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sábado, 31 de outubro de 2020

Caldeirinha de Pêro Botelho

A Caldeirinha Pêro Botelho, ou Algar dos Diabretes, trata-se de um cone vulcânico, em forma de funil, situado no flanco noroeste do maciço da Serra Branca, na ilha da Graciosa.
No cimo, a cratera apresenta-se com forma perfeitamente circular e o declive interior é bastante acentuado e com pouca vegetação, só permitindo a descida a pé pelo flanco oposto àquele onde está instalado o marco geodésico, e apenas até certa altura. Daí para baixo, entra-se na parte cilíndrica do funil, a pique, com cerca de 35m de altura. No fundo, a cratera já não tem a forma circular, e está quase toda coberta de vegetação e inundada por carcaças de animais que lá caíram, ou para lá foram arremessados, a SW abre-se um furna, com alguma dimensão, mas sem continuação.
Esta furna tem 22 metros de boca e 41 metros na sua máxima largura, e no meio dela empilham-se inúmeras pedras provenientes de desabamento do teto.
De entre todas as grutas da ilha Graciosa, é atualmente a única que necessita de equipamento de escalada e de pessoal habilitado para se poder aceder ao seu interior.
Uma caminhada à volta da cratera, e uma paragem no miradouro existente, permitem desfrutar de diversas perspetivas desta depressão e, ainda, contemplar a paisagem envolvente a este cone vulcânico, nomeadamente a Plataforma Noroeste da ilha, de natureza basáltica e que integra cerca de 55 cones de escórias. A Caldeirinha de Pêro Botelho é um geossítio prioritário de Geoparque Açores, de relevância regional e interesse científico, educacional e geoturístico.

Ler mais:
https://www.azoresgeopark.com/geoparque_acores/geossitios.php?id_geositio=17
http://rgraciosa.blogspot.com/2012/02/caldeirinha-de-pero-botelho.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Arribas do Penedo da Saudade

As arribas rochosas, onde se destaca o lendário Penedo da Saudade, conferem características peculiares às praias situadas entre a Praia Velha e São Pedro de Moel. Aqui se observam vários penedos de diferentes envergaduras, formando no seu conjunto uma planície de abrasão marítima (com 30 a 40m acima do nível do mar) que protege as áreas mais elevadas, dissipando a energia criada pelas ondas e tempestades. 
O acesso à praia, impossível em época de marés vivas, torna-se em períodos de marés baixas ou durante o verão, num passeio obrigatório para aqueles a quem a beleza natural e o antagonismo de uma mesma paisagem não é indiferente. É nestas alturas – quando o oceano o permite – que se pode contemplar uma magnífica variedade de fauna e flora marinhas, típicas de praias rochosas, dispostas em andares específicos. Os mexilhões, os bancos de percebes e as lapas, situam-se na região entre marés. 
Na secção inferior desta zona, e frequentemente associadas a poças de maré, observam-se frequentemente caranguejos, ouriços, estrelas-do-mar, gastrópodes, entre uma grande variedade de algas castanhas e vermelhas que não resistem a elevados níveis de dessecação.

Fonte: Câmara Municipal da Marinha Grande
https://www.cm-mgrande.pt/cmmgrande/uploads/document/file/1909/GUIATURISTICO_MG_PT_web.pdf
 



sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Trilho pedestre da Fajã de Lopo Vaz

O trilho da Fajã de Lopo Vaz é um percurso pedestre de rota linear de ida e volta, que tem início junto ao miradouro e zona de merendas com o mesmo nome. Trata-se de um percurso de dificuldade média, com cerca de 3.4km de extensão, um desnível de 259m  e com um tempo estimado de duas horas para ser percorrido.
Provavelmente a fajã foi um dos primeiros locais da ilha a serem habitados, sendo o nome Lopo Vaz proveniente de um dos povoadores iniciais da ilha.
Classificada como Geossítio inserido na Ponta da Rocha Alta e Fajã de Lopo Vaz, as fajãs constituem-se como plataformas de abrasão, ou seja, plataformas detríticas resultantes da acumulação de sedimentos provenientes das arribas adjacentes.
A descida faz-se por um caminho alternado de terra, calçada e degraus em pedra, por entre vegetação endémica como a Urze (Erica azorica), o Pau-branco (Picconia azorica) e pequenas nascentes de água.
Desce-se a partir do Miradouro da Fajã de Lopo Vaz e, após a primeira ladeira, chega-se a um recanto onde corre água entre as criptomérias (Cryptomeria japonica). Mais abaixo, desce-se a arriba ao longo de uma escada em pedra e, mesmo em frente, consegue-se ver a Ponta da Rocha Alta. No lado direito brotam pequenas quedas de água de onde florescem agriões (Nasturtium officinale). 
Ao longe, consegue-se observar a Fajã de Lopo Vaz e iniciar a última descida rumo ao areal, onde se encontra uma praia. Para explorar a Fajã, chegando à primeira casa, em vez de ir para o areal, pode-se seguir em frente pelo antigo trilho, o qual divide a Fajã praticamente ao meio. Passando por pequenas casas que surgem em sítios surpreendentes, o caminho prossegue até se perder nas terras da margem oeste da Fajã. O regresso tem de ser feito pelo mesmo caminho até se chegar de novo à entrada do percurso, junto ao Miradouro da Fajã de Lopo Vaz.
Um aspeto interessante neste local é o seu microclima, reputado como o mais quente das Flores e já com características tropicais. De facto, produzem-se aqui as maiores bananas (Musa sp.) da ilha.

Ler mais:
http://trails.visitazores.com/pt-pt/trilhos-dos-acores/flores/faja-de-lopo-vaz
http://parquesnaturais.azores.gov.pt/pt/flores/o-que-visitar/trilhos/faja-lopo-vaz
http://trails.visitazores.com/sites/default/files/prc_04_flo_-_faja_de_lopo_vaz_nova_versao.pdf

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Dolina de Covão do Feto


Na base do reverso da Costa de Minde e a menos de 2 km a norte do acidente geológico que corresponde ao cavalgamento do Maciço Calcário Estremenho sobre a bacia terciária do Tejo (cavalgamento do Arrife), no bordo sul do planalto de Santo António, o Covão do Feto é uma depressão cársica fechada, de forma aproximadamente circular e com fundo aplanado coberto de sedimentos argilosos, com potencialidade agrícola e pastorícia. Num dos bordos da depressão desenvolve-se a povoação com o mesmo nome.
Com uma profundidade de aproximadamente 40 m em relação ao topo das vertentes suaves, a depressão tem cerca de 1,2 km de comprimento por 1 km de largura, parecendo denunciar um controlo estrutural seguindo a orientação das grandes falhas existentes na região com orientação paralela à falha do Arrife.
A sua origem poderá estar associada a um vale normal de uma linha de água que servia de coletor principal à drenagem do sector oriental do planalto que escoava para a bacia do Tejo na região do Covão e que terá evoluído para um vale cego quando o maciço se elevou. Na sequência da sua evolução, a linha de água ter-se-á infiltrado em profundidade, mas a proximidade com a zona de saturação cársica terá condicionado o aparecimento da depressão, onde se verificariam inundações periódicas responsáveis pela aplanação do fundo.

Fonte:
http://www.natural.pt/portal/pt/Geossitio/Item/64

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Serra das Mesas

A Serra das Mesas localiza-se na área sudeste do Concelho do Sabugal, concretamente na freguesia de Fóios. A Serra das Mesas, constituindo um batólito, isto é, de natureza granítica, é parte integrante do sector terminal, ocidental, da Cordilheira Central espanhola, que penetra no território português através de um conjunto de elevações usualmente designado por Serra da Malcata, mas que as designações locais de toponímia diferenciam como é exemplo a Serra das Mesas.
A Serra das Mesas destaca-se do conjunto de elevações onde está inserida, unidade geomorfológica da Serra da Malcata, por duas razões, em primeiro lugar, pela altitude, possuindo o ponto onde ocorre a maior altitude da unidade, atingindo os 1256m, e em segundo lugar, pelo facto de ser a única serra deste conjunto onde domina a litologia granítica.
Em relação à litologia a Serra das Mesas apresenta um granito porfiróide de duas micas e grão médio a fino. A Serra das Mesas é uma área intrigante e rica ao nível do modelado granítico, sendo possível observar na paisagem o granito esculpido com arte e mestria pela natureza e pela passagem do tempo. A área apresenta uma morfologia desconcertante tanto pela riqueza, como p ela quantidade e originalidade de modelado que conserva e que resultou numa diversidade exuberante de formas.
Este tipo de modelado resulta da meteorização esferoidal do granito, também 
designada por meteorização em “casca de cebola”, que consiste no processo de formação de “conchas” concêntricas que envolvem completamente o núcleo de um bloco.O processo de meteorização em “casca de cebola” está ligado ao desencadear da descompressão nos blocos de granito a partir de um ponto central provocando assim um desequilíbrio na estabilidade do bloco que evolui para o destacamento de placas por inteiro que envolvem o núcleo da rocha, podendo mesmo afectar conjuntos de blocos que apesar de sobrepostos não impedem a continuidade do processo de disjunção esferoidal de placas em redor de um bloco central, ou seja, ocorre um lajeamento concêntrico em consequência do alívio da pressão pois os materiais suprajacentes vão sendo alterados e removidos.
A morfologia designada por mesas tem claramente a sua génese no sistema de fracturas ortogonais, sendo a partir desta associação relativamente complexa de diáclases que se interseccionam formando ângulos rectos entre si, que se justifica a forma cúbica que apresentam as mesas, ou seja, blocos perfeitamente cúbicos, quase sempre ultrapassando a dimensão métrica.

Fonte: Vítor Clamote, sítio da Junta de Freguesia de Fóios
http://www.foios.sabugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=268&Itemid=1

Ler mais:
http://historiasdaraia.blogspot.com/2012/10/fronteiras-serra-das-mesas-nascente-do.html

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Cântaro Magro

Os Cântaros Gordo, Magro e Raso são afloramentos graníticos que atingem, respectivamente, 1875, 1928 e 1916 metros de altitude. Visíveis de muitos pontos da Estrela, os Cântaros devem a sua origem à existência de grandes afloramentos rochosos pouco fracturados rodeados por zonas de grande densidade de fracturação, com consequente maior sensibilidade à força erosiva da água e do gelo.
O Cântaro Magro está situado na cabeceira do vale glaciar do rio Zêzere, destacando-se do planalto da Torre.
Em si o Cântaro é um nunatak, uma forma de relevo que foi posta em evidência pela erosão diferencial devido à acção Glaciária, esta forma de relevo durante a glaciação não esteve coberto pelo glaciar emergindo acima da sua superfície, esta forma de relevo destaca-se pela erosão diferencial devido à existência de um bloco pouco frcaturado, rodeado por zonas de grande densidade de fracturação.
Junto ao Cântaro Magro podemos encontrar outra formação com bastante interesse, A “Rua dos Mercadores”, que é um fenómeno geológico que se deve à existência, na vertente sul do Cântaro Magro, de um filão de rocha dolerítica. Sendo esta uma rocha que é essencialmente de composição mineralógica semelhante ao basalto, sendo portanto menos resistente aos factores erosivos que o granito encaixante, isto originou uma fenda profunda e estreita bem definida entre paredes abruptas.

Ler mais:
http://www.cise.pt/pt/index.php/serra-da-estrela/o-que-visitar/manteigas?start=1
http://museuvirtual.activa-manteigas.com/index.php/places/geologia-2/cantaro-magro/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cântaro_Magro

domingo, 30 de setembro de 2018

Pedras parideiras da Serra da Freita



A cerca de 70 km da cidade do Porto, em pleno coração do planalto da serra da Freita, é possível observar um fenómeno que, até hoje, é considerado único no mundo e ponto de paragem obrigatório para quem visita esta região. Na aldeia de Castanheira, em Arouca, existe um afloramento granítico com cerca de um quilómetro de extensão, onde discos de pedra, designados de nódulos biotíticos, se soltam de rochas de granito, como se delas nascessem: são as pedras parideiras.
A “pedra-mãe”, que data de há mais de 280 milhões de anos, é um afloramento granítico onde estão incrustados pequenos nódulos em forma de discos biconvexos e que têm entre 2 e 12 centímetros. Oscilações térmicas ou os efeitos da erosão fazem com que esses nódulos sejam libertados da rocha-mãe e se espalhem à sua volta, deixando marcado nela o seu vazio, em baixo-relevo. Estas pequenas “pedras-paridas” são compostas pelos mesmos elementos mineralógicos do granito, a camada externa é composta por biotite (mineral de aspecto escuro e brilho metálico) e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico.
O fenómeno não está completamente explicado cientificamente e por isso levanta grande curiosidade e até crenças locais. Nesta região portuguesa, as Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na tradição ancestral. As populações locais creem que o colocar de uma das pequenas pedras-filhas debaixo da almofada de dormir, pode aumentar a fertilidade.
Na aldeia da Castanheira, a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação faz a contextualização geológica e pedagógica do fenómeno, e organiza visitas ao local. Aberto ao público desde novembro de 2012, tem como objectivo contribuir para a conservação, compreensão e valorização deste geossítio de relevância internacional, apoiando as visitas turísticas e educativas a este espaço.

Ler mais:
http://aroucageopark.pt/pt/explorar/o-que-visitar/museus-e-unidades-interpretativas/casa-das-pedras-parideiras-centro-de-interpretacao/
http://www.primeirapedra.com/2016/11/pedras-parideiras/
https://viagensasolta.com/pedras-parideiras-um-fenomeno-unico-no-mundo-aqui-tao-perto-em-arouca/

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Cabo Carvoeiro

O Cabo Carvoeiro é um cabo que se situa no extremo da Península de Peniche, sobre o Oceano Atlântico, no concelho de Peniche, É um local de grande valor patrimonial (geológico e paisagístico), com grande variedade de falésias calcárias fortemente erodidas e campos de lapiás.
É o cabo mais ocidental da costa continental portuguesa a norte do Cabo da Roca. A oeste pode avistar-se o pequeno arquipélago das Berlengas, integrado numa reserva natural terrestre e marinha.
Neste local foi erguido o farol do Cabo Carvoeiro, de 25 m de altura, devido aos inúmeros naufrágios ocorridos nesse trecho do litoral.
A pequena Capela de Nossa Senhora dos Remédios, cerca do cabo, é o destino de uma concorrida romaria. Tem o interior revestido por valiosos azulejos do século XVIII, da oficina do mestre António de Oliveira Bernardes.
As arribas costeiras da península de Peniche, inseridas no Sítio Rede Natura 2000 Peniche/Santa Cruz, integram a chamada Orla Meso-Cenozóica Ocidental, assentando sobre rochas carbonatadas do Jurássico Inferior, que correspondem ao testemunho da fase inicial de enchimento da Bacia Lusitânica. Vários são os locais de interesse geológico inventariados pela comunidade científica nacional e internacional, sendo de destacar: a Papoa, a Praia do Portinho de Areia Norte, a Ponta do Trovão e Praia do Abalo, do Cerro do Cão ao Cabo Carvoeiro e a Gruta da Furninha. Do miradouro dos Remédios ao Cabo Carvoeiro, estende-se uma paisagem cársica de rara beleza, formada por lapiás de várias dimensões e que não raras vezes é local de paragem para turistas. Esta porção de costa da península de Peniche é detentora de elevado valor patrimonial, nomeadamente alto valor cénico e geomorfológico. 
Acresce o facto do alto valor didáctico, que permite interpretações paleoambientais de forma muito intuitiva. São notáveis a grande diversidade de conteúdo paleontológico.
Este local é muito apreciado também pelos amantes de aves onde poderão observar diversas aves marinhas em pleno voo, ou nas falésias adjacentes.

Ler mais:
http://www.cm-peniche.pt/CustomPages/setemaravilhas_cabocarvoeiro10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Carvoeiro
https://www.feriasemportugal.com/cabo-carvoeiro

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Miradouro da Santa

Para encontrar este miradouro basta percorrer a ER101 que faz a ligação entre o Porto Moniz e a Santa do Porto Moniz. É dos miradouros mais iconográficos e com muita afluência devido à sua localização junto o principal acesso à vila do Porto Moniz.
Aqui encontrará uma figura religiosa da Nossa Senhora dos Caminhos reflexo da fé local. A partir do Miradouro ponto de paragem obrigatório para o visitante terá uma vista panorâmica única sobre o centro da vila do Porto Moniz, Ilhéu Mole, Piscinas Naturais e toda a linha em que o mar encontra a terra.
Para além do interesse paisagístico, o Miradouro é também um geossítio que possibilita a observação de fenómenos geológicos que estiveram na origem da formação da ilha da Madeira. De facto, este geossítio apresenta diversos aspectos de elevado interesse geomorfológico e vulcanológico, nomeadamente um delta de lava basáltica, que forma a plataforma litoral do Porto Moniz (fajã), resultado de uma erupção havaiana/estromboliana.
A sudoeste do Porto Moniz, descendo a antiga arriba litoral (paleoarriba), observa-se os derrames lávicos que deram origem ao referido delta. É possível observar também o ilhéu Mole, um cone surtseiano parcialmente destruído pela erosão marinha, que resultou de uma erupção submarina posterior aos derrames que formaram o delta lávico. A noroeste da fajã do Porto Moniz é observável a cratera de outro cone surtseiano que está praticamente ao nível do mar, que aflora durante a maré baixa sob a forma de baixios.

Ler mais:
https://www.portomoniz.pt/pt/visitantes/pontos-de-interesse/miradouros
https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geossitios/madeira/porto-moniz/pm01-vila-do-porto-moniz.html
http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/explorar/detalhe/miradouro-da-santa

sábado, 18 de agosto de 2018

Passeio Geológico da Foz do Douro


Situado na faixa litoral da cidade do Porto, o Complexo Metamórfico da Foz do Douro (CMFD) é exemplo de um magnífico conjunto litológico constituído por gnaisses, metassedimentos e anfibolitos recortados por granitos variscos. Estes conjuntos litológicos serão, provavelmente, das rochas mais antigas existentes em Portugal e apresentam-se excelentemente preservados e expostos ao longo da orla marítima, compreendida entre o Forte S. Francisco Xavier (vulgo Castelo do Queijo) e o Molhe de Felgueiras.
Em Abril de 2005 foi criado um percurso temático para divulgação deste património designado por "Passeio Geológico da Foz do Douro", sinalizado com nove painéis de informação dirigida ao público em geral. Assim, os visitantes podem observar a diversidade geológica e usufruir da riqueza científica e pedagógica que constitui o CMFD. 
A criação do “Passeio Geológico da Foz do Douro” tem permitido consciencializar o público para a geoconservação da zona litoral da cidade do Porto. Considerando os diferentes tipos de saberes escolares e com o intuito de promover práticas significativas, no âmbito da Geologia, aos visitantes, foi criado em 2008 um Centro Interpretativo e desenvolvidos alguns materiais didácticos. O investimento neste projecto tem-se mostrado frutífero.
Para além de um laboratório das Ciências da Terra facilmente acessível, é um local onde se pode observar a interacção entre a base de toda a vida e a fauna e flora que por ali encontramos. É, também, um espaço de interacção entre o mundo natural e os cidadãos.
A classificação como Património Natural Municipal veio contribuir para a consciencialização dos cidadãos sobre a importância de tal património. Os afloramentos da Foz passaram, assim, de simples pedras sem significado para fonte de conhecimento e de histórias.

Ler mais:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/53070/2/49395.pdf
http://www.roteirodeminas.pt/local.aspx?v=9e03600c-d51d-4b0f-b55c-f35e9972101c
http://www.geopor.pt/GPresum/ensi/silva.html
http://www.cm-porto.pt/patrimonios/complexo-metamorfico-da-foz-do-douro

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Buracas do Casmilo



As buracas de Casmilo são uma curiosa formação rochosa existente na freguesia do Zambujal,concelho de Condeixa-a-Nova, em plena serra de Sicó. A paisagem cársica da zona é percorrida por correntes subterrâneas que deram origem canhões e grutas. Com o desmoronamento das suas paredes, ficaram várias cavidades nas paredes do monte, que criam uma paisagem muito curiosa e interessante.
As buracas podem apresentar forma elíptica ou circular e as suas dimensões são muito variáveis. As buracas mais pequenas apresentam cerca de 2 a 3 metros de largura e 1 a 2 metros de profundidade. Estas pequenas buracas quase passam despercebidas, já que as grandes buracas captam verdadeiramente a atenção do visitante. Os melhores exemplares desta morfologia podem apresentar mais de 10 metros de diâmetro e 5 a 7 metros de profundidade.
As Buracas do Casmilo e toda a sua zona envolvente são muito procuradas para a realização de actividades de ar livre, designadamente, escalada, montanhismo, orientação, rappel e acampamentos.

Ler mais:
https://ncultura.pt/vale-das-buracas-do-casmilo/
https://www.viajarentreviagens.pt/portugal/vale-das-buracas-um-segredo-escondido-no-macico-de-sico/
https://darasola.blogs.sapo.pt/buracas-do-casmilo-condeixa-a-nova-67179

sábado, 30 de junho de 2018

Cabo Sardão



O Cabo Sardão situa-se na costa alentejana sobre o Oceano Atlântico, no concelho de Odemira. Trata-se da maior proeminência da costa ocidental entre o cabo de Sines e o cabo de São Vicente.
O Cabo Sardão é um importante geomonumento, nem tanto na sua litologia que corresponde a uma espessa sequência monótona com repetições de pelitos e grauvaques (turbiditos) com mais ou menos 320 milhões de anos (Carbónico inferior), mas mais pela sua tectónica que aqui se torna tão evidente naquelas camadas que tanto se inclinam para um lado como para o outro.
Para além do farol e da proximidade da aldeia de Cavaleiro e dos muitos turistas que aqui afluem, não existem vestígios de aqui existir um passado humano proeminente. Talvez devido à escassez humana, algumas cegonhas escolheram aqui o seu local de nidificação em penhascos isolados. Com um pouco mais de sorte, será possível observar-se falcões-peregrinos, gralhas-de-bico-vermelho e gansos-patolas.
Merece também destaque o seu farol construído em 1915, com uma torre de 17 metros de altura.


Ler mais:
http://www.portugalnotavel.com/cabo-sardao-odemira/
http://fugas.publico.pt/Viagens/358154_miradouros-cabo-sardao-a-paisagem-naturalmente-forte-e-perfeita
http://www.portugalnummapa.com/cabo-sardao/

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Blocos pedunculados de Arez


Os blocos pedunculados são formas típicas das paisagens graníticas, que no município de Nisa assumem características notáveis. Consistem em formas mais finas na base do que no topo, fazendo lembrar cogumelos gigantes.
A explicação para a sua origem é a existência de um contraste entre uma parte superficial da rocha mais seca e por isso mais estável e uma parte subjacente em contacto permanente com a água contida no solo e no rególito. 
A sua origem ocorreu em duas etapas: uma primeira que se dá após a exposição à superfície de uma porção granítica, resulta de uma mais rápida alteração química da rocha ao nível do solo, onde as águas subterrâneas se acumulam e enriquecem em ácidos orgânicos e uma segunda etapa desenvolvida durante um período de chuvas mais intensas em que os solos sofrem erosão acelerada, expondo o pedúnculo que une o todo coerente ao seu substrato granítico.
Os blocos pedunculados encontram-se dispersos por toda a área do concelho em que aflora o Granito de Nisa, com particular destaque para a região de Arez.

Ler mais:
http://www.cm-nisa.pt/pdm/2015/estudos_complementares/estudo_recursos_geologicos_hidrogeologicos.pdf
https://www.naturtejo.com/conteudo.php?opt=o-que-visitar&id=75

Fonte da Areia

Numa ilha que possuí uma quantidade controlada de água, a importância de fontes naturais mantém-se. Noutros tempos, esta fonte tinha a água mais saborosa de toda a ilha, sendo utilizada inclusivé, para fins medicinais, era considerada pelos seus habitantes uma fonte sagrada.
Hoje, a Fonte da Areia já não jorra a água de antigamente, mas o vento faz questão em deixar o seu rasto nas rochas arenosas, e proporciona aos seus visitantes um incrível espectáculo de erosão. Chega-se a esta fonte saindo da localidade da Camacha, por uma estrada que segue para Oeste em direcção ao mar.
A Fonte da Areia é dominada por depósitos quarternários, nomeada-mente por depósitos da Formação Eolianítica, representados pelos arenitos biogénicos carbonatados mais antigos da ilha, com cerca de 31 mil anos. Estes eolianitos correspondem a areias marinhas, de natureza organoclástica, na sua larga maioria constituídos por fragmentos de conchas de moluscos, de placas e espículas de equinodermes, algas calcárias e foraminíferos, remobilizadas da plataforma insular existente em torno da ilha, e que sofreram transporte essencialmente eólico até aos locais de deposição. Na base ocorrem depósitos de natureza argilosa em claro contraste com as rochas vulcânicas subjacentes, cortadas “à faca” por antiga superfície topográfica actualmente exposta junto ao topo da arriba marinha por significativa erosão marinha do sector norte da ilha desde o último máximo glaciário.
A geração destas areias marinhas remontam à última glaciação, período Wurm, que decorreu entre os 110 e os 11 mil anos.
São conhecidas 4 unidades distintas que intercalam 3 paleossolos, níveis de tonalidade acastanhada, que correspondem a períodos de pausa no transporte e acumulação das areias e permitiram a instalação de um solo ou a deposição de material lamacento.
O tipo de estratificação existente sugere que a dominância dos ventos tenha sido do quadrante N.
Observam-se, ainda, finas camadas de calcário pouco coerente que correspondem a crostas calcárias, denominadas localmente por laginhas de cal, originadas por remobilização e encouraçamento do carbonato de cálcio, fenómeno que ainda ocorre atualmente à superfície desta formação. A presença de fósseis de gastrópodes pulmonados terrestres e de rizoconcreções representam a ocupação biológica deste habitat litoral.

Ler mais:
https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geossitios/porto-santo/46-fonte-da-areia.html
http://www.visit-portosanto.com/fonte-da-areia-porto-santo/
http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/explorar/detalhe/miradouro-da-fonte-de-areia-porto-santo

domingo, 24 de junho de 2018

Frecha da Mizarela


A Frecha da Mizarela é uma magnífica queda de água, formada pelo rio Caima, que se despenha de uma altura superior a 60 metros. Sítio de relevante interesse geológico, a sua origem deve-se ao contacto entre rochas graníticas e xistentas e, ainda, à movimentação associada ao sistema de falhas da serra da Freita. Como o granito é mais resistente à erosão fluvial do rio Caima, do que os xistos, formou-se este enorme desnível que originou a grandiosa queda de água.
Mas não é só esta erosão diferencial que explica a origem da Frecha da Mizarela. Acredita-se que o sistema de falhas que condiciona toda a serra da Freita terá, igualmente, desempenhado um papel importante para a ocorrência deste fenómeno. Neste sentido, a movimentação dos blocos associada à Orogenia Alpina terá contribuído significativamente para o encaixe do rio e para a formação deste grande desnível.
As encostas íngremes que circundam esta queda de água apresentam um verde luxuriante, com relíquias da vegetação primitiva da serra da Freita. Da Laurissilva persiste, na base da Frecha, o rododendro (Rhododendron ponticum subsp. baeticum) e nas escarpas observam-se as árvores representativas da Fagossilva, com ênfase para o carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), entre outras espécies raras e protegidas.

Ler mais:
http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/frecha-da-mizarela/
http://montanhasmagicas.pt/pt/onde-ir/destaques-paisagisticos/lugares-de-natureza-magica/miradouro-da-frecha-da-mizarela/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cascata_da_Frecha_da_Mizarela

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Penedo do Lexim



O afloramento rochoso do Penedo do Lexim materializa uma conduta vulcânica profunda que provavelmente alimentaria um pequeno aparelho vulcânico à superfície, a partir de uma câmara magmática localizada em profundidade, durante o Cretácico Superior.
Esta conduta, equivalente a uma chaminé vulcânica, integra o Complexo Vulcânico de Lisboa, que para além deste tipo de corpos intrusivos também apresenta escoadas lávicas (alimentadas por chaminés como a do Lexim), soleiras e filões. Este complexo faz parte do segundo pulso de actividade magmática alcalina do Cretácico Superior e deverá ter uma idade de 72 Ma.
Esta chaminé encontra-se excepcionalmente bem preservada e ocupa uma posição de destaque no relevo da região. A existência de um corte derivado de antigas actividades extractivas criou excelentes condições para a observação da disjunção prismática que caracteriza esta chaminé.
Os prismas poligonais (geralmente hexagonais) que formam as colunas típicas deste tipo de disjunção formam-se em consequência da contracção da rocha durante o arrefecimento e o seu alongamento é geralmente perpendicular ao contacto com a rocha encaixante.
Para além do valor geológico, Penedo do Lexim também apresenta um elevado interesse arqueológico dado neste local se encontrar um dos primeiros povoados fortificados Calcolíticos e da idade do Bronze em Portugal. De facto, neste local encontram-se registadas fases de ocupação de diversos períodos cronológicos desde o Neolítico (4000 antes de Cristo) até à época Romana.
Há cerca de 5000 anos no Penedo do Lexim instalou-se um grupo de pastores e agricultores que deixaram significativos vestígios da sua ocupação: artefactos do quotidiano (olaria, pedra lascada e polida, osso trabalhado, metal e restos de alimentação), áreas habitacionais (cabanas) e estruturas defensivas.
Este “castelo natural” rodeado de penedos foi fortificado com muralhas, constituindo-se como um exemplo das primeiras arquiteturas defensivas que surgem no 3.º milénio a. C. em toda a Península Ibérica.
O património geológico, arqueológico e natural presente no Penedo do Lexim fundamenta a sua classificação como Imóvel de Interesse Público desde 1975.

Ler mais:
http://www.cm-mafra.pt/pt/turismo/penedo-do-lexim
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73458
http://geossitios.progeo.pt/geositecontent.php?menuID=&geositeID=1039
http://www.dct.uminho.pt/papers/cng_prisma.html
http://natural.pt/portal/pt/Geossitio/Item/136
https://aminhasintra.blogs.sapo.pt/o-penedo-do-lexim-2793

Forte Jesus de Mombaça