domingo, 30 de setembro de 2018

Igreja de Nossa Senhora do Pópulo em Benguela

A história desta igreja remonta ao século XVII, e terá sido a primeira construção de alvenaria a ser erguida em Benguela. Rezam as lendas que, para a sua construção, foram usadas as pedras que vinham do Brasil nos barcos negreiros que transportando os escravos para o continente americano traziam no regresso da viagem enormes pedras que serviam de lastro aos navios com o objectivo de os tornar mais estáveis.
A única data que ainda hoje é visível na fachada principal, 1 de Novembro de 1748, terá sido a data de um eventual restauro da igreja, ou talvez da primeira missa. Na sua fachada pode ler-se: "O capitão de Infantaria Roque Vieira de Lima, que com fervor e zelo fez esta obra tão pia, pede um Padre-Nosso e uma Avé-Maria".
Do ponto de vista arquitectónico, a construção foi esculpida ao estilo barroco. Vista do adro, sobressaem duas imponentes torres viradas para o mar que, em linha recta, liga a igreja com a sua linhagem brasileira, do outro lado da Praia Morena. No interior, pode ver um conjunto de azulejos, vitrais e objectos em prata. A igreja conta com um púlpito de madeira também ela vinda do Brasil, em estilo rococó, tratando-se de caso único em Angola e, inclusivamente, em toda a região da África Austral.
Segundo os registos históricos, durante quase 100 anos a igreja da Nossa Senhora do Pópulo serviu de panteão dos colonos europeus mais destacados na região e de figuras da Igreja local. Essa função permaneceu até 1838, ano em que foi inaugurado o Cemitério da Camunda. 
Em 1949, o templo foi elevado a Monumento Nacional.

Ler mais:
http://www.redeangola.info/roteiros/igreja-da-nossa-senhora-do-populo/
http://www.cpires.com/benguela_igrejas.html
https://prazerdeconhecer.wordpress.com/2016/10/08/igrejas-de-benguela/

Teatro Sá de Miranda

O Teatro Sá de Miranda foi inaugurado no dia 29 de Abril de 1885, na cidade de Viana do Castelo. A sua construção deveu-se ao esforço de um grupo de personalidades vianenses que constituiu, em 1879, a Companhia Fomentadora Vianense com o objectivo de construir um edifício civilizador.
É um Teatro à italiana projectado por José Geraldo da Silva Sardinha com a plateia em forma de ferradura e três ordens de camarotes, com capacidade de 400 lugares.
O Pano de Boca foi desenhado por Luigi Manini e pintado por Hercole Labertini, cenógrafos do Teatro S. Carlos e o tecto, uma imagem do céu em trompe l´oeil, com retratos de dramaturgos, foi pintado por João Baptista do Rio.
Este Teatro, verdadeiro ex-libris da cultura vianense e alto-minhota, tem acolhido os mais importantes espectáculos de música, teatro, ópera, dança e cinema da região.
A Câmara Municipal adquiriu o edifício em 1985, numa altura em que a sua degradação se acentuava. Desde então tem promovido obras de beneficiação, primeiro, em 1993, dando segurança e comodidade ao público e, numa segunda fase, dotando a caixa de palco dos mais modernos equipamentos cénicos, que permitem pôr em cena os mais exigentes espectáculos.
O mais relevante, neste projecto de restauro terá sido a conservação e o respeito pela linha geral do edifício oitocentista, completamente renovado, mas sem prejuízo do modelo e da estrutura e da funcionalidade que se mantém adequada à vocação original dos espectáculos de teatro de e de música.

Fontes:
http://www.cm-viana-castelo.pt/pt/teatro-municipal-sa-de-miranda
http://www.e-cultura.sapo.pt/patrimonio_item/13875

Casas típicas de Santana


Santana é uma vila da costa norte da ilha da Madeira, onde podemos encontrar as típicas casas da ilha com os seus telhados de colmo.
Estas casas, que constituem um cartaz turístico da ilha, têm uma forma de prisma triangular e são revestidas de colmo. Originalmente, estas casas eram compostas por um sótão, onde se guardavam produtos agrícolas, e por um piso térreo, geralmente área habitacional, que se achava dividida em duas partes separadas por um frontal.
Acredita-se que estas casas sejam vestígios de construções primitivas, feitas de madeira e colmo e, que se encontravam por toda a ilha. Por haver, na região, pouca pedra rija e o clima ser frio no inverno adoptou-se esta matéria-prima, possibilitando, também, uma adaptação às estações do ano, frescas no verão e quentes no inverno.
O Núcleo de Casas Típicas de Santana constitui um espaço de preservação, ampliado pelo Município de Santana, em memória do património local. 
Aqui estão dispostas algumas casas típicas de Santana, todas elas adaptadas ao contexto actual, nas quais também é possível adquirir uma grande variedade de produtos locais, artesanais e tradicionais.



Ler mais:
https://www.dobrarfronteiras.com/casas-tipicas-santana-madeira/
http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/explorar/detalhe/nucleo-de-casas-tipicas-de-santana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casas_típicas_de_Santana

Pedras parideiras da Serra da Freita



A cerca de 70 km da cidade do Porto, em pleno coração do planalto da serra da Freita, é possível observar um fenómeno que, até hoje, é considerado único no mundo e ponto de paragem obrigatório para quem visita esta região. Na aldeia de Castanheira, em Arouca, existe um afloramento granítico com cerca de um quilómetro de extensão, onde discos de pedra, designados de nódulos biotíticos, se soltam de rochas de granito, como se delas nascessem: são as pedras parideiras.
A “pedra-mãe”, que data de há mais de 280 milhões de anos, é um afloramento granítico onde estão incrustados pequenos nódulos em forma de discos biconvexos e que têm entre 2 e 12 centímetros. Oscilações térmicas ou os efeitos da erosão fazem com que esses nódulos sejam libertados da rocha-mãe e se espalhem à sua volta, deixando marcado nela o seu vazio, em baixo-relevo. Estas pequenas “pedras-paridas” são compostas pelos mesmos elementos mineralógicos do granito, a camada externa é composta por biotite (mineral de aspecto escuro e brilho metálico) e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico.
O fenómeno não está completamente explicado cientificamente e por isso levanta grande curiosidade e até crenças locais. Nesta região portuguesa, as Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na tradição ancestral. As populações locais creem que o colocar de uma das pequenas pedras-filhas debaixo da almofada de dormir, pode aumentar a fertilidade.
Na aldeia da Castanheira, a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação faz a contextualização geológica e pedagógica do fenómeno, e organiza visitas ao local. Aberto ao público desde novembro de 2012, tem como objectivo contribuir para a conservação, compreensão e valorização deste geossítio de relevância internacional, apoiando as visitas turísticas e educativas a este espaço.

Ler mais:
http://aroucageopark.pt/pt/explorar/o-que-visitar/museus-e-unidades-interpretativas/casa-das-pedras-parideiras-centro-de-interpretacao/
http://www.primeirapedra.com/2016/11/pedras-parideiras/
https://viagensasolta.com/pedras-parideiras-um-fenomeno-unico-no-mundo-aqui-tao-perto-em-arouca/

Palácio dos Aciprestes

Localizada em Linda-a-Velha, a antiga “Herdade de Ninha de Ribamar” que incluía a área do Palácio dos Aciprestes possui uma origem bastante antiga. Pelas referências existentes calcula-se que só no século XIX este palácio tenha começado a ser chamado de Palácio dos Aciprestes.
Em finais do século XVII, no tempo de Francisco Miranda Soares existiram um conjunto de “casas nobres”, “capela”, “terra de semeadura”, “vinha e horta”. Entretanto, a quinta foi “sequestrada” pela Fazenda Real, devido a dívidas que os proprietários tinham ao Estado e, mais tarde, foi doada por D. José a Alexandre de Gusmão. Este habitou-a por apenas três anos. Alexandre Gusmão, irmão do padre Bartolomeu Gusmão (inventor da “Passarola”), ocupou altos cargos, disputando-os com Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), chegando a ser secretário de D. João V.
Alexandre de Gusmão, construiu, então, uma sumptuosa residência, a qual recheou de inúmeras obras de arte e preciosidades de toda a ordem, ficando, mais tarde, conhecida como Palácio da Quinta Grande. Gusmão habitou o Palácio da Quinta Grande até 1753, ano da sua morte.
Em 1755, a mansão ficou bastante danificada com o terramoto, na altura em que a Quinta Grande passou para os herdeiros de Alexandre de Gusmão e com quem permaneceria durante pouquíssimo tempo, sendo depois vendida a D. Luiz da Cunha Manoel, ministro de D. José. Depois de 1760, foi doada várias vezes e ocupada por empresários, pelos condes de Vila Real, de Rio Maior, da Ponte e, em 1865, a Quinta Grande encontrava-se na posse do Visconde de Rio Seco. Nessa época, era um Centro de Convívio de várias figuras da alta roda portuguesa que, ou se hospedavam no Palácio ou o frequentavam assiduamente.
Depois de 1760 foi doada varias vezes e ocupada por empresários, pelos condes de Vila Real, de Rio Maior, da Ponte e em 1865, a Quinta Grande encontrava-se na posse do Visconde de Rio Seco, sendo nessa época um Centro de Convívio de várias figuras da alta roda portuguesa, que ou se hospedavam no Palácio ou o frequentavam assiduamente.
Na década de 1960, a Quinta dos Aciprestes e o seu Palácio ainda se encontravam na posse de descendentes ou parentes dos viscondes de Rio Seco. Foi então que a Quinta dos Aciprestes mudou de proprietário e sofreu uma transformação radical, graças a um projeto de modernização do conhecido arquitecto Raúl Lino. Do edifício inicial mantém-se apenas a capela, outrora dedicada a Nossa Senhora do Rosário, onde se destaca um altar em madeira policromada e painéis de azulejos do século XVIII.
Em 1981, a Quinta dos Aciprestes foi comprada por um construtor civil e só em 1992 é que a Quinta dos Aciprestes foi adquirida pelo Município de Oeiras, o qual procede a obras de remodelação e restauro, cedendo-a depois, em 1994, em regime de comodato à Fundação Marquês de Pombal, onde desde então aqui estabeleceu a sua sede.
A Quinta dos Aciprestes é constituída pelo Palácio dos Aciprestes, que alberga a Galeria de Arte, o Salão Nobre e a Biblioteca; pelo Jardim dos Aciprestes; pelo Parque Infantil Dr. António João Eusébio; pelo Parque das Amendoeiras e pela Casa Alexandre Gusmão.

Fonte: Fundação Marquês de Pombal
http://www.fmarquesdepombal.pt/palacio_hist.php

Ler mais:
http://www.historiadeportugal.info/palacio-e-quinta-dos-aciprestes/
http://www.visitasvirtuais.com/local.aspx?id=PalacioDosAciprestes#.W7CmM2hKhQI

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Cabo Carvoeiro

O Cabo Carvoeiro é um cabo que se situa no extremo da Península de Peniche, sobre o Oceano Atlântico, no concelho de Peniche, É um local de grande valor patrimonial (geológico e paisagístico), com grande variedade de falésias calcárias fortemente erodidas e campos de lapiás.
É o cabo mais ocidental da costa continental portuguesa a norte do Cabo da Roca. A oeste pode avistar-se o pequeno arquipélago das Berlengas, integrado numa reserva natural terrestre e marinha.
Neste local foi erguido o farol do Cabo Carvoeiro, de 25 m de altura, devido aos inúmeros naufrágios ocorridos nesse trecho do litoral.
A pequena Capela de Nossa Senhora dos Remédios, cerca do cabo, é o destino de uma concorrida romaria. Tem o interior revestido por valiosos azulejos do século XVIII, da oficina do mestre António de Oliveira Bernardes.
As arribas costeiras da península de Peniche, inseridas no Sítio Rede Natura 2000 Peniche/Santa Cruz, integram a chamada Orla Meso-Cenozóica Ocidental, assentando sobre rochas carbonatadas do Jurássico Inferior, que correspondem ao testemunho da fase inicial de enchimento da Bacia Lusitânica. Vários são os locais de interesse geológico inventariados pela comunidade científica nacional e internacional, sendo de destacar: a Papoa, a Praia do Portinho de Areia Norte, a Ponta do Trovão e Praia do Abalo, do Cerro do Cão ao Cabo Carvoeiro e a Gruta da Furninha. Do miradouro dos Remédios ao Cabo Carvoeiro, estende-se uma paisagem cársica de rara beleza, formada por lapiás de várias dimensões e que não raras vezes é local de paragem para turistas. Esta porção de costa da península de Peniche é detentora de elevado valor patrimonial, nomeadamente alto valor cénico e geomorfológico. 
Acresce o facto do alto valor didáctico, que permite interpretações paleoambientais de forma muito intuitiva. São notáveis a grande diversidade de conteúdo paleontológico.
Este local é muito apreciado também pelos amantes de aves onde poderão observar diversas aves marinhas em pleno voo, ou nas falésias adjacentes.

Ler mais:
http://www.cm-peniche.pt/CustomPages/setemaravilhas_cabocarvoeiro10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Carvoeiro
https://www.feriasemportugal.com/cabo-carvoeiro

Ecomuseu de Ribeira de Pena


Ribeira de Pena é um concelho de fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, onde se encontram o Alvão, o Barroso e o próspero vale do Tâmega. Fruto desta situação, possui um património rico e peculiar, de contrastes e simbioses que estão na origem de uma identidade muito própria caracterizadora da sua comunidade. O Ecomuseu de Ribeira de Pena pretende preservar e divulgar o património cultural da comunidade ribeirapenense, assim como promover e dinamizar a acção cultural na sua região de implantação.
O Ecomuseu integra os vários museus do município instalados em estruturas de grande significado para a comunidade que tem um papel fundamental na identificação e valorização do seu património. São diferentes os seus núcleos como são diferentes as vertentes do património da sua intervenção, criando uma rede de museus interligada e um roteiro cultural na região.
Trata-se de um museu polinucleado composto pelo: Museu da Venda Nova; Casa de Camilo; Casa da Cultura-Museu da Escola; Centro de Interpretação-Museu do Linho; Centro de Estudos Regionais; Espaço Santa Marinha; Casa do Minério-Museu do Volfrâmio; Centro dos Vinhos Verdes.
Os Serviços Educativos do Ecomuseu disponibilizam um conjunto de actividades de exploração das exposições e do património ribeirapenense, orientadas para diferentes tipos de público, tendo particular destaque a oferta para o público escolar. Além de ateliês, percursos pedestres e jogos educativos, são ainda disponibilizadas visitas guiadas aos roteiros culturais existentes no concelho, nomeadamente o Roteiro Tesouros de Ribeira de Pena e o Roteiro Camiliano. A oferta educativa pode ser consultada na página online do Ecomuseu onde se encontram disponíveis os contactos para informações e marcações.

Ler mais:
http://www.ecomuseu-rpena.pt/
http://www.cm-rpena.pt/cultura/?id=8
http://ecomuseuribeiradepena.blogspot.com/
https://eulacmuseums.net/index.php/component/fabrik/details/5/25

Parque do Monte da Penha


A Serra da Penha com uma área de 1140 hectares assume-se com sendo um local de extrema importância para a população de Guimarães, não só pelo impacto visual que tem sobre a cidade vimaranense, o que faz com que seja em termos paisagísticos conhecida pelo “pulmão da cidade”, mas também pelas mais variadíssimas vertentes tais como a religiosa (desde 1702 com grande concentração de pessoas de fé), a cultural (grutas e ermidas), a desportiva (provas de BTT, trial e downhill), o lazer (com percursos pedestres pelos trilhos, teleférico e visitas guiadas de mini-trem) e a ambiental (diversidade ecológica em termos de fauna e flora).
Observadas atentamente, as espécies do parque florestal da Penha constituem um autêntico oásis, uma espécie de santuário natural, cujas árvores irradiam beleza e energia para todas as terras circunvizinhas, possui uma flora riquíssima, essencialmente mediterrânica, fruto da geologia e do microclima da Serra.
No que concerne à diversidade faunística, podemos encontrar uma grande variedade de espécies animais. É possível verificar algumas espécies ao longo destes percursos e no próprio cume da montanha, nomeadamente, a alvéola-branca, o pisco-de-peito-ruivo, o cartaxo-comum, o chapim-real, o chapim-carvoeiro, o chapim-rabilongo, o chapim-azul, o gaio, o tentilhão, o lugre, o pintarroxo, o tordo-comum, o pica-pau-verde, a trepadeira-azul, a trepadeira-comum e a cotovia-arbórea.
O Município de Guimarães tem em curso, diversos projectos que visam promover a biodiversidade deste ecossistema, potenciando ainda o turismo de natureza, como são exemplos o Plano de Controlo de Espécies Invasoras, a criação de Rotas de Biodiversidade, a instalação de um Centro Ornitológico e ainda a reflorestação de zonas ardidas ou com intensa presença de espécies invasoras, projectos que integram o plano de promoção da biodiversidade de Guimarães recentemente reconhecido,

Ler mais:
https://www.guimaraesmaisverde.pt/_penha
https://www.cm-guimaraes.pt/cmguimaraes/uploads/document/file/3436/18632.pdf

Igreja dos Carmelitas


A escassos 100 metros da Torre dos Clérigos, fica um raro conjunto monumental, classificado como monumento nacional desde 2013. Falamos das igrejas gémeas dos Carmelitas e do Carmo. 
“A implantação geminada de duas igrejas constitui uma raridade no panorama urbano nacional, constituindo uma cenografia de grande impacto visual na zona nobre do Porto setecentista, marcado pelo espírito do urbanismo iluminista” – refere o decreto de 2013 que institui a classificação de monumento nacional ao conjunto. Na verdade, esta disposição lado a lado permite observar dois edifícios de grande qualidade, ilustrativos da evolução histórica da arte em Portugal.
No Porto, a ordem dos Carmelitas descalços surgiu em 1617. Dois anos depois, receberam um terreno no Campo do Olival para erguer o edifício do Convento de Nossa Senhora do Carmo. Com a primeira pedra lançada a 5 de maio de 1619, a obra ficou concluída em 1622, beneficiando de donativos de aristocratas, mercadores e da própria Câmara do Porto. O edifício do antigo convento é hoje ocupado pelo Comando Territorial do Porto da Guarda Nacional Republicana.
A igreja, erguida do lado nascente do convento, representa um bom exemplo de fachada maneirista erudita. Apresenta planta em cruz latina abobadada com uma nave única precedida por nártex. A frontaria clássica, ritmada pelos três arcos da entrada, encimados por nichos que albergam imagens de São José, de Santa Teresa e de Nossa Senhora do Carmo. A fachada é rematada por um frontão triangular que ostenta o brasão da ordem religiosa sob a coroa real.
O seu interior contém um valioso património retabular barroco e rococó, em notável estado de conservação e integridade. Inclui um órgão de tubos e um retábulo-mor de José Teixeira Guimarães, grande mestre entalhador da segunda metade do século XVIII.

Ler mais:
http://portoby.livrarialello.pt/igrejas-do-carmo-dos-carmelitas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_dos_Carmelitas
https://www.portopatrimoniomundial.com/-igreja-dos-carmelitas.html

domingo, 23 de setembro de 2018

Antiga Casa da Câmara de Penamacor


Edificada no século XVI, a antiga Casa da Câmara de Penamacor é um exemplo perfeito de localização da casa da câmara sobre as portas da vila. Encontra-se no alinhamento da muralha e assenta sobre a primitiva porta da vila, a cujo portal românico se justapôs o portal gótico, originando uma entrada em túnel. Por simples observação depreende-se que o edifício actual resulta de várias intervenções ao longo dos últimos séculos. No interior encontram-se dois compartimentos: o mais pequeno servia para o escrivão da Câmara, no mais amplo realizavam-se as sessões. Aqui reuniram e deliberaram os vereadores do concelho até aos anos 1800, altura em que a Câmara transitou para a actual localização, junto ao Terreiro de Santo António. 
Despojado das suas antigas funções, o edifício viria a servir de paiol da guarnição militar, e, já em 1949, foi sede do núcleo embrionário do Museu Municipal. Entre 2005 e 2010 acolheu o Posto de Turismo. Hoje exibe um conjunto de documentos e objectos relacionados com o exercício da administração local nos períodos medieval e moderno, bem como alguns vídeos reveladores do património natural e etnográfico do concelho.

Fonte: Câmara Municipal de Penamacor
http://www.cm-penamacor.pt/cmp/index.php/servicos/cultura/museus/antiga-ccamara
http://www.cm-penamacor.pt/cmp/index.php/conhecer/patrimonio/edificado

sábado, 22 de setembro de 2018

O Fandango do Ribatejo

O fandango é uma dança castiça, típica da região ribatejana, uma das mais populares do folclore português.

Provavelmente importado de terras andaluzas, o fandango ganhou cores próprias nas zonas onde foi mais acarinhado: no Minho (com o vira galego) e, em especial, no Ribatejo. As diferenças entre o fandango português e o fandango espanhol são já tantas que dificilmente conseguimos hoje ver o segundo como primogénito do primeiro, exceptuando numa certa apetência de ambos para o sapateado. Mais facilmente descortinamos o portuguesismo no fandango que foi levado por nós para o Brasil, sobretudo no fandango caiçara, esse sim, com reconhecíveis afinidades.
Apesar das suas variantes, o fandango ribatejano caracteriza-se como baile de despique entre dois homens, na maior parte das vezes campinos, numa luta de passos com o fim de cortejar uma mulher.
Era a dança das eiras ribatejanas, das lezírias do Tejo que antecipam o Mar da Palha, campos acamados com a água da beira-rio. Pode ser acompanhada por uma multiplicidade de instrumentos, de cordofones aos foles ou mesmo aos metais, tendo no acordeão ou na concertina ou na harmónica os seus suspeitos do costume. A fazer de percussão, entra a cana rachada, instrumento ultra improvisado e forjado nos canaviais.
Quando a música já marcha, entra o que importa: o baile. Peito hirto e vertical, cabeça praticamente imóvel e levantada, polegares espetados e escondidos debaixo das covas dos braços ou nos bolsos da jaqueta. Da cintura para cima, é isto, pouco ou nada se mexe. Porque todo o movimento está guardado para as pernas e para os pés – as primeiras com movimentos rápidos e cruzados, os segundos decalcam e estacam solas e biqueiras no chão. Uma modificação a este baile de dois é a introdução de duas varas, uma para cada dançarino, numa apropriação que o Ribatejo fez do nortenho jogo do pau, chamando-se a esta forma o Fandando de Varapau.

Ler mais:
http://www.folclore-online.com/dancas_populares/fandango.html#.W6awVWhKhQI
https://www.portugalnummapa.com/fandango/
https://www.dn.pt/sociedade/interior/fandango-patrimonio-da-humanidade-5223387.html
http://www.mediotejo.net/fandangadas-por-aurelio-lopes/

Forte de Santa Catarina

A importância da defesa do porto e da baía da Figueira da Foz e de Buarcos foi ao longo dos séculos uma questão sempre presente para os habitantes da região. Como tal em Outubro de 1585 alguns homens "doutos" da Câmara da cidade de Coimbra escreveram a Filipe I pedindo a construção de um forte, a erguer à entrada da barra do Mondego, na zona de rochedos conhecida por Monte de Santa Catarina. As obras de edificação da fortaleza, que seriam custeadas pelas rendas da vila de Buarcos, da Universidade de Coimbra, do Cabido e do Mosteiro de Santa Cruz, terão sido iniciadas algum tempo depois. 
O forte de Santa Catarina apresenta uma curiosa estrutura, que contraria os tratados de arquitectura militar da época. Devido à irregularidade do terreno, a planta do forte foi desenvolvida em formato triangular, desaconselhado pelos tratadistas por originar um ângulo muito agudo nas faces do baluarte, que poderia inviabilizar a defesa. Os restantes baluartes apresentam-se com faces em forma de cauda de andorinha. Dentro da praça foram edificadas as casernas e a capela de Santa Catarina, um oratório de planta quadrangular e tipologia maneirista, edificada (ou reedificada) cerca de 1598. 
Em 1602 a região da Figueira da Foz era atacada por piratas ingleses, sendo o forte saqueado. Mais tarde, depois da restauração da independência, D. João IV e os engenheiros militares do reino delinearam um plano de reforço da defesa da costa marítima, que integrava a reconstrução de fortalezas que se mostravam obsoletas ou arruinadas e a edificação de novas fortalezas, como reforço das linhas de fogo. Assim em 1643 iniciavam-se novas obras de edificação no forte de Santa Catarina, tendo sido aumentada uma das cortinas da fortaleza para que fossem assentes 15 peças de fogo. 
No entanto, e apesar da sua importância na defesa da barra do rio Mondego, há notícia de que em 1680 o forte se encontrava em ruína, sendo então feito um orçamento para a reedificação, cuja verba que lhe estava destinada acabou por ser utilizado em despesas de guerra. 
Durante a terceira invasão dos exércitos franceses, em 1808, o forte foi ocupado pelas tropas napoleónicas, tendo sido enviado um destacamento para a defesa do forte alguns meses depois, que depois de recuperar a praça e desmantelar o armamento do exército francês, permitiu assegurar o desembarque das tropas de Wellesley na zona de Lavos. Ao longo de todo o século XIX a fortaleza foi sendo alvo de sucessivas avaliações, que referiam a necessidade de serem efectuadas obras de reparação. 
Em 1911 uma parte do espaço do forte de Santa Catarina foi cedido ao Instituto de Socorros a Náufragos, e o restante espaço foi arrendado ao Ténis Club Figueirense alguns anos mais tarde. Terá sido também nos primeiros anos do século XX que foi edificado o farol de ferro no centro da praça-forte, desactivado desde 1991.
O forte está classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 5 de dezembro de 1961.
Fonte: Catarina Oliveira (IPPAR, 2004)
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74200/

Ler mais: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2711
http://www.cm-figfoz.pt/index.php/onde-ir/patrimonio-arquitetonico/385-visitar/onde-ir/patrimonio-arquitetonico/patrimonio/arquitetura-militar/1025-forte-e-capela-de-santa-catarina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Santa_Catarina

Cemitério Inglês em Lisboa


O tratado assinado em 1654 entre um Portugal em processo de recuperar a sua independência e a sua antiga aliada, Inglaterra, está na origem de um pouco conhecido cemitério lisboeta onde descansam retalhos da história com ligações a um punhado de nações europeias. 

O Cemitério dos Ingleses foi criado em 1717 (o mais antigo de Lisboa) mas só começaram os enterramentos em 1725. Situa-se na Rua da Estrela n.º 2, em frente ao conhecido Jardim público da Estrela.
No Tratado rubricado em Westminster a 10 de julho de 1654 entre Oliver Cromwell e o representante do rei João IV, Portugal prometia respeitar nas suas fronteiras a religião da comunidade britânica, numerosa pela tradicional relação mercante entre ambos os países.
Graças à apostila "e que se habilite um lugar para enterrar aos seus mortos" nesse acordo, a partir do século XVIII os protestantes de Lisboa - não só ingleses - puderam evitar ter de lançar os corpos dos seus familiares ao mar ou ao Tejo devido à proibição católica de admitir "hereges" nos seus cemitérios.
A tranquilidade, a vegetação exuberante e a beleza de alguns dos monumentos funerários deste espaço, que conta também com uma capela com serviços anglicanos, escondem a realidade das suas primeiras décadas de funcionamento. É que muitos dos enterrados eram marinheiros pobres, de origem especialmente inglesa mas também holandesa, que não contam com placa nem lápide alguma na sua lembrança e que em muitos casos nem sequer constam nos registos existentes. Entre os mortos do século XVIII, que contaram com honras e grandes monumentos, destaca-se o dramaturgo e romancista satírico inglês Henry Fielding, que morreu durante uma viagem a Portugal em 1754 na qual buscava uma mudança de ares que melhorasse a sua deteriorada saúde.

Uma época de especial actividade do cemitério foi a dos confrontos com as tropas napoleónicas, em torno de 1800, já que os ingleses enviaram soldados para ajudar Portugal. O morto mais célebre desse período é o militar e príncipe alemão Christian August de Waldeck, cuja destreza a aconselhar o Exército português levou a coroa portuguesa a erigir como monumento funerário em sua honra uma enorme pirâmide de mármore.
Praticamente o único dia do ano em que rompe a sua tranquilidade e reúne um número importante de membros da comunidade britânica em Lisboa é em novembro, no domingo mais próximo ao dia 11. Nesse dia celebra-se no Reino Unido o "Remembrance Sunday" ou "Domingo da Lembrança" das baixas nacionais das guerras mundiais, ao qual o cemitério de Lisboa adere com a realização de uma missa.

Ler mais:
http://lazer.publico.pt/patrimonio/248591_cemiterio-dos-igleses
https://www.efe.com/efe/portugal/destacada/as-mil-historias-portuguesas-francesas-ou-alem-s-do-cemiterio-ingles-de-lisboa/50000440-2654826
https://www.facebook.com/lisboadeantigamente/photos/a.1493633104195493/1934512726774193/?type=1&theater
https://aconteceemlisboa.pt/cemiterio-ingles/

Funicular de Santa Luzia

O Elevador de Santa Luzia está localizado no Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo. É um funicular que liga a Estação Ferroviária de Viana do Castelo ao Santuário de Santa Luzia, no cimo do monte do mesmo nome.
Vencendo um desnível de 160 metros, em seis a sete minutos, a viagem no Funicular de Santa Luzia é a mais longa de todos os funiculares do país, com os seus 650 metros, tendo mais do dobro da distância do que se lhe segue, o da Nazaré (com 310 metros).
A lotação é de 25 passageiros (dos quais 11 sentados) e, reduzindo estes, podem ser transportadas pessoas em cadeiras de rodas,carros de bebés e duas bicicletas. A viagem é realizada a uma velocidade de dois metros por segundo.
Construído por iniciativa do empresário e engenheiro portuense Bernardo Pinto Abrunhosa, foi inaugurado em 02 de julho de 1923.
Em 2001, foi desactivado e entrou em processo de degradação, até que, em junho de 2005, foi submetido a trabalhos de restauração por parte das empresas Efacec/Liftech. Algumas peças foram fabricadas em Espanha, nomeadamente as carruagens, na empresa Ingeniería y Servicios de Montaña (ISM), de Saragoça. Foi reaberto ao público em 05 de abril de 2007. A sua exploração é feita pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, perante a responsabilidade técnica da empresa Liftech.
Foram compradas duas carruagens novas, foi remodelada a linha e as estações, além da construção de um passeio ao longo de toda a via para facilitar o acesso pedonal em situações de emergência.
Com 160 metros de desnível e 25% de inclinação média, o elevador de Santa Luzia dispõe agora de três fontes de energia diferentes (eléctrica, gerador e bateria) e de quatro sistemas de travagem, sendo a segurança precisamente uma das características da renovação realizada.
Em 2013 e 2014, o Elevador de Santa Luzia conquistou o prémio “Infraestrutura Ferroviária”, atribuído pela Lusifer – Estudos e Realizações Ferroviárias, entidade que envolve a CP Entusiastas, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes e pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro.

Ler mais:
http://www.cm-viana-castelo.pt/pt/funicular-de-santa-luzia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elevador_de_Santa_Luzia
https://radioaltominho.pt/noticias/elevador-de-santa-luzia-faz-perto-de-30-mil-viagens-em-julho/

Templo romano de Évora

O Templo Romano de Évora, o ex-libris da cidade, é um dos mais grandiosos e mais bem preservados templos romanos de toda a Península Ibérica, tendo sido considerado Património Mundial pela UNESCO em 1986. o templo romano foi construído no início do século I d.C., e fica situado no centro histórico da cidade, mais precisamente, no Largo Conde de Vila Flor, próximo da Sé Catedral.
Embora o templo romano de Évora seja frequentemente chamado de Templo de Diana, sabe-se que a associação com a deusa romana da caça originou-se de uma fantasia criada no século XVIII pelo padre Manuel Fialho. Na realidade, o templo foi provavelmente construído em homenagem ao imperador Augusto, que era venerado como um Deus durante e após o seu reinado. O templo foi bastante danificado no século IV, durante as perseguições religiosas levadas a cabo no tempo do imperador Honório.
Posteriormente à sua vandalização, deve ter sido integrado nas fortificações de Évora, nos períodos visigótico, muçulmano e primeiras centúrias do Portugal Independente, sendo depois transformado num açougue público, por alvará da rainha D. Beatriz de Castela, esposa de D. Afonso IV. Durante a crise de 1383-85, o templo foi também palco de escaramuças entre os partidários do mestre de Avis e os aliados de D. Leonor Teles, o que terá contribuído para uma ainda maior degradação da sua estrutura.
No ano de 1870, o monumento foi desobstruído, reintegrando, tanto quanto possível, as suas linhas originais.
De linhas assumidamente clássicas, pertencente a uma tipologia que assistiu ao seu desenvolvimento especialmente no território da Península Ibérica, esta estrutura demonstra uma convivência plenamente harmoniosa entre materiais de construção tão diferentes, como o mármore e o granito. 
De todo o complexo, chegaram até aos nossos dias o podium, quase completo, onde é ainda bem visível a escadaria, apesar do seu desmoronamento. O podium, propriamente dito, encontra-se estruturado numa área de c. de 25 m de comprimento, 15 m de largura e 3,5 m de altura, em cantaria granítica de aspecto irregular, o denominado opus incertum
Quanto às colunas, este Templo - um dos mais bem conservados da Península Ibérica -, apresenta a colunata intacta, composta de 6 colunas, arquitrave e fragmentos do friso no seu topo norte, enquanto do seu lado oeste surgem apenas 3 colunas inteiras - uma das quais sem capitel e base -, fragmentos da arquitrave e um dos frisos. No respeitante à tipologia, são colunas coríntias com fustes vincadamente canelados, constituídas por 7 tambores de tamanho irregular. As colunas assentam em bases circulares de mármore branco de Estremoz. Em relação aos capitéis, eles apresentam-se lavrados no mesmo mármore, com decoração estruturada em 3 ordens de acantos e ábacos, ornamentados de florões e flores, como malmequeres, girassóis e rosas.
Está classificado como Monumento Nacional desde junho de 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70489
http://www.visitevora.net/templo-romano-evora-diana/
http://www.portugalnotavel.com/templo-de-diana-evora/
http://www.roteirodoalqueva.com/patrimonio/templo-romano-de-evora
https://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_romano_de_Évora


Castelo da Dona Chica