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domingo, 15 de novembro de 2020

Festas de Agosto em Barrancos

Conhecidas como "Fêra de Barrancos", as Festas de Agosto de Barrancos tornaram-se "famosas" pelos touros de morte, misturando celebrações religiosas e divertimentos pagãos em honra de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira daquela vila raiana do distrito de Beja. As festas decorrem na última semana de agosto, em torno do dia 28, que é o feriado municipal do concelho.
Segundo a tradição, o início da "fêra", organizada pela comissão de festas da vila, é marcado pela tradicional alvorada, animada pela Banda Filarmónica Fim de Século de Barrancos. Seguem-se as tradicionais celebrações religiosas, ou seja, uma missa na igreja Matriz de Barrancos e uma procissão pelas ruas da vila.
Após as celebrações religiosas, os divertimentos pagãos vão dominar os restantes três dias das festas, os quais vão começar sempre às 8h00 com os tradicionais encerros. Através dos encerros, os touros a lidar nas touradas de morte – o "prato forte" das festas de Barrancos e as únicas legais em Portugal, devido a um regime de exceção aprovado em 2002 – serão conduzidos até aos curros da improvisada praça de touros.
Entre quinta-feira e sábado, a partir das 18h00, as touradas de morte, oficialmente designadas "tradicionais festejos taurinos" e que atraem inúmeros forasteiros.

Fonte: 
https://observador.pt/2019/08/27/festas-de-barrancos-com-tradicao-de-touros-de-morte-comecam-na-quarta-feira/

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Casa do Vinho e do Cante

A antiga Taberna Zé Lélito, bem no centro de Ferreira do Alentejo, deu lugar a um pequeno museu dedicado às tradições e à cultura alentejana: a Casa do Vinho e do Cante. 
Inaugurado em 2017, este espaço recupera a memória das velhas tabernas e procura valorizar as manifestações de Património Cultural Imaterial, como o “saber fazer” do vinho em talha, a poesia popular, o cante e o receituário tradicional. Dos elementos originais, destacam-se as seis talhas em barro que guardavam o vinho ali servido, bem como o balcão de venda em mármore. 
Há também painéis explicativos sobre a história e os métodos de produção do vinho de talha, ecrãs com documentários e um alambique que outrora fazia aguardente.
Além de dar a provar estas e outras bebidas, a Casa do Vinho e do Cante preparou também uma programação regular com grupos de cante alentejano e recitais de poesia popular. 
Ler mais:
https://lifecooler.com/fazer/index2/674
https://ferreiradoalentejo.pt/locais/adega-do-ze-lelito/?mp=218&mc=8646

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Casa Dona Maria


A Casa Dona Maria é uma habitação particular construída no início do século XX em Castro Verde.



Esta casa imponente e ostensiva, marca a chegada de um material novo: o cimento. 

Carregada de exotismo e de recantos que se adivinham, o lado mais interessante é, curiosamente, o da traseira.



Fonte: Câmara Municipal de Castro Verde
https://www.cm-castroverde.pt/pt/menu/424/patrimonio-edificado.aspx#casa-dona-maria---castro-verde

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Queijo de Serpa

O Serpa é um queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP), distinção confirmada pela União Europeia, numa área que envolve a quase totalidade do distrito de Beja, embora tenha o seu expoente máximo no concelho de Serpa.
É um queijo curado, de pasta semimole amanteigada, com poucos ou nenhuns olhos, obtida por esgotamento lento da coalhada após coagulação do leite cru de ovelha, estreme, por ação de uma infusão de cardo (Cynara cardunculus L.), uma planta espontânea que cresce nos matos mediterrânicos, abundante nestes territórios do sul do país.
O fabrico é efetuado duas vezes por dia, de modo a reduzir o mais possível o espaço de tempo decorrido após a ordenha. A maturação faz-se em locais de cura natural ou instalações de ambiente controlado. O tempo de cura é de 30 dias. Sofre duas salgas, sendo a primeira aquando da filtragem e a segunda já depois da massa estar encinchada e preparada para o esgotamento do soro.
O fabrico do queijo Serpa DOP tem por base a receita do queijo Serra da Estrela DOP, que se complementa com os recursos utilizados e as características edafo-climáticas desta região, tornando-o num queijo muito particular. A primeira referência bibliográfica foi feita em 1905, por Joaquim Rasteiro, para o “Congresso de Leitaria”.

Fontes:
https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/queijos-e-produtos-lacteos/237-queijo-de-serpa-dop
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queijo_Serpa
https://www.visitserpa.pt/o-queijo

domingo, 11 de outubro de 2020

Praia de Almograve

A Praia de Almograve é uma praia oceânica situada no concelho de Odemira, banhada pelo Oceano Atlântico e em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Apresenta um areal muito extenso e amplo. As águas são algo mexidas, fruto da rebentação nas rochas imersas ao longo de toda a zona de banhos.
O topo da falésia é encimado por dunas de grandes dimensões.
A Norte, a praia é delimitada por uma saliência da falésia designada por Ponta dos Azulejos e a Sul, por outra semelhante, batizada de Ponta da Ilha. Ao centro, encontra-se a icónica Rocha Furada. Desta rocha para Sul, o areal é conhecido por Meia Praia.
O acesso é feito por três escadarias ao longo da falésia.

Ler mais:
https://www.playocean.net/portugal/odemira/praias/praia-de-almograve

sábado, 10 de outubro de 2020

Igreja da Misericórdia de Vila Nova da Baronia

 

Construída no séc. XVI, a igreja possui frontaria triangular encimada do sinal do Redentor em pedra. na frontaria rasga-se uma luneta de moldura reticulada.
A principal manifestação artística a salientar na Igreja da Misericórdia é a pintura fresquista datada do período Filipino. Esta, uma iconografia composta por doze medalhões representando personagens santificadas, cobre grande parte do teto da nave e da capela-mor. Na abóbada da nave, os medalhões centrais apresentam os quatro evangelistas com os respetivos símbolos. No teto da capela-mor esta composição tem o seu seguimento com alegorias à paixão de cristo. O conjunto de maior interesse surge-nos nos alçados da nave, apresentando as "Obras da Misericórdia" espirituais e temporais.
Nos altares laterais, destinados a recolher a imagem do Senhor dos Passos e do crucifixo, podemos observar uma pintura a óleo e têmpora, representando uma paisagem de Jerusalém. Podemos, ainda, destacar o retábulo do altar-mor, o qual possui o Escudo Real no frontão, decorado de palmetas e vieiras, o sacrário em talha dourada esculpido com emblema solar e as chagas de Cristo, suportado por dois anjos dourados.
Contígua ao templo, situa-se a Casa do Despacho, onde se destaca o balcão de sacada de grade férrea com motivos geometrizantes.

Fonte:
https://www.freguesias.pt/portal/patrimonios.php?cod=020302

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Castelo de Mértola

O Castelo de Mértola situa-se num alto rochoso, em posição dominante sobre a povoação, na confluência da ribeira de Oeiras com a margem direita do rio Guadiana.
Esta fortificação teve as suas origens islâmicas, nomeadamente durante o califado Omíada, entre os anos 930 e 1031, durante o maior avanço no domínio militar árabe. Contudo, e devido à sua situação de proximidade com o Mediterrâneo, acredita-se que neste local antecedeu um povoado romano.
Nas décadas de 30 e 40 do século XI, Mértola foi uma efémera capital taifa, conquistada pelo vizinho reino de Sevilha, em 1044. Um século depois, durante nova fragmentação do bloco islâmico peninsular, a cidade proclamou-se uma vez mais independente. Nesta altura, é de admitir que tenham existido melhoramentos no sistema militar. Mas foi no final do século XII, no contexto da reacção almóada face ao avanço cristão, que se conhecem referências mais concretas ao castelo, com a construção de uma torre, muito provavelmente, da cisterna e, ainda, a feição geral da entrada no recinto (com arco ultrapassado que daria acesso a um corredor em cotovelo), bem como de parte do torreão cilíndrico que se lhe adossa.
No entanto, terá sido uma população sem meios de defesa adequados, que os cavaleiros de Santiago encontraram em 1238, altura em que conquistaram Mértola. A importância militar do local, com natural ligação ao Algarve, fez com que os Espatários escolhessem a cidade como sede da Ordem em Portugal, estatuto que manteve até 1316. O ano de 1292 tem servido para datar genericamente a obra gótica do castelo e deve inserir-se no processo de autonomização do ramo português da Ordem de Santiago, alcançada e ratificada nos anos de 1288 e 1290.
A fortaleza é de planta quadrangular, ligeiramente trapezoidal, com ângulos defendidos por torres. A principal é a Torre de Menagem, que se eleva a quase 30 metros de altura na face mais desnivelada do conjunto. O primeiro, com acesso a partir do adarve, pela porta gótica sobrepujada pela inscrição de 1292, tem tecto de cruzaria de ogivas de oito tramos, possuía lareira e era iluminado por três frestas; o andar superior, muito transformado, deveria ter servido de residência, mas não restam vestígios dessa função. No extremo ocidental, situava-se a Torre da Carocha que, como o nome indica, terá desempenhado funções de prisão. A entrada, voltada à vila, era feita por um corredor em cotovelo, com duas portas, e era defendida por torreões circulares.Sem grandes alterações nos séculos seguintes (à excepção da casa do alcaide, edificada nos finais do século XV e que ocupou toda a muralha Norte), o castelo perdeu a sua função estratégica no século XVIII e entrou em decadência, travada apenas pelo restauro de 1948-50 e pelas mais recentes iniciativas de reconversão museológica.

Fonte: DGPC 
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70160/

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1045
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Mértola
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-beja/c-mertola/mertola/castelo

sábado, 15 de dezembro de 2018

Convento de São Francisco


O Convento de São Francisco de Beja remonta aos finais do reinado de D. Afonso III, mais propriamente ao ano de 1268. As obras então iniciadas, com o apoio da nobreza local e do rei D. Dinis arrastaram-se por muito tempo, quase um século, pois em 1348 ainda se laborava no estaleiro. Da primitiva construção gótica, que devia seguir o modelo mendicante do templo de São Francisco de Estremoz, nenhum elemento resta, devido à grande campanha de obras empreendidas pela comunidade nos reinados de D. Pedro e de D. João V.
A Capela dos Túmulos, mandada construir por D. Dinis, apresenta-se, porém, intacta. Elegante na sua sobriedade, com altas pilastras onde assentam os arcos cruzados da abóbada, conserva uma janela de estilo gótico. Assim denominada por ter albergado três túmulos profanados e retirados em 1847, pertence à arquitectura gótica do século XIV. 
Já no séc. XIX, com a extinção das Ordens Religiosas, o conjunto eclesiástico não escapou à fúria destruidora de então, tendo o convento sido transformado em quartel militar. Coube à igreja várias funções, como uma barbearia, um celeiro, e com os túmulos ali existentes a servir de bebedouros para os animais.

Actualmente o convento está convertido numa pousada, em que tiveram o cuidado em restaurar a sala dos túmulos, aproveitando aqueles que restaram, assim como o restante recheio. As obras de reabilitação e adaptação a Pousada foram efectuadas entre 1993 e 1995 sendo nomeadamente eliminada a laje de betão armado que dividia a igreja e realizadas obras de restauro dos frescos das abóbadas da Sala do Capítulo e da Sala dos Túmulos na Capela. O espaço ajardinado exterior é da autoria do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.

Este convento está situado fora das muralhas medievais, junto da via que ligava Beja a Mértola.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1939.




Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/336566/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=904
"Tesouros Artísticos de Portugal" (1976)- Selecções do Reader's Digest
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pousada_de_São_Francisco

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Sopa de feijão com catacuzes

Os catacuzes ou labaças ou erva azeda ou espinafre-limão ou Rumex crispus L. são conhecidos há tanto tempo que foram umas das plantas classificadas pelo pai da Taxonomia, Lineu. Já os árabes as comiam em sopas com grão. 
No concelho de Alvito, e principalmente na freguesia de Vila Nova da Baronia, os catacuzes são utilizados para mais enriquecer a gastronomia alentejana. 
A riqueza nutricional e a forma de os cozinhar são muito semelhantes ao espinafre, mas o sabor é muitas vezes mais interessante. Uma das possíveis maneiras de os confeccionar é em sopas  de grão ou de feijão.
A sopa de feijão com catacuzes leva feijão manteiga (ou encarnado), com o respectivo caldo da cozedura, azeite, cebola picada, um molho de catacuzes, alho, sal, coentros e chouriço.

Ler mais:
https://comopaoparalaranjas.blogspot.com/2015/12/feijao-com-catacuzes-selvagens-e.html
http://olhapim.blogspot.com/2012/03/sopa-de-favas-com-catacuzes-poejos-e.html
http://vilanovadabaronia.freguesias.pt/

sábado, 1 de dezembro de 2018

Barragem de Santa Clara

A Barragem de Santa Clara é uma barragem situada no rio Mira, concelho de Odemira, no Alentejo Litoral, perto do limite com a região algarvia. Localiza-se na freguesia de Santa Clara-a-Velha. 
Construída com o objectivo de fornecer regadio a todo o concelho, já foi, em tempos, a maior barragem portuguesa. Mandada construir pelo Estado Novo, a albufeira cobre uma área de 1986 hectares, sendo considerada uma das maiores da Europa. Alimentada pelo Rio Mira, a partir de Santa Clara a água percorre 84,9 Km de canais, 50,4 Km de distribuidores e 309,6 Km de regadeiras. As águas da albufeira são também utilizadas para fornecer a população do vizinho concelho de Ourique.
Envolvida numa deslumbrante paisagem serrana o espelho de água de Santa Clara é um dos mais fortes pontos de interesse turístico do interior do concelho de Odemira. 
Um passeio por este lago gigante permite observar os seus inúmeros recantos e ilhéus, quase sempre com uma envolvente paisagem florestal. Com efeito, a albufeira é rodeada por cerros arredondados cobertos de estevas e margens arborizadas.
Nas suas águas pode-se praticar canoagem, remo ou pesca desportiva, sendo que ali abundam o achigã, o pimpão e o lagostim.

Ler mais:
https://turismo.cm-odemira.pt/pages/814
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_de_Santa_Clara
https://lifecooler.com/artigo/atividades/barragem-de-santa-clara/352797/

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Antas da Herdade de Corte Serrão

Num monte isolado localizado nas proximidades do rio Guadiana ergue-se um conjunto dolménico constituído por duas antas distanciadas entre si vinte e sete metros. 
Anta Grande
O de maiores dimensões, conhecido como "Anta Grande de Corte Serrão", apresenta câmara de planta poligonal. Embora se encontrem todos fracturados e alguns inclinados para o interior, são visíveis à superfície seis esteios, dos quais caberá destacar o de cabeceira pelas dimensões exibidas (2,50cm x 1,70cm). O corredor, com cerca dezassete metros de comprimento, revela configuração sub-rectangular, com as lajes a juncarem o solo em redor, e que terá sido coberto na origem. 
Anta Pequena
Quanto ao dólmen de menores dimensões, a "Anta Pequenina de Corte Serrão", a câmara possuí igual planta poligonal composta por sete esteios, não apresentando, contudo, quaisquer vestígios de corredor.
O conjunto está classificado como Imóvel de Interesse Público desde julho de 1990.


Fonte:
http://www.roteirodoalqueva.com/patrimonio/anta-grande-de-corte-serrao

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72911
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=901
https://www.allaboutportugal.pt/pt/vidigueira/monumentos/anta-grande-de-corte-serrao

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Barragem de Odivelas


A Barragem de Odivelas localiza-se a cerca de 15 quilómetros a norte de Ferreira do Alentejo e na fronteira deste concelho com o de Alvito.
Esta estrutura foi inaugurada no ano de 1972 sobre o leito da Ribeira de Odivelas (inserida na Bacia Hidrográfica do Sado), tendo uma capacidade total de armazenamento de 96.000.000m3 e é uma das seis maiores barragens do Baixo Alentejo.
Trata-se de uma barragem mista de betão e aterro, com 48 metros de altura e 106 metros de cota de coroamento. A água aqui armazenada é usada principalmente para irrigação. 
A barragem entrou em funcionamento em 1972 e, actualmente, é gerida pela Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas.
A albufeira é um dos lugares de lazer mais populares da região e é riquíssima a nível de fauna e flora.

Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_de_Odivelas
http://knoow.net/terraselocais/locaisdeportugal/barragem-de-odivelas-ferreira-do-alentejo/

sábado, 6 de outubro de 2018

Estátua do Bandeirante Raposo Tavares

O Brasil nasceu modesto comparativamente com o território que hoje ocupa. A parte que cabia a Portugal, fruto da divisão imposta pelo Tratado de Tordesilhas, não passava de uma faixa de terra ao longo do litoral atlântico com 2,8 milhões de quilómetros quadrados de superfície. Mal o acordo entre os monarcas ibéricos foi selado, a pressão castelhana procurou anular a presença portuguesa na América do Sul. A resposta foi dada por aventureiros, que se embrenharam mata adentro para estender as fronteiras o mais longe possível da costa. Nesta imensa empreitada destacou-se um português nascido numa pequena aldeia do Alentejo profundo e que ajudou a criar o quinto maior país do mundo. 
Esses grupos de exploradores, conhecidos por bandeirantes, saíam, entre os séculos XVI e XVIII, do planalto de Piratininga, onde hoje emerge a cidade de S. Paulo, e rumavam ao desconhecido, por sua conta e risco, para materializar o alargamento dos limites territoriais do maior país da América do Sul. Hoje, a nação brasileira cobre uma superfície com 8,5 milhões de quilómetros quadrados. 
António Raposo Tavares, que nasceu em 1598 em S. Miguel do Pinheiro, uma pequena aldeia do concelho de Mértola, junto à fronteira com o Algarve, “foi o maior de todos os bandeirantes”, assinala o historiador português Jaime Cortesão na sua obra “Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil”, editada em 1958.
António Raposo Tavares é hoje considerado um dos grandes construtores do Brasil e inúmeros escritores, sociólogos, historiadores e professores deste país continuam a escrutinar a vida e a acção do bandeirante nascido no Alentejo. Hoje, no maior país da América do Sul são inúmeras as praças, estradas, museus, escolas e outras instituições públicas e militares a que foi dado o seu nome.
A memória do bandeirante falecido em São Paulo, em 1658, só viria a ser resgatada, no Alentejo, em 1966 por iniciativa das autoridades paulistas, que ofereceram à cidade de Beja uma obra escultórica que está exposta na única praça da região que ostenta o seu nome.
É frequente o cidadão comum olhar a figura de bronze, com cerca de três metros de altura, como sendo um monumento aos caçadores, dada a pose escolhida pelo autor brasileiro. Não se conhecem outras iniciativas que a Câmara de Beja ou de Mértola, antes ou depois do 25 de Abril, tivessem realizado para divulgar a história de Raposo Tavares.

Fonte: "Público online" - Carlos Dias - 7-8-2017
https://www.publico.pt/2017/08/07/local/noticia/de-uma-pequena-aldeia-de-mertola-saiu-no-seculo-xvii-quem-ajudou-a-tornar-o-brasil-enorme-1781331

Ler mais:
https://bejahoje.blogs.sapo.pt/3831.html
https://www.allaboutportugal.pt/pt/beja/monumentos/homenagem-da-comunidade-luso-brasileira-ao-maior-bandeirante-antonio-raposo-tavares

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Viola campaniça

Também designada por Viola Alentejana, a Viola Campaniça era o instrumento musical usado para acompanhar os célebres cantares à desgarrada, ou ” cantes a despique”, nas festas e feiras do Baixo Alentejo. É a maior das violas portuguesas e possui 5 ordens de cordas, tocada de dedilhado apenas com o polegar, sendo que as cordas mais graves são geralmente tocadas soltas. Dependendo do construtor, pode ou não ser ornamentada na caixa. Tem uma forma que se assemelha à de um oito, com a caixa marcadamente ondulada.
Adaptada à exposição da melodia das modas e cantigas alentejanas pode possuir dois tipos de afinação: Sol Mi Dó Fá Dó, do agudo para o grave, e Mi Dó# Lá Ré Lá. Como particularidade, apesar de ser um instrumento de dez cordas, pode possuir doze afinadores o que indicia que o instrumento, que se crê que tenha evoluído a partir da “Vihuela de Mano” medieval , foi outrora dotado de uma sexta ordem de cordas duplas, mas que estas terão caído em desuso.
Pode ser tocada em rasgado, com acordes, ou como instrumento solista, usando dedilhado com o polegar e o indicador, e serve para acompanhar os passos improvisados de um baile ou os copos mandados abaixo numa taberna, sempre acompanhando uma modinha popular.
Ao contrário de outros cordofones portugueses, tão famosos que emigraram para outras coordenadas, sendo o mais óbvio o cavaquinho, mas nunca esquecendo a guitarra portuguesa que recentemente ganhou ouvintes além fronteiras com a elevação do Fado a Património Mundial da UNESCO, a viola campaniça assumiu sempre um papel low-profile, nunca passando de um alcance regional, limitado, de forma um pouco grosseira, ao espaço entre as serras que anunciam o Algarve, a sul, e as planuras que continuam para o Alentejo menos seco, a norte.

Ler mais:
http://casadaguitarra.pt/produto/campanica/
https://www.portugalnummapa.com/viola-campanica/#prettyPhoto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Violas_portuguesas#Viola_campaniça

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Ermida de Santo André

Reza a tradição que a Ermida de Santo André foi fundada pelo rei D. Sancho I, aquando da primeira conquista da cidade aos mouros, em 1162; esta é, no entanto, uma data sem suporte histórico, uma vez que só em 1232, já no tempo de D. Sancho II, o burgo entrou definitivamente em posse cristã. Ainda assim, esta lenda inspirou ao longo dos tempos várias manifestações de devoção, e encontrou eco na obra de mais de um autor; a igreja conserva uma inscrição, datada de 1902, reproduzindo a lenda da fundação medieval.
De qualquer forma, o edifício existente nada tem a ver com a eventual construção dos séculos XII ou XIII, por ser o templo actual obra gótico-mudéjar do final do século XV ou do início do século XVI, talvez atribuível à acção mecenática de D. Manuel, possivelmente enquanto duque de Beja.
A ermida inscreve-se assim no tipo muito regional dos pequenos templos ameiados, com robustos contrafortes cilíndricos e coruchéus cónicos, erguidos extra-muros, perto das cinturas defensivas dos burgos; esta localização, aliás, justifica a proximidade de uma gafaria que aí existiu. Exteriormente, desenvolve-se em sucessão de volumes escalonados, sendo o corpo da igreja, inteiramente caiada, todo envolvido por doze botaréus cilíndricos mais elevados nas fachadas laterais, e coroado por um friso de merlões chanfrados que se prolonga pelo remate da ábside, um corpo cúbico rebaixado e perfurado por gárgulas zoomórficas. Na fachada principal destaca-se o nártex, com cobertura de cruzaria de ogivas, aberto em três arcos de volta inteira, para onde deita um pequeno campanário assente no frontão triangular da fachada, mais elevado. Os botaréus do nártex são rodeados por uma cinta de merlões semelhantes aos do corpo principal.
De planta longitudinal, o interior é de nave única, com abóbada de berço quebrado e quatro tramos de arcos torais assentes sobre mísulas. As paredes conservam vestígios de pinturas murais quinhentistas, quase totalmente destruídos por uma intervenção de meados do século XIX, que as revestiu com azulejos polícromos.
No frontal do altar existe ainda uma pintura a fresco do ciclo manuelino, representando dois anjos tenentes a sustentar o escudo de Portugal. O retábulo, de talha maneirista tardia e com empena triangular, enquadra dois quadros de pintura mural a fresco, figurando uma cena do martírio de Santo André e um Calvário, obras de factura tardo-quinhentista que ladeiam um nicho com uma imagem estofada do padroeiro, peça de factura regional datável de c. 1600. O templo guarda ainda um grande capitel coríntio em mármore, que serve de pia de água benta.
A ermida está classificada como Monumento Nacional desde junho de 1910.

Fonte: DGPC
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69868/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=996
https://www.infopedia.pt/$ermida-de-santo-andre
http://www.correioalentejo.com/index.php?diaria=7566

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Monumento a Catarina Eufémia


Busto de Catarina Eufémia no centro da vila de Baleizão
Catarina Eufémia foi uma ceifeira portuguesa que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada a tiro, por um tenente da Guarda Nacional Republicana.
Nascida a 13 de fevereiro de 1928, Catarina Eufémia era filha de camponeses e vivia em Baleizão, concelho de Beja. Casada, com três filhos e um espírito muito politizado graças à influência do marido, Catarina protagonizou uma das mais simbólicas lutas da região alentejana contra o Estado Novo. O seu rosto tornou-se símbolo da luta antifascista e a sua memória passou a figurar na memória do Partido Comunista Português.
Monumento erigido no Monte do Olival
Após a tragédia, Catarina Eufémia tornou-se um símbolo da resistência do proletariado rural alentejano à repressão e à exploração do salazarismo e um símbolo do combate pela liberdade e pela emancipação da mulher portuguesa.
A figura emblemática de Catarina Eufémia inspirou a construção de um monumento de arte pública, localizado no Monte do Olival, próximo de Baleizão, no local exacto onde terá sido assassinada.

Ler mais:
https://ionline.sapo.pt/600382
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_Eufémia
http://puraexperiencia.blogspot.com/2018/05/visitar-o-monumento-catarina-eufemia.html

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Ruínas do Castelo e povoação de Noudar

O Castelo de Noudar, no Alentejo, localiza-se na antiga vila de mesmo nome, no concelho de Barrancos. A sua situação geográfica, situada estrategicamente junto à raia Espanhola, associada a um cenário paisagístico profundamente impressivo e impactante, fazem deste recanto um dos mais encantados monumentos de Portugal.
De acordo com os testemunhos arqueológicos as primeiras incursões humanas no local remontam à pré-história, sendo um território depois sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos.
Foram estes últimos os responsáveis pela primitiva fortificação no local, por volta do século X ou XI, quando terá sido edificada uma pequena torre ou castelo em taipa, com a função de controlar o caminho que fazia ligação a Beja.
A actual configuração da fortaleza deve-se à nova ordem cristã implantada nesta região ao longo do século XIII. No entanto, não é certo que imediatamente após a reconquista do território se tenham realizado obras no reduto militar, não obstante a sua óbvia posição de fronteira. Em 1253, a povoação recebeu foral de Afonso X de Castela, juntamente com outras localidades do Além-Guadiana, entre as quais Moura e Serpa. Ela haveria de passar para a posse portuguesa cerca de meio século depois, pelo tratado de paz entre D. Dinis e Fernando IV, celebrado em 1295. É só a partir dessa data que encontramos as primeiras referências à vontade régia de erguer aqui um reduto militar relevante. Em Dezembro desse mesmo ano, D. Dinis passou carta de foral à vila e, oito anos depois, o monarca entregou-a à Ordem de Avis.
À época de D. Manuel I (1495-1521), regista-se a existência de barbacãs circundando o castelo, ou seja, uma estrutura característica da arquitectura militar do século XV. A vila viria a receber do soberano, neste mesmo período, o seu Foral Novo (1513).
Como fortaleza de fronteira, foram muitas as ocasiões em que passou de Portugal a Castela, e vice-versa, tendo sido o século XIV particularmente fértil. Quando Duarte d'Armas a desenhou, em 1509, não parece que tivessem existido assinaláveis obras de reconfiguração, à excepção, talvez, das barbacãs que circundavam o castelo, estruturas defensivas mais características do século XV. De novo na posse de espanhóis em 1644 e em 1707, a sua vulnerabilidade não foi suficiente para que se empreendessem obras de abaluartamento, ao contrário do que sucedeu, por exemplo, em Elvas, facto que consolidou a imagem medieval do conjunto. Em 1774 Barrancos partilha com Noudar a sede de concelho mas, em 1836, o concelho de Noudar deixa de existir.
A partir do século XVIII, a história deste castelo é a de um abandono progressivo, consumado em 1893 com a sua venda a um privado, João Barroso Domingues, importante proprietário de Barrancos. Só em 1997, mais de um século depois, a autarquia conseguiu adquirir o conjunto, desenvolvendo-se, a partir de então, um projecto de investigação arqueológica sistemática que, para já, revelou alguns níveis da presença islâmica no local.

Ler mais:
http://www.amigosdoscastelos.org.pt/tabid/72/ctl/Details/mid/473/monumentID/59/Default.aspx
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70654/
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=898
http://www.parquenoudar.com/pt/patrimonio-cultural/castelo-de-noudar/
https://cascalenses.blogs.sapo.pt/o-castelo-de-noudar-em-barrancos-69311
https://www.portugalnummapa.com/castelo-de-noudar/

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Aqueduto de Serpa


O Aqueduto da cidade alentejana de Serpa é uma obra invulgar no nosso País, dado a sua insólita configuração, e por se tratar de um empreendimento particular. Com efeito, este Aqueduto foi concebido para abastecer, não uma população ou uma comunidade conventual, mas somente para prover às necessidades de consumo privado de uma casa senhorial de Serpa - o Solar dos Condes de Ficalho, residência nobre, que se integra num dos panos de muralha do castelo local. 
A estrutura assenta em 19 arcos de volta perfeita, sobre parte da muralha da vila e o canal do aqueduto, percorrendo uma extensão que vai da nora ao palácio. 
O aqueduto foi erguido nos finais do século XVII, sob o patrocínio de D. Francisco de Melo, eminente figura da nobreza local, que se tornou conhecido pela sua participação nas guerras da Restauração. 
Esta estrutura particular de abastecimento de água nasce nos arredores da cidade, aproveitando uma nascente de água que brota numa serra próxima. Já no final do seu percurso, os elevados pilares do aqueduto, que sustentam as arcadas de volta perfeita, assentam directamente na muralha do Castelo de Serpa, formando uma insólita e contrastante estrutura arquitectónica. Neste invulgar conjunto é de destacar ainda a imensa nora mourisca, que se agrega à muralha, servindo, igualmente, de contraforte ao próprio aqueduto.

Fonte: http://portal.estt.ipt.pt/engcivil/estt3701/Geometria%20pdf/Aquedutos%20de%20Portugal%20Pdf/Aqueduto%20de%20Serpa%20(Beja).pdf

Forte Jesus de Mombaça