sábado, 31 de outubro de 2020

Praça do Areeiro

O conjunto arquitetónico da Praça do Areeiro (atual Praça Francisco Sá Carneiro), classificado pela Câmara Municipal de Lisboa, foi construído no final da década de 1940, refletindo o espírito de prosperidade que se seguiu à destruição causada pela Segunda Guerra Mundial. Foi uma época de construção de grandes obras públicas, de novos bairros e avenidas, que tinha sido iniciada uma década antes por Duarte Pacheco.
Toda a praça é, aliás, um monumento à arquitetura daquele período, com a sua simetria e monumentalidade, criada com a forma do escudo da bandeira nacional.
Respirava-se uma grandiosidade que se reflete na zona, e pretendia-se dignificar um espaço que outrora fora um extenso areal. A Praça do Areeiro passaria então a ser a mais importante via de entrada na cidade de Lisboa.
Edifícios residenciais de construção sólida, exemplos de qualidade e durabilidade, com materiais novos na altura, tornando a criação do arquiteto Cristino da Silva num marco resistente ao tempo.
A monumentalidade e robustez, desde o embasamento revestido em pedra, às colunatas das arcadas. O 1º andar com varandas e altura superior, a métrica regular das janelas, a cornija a delimitar o último piso. O simbolismo dos detalhes como caravelas e esferas armilares, e os traços de arquitetura tradicional das coberturas em telha. Tudo conferia ao conjunto um estilo intemporal.
Segundo o crítico José-Augusto França, com o seu caráter "historicista-monumental", o Areeiro evoca "temas urbanos da contemporânea Berlim Nazi ou da Espanha Franquista (eixo simétrico e monumental da composição, galeria térreas com arcadas em pedra), em articulação com temas nacionais, como as coberturas em coruchéu piramidal".

Fonte:
https://areeiro-select.pt/historia/

Mosteiro do Salvador de Travanca

A tradição atribui a fundação do Mosteiro do Salvador de Travanca a Garcia Moniz, filho de Moninho Viegas, o Gasco, na segunda metade do século XI. 
Ao longo da Idade Média, Travanca mostrará uma influência relevante no controlo económico, político e religioso da região, fosse por doações ou pela zelosa administração dos seus bens. O instituto integrava então a Terra de Sousa, tendo permanecido no concelho de Ribatâmega, apesar de ter sido coutado por Dona Teresa em 1120.
Este Mosteiro esteve sob a gestão de abades trienais beneditinos até finais do século XV ficando, a partir de então, sujeito aos abades comendatários cujas comendas terminaram no ano de 1565. Após este período, o Mosteiro volta à gestão de abades nomeados trienalmente pela comunidade, coincidindo com intensas atividades construtivas e reconstrutivas até à extinção das ordens religiosas em 1834.
Após esta data, o Mosteiro cai na escuridão do esquecimento, voltando a viver para a comunidade nos inícios do século XX, através das obras de restauro da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a instalação de uma dependência hospitalar nos seus espaços. Já nos inícios do século XXI adquiriu novas funções, desta vez, para educar "os homens e mulheres d’amanhã".
Apesar das dependências monacais remontarem ao século XI, a sua Igreja é do século XIII, notabilizando-se no contexto do património românico português pelas excêntricas dimensões e pela importância da sua ornamentação escultórica dos capitéis.
De aludir, também, à extraordinária torre que ladeia a Igreja. Na Idade Média a torre era entendida como símbolo de segurança e, na ausência de castelos, a Igreja era a melhor fortaleza. Independentemente da função a que se destinava, a natureza religiosa e uma pretensa vontade militar são, nestes casos, indissociáveis. É, ainda, por esta razão que a torre de Travanca tem de ser entendida enquanto elemento de afirmação senhorial, ou seja, do poder de uma família sobre uma região.
A 17 de janeiro de 1916 o conjunto monástico é classificado como Monumento Nacional, reconhecendo-se o valor patrimonial e histórico deste Mosteiro para Portugal.

Fonte: Associação de Municípios do Baixo Tâmega - turismo
http://www.baixotamega.pt/frontoffice/pages/302?geo_article_id=400

Ler mais:
https://www.rotadoromanico.com/pt/monumentos/mosteiro-do-salvador-de-travanca/
https://www.cm-amarante.pt/pt/mosteiro-do-salvador-de-travanca
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69880
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=3954
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Travanca

Os chocalhos de Alcáçovas

A produção de chocalhos constitui a principal indústria da povoação de Alcáçovas que os fabrica desde o século XVIII, e cujo segredo se mantém na posse de algumas famílias que o vêm transmitindo de geração em geração.
Hoje, o fabrico destes objetos continua a processar-se exatamente do mesmo modo, e as oficinas mantém o mesmo aspeto de há 200 anos. Mas, o seu número tem vindo a diminuir drasticamente. Ainda há 40 anos havia dezasseis oficinas, das quais atualmente apenas três funcionam.
Os chocalhos eram usados para pendurar ao pescoço de alguns animais (os guias), à volta dos quais se juntavam os outros enquanto pastavam. Também serviam para indicar o paradeiro das reses mais gulosas quando estas se afastavam da manada para os campos semeados. Atualmente, o sistema de limitar as zonas destinadas à pastagem com cercas aramadas está a fazer cair em desuso a utilização dos chocalhos.
O fabrico de chocalhos em Portugal, ofício e manifestação cultural que tem no Alentejo e em Alcáçovas a sua maior expressão, foi classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, por decisão tomada no dia 1 dezembro de 2015.

Ler mais:
http://www.cm-vianadoalentejo.pt/pt/site-visitar/Paginas/Artesanato.aspx
https://www.minhaterra.pt/fabrica-de-chocalhos.T12550.php
http://chocalhospardalinho.com/noticias/a-arte-dos-chocalhos-ja-e-patrimonio-imaterial-da-humanidade/#.X52FCIj7RQI

Chafariz do Sapal

Foi erigido, na antiga praça da Sapal em frente ao edifício da Câmara Municipal, em 1697, como remate do aqueduto mandado levantar por D. João II para abastecer de água a população. O chafariz dava de beber a uma boa parte dos setubalenses e aos seus animais, já que a versão original tinha um tanque, entretanto perdido, que servia de bebedouro.
O chafariz, atualmente implantado na Praça Teófilo Braga, mas originalmente construído na Praça do Sapal, em frente do edifício dos Paços do Concelho, é bem um exemplo das obras de beneficiação referidas, estas ocorridas no reinado de D. Pedro II. De facto, durante os séculos XVII e XVIII o problema do abastecimento às populações voltou a colocar-se de forma ativa, em consequência de uma série de fatores como a melhoria das condições de vida das pessoas.
Todo o conjunto, assente sobre dois degraus, é em mármore rosa e branco. O corpo de onde jorram as bicas, em forma de mascarões, acompanha o movimento ondulado da planta do tanque, sobrepondo-se-lhes três esferas armilares de grandes dimensões. Estas enquadram um outro corpo, de secção prismática, que é rematado pelas armas de Portugal e por dois anjinhos que as ladeiam. O espaldar apresenta duas volutas e no alçado posterior, a porta de acesso ao interior do chafariz exibe dois baixos relevos com a representação de navios da época.
Com o passar dos tempos, a importância utilitária dos aquedutos e chafarizes foi conhecendo uma redução gradual, o que transformou estes monumentos em exemplares de relevância histórico-cultural, muitas das vezes sacrificados pela recente ordem urbana. No caso do chafariz em questão, a sua transferência da Praça de Bocage, no decorrer do século XX, ficou a dever-se a problemas de ordenamento do trânsito, uma vez que a sua colocação, ao centro da Praça, dificultava a circulação. Nesta mudança para a Praça Teófilo Braga perdeu-se o bebedouro para animais, que se encontrava na zona posterior.

Fonte: Rosário Carvalho, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74257/

Ler mais:
https://www.visitarportugal.pt/setubal/setubal/setubal/chafariz-sapal

Caldeirinha de Pêro Botelho

A Caldeirinha Pêro Botelho, ou Algar dos Diabretes, trata-se de um cone vulcânico, em forma de funil, situado no flanco noroeste do maciço da Serra Branca, na ilha da Graciosa.
No cimo, a cratera apresenta-se com forma perfeitamente circular e o declive interior é bastante acentuado e com pouca vegetação, só permitindo a descida a pé pelo flanco oposto àquele onde está instalado o marco geodésico, e apenas até certa altura. Daí para baixo, entra-se na parte cilíndrica do funil, a pique, com cerca de 35m de altura. No fundo, a cratera já não tem a forma circular, e está quase toda coberta de vegetação e inundada por carcaças de animais que lá caíram, ou para lá foram arremessados, a SW abre-se um furna, com alguma dimensão, mas sem continuação.
Esta furna tem 22 metros de boca e 41 metros na sua máxima largura, e no meio dela empilham-se inúmeras pedras provenientes de desabamento do teto.
De entre todas as grutas da ilha Graciosa, é atualmente a única que necessita de equipamento de escalada e de pessoal habilitado para se poder aceder ao seu interior.
Uma caminhada à volta da cratera, e uma paragem no miradouro existente, permitem desfrutar de diversas perspetivas desta depressão e, ainda, contemplar a paisagem envolvente a este cone vulcânico, nomeadamente a Plataforma Noroeste da ilha, de natureza basáltica e que integra cerca de 55 cones de escórias. A Caldeirinha de Pêro Botelho é um geossítio prioritário de Geoparque Açores, de relevância regional e interesse científico, educacional e geoturístico.

Ler mais:
https://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=17
http://rgraciosa.blogspot.com/2012/02/caldeirinha-de-pero-botelho.html

Lagoas do Arrimal

Em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, junto à povoação do Arrimal, existem duas pequenas lagoas de retenção das águas pluviais: a Lagoa Grande e a Lagoa Pequena.
As lagoas do Arrimal são depressões naturais do tipo dolina num enquadramento paisagístico de elevada beleza. Os seus fundos encontram-se naturalmente impermeabilizados com argilas e outros sedimentos, permitindo alguma acumulação de água da chuva. A lagoa Grande aproveita a água da escorrência do Vale de Espinho, enquanto a lagoa Pequena, situada junto ao rossio da povoação do Arrimal, num recanto da designada depressão da Mendiga, recolhe as águas da sua própria bacia.
Devido ao meio cársico que caracteriza a região, onde a água superficial é escassa pois a circulação ocorre em profundidade, estas lagoas assumem grande importância, pelo que os seus fundos foram impermeabilizados artificialmente para assegurar a presença de água durante todo o ano. São utilizadas essencialmente como bebedouros para o gado, para rega e usos domésticos, constituindo pequenos oásis neste reino da pedra.
Pelas suas características, as lagoas reúnem uma fauna peculiar que inclui a galinha-d’água, o mergulhão pequeno, o sapo comum, a rã-verde e a cobra-de-água.
Estas lagoas são enriquecidas pela presença próxima do carvalho-negral, uma espécie vegetal rara na região.
Os poços, em volta das lagoas e ao longo da Rua Principal da povoação do Arrimal, são belos exemplares arquitetónicos construídos em calcário, dos quais se desconhece a idade, testemunhas, noutros tempos, da presença de água em lençóis freáticos mais próximos da superfície.

Ler mais:
https://natural.pt/protected-areas/parque-natural-serras-aire-candeeiros/geosites/lagoas-do-arrimal?locale=pt
https://www.municipio-portodemos.pt/pages/1398?poi_id=304

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Praia de Carcavelos

Situada junto ao Forte de São Julião da Barra, a Praia de Carcavelos é primeira praia oceânica após a foz do rio Tejo.
Possui o maior areal da linha do Estoril, onde se costumam realizar campeonatos de voleibol e futebol de praia.
Pela proximidade de Lisboa e facilidade de acessos, Carcavelos é uma praia muito concorrida durante o verão, mas no inverno é também frequentada pelos praticantes de surf e bodyboard, que aqui encontram excelentes condições para a prática destas modalidades.
Junto à praia, situam-se diversos restaurantes afamados, bem como bares e esplanadas que proporcionam agradáveis momentos de lazer ao sol.


Ler mais:
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/praia-de-carcavelos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Praia_de_Carcavelos

Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo

O Convento e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo localizam-se na Praça João Lisboa, em São Luís do Maranhão, pertencendo à Ordem dos frades Capuchinhos. A Igreja do Carmo, integrada no convento, é um dos templos católicos mais importantes e tradicionais da cidade.
O primeiro convento foi edificado num local chamado sítio de Monsieur de Pinau, posteriormente conhecido como "Carmo Velho", onde hoje se localiza a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Rua do Egito. Pouco mais tarde, em 1627, foi construído o convento atual, onde havia uma capela dedicada a Santa Bárbara.
A história da Igreja de Nossa Senhora do Carmo está ligada a lutas da cidade. Entre elas, a batalha que resultou na expulsão dos holandeses de São Luís (1641). Nessa altura, o convento serviu de abrigo a mulheres e crianças, além de fortificação para guardar artilharia. Nessa época, a edificação foi bastante danificada, permanecendo assim durante muito tempo, já que a cidade não tinha condições de reformá-la, o que só viria a acontecer no século XVIII, com as mudanças socioeconômicas de São Luís, com a implantação da Companhia de Comércio e com a introdução do trabalho escravo negro.
Em 1808, as duas torres da igreja foram erguidas. Nas décadas seguintes, serviu de sede para artilharia imperial e mais tarde para o Corpo Policial de Segurança Pública.
No andar superior, funcionou também a Biblioteca Pública (1831) e após remoção do Corpo Policial, abrigou o Liceu Maranhense. Uma placa com a inscrição Liceo – 1838 ainda existe no local.
Já em 1866 teve a fachada revestida por belíssimos azulejos portugueses, preservados até hoje.
A igreja tem estilo predominantemente barroco, com fachada simétrica. Possui duas torres laterais de linhas simples encimadas por cruzes de ferro, e entre elas, um frontão triangular clássico, também encimado por uma cruz. No centro da fachada, há três janelas com balcão de ferro e abaixo destas, a entrada principal da igreja. É provável que seus únicos elementos primitivos sejam a porta principal e a fachada, modificada pelo revestimento de azulejos recebido em 1866.

Ler mais:
https://www.bahia.ws/convento-e-igreja-de-nossa-senhora-do-carmo-sao-luis-do-maranhao/
https://oimparcial.com.br/noticias/2015/09/conheca-as-igrejas-historicas-de-sao-luis-e-seus-momentos-importantes-para-a-cidade/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_e_Igreja_de_Nossa_Senhora_do_Carmo_(São_Luís)

Reserva Florestal da Quinta das Rosas

A Reserva Florestal de Recreio da Quinta das Rosas, localizada nas proximidades da Vila da Madalena, é uma zona de lazer da ilha do Pico.
Possui uma área 3 hectares e está situada a uma altitude de cerca de 150 metros. Apesar de um violento temporal, ocorrido em 1986, ter destruído grande parte do património vegetal, a Reserva possui ainda uma grande riqueza de espécies botânicas, algumas de particular raridade, que os Serviços Florestais têm procurado assegurar.
Os visitantes da Quinta poderão observar árvores e arbustos ornamentais como: metrosíderos, palmeiras, plátanos, castanheiro-da-índia, araucárias, banksias, dragoeiros, eucaliptos, camélias, hibiscos. Destaque ainda para uma coleção de fruteiras: abacateiro, amendoeira, ameixieira, anoneira, araçaleiro, castanheiro, cerejeira, goiabeira, marmeleiro, nespereira, pessegueiro, pereira e romãzeira. 

Para além desta grande riqueza botânica, a Reserva oferece zonas de merendas, um miradouro com vista sobre a ilha do Faial, pequenos lagos e a pitoresca ermida de Santa Isabel, onde tradicionalmente se celebram casamentos. O Centro de Divulgação Florestal encontra-se em fase de instalação.

Fonte:
http://drrf-sraa.azores.gov.pt/areas/reservas-recreio/Paginas/RFR_Quinta_Rosas_pt.aspx

Museu do Bordado e do Barro de Nisa

Amplamente reconhecidos pela sua extraordinária beleza e características únicas das suas múltiplas expressões, executados por mãos femininas de grande mestria, os Bordados de Nisa ganharam enorme implementação popular, constituindo-se como uma das mais genuínas expressões da identidade das gentes nisenses.
Também o barro é tradição oleira do Alentejo, certamente a região do país onde esta arte mais floresceu, muito devido à formação argilosa das suas terras, que assim forneciam a matéria-prima necessária ao seu labor. A sua principal característica diferenciadora é sem dúvida alguma a técnica decorativa do empedrado, na qual se usam pequenos fragmentos de quartzo branco, que rasgam o barro em sulcos bem delineados, dando azo a belos motivos decorativos, cuidadosamente planeados e essencialmente ligados à flora e fauna regionais.
O Museu do Bordado e do Barro pretende dar a conhecer materiais utilizados para o fabrico do linho e na produção de alguns bordados e rendas. Dos espaços reproduzidos fazem parte uma cozinha tradicional e um quarto. Além de um quintal existe um espólio arqueológico e, na dependência agrícola, uma coleção de alfaias agrícolas. As peças de barro também fazem parte do espólio deste museu.

Fontes:
https://www.guiadacidade.pt/pt/art/museu-do-bordado-e-do-barro-de-nisa-291585-12
https://www.allaboutportugal.pt/pt/nisa/cultura/museu-do-bordado-e-do-barro

Ler mais:
https://museubordadoebarro.cm-nisa.pt/pt/museum/

Arribas do Penedo da Saudade

As arribas rochosas, onde se destaca o lendário Penedo da Saudade, conferem características peculiares às praias situadas entre a Praia Velha e São Pedro de Moel. Aqui se observam vários penedos de diferentes envergaduras, formando no seu conjunto uma planície de abrasão marítima (com 30 a 40m acima do nível do mar) que protege as áreas mais elevadas, dissipando a energia criada pelas ondas e tempestades. 
O acesso à praia, impossível em época de marés vivas, torna-se em períodos de marés baixas ou durante o verão, num passeio obrigatório para aqueles a quem a beleza natural e o antagonismo de uma mesma paisagem não é indiferente. É nestas alturas – quando o oceano o permite – que se pode contemplar uma magnífica variedade de fauna e flora marinhas, típicas de praias rochosas, dispostas em andares específicos. Os mexilhões, os bancos de percebes e as lapas, situam-se na região entre marés. 
Na secção inferior desta zona, e frequentemente associadas a poças de maré, observam-se frequentemente caranguejos, ouriços, estrelas-do-mar, gastrópodes, entre uma grande variedade de algas castanhas e vermelhas que não resistem a elevados níveis de dessecação.

Fonte: Câmara Municipal da Marinha Grande
https://www.cm-mgrande.pt/cmmgrande/uploads/document/file/1909/GUIATURISTICO_MG_PT_web.pdf
 



Ponte sobre o rio Sabor

A ponte fica situada no Rio Sabor, entre Izeda e Santulhão, respetivamente nos concelhos de Bragança e de Vimioso. 
Embora comummente referida como “romana”, a Ponte de Izeda, alçada sobre o rio Sabor entre a freguesia de Izeda, concelho de Bragança, e a vizinha Santulhão, esta já pertencente a Vimioso, é um magnífico exemplar de arquitetura pontística, com seus múltiplos arcos e perfil “em cavalete”.
Sendo uma construção de fábrica inequivocamente baixo-medieval, esta ponte mostra-se estreita e dotada de guardas, sob a forma de muretes de topo abaulado. É constituída por um tabuleiro em cavalete sobre cinco arcos desiguais, três de volta redonda e dois quebrados, sendo o arco central muito maior do que os restantes. Tanto os arcos como os contrafortes são muito diferentes entre si em resultado de sucessivas reconstruções parciais. A estrutura das guardas mostra lajes compridas colocadas na vertical entre as quais tem lajes horizontais na base e verticais no topo.
Em 1860, devido a uma grande cheia, o rio destruiu uma parte dela. Pelos anos 1938 deram-se as obras de renovação. Em 1987 foi erguida, a escassas centenas de metros, uma segunda ponte, em betão armado e tabuleiro reto assente sobre múltiplos pilares (cerca de 250 metros de comprimento e 40 de altura).

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2268
https://www.mundoportugues.pt/a-ponte-medieval-do-rio-sabor-e-uma-das-mais-belas-de-portugal/

Forte de Santo António de Tavira

O Forte de Santo Antônio de Tavira, também conhecido como Forte do Rato ou Forte da Ilha das Lebres, localiza-se a este do sítio das Quatro Águas, na foz do rio Gilão, junto à barra da cidade de Tavira.
Foi mandado edificar de raiz na segunda metade do século XVI, no reinado de D. Sebastião (1568-1578) de forma a proteger a entrada da barra e, simultaneamente, a cidade de Tavira. Esta construção não se veio a mostrar de grande utilidade uma vez que, ainda durante a sua construção, verificaram-se alterações na linha de costa e, consequentemente, na entrada da barra, a qual se desloca, progressivamente para levante, retirando eficiência defensiva àquela infraestrutura.
Mais tarde, cerca de 1670, foi edificado o Forte de São João, uma nova fortaleza para defesa da barra de Tavira, passando o Forte do Rato a ter um papel secundário na estratégia defensiva. Porém, a antiga fortaleza do Gilão viu a estrutura renovada, uma vez que a sua implantação era essencial para reforçar a linha de fogo do novo baluarte.
A partir das primeiras décadas do século XIX, o número de soldados aquartelados no Forte do Rato foi diminuindo gradualmente, o que levou a um progressivo abandono do espaço e à sua degradação, até que a guarnição foi extinta em 1840.
De planta poligonal abaluartada, no interior da praça distinguem-se ainda os espaço de aquartelamento, o paiol e o poço de abastecimento. Desde a década de 80 do século XX, têm sido levadas a cabo obras de recuperação do espaço, nomeadamente a porta principal e os panos de muralha, bem como de limpeza e sinalização do espaço interno da fortaleza.
No princípio do século XIX só existiam três baluartes voltados a sul, sendo a face norte constituída por um muro corrido e a entrada a meio. O portão de armas rasga-se na frente voltada a terra, sendo acedido primitivamente por uma ponte levadiça sobre um fosso inundado. No seu interior erguiam-se a casa do governador, os quartéis, o paiol, os armazéns e uma capela, assim como se abria um poço.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75045/
http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=1352&muda_idioma=PT
https://revive.turismodeportugal.pt/pt-pt/forte-rato
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2823
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Santo_António_de_Tavira

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mosteiro de São João de Tarouca

Ao que tudo indica, os primeiros monges cistercienses fixaram-se neste ponto do rio Varosa por 1140, ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento. O ritmo da construção do edifício (ou, pelo menos, da sua igreja) foi bastante rápido, sabendo-se que a primeira pedra do atual edifício terá sido lançada em 1154 e que este foi dedicado em 1169, pelo arcebispo de Braga, D. João Peculiar. 
Ao longo da Baixa Idade Média, Tarouca foi um dos mais importantes estabelecimentos monacais nacionais. Aqui se fez sepultar o Conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, num monumental túmulo de granito, decorado com cenas de caça nos faciais, tema característico de uma nobreza fundiária em busca de prestígio social e legitimação.
As grandes transformações aconteceram nos séculos XVII e XVIII, períodos em que se desenvolveram grandes programas de atualização estética e funcional do conjunto. À fachada principal foi acrescentado o atual portal, maneirista, encimado por nicho com a imagem de São João, e os dois janelões barrocos. No interior, destaca-se o retábulo-mor de talha dourada, datado de 1702, e o órgão de tubos, de meados do século. Destes períodos é igualmente a reforma do claustro e das alas monacais.
O ano de 1834 viria a ditar a sucessiva decadência do edificado, consequência direta do decreto da extinção das Ordens Religiosas. A igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX.
Classificado como Monumento Nacional, o complexo monástico integra desde 2009, juntamente com mais dois monumentos (Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e Convento de Santo António de Ferreirim) o Projeto Vale do Varosa, que já permitiu a requalificação da Igreja do Mosteiro e, desde 2013, a musealização das ruínas, resultado de uma exaustiva escavação arqueológica que decorreu entre 1998 e 2007.
Na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, o visitante pode ver a reconstituição tridimensional do Mosteiro, sendo este o espaço que acolhe o centro interpretativo do sítio. O Mosteiro de São João de Tarouca é um dos lugares mais procurados por quem visita a região do Douro e do Varosa.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70414
https://www.culturanorte.gov.pt/patrimonio/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/
https://www.valedovarosa.gov.pt/monumentos/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Restaurante "Agra na Boca"

O Restaurante "Agra na Boca" situa-se na aldeia turística de Agra em plena Serra da Cabreira a 15 km da vila de Vieira do Minho. É um restaurante típico recentemente recuperado mantendo contudo a arquitetura vernacular. Tem capacidade para 60 pessoas. 
Com uma cozinha tipicamente regional, tenta preservar as tradições gastronómicas pelo que a sua aposta vai para a Posta de Vitela barrosã, o costeletão de vitela barrosã acompanhados com batata a murro e legumes salteados, o cabrito assado em forno a lenha entre outros pratos tradicionais.
O restaurante só funciona ao fim de semana e mediante reserva.

Fonte:
https://cm-vminho.pt/locais/agra-na-boca/?mp=886&mc=1892

Passadiços da Barrinha de Esmoriz

Durante muitos anos a Barrinha de Esmoriz, ou Lagoa de Paramos, foi vítima de autênticos atentados ambientais, tendo inclusivamente sido utilizada como depósito de desperdícios. Mas, felizmente, em 2017 tudo mudou. Não só toda a zona da Lagoa de Paramos foi reabilitada, como ainda nasceram os fantásticos Passadiços da Barrinha de Esmoriz, a principal porta para visitar este tesouro natural de Portugal.
Os passadiços constituem um sítio privilegiado para os amantes da natureza, pois poderão observar as mais de 100 espécies de aves que aqui nidificam, entre as quais a garça-vermelha.
Ao longo do percurso vai encontrar placas informativas sobre este património natural e cultural. A lagoa costeira de águas salobras é o elemento principal desta caminhada e a ponte que a atravessa é o cenário perfeito para uma fotografia.
São oito quilómetros de puro deleite em que não só terá a possibilidade de caminhar sobre a Lagoa de Paramos e disfrutar do seu ecossistema ímpar, como ainda visitar a praia de Esmoriz e de Paramos e os seus respetivos cordões dunares.
Os Passadiços de Esmoriz possuem vários pontos de entrada e podem ser divididos em três partes. A primeira é o percurso laranja, que tem aproximadamente dois quilómetros e vai do Complexo Desportivo de Esmoriz até à entrada do aeródromo. No decorrer deste trajeto, o pedestre tem uma visão sobre a Lagoa de Paramos.
O segundo percurso tem cerca de 1,5 quilómetros, sendo o mais pequeno entre os três. Intitulado de percurso azul, este tem início no Rio Lamas e vai até Praia de Paramos. Aí, o percurso volta para atrás, até à ponte sobre a lagoa.
O terceiro e último trajeto tem mais de dois quilómetros e denomina-se percurso verde. Este tem início no final da ponte sobre a lagoa, dando a volta pela Praia de Esmoriz até chegar ao Observatório de Aves.

Fontes (incluindo imagens):
https://www.vagamundos.pt/passadicos-portugal/#Passadicos_da_Barrinha_de_Esmoriz
https://www.escapadarural.pt/blog/10-passadicos-a-nao-perder-em-portugal/
https://descla.pt/pelos-trilhos-de-portugal-passadicos-de-esmoriz-espinho

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Chalet e Jardins da Condessa d'Edla

O Chalet da Condessa d'Edla foi construído pelo rei D. Fernando II e sua segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d'Edla, entre 1864 e 1869, segundo o modelo dos chalets alpinos então em voga na Europa.

É um edifício com uma forte carga cénica caracterizado pela marcação horizontal do reboco exterior, pintado a imitar um revestimento em pranchas de madeira, e pelo uso exaustivo da cortiça como elemento decorativo, forrando molduras de portas e janelas, beirados, varandas e troncos de árvore adossados às fachadas para suporte de trepadeiras.
A localização do chalet é notável pois, situado no extremo oposto do parque em relação ao palácio, mantém com este uma importante relação visual que é acentuada pela proximidade de um dramático conjunto de blocos de granito, as Pedras do Chalet, e por um vale que é sobranceiro.
Da varanda do chalet avistava-se o mar, das pedras, as muralhas do Castelo dos Mouros recortando a serra e ao fundo, o palácio. O jardim envolvente integra miradouros com vistas para o palácio e exóticas coleções botânicas provenientes de todo o mundo, como por exemplo os fetos arbóreos da Austrália e Nova Zelândia plantados no Vale.
Aquando da morte de D. Fernando, em 1885, o rei deixa em testamento todos os seus bens, incluindo o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, à Condessa d’Edla. Após um processo judicial – que tinha como objetivo que este património passasse para a Coroa portuguesa –, Elise acabou por vender o Parque e Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros ao Estado, ficando com usufruto do chalet e do respetivo jardim até 1904.
Em 1999, o Chalet da Condessa d'Edla foi consumido por um incêndio, tendo reaberto ao público em 2011, depois de quatro anos de obras de recuperação em que a Parques de Sintra levou a cabo a reconstrução deste edifício de grande valor cultural, histórico e artístico. O projeto foi distinguido em 2013 com o Prémio União Europeia para o Património Cultural – Europa Nostra, na categoria de Conservação.

Ler mais:
https://visitsintra.travel/pt/visitar/monumentos/chalet-e-jardins-da-condessa-dedla
https://www.parquesdesintra.pt/pt/parques-monumentos/chalet-e-jardim-da-condessa-d-edla/

domingo, 25 de outubro de 2020

Capela de São Gonçalinho

De origem portuguesa, São Gonçalo terá vivido nos séculos XII-XIII. Pensa-se que nasceu a 1190 (perto de onde hoje se situa Vizela) e viria a falecer já em Amarante. Cedo mereceu a devoção popular fruto de uma vida ascética e de pregação. 
O São Gonçalinho de Aveiro, nome carinhoso pelo qual é conhecido, surgirá nesse contexto acrescido pelas suas virtudes e atributos de santo casamenteiro, protetor de doenças ósseas e das gentes da Beira Mar - o bairro que se estende sobranceiro ao seu templo.
A capela apresenta uma planta sextavada, muito em voga no Portugal da segunda metade do século XVII. No entanto, as obras prolongaram-se até ao ano de 1714, data esculpida no portal principal.
A capela daquele que é considerado o santo padroeiro de Aveiro, apresenta uma planta constituída por dois hexágonos, correspondendo o maior ao templo e o de dimensões mais reduzidas à sacristia anexa. O conjunto desenvolve-se em volumes diferenciados, destacando-se a cobertura em lanternim que respeita a planimetria da nave. Os alçados caracterizam-se pelas linhas simples e depuradas, com pilastras a marcar os cunhais, e entablamento superior em todo o perímetro da capela. Do conjunto, destaca-se o alçado principal, em pedra de ançã, rematado por um campanário central. O portal é ladeado por pilastras duplas, e encimado por entablamento toscano, igualmente duplo. Por cima, rasga-se um nicho ladeado por aletas, cuja traça se assemelha à do portal.
No interior, as arcarias de ordem toscana servem de suporte aos altares laterais e ao altar-mor, apresentando os restantes lados do hexágono janelões de iluminação. Os retábulos dos referidos altares, considerados obra modesta, são em talha dourada da primeira metade do século XVIII. A sacristia é revestida por azulejos azuis e brancos, bem como a cúpula, que apresenta azulejos polícromos, muitos deles caiados.
Durante as festas em honra de São Gonçalo são pagas diversas promessas feitas ao santo, com a tradição de atirar cavacas do cimo da capela, enquanto centenas de pessoas as tentam apanhar. Este é, muito provavelmente, o momento alto da festa!
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/155609
http://www.experimentaveiro.com/pt/blog/a-historia-do-sao-goncalinho

Estátua equestre de D. Pedro IV

A estátua equestre de D. Pedro IV situa-se na Praça da Liberdade, na cidade do Porto e tem a autoria do escultor francês Célestin-Anatole Calmels.
Foto: DGPC

O monumento, com cerca de dez metros de altura, é uma autêntica elegia pétrea à personalidade e vida do regente, apresenta-se constituído por uma base sobre a qual assenta um pedestal executado em pedra lioz. 
Originalmente realizados em mármore branco de Carrara, os dois relevos presentes nas faces laterais foram, por questões de conservação, substituídos por outros de bronze. Neles, observam-se cenas evocativas da relação do soberano com a cidade do Porto, da entrega do seu coração (inserido numa pequena urna à urbe e do desembarque no Mindelo, oferecendo a bandeira bordada pelas damas do Faial ao comandante do batalhão de voluntários da Rainha. E, quanto às faces frontal e posterior, elas ostentam as armas dos Braganças e da cidade do Porto, circundadas por folhas de carvalho e louro.
Foto: DGPC
Quanto à estátua, propriamente dita (fundida na Bélgica), D. Pedro IV surge-nos representado a cavalo, vestindo o uniforme do Regimento de Caçadores n.º 5, sobre o qual enverga uma polaca, exibindo chapéu bicónico. E enquanto segura as rédeas do cavalo com a mão esquerda, D. Pedro oferece a Carta Constitucional à cidade, com a direita.
Executado entre 1862 e 1866, o monumento assumiu um estatuto de homenagem pública e oficial da cidade do Porto àquele que também ficaria conhecido como "Rei Liberal", num ato inaugural ocorrido a 19 de Outubro de 1866, com a presença de D. Fernando (1816-1885) e D. Luís I (1838-1889).

Fonte: A. Martins, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73484/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5572

Castelo da Dona Chica