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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Castelo e cerca urbana de Borba

 O castelo de Borba foi mandado construir por D. Dinis porque anos antes, em 1297, fora assinado o Tratado de Alcanices, que ainda hoje estabelece as fronteiras entre Portugal e Espanha. Borba assumia, juntamente com outros castelos de fronteira, uma função militar importante de observação, já que das suas muralhas se avista todo o território em direção a Espanha. Em caso de invasão, constituía a última defesa antes de Estremoz e Vila Viçosa.

É constituído por uma cerca urbana de traçado retangular, com dois acessos flanqueados por torres circulares. A muralha é rematada por merlões de secção retangular, integrando no seu perímetro torre de menagem de planta quadrada e com uma altura relativamente baixa. A cerca está parcialmente oculta pelo casario adossado pelos lados interior e exterior. Os acessos intramuros são desprovidos da estrutura da porta, sendo apenas marcados pela existência das torres flanqueantes.

Fontes:
https://www.cm-borba.pt/locais/castelo-muralhas/
http://monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4776

sábado, 7 de novembro de 2020

Castelo de Estremoz

Erguido em posição dominante sobre uma colina, o castelo de Estremoz tinha como função primitiva a defesa da raia alentejana. Constituindo-se posteriormente em uma das mais importantes praças-fortes da região do Alentejo, Estremoz esteve ligada a diversos dos mais decisivos episódios militares da História de Portugal.
No tempo de D. Dinis já o castelo estaria definido, sendo o projeto um dos mais importantes da época. A cerca era defendida por 22 torres, e a população intramuros podia ser abastecida por cerca de 20 cisternas. A importância de Estremoz na primeira metade do século XIV é inquestionável, datando desse período um importante conjunto patrimonial que tem o castelo como denominador comum, mas que se estende a outras obras, como o Paço da Audiência ou secções consideráveis do paço real, hoje transformado em pousada. Na posse da rainha Santa Isabel, que aqui faleceu em 1336, Estremoz transformou-se num dos principais centros políticos do reino, sendo palco privilegiado da política régia durante todo o final da primeira dinastia.
O castelo medieval é genericamente pentagonal, adaptado ao maciço rochoso no qual se implanta. A secção principal localiza-se a Sul, onde avulta a imponente Torre de Menagem de planta quadrangular, com cerca de 27 metros de altura, organizada em três andares e coberta por terraço ameado.
Deste conjunto faz ainda parte a cerca poligonal que terá sido iniciada em tempo do rei D. Afonso III, aberta por duas portas principais (a do Sol, também designada por Frandina, e a de Santarém, mais tarde conhecida como Porta de Santa Ana) que rasgavam o recinto fortificado de nascente a poente. Para além disso, existiam postigos e portas secundárias que permitiam uma constante mobilidade entre o interior e o exterior das muralhas. De todas elas, a que melhor se conserva é o Arco de Santarém, vão ogival protegido por alta torre quadrada e acompanhada por legenda epigráfica testemunhando o início da edificação, no reinado de D. Afonso III. Completa a estrutura medieval a Torre das Couraças, cujo nome deriva de um elemento de arquitetura militar de origem muçulmana adaptado pelos cristãos. Possivelmente coeva da Torre de Menagem, defende um caminho muralhado que parte da cerca urbana e se estende até junto de um ponto de água, fazendo parte de uma estrutura destruída em finais do século XVII.
Nos séculos seguintes a relevância da cidade no quadro militar do país acentuou-se, determinando o total amuralhamento do burgo durante as grandes obras de meados do século XVII, dirigidas pelo jesuíta João Cosmander, nomeado responsável pelas fortificações do Alentejo por D. João IV . O projeto da segunda linha bastionada seria concluído entre 1660 e 1668, dando origem a uma fortificação edificada em torno da área urbana de Estremoz que faz a ligação entre um conjunto de baluartes, meios-baluartes e outros elementos desenvolvidos em planimetria poligonal, pentagonal e compósita, distribuídos pela zona alta e pela zona baixa da povoação. O conjunto seria terminado em c. 1670, embora as nove portas "monumentais" da cintura da fortaleza (cinco junto à cidadela do castelo medieval e quatro na praça baixa), só tenham sido concluídas entre 1676 e 1680.
Todo o conjunto foi declarado Monumento Nacional em 1972.

Fonte: Paulo Fernandes, Catarina Oliveira e Sílvia Leite, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70461

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Castelo de Terena

 
Edificado no topo da povoação que lhe dá nome, sobranceiro a um vale entre as ribeiras de Alcaide e de Lucefécit, o castelo de Terena é uma fortaleza cuja planta se desenvolve num pentágono irregular a que se associam quatro torres circulares, dispostas assimetricamente, das quais apenas uma protege um ângulo da muralha.

A torre de menagem, de planta quadrangular dividida em dois pisos, localiza-se a meio de um dos panos da cerca e implanta-se sobre a porta principal, protegendo-a por meio de pequena barbacã dominante dotada de adarve e terraço ameado. A entrada principal, em cotovelo, é acedida por dois amplos arcos de volta perfeita, com impostas marcadas e decoradas com bolas e entrelaçados. No lado oposto à entrada situa-se a Porta do Campo, também designada por Porta do Sol, que, apesar de ter sido entaipada no século XVII, mantém a estrutura original de arco apontado, ladeada por dois torreões circulares, numa estrutura simétrica de gosto gótico.
Embora se desconheça a data precisa da edificação do castelo, existem duas hipóteses para a sua origem:
- uma defende que remonta à Baixa Idade Média, concretamente ao século XIII, altura em que o Alto Guadiana era território de fronteira, e dado o interesse manifestado por Dinis I de Portugal (1279-1325) na consolidação desta linha lindeira, em natural articulação com os castelos de Elvas, Juromenha e Alandroal.
- outra situa a sua edificação apenas no século XV, por iniciativa de João I de Portugal (1385-1433), tendo como fundamento a doação da vila à Ordem de São Bento de Avis.
Entretanto, embora este segundo momento possa ter representado uma renovação de uma estrutura anterior, não é suficiente para que se atribua ao século XV a totalidade do monumento. De fato, sob o reinado de D. Fernando I (1367-1387) encontram-se referidos o castelo e a sua barbacã (1380), o que denota que os trabalhos de fortificação encontravam-se então em progresso.
D. João I (1385-1433) fez a doação dos domínios da vila à Ordem de Avis, o que alguns autores, portanto, compreendem como um indicativo de obras de recuperação e modernização da sua defesa.

No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), a posição defensiva do castelo foi preterida em detrimento da fortificação da Praça-forte de Elvas, que concentrou os esforços dos arquitetos militares a serviço de Portugal. Por essa razão não conheceu grandes obras de modernização no período.
No século XVIII, a vila e o seu castelo sofreram extensos danos causados pelo terramoto de 1755.
A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) a partir de 1937 encetou campanhas de obras de consolidação e restauro, que incluíram a reconstrução de um pano de muralha e a reinvenção de ameias. Uma nova campanha foi empreendida na década de 1980 destacando-se trabalhos na torre de menagem, entre os quais se destacam a reconstrução de abóbadas. Alguns críticos observam que nestas campanhas foram adulterados elementos arquitetónicos originais, vindo assim a descaracterizar o monumento.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 35.443, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 1, de janeiro de 1946.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70190/
http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4432
http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=1972&muda_idioma=PT
https://www.portugaldenorteasul.pt/10649/castelo-de-terena-alentejo

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Castelo de Mértola

O Castelo de Mértola situa-se num alto rochoso, em posição dominante sobre a povoação, na confluência da ribeira de Oeiras com a margem direita do rio Guadiana.
Esta fortificação teve as suas origens islâmicas, nomeadamente durante o califado Omíada, entre os anos 930 e 1031, durante o maior avanço no domínio militar árabe. Contudo, e devido à sua situação de proximidade com o Mediterrâneo, acredita-se que neste local antecedeu um povoado romano.
Nas décadas de 30 e 40 do século XI, Mértola foi uma efémera capital taifa, conquistada pelo vizinho reino de Sevilha, em 1044. Um século depois, durante nova fragmentação do bloco islâmico peninsular, a cidade proclamou-se uma vez mais independente. Nesta altura, é de admitir que tenham existido melhoramentos no sistema militar. Mas foi no final do século XII, no contexto da reacção almóada face ao avanço cristão, que se conhecem referências mais concretas ao castelo, com a construção de uma torre, muito provavelmente, da cisterna e, ainda, a feição geral da entrada no recinto (com arco ultrapassado que daria acesso a um corredor em cotovelo), bem como de parte do torreão cilíndrico que se lhe adossa.
No entanto, terá sido uma população sem meios de defesa adequados, que os cavaleiros de Santiago encontraram em 1238, altura em que conquistaram Mértola. A importância militar do local, com natural ligação ao Algarve, fez com que os Espatários escolhessem a cidade como sede da Ordem em Portugal, estatuto que manteve até 1316. O ano de 1292 tem servido para datar genericamente a obra gótica do castelo e deve inserir-se no processo de autonomização do ramo português da Ordem de Santiago, alcançada e ratificada nos anos de 1288 e 1290.
A fortaleza é de planta quadrangular, ligeiramente trapezoidal, com ângulos defendidos por torres. A principal é a Torre de Menagem, que se eleva a quase 30 metros de altura na face mais desnivelada do conjunto. O primeiro, com acesso a partir do adarve, pela porta gótica sobrepujada pela inscrição de 1292, tem tecto de cruzaria de ogivas de oito tramos, possuía lareira e era iluminado por três frestas; o andar superior, muito transformado, deveria ter servido de residência, mas não restam vestígios dessa função. No extremo ocidental, situava-se a Torre da Carocha que, como o nome indica, terá desempenhado funções de prisão. A entrada, voltada à vila, era feita por um corredor em cotovelo, com duas portas, e era defendida por torreões circulares.Sem grandes alterações nos séculos seguintes (à excepção da casa do alcaide, edificada nos finais do século XV e que ocupou toda a muralha Norte), o castelo perdeu a sua função estratégica no século XVIII e entrou em decadência, travada apenas pelo restauro de 1948-50 e pelas mais recentes iniciativas de reconversão museológica.

Fonte: DGPC 
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70160/

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1045
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Mértola
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-beja/c-mertola/mertola/castelo

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Castelo de Mogadouro

O Castelo de Mogadouro localiza-se na vila do mesmo nome, no distrito de Bragança. Na vertente norte da serra de Mogadouro, a antiga vila e seu castelo constituíram, nos alvores da nacionalidade, um importante ponto estratégico sobre a linha de fronteira.
A existência do castelo encontra-se comprovada já em 1145, quando foi doado aos Templários por Mendo Rufino (ou Bofino) de Bragança, ao tempo tenens da Terra de Bragança, circunscrição na qual a localidade estava inserida, juntamente com a fortaleza de Penas Róias. Esta doação não pode ser dissociada de um qualquer reduto militar aí existente, argumento que aponta para uma primitiva edificação das primeiras décadas do século XII.
A presumível simplicidade dessa estrutura levou a que a Ordem do Templo realizasse uma reforma integral da fortaleza, actualizando-a segundo a linguagem da arquitectura militar da época. É desta forma que se explica também a construção do castelo românico de Mogadouro, do qual se conserva apenas parcialmente a torre de menagem. O conjunto de Mogadouro foi muito adulterado nos séculos posteriores e não é possível reconstituir o seu traçado original, mas não se deveria diferenciar muito do de Penas Róias, cuja reforma templária é atestada por uma epígrafe datada de 1172. Assim, seria uma fortaleza com torre de menagem isolada no centro do recinto muralhado, sendo este, por sua vez, defendido por torres quadrangulares.
A vila e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509), quando se encontrava bem conservado. Data desse período, em 1512, o Foral Novo, concedido por D. Manuel (1495-1521), sendo alcaides-mores os Távoras, que desde o século XV fizeram edificar um soberbo palácio, vindo a assumir importante papel na defesa de Trás-os-Montes ao final do século XVII, durante a Guerra da Restauração de independência portuguesa.
Na segunda metade do século XVIII, diante do trágico destino dos Távoras, e com a perda da função defensiva, o castelo foi progressivamente abandonado, caindo em ruínas.
O castelo foi classificado como Monumento Nacional por decreto publicado em 2 de janeiro de 1946. A intervenção do poder público fez-se sentir a partir de 1950, pela acção da DGEMN, na consolidação e reparos da torre de menagem e dos restos das muralhas, além de diversos serviços de limpeza, restauração, reconstrução, conservação e beneficiação. Nos nossos dias, um ataque de vandalismo acarretou a destruição do corrimão de acesso à torre, sua porta, e material arqueológico em exposição em seu interior.

Ler mais:
https://www.mogadouro.pt/frontoffice/pages/515?poi_id=12
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=1075
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Mogadouro
http://www.rotaterrafria.com/pages/217/?geo_article_id=4752
http://gisaweb.cm-porto.pt/units-of-description/documents/300449/?


quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Muralhas e Castelo de Óbidos

A imagem urbana define-se pelo recorte sinuoso do perímetro muralhado relacionado pela adaptação ao relevo, destacando-se a silhueta da cidadela e paço dos alcaides. 
O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de, em grande parte, serem obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado emblemático. Desconhecemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da acção dos nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das muralhas e ocupando um pequeno monte, tem vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I, mas a verdade é que os vestígios materiais inviabilizam uma análise mais pormenorizada. A ser assim, a ligação deste espaço ao monte do castelo ter-se-á dado logo no século XII.
Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro. Paralelamente, deu-se a reforma do sistema defensivo, e consequente actualização do dispositivo militar, campanha que deverá ter conferido a actual configuração ao perímetro amuralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras, tendo a torre de menagem ainda o seu nome.
O castelo ergue-se sobre um pequeno penhasco, na cota de 79 metros acima do nível do mar, com planta no formato rectangular irregular (orgânica), misturando elementos dos estilos românico, gótico, manuelino e barroco. Dividido em duas zonas essenciais (o castelejo, onde séculos mais tarde se instalou a Pousada, e o bairro intra-muros), a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição rectangular e não oval, como seria mais frequente na castelologia gótica nacional. O acesso à cidadela é feito por quatro portas e dois postigos.
A reinvenção do castelo deu-se na década de 30 do século XX. Por acção da DGEMN, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos.
O castelo e todo o conjunto urbano da vila de Óbidos encontram-se classificados como monumento nacional desde 1951.

Fonte:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70427/

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3324
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Óbidos
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-obidos/
http://www.obidos.pt/CustomPages/ShowPage.aspx?pageid=43e9626a-4494-4dae-a3ff-1cb1c20b35d1
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-leiria/c-obidos/obidos/castelo


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Castelo de Ourém

O Castelo de Ourém, também conhecido como Paço dos Condes de Ourém, localiza-se na cidade de Ourém, em posição dominante sobre a vila medieval e a ribeira de Seiça, sendo considerado um dos mais belos castelos portugueses.
O Castelo de Ourém, constitui-se como um marco central do burgo na Idade Média. É constituído por três torres de formato quadrangular, ostentando um recinto triangular, no qual pode ser encontrada uma cisterna subterrânea de formato ogival, a qual é alimentada por uma fonte de água. Existem evidências que o Castelo está situado num local habitado desde o Calcolítico.
O primitivo castelo foi conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, em 1136. No entanto, o actual castelo foi construído apenas em 1178. Foi daqui que D. Nuno Alvares Pereira, 3º Conde de Ourém, partiu para a Batalha de Aljubarrota. Aludindo a isso, foi colocada uma imagem do Conde no amplo Terreiro de São Tiago, no lado norte do Castelo.
No lado sul, encontra-se o Paço do Conde D. Afonso, com os seus dois torreões, donos de uma arquitectura incomum que funde a arquitectura militar e a palaciana, num estilo de inspiração veneziana. O Paço recebeu este nome, uma vez que foi D. Afonso, o neto do rei D. João I, quem transformou em Paço residencial o anterior castelo, tendo também ordenado a construção da fonte gótica com pedra de armas, na entrada da vila.
Desenhando um triângulo, o conjunto que hoje observamos possui corpo central de planta rectangular e dois torreões (torres largas e ameadas) insertos no próprio muralhado de planta poligonal da Vila. Os dois pisos inferiores foram completados com um amplo terraço circundado por balcão com mata-cães sobre arcaria apontada assente em mísulas piramidais.
Em 1755, durante o terremoto de Lisboa, tanto o castelo como a parte velha da vila de Ourém foram destruídos parcialmente. Nesta altura, a vila é abandonada, fixando-se a população na Aldeia da Cruz. Esta evoluiu rapidamente e, ao ganhar a categoria de vila, passou a designar-se por Vila Nova de Ourém.
O castelo de Ourém foi classificado como Monumento Nacional em 23 de junho de 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69874/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6401
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-ourem/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Ourém


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Castelo de São Jorge

O Castelo de São Jorge ergue-se na mais alta colina de Lisboa e foi desde muito cedo um espaço aprazível para a ocupação humana, datando do século II a.C. a primeira fortificação conhecida.
Intervenções arqueológicas permitiram registar testemunhos de ocupação desde pelo menos o século VI a.C., evidenciando a passagem de Fenícios, Gregos, Cartaginenses, Romanos e Muçulmanos.
Hoje, o Castelo de São Jorge integra a zona nobre da antiga cidadela medieval (alcáçova), constituída pelo castelo, os vestígios do antigo paço real e parte de uma área residencial para elites. A fortificação, construída pelos muçulmanos em meados do século XI, era o último reduto de defesa para as elites que viviam na cidadela: o alcaide mouro, cujo palácio ficava nas proximidades, e as elites da administração da cidade, cujas casas são ainda hoje visíveis no Sítio Arqueológico.
Após a conquista de Lisboa, em 25 de Outubro de 1147, por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, até ao início do século XVI, o Castelo de São Jorge conheceu o seu período áureo enquanto espaço cortesão. Os antigos edifícios de época islâmica foram adaptados e ampliados para acolher o Rei, a Corte, o Bispo e instalar o arquivo real numa das torres do castelo. Transformado em paço real pelos réis de Portugal no século XIII, o Castelo de São Jorge foi o local escolhido para se receberem personagens ilustres nacionais e estrangeiras, para se realizarem festas e aclamarem-se Reis ao longo dos séculos XIV, XV e XVI.
Com a integração de Portugal na Coroa de Espanha, em 1580, o Castelo de São Jorge adquire um carácter funcional mais militar, que se manterá até ao início do século XX. Os espaços são reconvertidos, outros novos surgem. Mas, é sobretudo após o terramoto de Lisboa de 1755 que se dita uma renovação mais substantiva com o aparecimento de muitas construções novas que vão escondendo as ruínas mais antigas. No século XIX, toda a área do monumento nacional está ocupada por quartéis.
Com as grandes obras de restauro de 1938-40, redescobre-se o castelo e os vestígios do antigo paço real. No meio das demolições então levadas a cabo, as antigas construções são resgatadas. O castelo readquire a sua imponência de outrora e é devolvido ao usufruto dos cidadãos.
Já no final do século XX, as investigações arqueológicas promovidas em várias zonas contribuíram, de forma singular, para constatar a antiguidade da ocupação no topo da colina e confirmar o inestimável valor histórico que fundamentou a classificação do Castelo de São Jorge como Monumento Nacional, por Decreto Régio de 1910.

Fonte principal: http://castelodesaojorge.pt/pt/historia/

Ler mais:
http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/castelo-de-sao-jorge
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_São_Jorge
https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-castelo-de-sao-jorge-13672

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Castelo de Porto de Mós

Obra arquitectónica de características singulares, o castelo de Porto de Mós, erguido sob os escombros de um posto de vigia romano, acumulou ao longo dos séculos influências militares, góticas e renascentistas.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, tendo as forças de D. Afonso Henriques (1112-85) avançado até à linha do rio Tejo, Porto de Mós tornou-se um ponto estratégico na defesa de Leiria e de Coimbra. Conquistada em 1148, a tradição refere como seu Alcaide o ilustre D. Fuas Roupinho. Pouco tempo mais tarde os mouros reconquistaram este castelo, tendo D. Fuas logrado a fuga para retomá-lo em seguida, com reforços, definitivamente.
Com o incentivo ao povoamento sob o reinado de D. Sancho I (1185-1211), a povoação prosperou, tendo a sua defesa recebido importantes obras de beneficiação. Ciosa de seus direitos e deveres, foi uma das raras localidades portuguesas que se constituíram em Concelho por iniciativa própria, independentemente da concessão de Carta de Foral. Novas obras foram promovidas durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), que lhe outorgou foral (1305), quando se iniciou a sua adaptação à função de residência senhorial.
Mas o mais importante contributo construtivo para a história de Porto de Mós ocorreu já no século XV, altura em que a localidade entrou na posse do Conde de Ourém e 1º Marquês de Valença, D. Afonso. Em Ourém, o conde promoveu avultadas obras, ao abrigo de um italianismo ímpar no nosso país. O majestoso paço que construiu no castelo de Porto de Mós inscreve-se neste mesmo movimento e constitui o segundo capítulo escrito por D. Afonso de uma história de real importância na evolução da arte quatrocentista nacional.
O monumento apresenta uma evidente racionalidade arquitectónica, ao alicerçar-se numa planta pentagonal, cujos vértices são reforçados por torreões (três de secção quadrangular e um outro pentagonal). A fachada principal, voltada a Sul, é de feição harmónica, com corpo central ladeado por duas torres coroadas com terminações piramidais. O portal é de arco de volta perfeita, encimado por elegante loggia panorâmica, mais característica da arquitectura palaciana que da militar. O interior apresenta um pátio central (onde se escavou a cisterna), a partir do qual se acede a todos os espaços do conjunto.
A loggia corrida ao longo do andar nobre do paço e o coroamento piramidal das duas torres que ladeiam a entrada fazem com que este castelo seja uma das mais importantes peças de cenografia arquitectónica do século XV português. Por essa altura, viveram-se tensões entre casas nobres, com uma guerra civil pelo meio, mas o paço de Porto de Mós foi concebido com preocupações mais artísticas e socialmente prestigiantes do que propriamente militares.
Os abalos sísmicos sentidos em 1755 viriam a destruir uma parte do castelo. Posteriormente, em 1936, tem lugar a primeira intervenção de recuperação do monumento. Ao longo do tempo mais forem sendo feitas, sendo que a última, em 1999, permitiu ao castelo ostentar novamente o brilho que sempre lhe foi característico.
O castelo está classificado como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69870
http://www.municipio-portodemos.pt/Page.aspx?id=162
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5259
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Porto_de_Mós

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Castelo de Alenquer

O castelo de Alenquer foi uma importante praça moura, uma fortaleza que, na Idade Média, teve grande valor estratégico na linha de fortificações que defendiam Lisboa. Restam actualmente alguns fragmentos das muralhas, a porta da Conceição e a curiosa torre da Couraça.
O castelo gótico de Alenquer organizava-se em dois recintos diferenciados: no nível superior, ajustando-se à topografia do terreno, localizava-se a alcáçova; no inferior, abrangendo uma área mais vasta, desenvolvia-se a cerca que protegia o primitivo aglomerado urbano.
No troço de muralha voltado a Norte conservam-se duas torres quadrangulares avançadas em relação à cerca, numa solução que se aproxima das torres albarrãs islâmicas, embora sem se autonomizarem da muralha
Certo é que, nos primeiros anos do século XIII, o castelo era uma das mais importantes praças fortes da região imediatamente a Norte de Lisboa. D. Sancho I mandou construir um paço que doou a sua filha, D. Sancha. Esta, perante a recusa de seu irmão em reconhecer a doação, viu-se obrigada a refugiar-se no interior das muralhas, as quais foram imediatamente cercadas pelo futuro D. Afonso II. Neste processo de luta entre os irmãos desavindos, o Papa Inocêncio III interveio e cedeu o castelo à Ordem do Templo, prova da relevância militar da estrutura naquela conjuntura.
A partir desse período, Alenquer passou a ser parte integrante do património das rainhas, sendo sucessivamente doada às soberanas do reino. As obras de edificação do conjunto que actualmente resta devem situar-se pelos inícios do século XIV, altura em que a Rainha Santa Isabel detinha a vila. Com efeito, os escassos vestígios materiais conservados indicam uma cronologia plenamente gótica. A planta da alcáçova é genericamente oval e não consta que integrasse torre de menagem isolada no pátio, mas sim adossada a uma das frentes de muralha. A cerca era corrida por adarve protegido por merlões quadrangulares e, perto do rio, aparentemente com funções defensivas sobre uma antiga fonte que abastecia a população, ergue-se a Torre da Couraça. Esta deverá ser de cronologia posterior à edificação do castelo e é uma imponente estrutura, de mais de 18 m de altura, bastante modificada nos séculos seguintes, tendo sido aproveitada para fins habitacionais privados.
Residência real no final da Idade Média, o castelo foi parcialmente destruído em 1385, quando D. João I subiu ao trono e o alcaide de Alenquer havia jurado fidelidade à causa castelhana. A torre de menagem foi destruída e parte das muralhas seguiram o mesmo caminho. Só em 1439, continuando a localidade a pertencer ao património das rainhas, D. Leonor Teles ordenou levantar a cerca derrubada.
No século XVI, o estado de abandono do castelo levou a que se entulhasse a cisterna e, a partir de 1580, abraçando novamente o seu alcaide o lado errado da História (neste caso o partido de D. António, prior do Crato), o castelo entrou em definitiva decadência, não voltando a ser reconstruído. Paulatinamente, passou a ser utilizado como pedreira e, no século XIX, foi a própria Autarquia a determinar a demolição de algumas parcelas.
No contexto da crise de sucessão de 1580, a vila apoiou as pretensões de D. António, Prior do Crato, ao trono, vindo a sua defesa a cair no ostracismo desde então.
O castelo encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 20 de Outubro de 1955. Os seus remanescentes encontram-se actualmente bem conservados.

Fonte principal:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73238/

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6265
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Alenquer
http://alenquermonumentos.blogspot.com/2009/04/castelo-de-alenquer.html
https://lifecooler.com/artigo/atividades/castelo-de-alenquer/327841

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Castelo de Silves

O Castelo de Silves é uma das mais notáveis obras de arquitectura militar que os árabes deixaram entre nós, com mais de mil anos de existência.
Ainda antes do início da construção do Castelo de Silves, já existia nesse lugar uma antiga fortificação, provavelmente construída pelos Romanos ou pelos Visigodos. No entanto, a partir do século VIII, após a invasão da Península Ibérica pelos muçulmanos, os novos senhores de as-Shilb (Silves) iniciaram a construção desta fortificação.
Por se encontrar numa posição geográfica privilegiada, a povoação de as-Shilb cresceu rapidamente. Em posição dominante sobre a foz do rio Arade, guarnecendo aquele trecho do litoral, constitui-se no maior castelo da região algarvia. Com efeito, sob o governo de Al-Mutamide, Silves passou a ser capital de uma taifa (reino islâmico independente), e deve datar desse período a configuração geral do perímetro amuralhado, em planta, que ainda hoje se mantém.
Mas se a disposição geral do perímetro amuralhado pode ser atribuída ao período das taifas, o mesmo não acontece com a construção em altura, cuja tipologia aponta para a época almóada. Nessa altura, praticamente nas vésperas da conquista cristã da cidade, uma campanha de obras conferiu o aspecto geral dos volumes da fortaleza. De 1227 é uma lápide, identificada nas ruínas da Porta do Sol e originalmente associada a uma torre quadrangular que defendia esta passagem, que data a última grande reforma islâmica do castelo, fomentada pelo último rei muçulmano, Ibn al-Mahfur.
Na época da Reconquista Cristã, sob o comando do rei D. Sancho I de Portugal, os exércitos portugueses, apoiados por uma frota de cruzados dinamarqueses e frísios, conquistar o vizinho Castelo de Alvor, em 1189. Ainda no verão desse ano, com o auxílio de uma nova frota de cruzados, desta vez ingleses e alemães, os exércitos portugueses cercaram Silves, com o objetivo de a conquistar. O sítio teve início na segunda quinzena do mês de julho e viria a durar mais de um mês, sendo que, após violentos ataques com uma grande variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e um ouriço, que é uma esfera de madeira armada com diversas pontas de ferro. Assim, a 2 de setembro, após a destruição de várias torres e troços das muralhas, a povoação acabou por se render, sendo violentamente saqueada.
Depois de mudar várias vezes de soberania, entre portugueses e mouros, foi só sob o reinado de D. Afonso III de Portugal, que a povoação de Silves e o seu castelo voltaram para as mãos de Portugal. Em 1266, o soberano concedeu à povoação de Silves o seu Foral, determinando a recuperação e o reforço das suas defesas.
Com o terramoto de 1755, a estrutura do castelo de Silves e das suas muralhas foi severamente danificada.
Num decreto de 23 de junho de 1910, o Castelo de Silves foi classificado como Monumento Nacional. Mais tarde, nas décadas de trinta e quarenta, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais promoveu várias intervenções de restauro e consolidação, tendo-se desobstruído alguns troços de muralhas e refazendo-se algumas torres que estavam quase a ruir.
Desde 1984 que estão a decorrer escavações arqueológicas no interior do Castelo de Silves, sendo que, actualmente, este constitui-se num dos maiores e mais bem conservados monumentos do país.

Ler mais:
https://www.cm-silves.pt/pt/menu/106/castelo-de-silves.aspx
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70541/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1288
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Silves
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-silves/

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Castelo de Penela

Equacionando-se uma origem anterior, os testemunhos materiais mais antigos do Castelo de Penela datam do século XI, quando Fernando Magno entregou a administração do condado de Coimbra ao conde Dom Sisnando. 
A reconquista definitiva de Coimbra, em 1064, conferiu a esta fortificação um papel decisivo na linha defensiva da cidade condal. Foi a partir da construção do castelo que terá nascido a povoação de Penela, cuja designação poderá derivar do étimo celta penna (que significa pequeno penhasco). Deste tempo serão as sepulturas antropomórficas existentes no interior das muralhas junto à escarpa do castelejo.
A perda ou abandono de sua posição explicaria a conquista que é atribuída a D. Afonso Henriques, em 1129, embora sem fundamentação documental. Acredita-se que date desse período uma reedificação do castelo pelo primeiro soberano, providência renovada sob os reinados de D. Sancho I e de D. Dinis, este último responsável pela edificação da torre de menagem e da cerca da vila, que remontam ao início do século XIV.
Posteriormente, D. Pedro, duque de Coimbra, aqui empreendeu grande campanha de obras, quando foram erguidos o paço ducal, e a Igreja de São Miguel, bem como reedificados o castelejo e a Porta da Vila. A vila ganhou ainda Carta de Feira (1433), a ser realizada anualmente no dia de São Miguel (29 de Setembro).
A vila e seu castelo foram elevados em 1465 a condado, vindo D. Afonso Vasconcelos e Meneses a ser o 1° conde de Penela.
O castelo chegou ao século XX num estado próximo da ruína. A intervenção realizada pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais, na década de 1940, conferiu-lhe a sua configuração actual.
A construção medieval do castelo desenha um polígono irregular, aproveitando o escarpado natural, pelo que os panos de muralha (com uma altura que varia entre 7 e 19 metros) estão adaptados ao terreno arenítico, sendo que a Oeste são mais elevados e fortificados do que a Este. A muralha articula-se com torreões de diferentes tipos, assente no gigantesco afloramento de arenitos e conglomerados da base do período jurássico.
Está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69810
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1597
http://www.castelosemuralhasdomondego.pt/website/castelo-de-penela
http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=1844&muda_idioma=PT
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Penela
http://www.portugalnotavel.com/castelo-de-penela/

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Castelo de Santiago do Cacém

As escavações realizadas no território correspondente na actualidade ao concelho de Santiago do Cacém revelam as remotas origens dos vestígios de ocupação humana na região, desde o Paleolítico, passando pelo Neolítico, até ao período da conquista romana, ao qual remontam as ruínas de Miróbriga, numa comprovação da adequação dos seus terrenos à prática agro-pecuária.
O antigo povoado de Santiago do Cacém terá, então, entrado num longo processo de declínio, por volta do século IV d. C., até à chegada dos mouros, em 712. Passou a ser, então, conhecido por Cacém, denominação eventualmente atribuída a partir do nome do seu governador árabe, Kassen, ainda que uma lenda local a atribua a nobre aportada do Mediterrâneo oriental que, após matar Kassen e conquistar o castelo no dia de Sant'Iago, o baptizou de Sant'Iago de Kassen. 
Nos séculos posteriores, pouco se sabe sobre os acontecimentos nesse local e no seu castelo, retomando Santiago do Cacém à memória dos homens já com a Reconquista Cristã, tendo sido tomada pela primeira vez aos Mouros em 1158, como consequência da conquista de Alcácer do Sal pelos exércitos do rei D. Afonso Henriques de Portugal.
No século XIII o castelo, propriamente dito, encontrava-se na posse da princesa D. Vetácia, próxima da Rainha Santa Isabel, regressando à Ordem com a morte da proprietária, até que Filipe II (1578-1621) o doou aos Duques de Aveiro, em 1594, transferindo-se para a Coroa em 1759, numa altura em que se encontrava já bastante danificado. Uma situação agravada pela destruição parcial do muralhado provocada pela construção da igreja Matriz, no século XIII, assim como pela utilização do seu recinto interno como cemitério da Vila, a partir do século XIX.
No ano de 1217, o Castelo de Santiago do Cacém foi reocupado definitivamente, tendo sido doado à Ordem de Santiago da Espada, sendo reconstruído pelos monges guerreiros dessa mesma Ordem.
A cerca do Castelo de Santiago do Cacém, de planta geométrica aproximadamente retangular, conserva ainda alguns vestígios da fortaleza muçulmana, possuindo dez torres quadrangulares e cubelos semi-cilíndricos que robustecem os panos de muralha ameados. Subsiste ainda a quase totalidade da barbacã, que também se encontra reforçada por cubelos.
O castelo foi classificado como monumento nacional em 1910.

Ler mais:
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-santiago-do-cacem/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70441/
http://www.amigosdoscastelos.org.pt/tabid/72/ctl/Details/mid/473/monumentID/61/Default.aspx
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3428
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Santiago_do_Cacém

terça-feira, 24 de julho de 2018

Castelo da vila de Castelo de Vide

À época da Reconquista cristã da península Ibérica, algumas evidências não comprovadas apontam uma suposta conquista de Vide por D. Afonso Henriques em 1148, bem como a outorga de foral em 1180.
Feitas e desfeitas as fortificações medievais ao longo do séc. XIII, levanta-se definitivamente o castelo, por iniciativa de D. Dinis, concluindo-se já no reinado de seu filho, Afonso IV, em 1327. Foi assim que Vide passou a Castelo de Vide.
Ao contrário dos programados e racionais castelos góticos, este subordina-se, ainda, às condicionantes do terreno, mas possui algumas características típicas da arquitectura militar da Baixa Idade Média, como a torre de menagem adossada à porta principal, ou a existência de uma barbacã a anteceder a fortaleza. O reduto defensivo compõe-se de duas partes essenciais: um pequeno espaço quadrangular, definido por muralhas e torreões, é o pátio de armas, em torno do qual se dispõem as estruturas de armazém e de apoio à defesa; o restante espaço amuralhado corresponde à vila velha, dotada de uma Rua Direita e onde existiam as casas da Câmara e da Cadeia, bem como as habitações do alcaide e da classe dominante local.
A terceira grande fase de obras aconteceu no século XVII, durante as Guerras da Restauração. Em 1641, imediatamente após a proclamação da Independência, iniciaram-se os trabalhos, que foram apressados e ampliados a partir de 1642, sob projecto de Nicolau de Langres. Em 1660, no auge deste processo de fortificação, a praça albergava uma guarnição de 600 homens e três companhias de cavalaria, o que revela a sua importância. Ela integrava dois fortes, o do castelo (a poente) e o de São Roque (a nascente), de planta estrelada e com amplos baluartes e desníveis de terrenos, interligados por uma extensa linha de muralhas que circundava a vila, já extraordinariamente expandida desde o primitivo núcleo medieval.
Desactivada de 1823, a fortaleza permanece como uma importante silhueta militar na raia, evocadora do passado guerreiro e da importância que teve nos muitos recontros entre portugueses e espanhóis ao longo da História.
Os materias básicos visíveis, empregues em todas as fortificações, são a pedra (quartzito e granito), o tijolo, a argamassa de cal e a terra. 
A Torre de Menagem apresentou-se esventrada durante muitos anos em resultado da explosão que a mutilou no ano de 1705, quando os espanhóis a ocuparam. Mais tarde com o terramoto de 1755 voltou a sofrer danos. 
Após várias intervenções, as obras de reconstrução da torre, foram dadas como concluídas em 1978.
Está protegido como Monumento Nacional desde 23 de Junho de 1910.
Do alto da torre e das muralhas obtém-se uma magnífica panorâmica sobre a vila de Castelo de Vide e os seus arredores.

Fonte principal: DGPC
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70446
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4572
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Castelo_de_Vide
http://www.castelodevide.pt/turismo/pt/ver-e-fazer/patrimonio/castelo

Forte Jesus de Mombaça