, tendo sido amputada em 18 km pela construção da barragem da Aguieira e do IP 3.
A N2 passava por ali, às curvas entre montes e vales para atravessar o rio junto à aldeia da Foz do Dão, sacrificada em nome do progresso, por ter ficado submersa pelas águas da albufeira da barragem da Aguieira. Na Foz do Dão, a estrada atravessava o rio Dão (no local onde este se junta ao Mondego) através de uma imponente ponte de arcos que permanece hoje também submersa. Este era o local que estabelecia os limites entre os concelhos de Santa Comba Dão, Penacova e Mortágua, dividia os distritos de Coimbra e Viseu e separava a Beira Litoral da Beira Alta. O trajecto efectua-se actualmente pela ponte resultante do paredão da barragem.
Na localidade do Porto da Raiva, junto à barragem da Raiva, restabelece-se o percurso da antiga EN-2. Esta é uma pequena aldeia do município de Penacova, situada na margem esquerda do rio Mondego. É uma povoação com um passado importante que, pela sua boa localização junto ao rio Mondego, era como um posto de trocas comerciais e de escoamento de produtos vindos do interior transportados em carros de bois de onde saiam depois em barcas para as cidades de Coimbra e Figueira da Foz.
Logo a seguir, é no local de Entre-Penedos que se situa a conhecida “Livraria do Mondego”, denominada assim devido ao estrangulamento do rio e às “altas camadas de quartzitos silúricos, muito fracturados, dispostos quase verticalmente como livros inclinados numa estante.
Finalmente, atinge-se a vila de Penacova, sede de concelho, situa-se num local de grande beleza natural, na margem direita do rio Mondego, no alto de um ponto rochoso (a “Penha”), e rodeada pelas luxuriantes Serras do Buçaco e do Roxo.

Ler mais:
http://amantesdeviagens.com/conhecer-portugal/estrada-nacional-n2-portugal/
https://maladviagem.blogspot.com/2016/10/roteiro-estrada-nacional-n-2-ou-en2.html
https://penacovaonline.blogs.sapo.pt/181872.html


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Santuário de Nossa Senhora das Preces


Localizado no lugar de Vale de Maceira, freguesia de Aldeia das Dez, o actual Santuário de Nossa Senhora das Preces terá sido construído durante o século XVIII. Além da igreja, integra uma Via-Sacra, com figuras de madeira em tamanho real, envolvidas por um parque florestal de excepcional valor botânico.
Outros elementos complementam este santuário dando corpo a várias hipóteses de percursos tanto de cariz religioso como arquitectónico ou botânico permitindo o reconhecimento dos elementos mais emblemáticos.
O Santuário desenvolve-se entre os 650 e os 750 m de altitude, desde o fundo da mata (o jardim) até à capela de Santa Eufémia, donde se pode desfrutar de uma magnífica panorâmica sobre a região envolvente.
Segundo a lenda, Nossa Senhora das Preces terá aparecido a uns pastorinhos no ano de 1371, no alto da serra do Colcurinho, local que cedo se transformou em lugar de peregrinação, apesar de ser um sítio agreste e inóspito. Devido à inacessibilidade daquele lugar, em finais do séc. XVI ou princípios do XVII, a imagem foi transferida para uma pequena ermida situada em Vale de Maceira, local onde se viria a edificar o actual Santuário.
O Santuário é composto por catorze capelas de toque barroco e granítico que se distribuem ao longo de um caminho mato adentro, cuja altitude começa nos 650 metros e termina nos 750 metros, devotado ao julgamento e sofrimento de Cristo antes da sua morte, naquilo a que nos habituámos a chamar de Paixão de Cristo. Seguindo os episódios finais da vida de Cristo, capela após capela, chega-se à décima segunda, a da Ressurreição, com um simbolismo que vale a pena fazer notar. Depois do esforço, o caminhante chega como homem renovado, ressuscitando despido de materialismo. Depois desta ainda se seguem mais dois postos: a Capela de Santa Maria Madalena, e mais à frente, a Capela de Santa Eufémia. Esta última termina com uma vasta e ampla visão sobre o horizonte.
Nos patamares acima encontra-se a igreja, o coreto, o lago do repuxo, o chafariz monumental, a gruta do Presépio, as capelas da Paixão de Cristo, a Albergaria (recentemente restaurada), alguns edifícios anexos e majestosas árvores seculares.

Ler mais:
https://www.portugalnummapa.com/santuario-de-nossa-senhora-das-preces/
http://www1.ci.uc.pt/nicif/santuario/religioso/folheto_relig.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santuário_de_Nossa_Senhora_das_Preces
http://www.senhoradaspreces.chaosobral.org/ap.htm
http://www1.ci.uc.pt/nicif/santuario/12.htm

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Ponte Rainha Santa Isabel


A Ponte Rainha Santa Isabel é uma ponte de tirantes, construída sobre o rio Mondego, a montante do centro da cidade de Coimbra. Projectada pelo engenheiro António Reis, a mais recente travessia rodoviária sobre o rio Mondego é composta por duas faixas de rodagem com três vias em cada sentido.
A sua inauguração, em 2004, veio permitir o acesso mais rápido à zona do Vale das Flores e Pólo II da Universidade, para quem vem do IC2 ou da margem esquerda da cidade.
É uma ponte de tirantes, assimétrica, que vence um vão total de 329,4 m, com um vão principal de 186,5 m. É composta por duas faixas de rodagem com três vias em cada sentido, num tabuleiro com 30 m de largura.
Durante a fase de projecto, tinha o nome provisório de "Ponte Europa", nome pelo qual ainda é, por vezes, referida.

Ler mais:
http://www.somague.pt/portfolio_detail/ponte-rainha-santa-isabel/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Rainha_Santa_Isabel
http://www.turismodecoimbra.pt/company/ponte-rainha-santa-isabel/

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mirante Emídio da Silva

Junto ao antigo Hospital, hoje Hotel, ergue-se o Mirante Emygdio da Silva ou Emídio da Silva, construído no início do séc. XX, por iniciativa do político do mesmo nome. O projecto, da autoria do italiano Nicolau Bigaglia, utilizou, na sua construção, colunas de pedra trazidas do Mosteiro de Lorvão. Inaugurado a 31 de Maio de 1908, permite desfrutar uma paisagem magnífica sobre o Mondego.
Certo dia, o Dr. Manoel Emigdyo da Silva, eminente figura do jornalismo, da engenharia, da cultura, visitou Penacova e ao chegar ao Mirante do Castelo terá ficado maravilhado com a beleza da paisagem. Com o seu apoio e do Presidente da Câmara, Dr. José Albino Ferreira, o mirante nasceu. Foi desenhado pelo prestigiado arquitecto italiano, radicado em Portugal, Nicola Bigaglia, também projectista da Casa dos Cedros no Buçaco.
A inauguração do Mirante no fim de semana de 30 e 31 de Maio de 1908 foi um acontecimento marcado por grandes festejos, em que Emídio da Silva – e uma comitiva da alta sociedade lisboeta – foi recebido em apoteose. Alfredo da Cunha, director do Diário de Notícias, descerrou a lápide que ainda hoje se encontra no local com a inscrição “ Mirante Emygdio da Silva-31-5-908”.
O Mirante assemelha-se a um pagode oriental construído na proa mais avançada da escarpa, de onde se pode avistar o vale apertado do Mondego por entre as cristas quartzíticas que o enquadram.

Ler mais:
http://www.cm-penacova.pt/pt/pages/miradouros
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sábado, 24 de novembro de 2018

Cemitério da Conchada



O cemitério de Coimbra foi implantado na antiga Quinta da Conchada e inaugurado a 1 de Outubro de 1860 pelo Presidente da Câmara da época, Venâncio Rodrigues. A partir das décadas de 70 e 80 do séc. XIX, as famílias mais ricas e importantes da cidade começaram a interessar-se pela aquisição e construção de jazigos que transformaram em verdadeiras obras de arte com magníficas demonstrações da excelência dos afamados canteiros conimbricenses.
A entrada faz-se através de um portão encimado por um magnífico trabalho de ferro forjado onde se destaca um imponente anjo.
O mais imponente e monumental jazigo do cemitério da Conchada é o dos condes do Ameal. Ocupa o lugar central para onde convergem as ruelas mais importantes do cemitério. Tem uma planta poligonal, cujo traçado e trabalho de escultura se devem ao famoso canteiro conimbricense João Machado, célebre artista que se destacou, entre muitas outras obras, pela excelência e exuberância da pedra trabalhada no hotel do Buçaco. O desenho é em estilo revivalista neogótico, muito ao gosto da época onde se recuperaram os gostos artísticos da Idade Média e Renascença, dando a origem a novas correntes ditas revivalistas, pois faziam reviver estilos artísticos antigos.
No cemitério existe também o talhão dos combatentes. Trata-se de um recinto exclusivo onde são enterrados os soldados portugueses que, ao logo do século XX, combateram nas diversas guerras em que o nosso país esteve envolvido, nomeadamente a primeira guerra mundial e a guerra colonial.

Fonte (com a devida vénia): 
https://clubepatrimonio.blogs.sapo.pt/24250.html

Forte Jesus de Mombaça