sábado, 31 de março de 2018

O Pálio de Cidadelhe, visto por José Saramago



O Pálio de Cidadelhe, guardado (cada ano, em segredo) numa das casas da aldeia, data do século XVIII e apenas sai às ruas nas procissões da Páscoa e do Corpo de Deus. Finamente bordado a oiro sobre um valioso pano de cor grená, subsiste como testemunho da alma comunitária e do paradoxo artístico que, no mesmo acto criador, fez nascer a lenda rude dos irmãos agricultores, que cada ano rompiam três enxadas nas encostas de Cidadelhe, e teceu, a filigrana, os símbolos da sua fé.
Na sua obra "Viagem a Portugal", José Saramago descreve-o assim:

"Cidadelhe, calcanhar do mundo. Eis a aldeia, quase na ponta de um bico rochoso entalado entre dois rios. (...)
O pálio é a glória de Cidadelhe. Ir a Cidadelhe e não ver o pálio, seria o mesmo que ir a Roma e não ver o papa. O viajante já foi a Roma, não viu o papa e não se importou com isso. Mas está a importar-se muito em Cidadelhe. (...)
José Saramago e o Pálio, em 2009.
Quando se aproxima da Ermida de São Sebastião vê, em ar de quem espera, aquelas mesmas idosas mulheres e outras mais novas. "É o pálio", diz Guerra. As mulheres abrem devagar uma caixa, tiram de dentro qualquer coisa envolvida numa toalha branca, e todas juntas, cada qual fazendo seu movimento, como se estivessem executando um ritual, desdobram, e é como se a não acabassem de desdobrar, a grande peça de veludo de carmesim bordada a ouro, a prata e a seda, com o largo motivo central, opulenta cercadura que rodeia a custódia erguida por dois anjos, e ao redor das flores, fios entrelaçados, esferazinhas de estanho, um esplendor que nenhumas palavras podem descrever.
O viajante fica assombrado. Quer ver melhor, põe as mãos na macieza incomparável do veludo, e numa cartela bordada lê uma palavra e uma data: 'Cidadelhe, 1707'. Este é, em verdade, o tesouro que as mulheres de preto ciosamente guardam e defendem, quando já lhes custa guardar e defender a vida.
No regresso à Guarda, caía a noite, disse o viajante: "Então o pálio estava a arranjar". "Não. Quiseram convencer-me primeiro de que o senhor era boa pessoa". O viajante ficou contente por o acharem boa pessoa em Cidadelhe, e nessa noite sonhou com o pálio."

Ler mais:
José Saramago (1985) - Viagem a Portugal - Círculo de Leitores.
http://www.sitexplo.com/roteiro/index.php?obj=front&action=rub_aff&rub_id=71
http://lalineadelhorizonte.com/revista/con-saramago-por-las-aldeas-historicas-de-portugal-iii/

Museu Nacional do Azulejo


Criado em 1965, tornou-se Museu Nacional do Azulejo (MNAz) em 1980,encontrando-se instalado no antigo Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor. O edifício sofreu transformações devido a diversas campanhas de obras, salientando-se o claustro maneirista do século XVI; a igreja, decorada com importantes conjuntos de pinturas e revestimentos azulejares; a sacristia, com um arcaz de madeira do Brasil e emolduramentos de talha integrando pinturas; o coro alto, com rica ornamentação em talha dourada; a capela de Santo António, com decoração barroca setecentista e uma grande quantidade de telas da autoria do pintor André Gonçalves.
O Museu Nacional do Azulejo tem por missão recolher, conservar, estudar e divulgar exemplares representativos da evolução da Cerâmica e do Azulejo em Portugal, promovendo as boas práticas de Inventariação, Documentação, Investigação, Classificação, Divulgação, Conservação e Restauro da Cerâmica e, muito em especial, do Azulejo. Integra também a missão do MNAz a salvaguarda patrimonial da igreja e dos demais espaços do antigo Mosteiro da Madre de Deus.
Através das suas actividades, o museu dá a conhecer a história do Azulejo em Portugal procurando chamar a atenção da sociedade para a necessidade e importância da protecção daquela que é a expressão artística diferenciadora da cultura portuguesa no mundo: o azulejo.




Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/rede-portuguesa/m/museu-nacional-do-azulejo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_do_Azulejo
https://www.lisbonlux.com/lisbon-museums/museu-do-azulejo.html

Papas de sarrabulho


Ao longo de cinco séculos, a cultura do milho marcou de tal forma os hábitos e a paisagem rural do Minho que se tornou indissociável da cultura regional. Desde os característicos espigueiros ao folclore e à culinária, o milho está sempre presente na cultura tradicional minhota.
Tal como outrora sucedia noutras terras em redor, também em Ponte de Lima o sarrabulho era servido com farinha de milho, formando as afamadas "papas de sarrabulho".
As papas de sarrabulho são confeccionadas com diferentes tipos de carnes (frango, enchidos e febras de porco), com a farinha de milho, sangue cozido e especiarias.
São servidas como sopa ou como acompanhamento dos rojões à moda do Minho.

Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papas_de_sarrabulho

Casa de Mateus



Situado na freguesia de Mateus, a cerca de 2 km de Vila Real, encontra-se o Palácio de Mateus, também conhecido como Solar, ou Casa de Mateus. O seu nome é famoso internacionalmente devido ao vinho Mateus Rosé daí proveniente.
O Palácio de Mateus é uma solarenga, muito elegante, que possui belíssimos jardins e é circundada por extensos terrenos vinícolas. Apesar de o edifício original ser datado de 1619, não se sabe exactamente quando foi mandado edificar o actual Palácio, sabendo-se apenas que em 1721 era propriedade de António José Botelho Mourão, o terceiro Morgado de Mateus, e que as suas obras ficaram concluídas somente em 1750, já pelas mãos de D. Luís António Mourão, seu filho. Em 1911, o Palácio de Mateus recebeu a classificação de Monumento nacional.
Apesar de não ser 100% certo, o Palácio de Mateus deverá ter sido obra do italiano Nicolau Nasoni, a julgar pela coerência do estilo barroco quando comparado com outros edifícios da sua autoria. Segundo Smith, entre 1739 e 1743, Nasoni terá realizado pelo menos a construção da fachada central do Palácio e a sua decoração, que é composta por pináculos, frontões, cimalhas curvas e uma estatuária impressionante.
O Palácio tem planta rectangular, dividindo-se em dois quadrados vazados na zona central, criando assim várias alas, compondo dois pátios que se ligam entre si através de grandes aberturas no piso térreo. Ao passo que o pátio posterior é encerrado, o pátio frontal é aberto, permitindo assim a vista da fachada principal que fica recuada e virada para poente.
Para aceder ao piso nobre, existem escadarias duplas repetidas nas fachadas transversais de ambos os pátios, uma a nascente e duas a poente, o que faz com que a simetria e o movimento barroco de toda a ornamentação se acentuem ainda mais. 

O Palácio de Mateus é muito mais do que o edifício que dá nome ao vinho. Em Portugal é considerado como uma das melhores, senão a melhor representação da arquitectura barroca no país.
                    Fonte: http://www.historiadeportugal.info/palacio-de-mateus/

Ler mais:
http://www.casademateus.com/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/en/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71128
https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/11-coisas-que-talvez-nao-saiba-sobre-a-casa-de-mateus

Caminho do Xisto de Fajão - Subida aos Penedos


Fajão é uma das dez freguesias do concelho de Pampilhosa da Serra. Está situada numa espécie de concha rodeada de montanhas, tendo à esquerda os rochedos de Penalva e o cabeço da Mata, para a direita a Serra da Rocha, à retaguarda a Serra da Amarela e em frente o Picoto de Cebola.
O percurso deste Caminho passa por alguns dos pontos paisagísticos mais interessantes em redor desta aldeia, que surge e emerge alcantilada num recanto da serra.
Ao longo deste percurso é feita uma incursão na área protegida de Rede Natura da Serra do Açor. Contorna-se em balcão uma das encostas do vale cavado do Rio Ceira, subindo-se depois até ao alto dos Penedos da Penalva, entre paisagens deslumbrantes e solo rochoso.
O percurso do Caminho do Xisto do Fajão tem como ponto de partida e chegada o Largo da Igreja de Fajão. Começando no sentido anti-horário, seguimos pela rua principal e deixamos a aldeia descendo em direcção ao vale do Ceira, por caminhos estreitos e rodeados por pinheiros. Entramos então na antiga calçada, saindo pouco depois à esquerda para percorrer em balcão a encosta escarpada sobre o vale, que permite uma vista panorâmica deslumbrante sobre o rio Ceira. O segundo terço deste percurso é marcado pela subida, que evolui nesta escarpa por um caminho estreito entre grandes blocos de quartzito. 
A meio da subida podemos encontrar a Igreja ou Capela dos Mouros, que é no fundo uma gruta escavada na escarpa, um pouco desviada do percurso, e cujo nome atribuído pela população local nos lembra a passagem deste povo por estes territórios. Este sector de subida mais pronunciada termina no Alto do Carvalhinho, onde entroncamos novamente com a variante PR 1.1. Em frente, a subida continua de forma mais gradual por um carreiro de aproximação aos Penedos de Penalva (ponto mais alto do percurso), de onde se obtém uma bela vista sobre a Serra do Açor e aldeia do Fajão que surge alcantilada na encosta. O percurso continua com nova descida terminando no Largo da Igreja, após atravessar as ruelas da aldeia.

Ler mais:
http://www.walkingportugal.com/z_distritos_portugal/Coimbra/Pampilhosa_da_Serra/PPS_pr1_caminho_do_xisto_de_fajao_folheto_02.pdf
https://aldeiasdoxisto.pt/percurso/2206#mini-panel-contacts_and_informations

Clube Agrícola da Chamusca



Antigo Grémio Agrícola, com estatutos aprovados em 24 de Novembro de 1900, viu o seu nome alterado para Clube Agrícola, para não se confundir com os Grémios Agrícolas do Estado Corporativo.
Edifício emblemático, situado no centro da vila da Chamusca, construído em 1912, é de facto um belo exemplar da linha "Arte Nova".
Na fachada é reconhecível o emprego tanto estrutural como decorativo, do arabesco inspirado numa flora estilizada, que se pode observar nos azulejos a nível do beirado, que circundam toda a construção, no ferro forjado das varandas e portas, e no vitral que decora a entrada principal.

Fonte: Município da Chamusca
http://www.cm-chamusca.pt/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=462&Itemid=486

Mina de Neves-Corvo


A Mina de Neves Corvo, situada no concelho de Castro Verde, no Baixo Alentejo, encontra-se numa das principais províncias metalogénicas de sulfuretos maciços polimetálicos, a Faixa Piritosa Ibérica, sendo ainda uma das poucas minas em laboração na Europa. Trata-se do mais importante depósito mineral descoberto em Portugal e, um dos mais importantes jazigos de cobre do Mundo.
Atualmente extrai minérios de cobre e de zinco, produzindo cerca de 60 000 toneladas de cobre e 30 000 de zinco por ano.
A construção das primeiras infraestruturas mineiras (rampas de acesso, poço) teve início em 1981, e a exploração das massas oito anos mais tarde, em 1989, pela Sociedade Mineira de Neves-Corvo (SOMINCOR).
A Somincor - Sociedade Mineira de Neves-Corvo, SA., foi constituída em 24 de Julho de 1980, após a descoberta em 1977, de um depósito de sulfuretos maciços com quantidades significativas de metais básicos, principalmente de cobre e zinco. A Mina de Neves-Corvo situa-se no Baixo Alentejo, no bordo sul da Faixa Piritosa Ibérica. A Somincor foi vendida à Eurozinc em Junho de 2004 e desde novembro de 2006 integra o grupo sueco Lundin Mining.
Actualmente a SOMINCOR emprega directamente um total de 1700 pessoas (1000 empregados e 700 empreiteiros). Estudos prévios socioeconómicos demonstraram que por cada emprego directo cerca de 8 empregos indirectos são gerados no país. Mais de 90% da força de trabalho é oriunda ou vive nos concelhos circundantes à Mina. O custo total anual com recursos humanos excede os €58 milhões, com uma média salarial anual de €55000, significativamente mais alta do que a média nacional.
As instalações da mina estão ligadas ao porto de Setúbal através de um ramal próprio e da linha do Sul.

Ler mais:
http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/dossier_artigo/20170621_guidosbrancia_16479210945968e2d976c9d.pdf
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/investimento-nas-minas-de-neves-corvo-recebe-luz-verde-214470

sexta-feira, 30 de março de 2018

Capela de São Frutuoso de Montélios




A capela de S. Frutuoso de Montélios, situada na freguesia de Real e distando cerca de 1,5Km da cidade de Braga, é um dos mais discutidos monumentos pré-românicos da Península Ibérica.
S. Frutuoso, natural da Hungria, foi Bispo de Braga e Dume na segunda metade do século VII, tendo mandado construir um Mosteiro em Montélios, quando sentiu que o seu fim estava próximo.
Morreu em 16 de Abril de 665 e deve ter sido sepultado numa capela anexa ao mosteiro, que é, a que hoje conhecemos parcialmente. Como seria a planta original desta capela e qual o objectivo com que foi construída, são enigmas que não foram resolvidos pois, no séc. XVIII, a construção da Igreja de S. Francisco, à qual está unida, amputou-a de elementos ainda hoje desconhecidos pelos especialistas, nomeadamente a fachada principal.
A Capela de S. Frutuoso, sobretudo no exterior, inspira-se visivelmente no sepulcro bizantino de Gala Placida, em Ravena, apresenta uma planta em cruz grega, arcadas cegas decorando as paredes, corpo central saliente e de planta quadrada, telhados de duas águas nos corpos laterais, etc.. As vicissitudes históricas por que a Capela passou, sobretudo nos três primeiros séculos da sua existência, motivadas pelas destruições árabes, estão na origem da controvérsia existente entre os especialistas de história da arte.
A Capela de S. Frutuoso sofreu obras de reconstrução importantes em diversas épocas, por isso, não existe unanimidade quanto à sua planta privativa, a sua organização interna, o seu estilo artístico, a cronologia da sua construção e sucessivos restauros, enfim, a sua função primitiva.
Acesas polémicas têm dividido os defensores da tese visigótica e os da tese moçárabe, sendo possível que ambos tenham alguma razão, embora exista também uma certa tradição clássica no monumento.
Estamos certamente perante uma Capela construída no século VII, em pleno período de dominação visigótica, que deixou as suas marcas, por exemplo, em alguns capitéis e na tripla arcatura interior, que dá acesso às pequenas capelas laterais.
O monumento deve ter sido reconstruído no século IX daí lhe advindo o seu moçarabismo, patente na estrutura da abóbada, na planta das capelas laterais, na torre central e em alguns elementos decorativos (flor de lis e corda).O restauro da Capela, iniciado em 1931, prolongou-se por longos anos a acabou por não ser concluído, depois da enorme controvérsia, por não haver concordância entre os responsáveis pelo trabalho de reintegração do monumento.
Uma possível solução para os problemas existentes poderá encontrar-se através de um estudo aturado do monumento e dos relatórios dos trabalhos que nele se realizaram e ainda através de escavações arqueológicas no seu interior e no terreiro circundante.
De qualquer modo, não restam dúvidas de que a capela de São Frutuoso, bizantina, visigótica ou moçárabe, é uma das jóias mais preciosas do nosso património artístico.
                     Fonte: União das Freguesias de Real, Dume e Semelhe

Ler mais:
http://www.ufrds.pt/freguesia.real.php?pid=130
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_de_S%C3%A3o_Frutuoso


Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire


O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém / Torres Novas localiza-se na povoação do Bairro, a 10 km de Fátima, no extremo oriental da serra de Aire, uma das unidades geomorfológicas que compõem o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC).
É considerado um importantíssimo registo icnofóssil do período Jurássico, o qual inclui as pegadas de alguns dos maiores seres que alguma vez povoaram o planeta Terra: os dinossáurios saurópodes. 
Na laje calcária, onde as pegadas de dinossáurios se conservaram ao longo de 175 milhões de anos, podem ser observados cerca de 20 trilhos ou pistas, entre as quais a mais longa pista, com 147 m de comprimento, de dinossáurios saurópodes até hoje conhecida no mundo.
No período Jurássico, durante a separação da grande massa continental – Pangea – que levou à formação dos actuais continentes, numa altura em que o clima da Terra se tornou mais quente, existiam extensos mares pouco profundos e a vida era abundante; era um clima tropical, quente e húmido com densas florestas.
A quantidade de vegetação permitiu a proliferação de dinossáurios herbívoros, como os saurópodes. Nas suas deslocações, estes animais deixaram as suas pegadas nas camadas finas de lama calcária existente nas lagunas marinhas de baixa profundidade. Depois a lama secou e foi soterrada por sedimentos calcários que acabaram por se transformar em rocha. Passados cerca de 175 milhões de anos os trabalhos de exploração da pedra permitiram pôr a descoberto os vários trilhos visíveis na laje.
A abertura ao público do Monumento Natural efectuou-se em 1997, tendo sido criado um circuito pedagógico, onde as e os visitantes podem aprender mais sobre a história da Terra, através da visualização de painéis informativos e de leitores de paisagem. (ICNF)

Ler mais:
http://www.pegadasdedinossaurios.org/html/mon_conmon.htm
http://www2.icnf.pt/portal/ap/nac/mon-nat-peg-dino-ourem-torres
https://www.viajaremfamilia.com/o-maior-trilho-de-pegadas-de-dinossaurios-do-mundo/

Café "Majestic"

Fundado em 1921 é considerado um dos mais belos exemplares de Arte Nova na cidade do Porto, com uma atmosfera de requinte e bem-estar. A sua beleza e o seu significado na cidade do Porto valeram-lhe a classificação de Imóvel de Interesse Público em 1983, e de "património cultural" da cidade, possibilitando um processo de recuperação que permitiu a sua reabertura em 1994, com todo o seu antigo esplendor, convidando a reviver a fascinante Belle Époque.
 

O Café Majestic, de traça ideada pelo arquitecto João Queiroz, permanece ainda hoje como um dos mais belos e representativos exemplares de Arte Nova na cidade do Porto. O edifício, localizado no ângulo formado pelas ruas de Santa Catarina e Passos Manuel, previa, na memória descritiva da sua reconstrução, a existência de estabelecimentos virados para a rua pedonal.
A imponente fachada em mármore, adornada com aspectos vegetalistas de formas sinuosas, reflecte o bom estilo decorativista da altura. Um trio de elegantes portadas marca a frontaria, limitada por uma secção rectangular, rasgada em vidro. No topo um frontão coroa a composição com as iniciais do Majestic. Ladeiam-no duas representações de crianças que, divertidas, convidam o transeunte a entrar.
Dentro do estabelecimento, de planta rectangular, reina a linguagem Arte Nova. A simetria curvilínea das molduras em madeira e os pormenores decorativos cativam a observação. Grandes espelhos riscados pela idade, intercalados por candeeiros em metal trabalhado, delimitam as paredes num inteligente jogo óptico de amplitude, que lhe dá uma dimensão maior que a real.
Esculturas em estuque, representando rostos humanos, figuras desnudas e florões, confirmam o gosto ondulante e sensual, enquanto duas linhas de bancos em couro gravado, substituindo os originais em veludo vermelho, criam, em termos de perspectiva, uma sensação de profundidade e elegante aconchego.
O recorte sinuoso dos caixilhos da espelharia, a luminosidade dos candeeiros, os detalhes em mármore e os bustos sorridentes que se estendem das paredes ao tecto, conferem-lhe ambiência dourada e confortável, incitando ao repouso e à conversa amena. O Café Majestic emana uma atmosfera de luxo, requinte e bem-estar.
A biografia de J. K. Rowling, escrita por Sean Smith, refere que quando a escritora estava a viver no Porto, passava muito tempo no Majestic a trabalhar no primeiro livro de "Harry Potter".

Ler mais:
http://www.cafemajestic.com/pt/majestic-cafe/historia.aspx
https://www.ucityguides.com/cities/top-10-cafes.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9_Majestic

Reserva Natural das Ilhas Desertas


A Reserva Natural das Ilhas Desertas fica 22 milhas a sudeste do Funchal. É um grupo de ilhéus conhecidos como Deserta Grande, Bugio, Ilhéu Chão e Prego do Mar. Foi declarado Reserva Natural em 1990 devido à população aí existente do quase extinto lobo-marinho. Na pior altura esta população contava com apenas 6 ou 8 indivíduos, sendo assim uma das espécies mais ameaçadas na lista de animais em risco de extinção do mundo. Hoje estima-se que essa população está em franca recuperação e que conta com pelo menos 30 indivíduos. 

Este espaço é também um importante centro de nidificação de aves marinhas.
No Norte da Deserta Grande, no vale da Castanheira, reside a Tarântula das Desertas (Lycosa ingens), uma espécie endémica desta ilha. As ilhas apresentam ainda uma grande variedade de plantas.
Este espaço tornou-se Área Protegida em Maio de 1990, através do Decreto Legislativo Regional nº. 14/90/M, que criou a Área de Protecção Especial das Ilhas Desertas, passando a Reserva Natural, em 1995, através do Decreto Legislativo Regional nº. 9/95/M, com uma área de 9.672 ha e inclui todas as ilhas ou ilhéus.
A área marinha está dividida em Reserva Parcial, a Norte, e Reserva Integral, a Sul. Como reconhecimento do valor natural e ecológico destas ilhas, o Conselho da Europa classificou-as em 1992 como Reserva biogenética.
Embora a protecção destas ilhas tenha sido motivada pela urgência de tomada de medidas para a conservação do lobo-marinho, o seu objectivo é a protecção e preservação de todo um conjunto de fauna e flora únicos e que englobam várias espécies raras e endémicas.
É proibida a caça submarina, em toda a sua área, e a navegação, na parte sul. Esta Reserva Natural faz parte da Rede Natura 2000.

Para visitar estes ilhéus é necessário pedir antecipadamente uma licença especial. Algumas excursões comerciais são permitidas mas é proibido mergulhar ou velejar dentro da reserva.

Ler mais:
https://ifcn.madeira.gov.pt/areas-protegidas/ilhas-desertas.html
http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/explorar/detalhe/ilhas-desertas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reserva_Natural_das_Ilhas_Desertas

Catedral de Idanha-a-Velha


Idanha-a-Velha, é uma pequena vila que parece adormecida entre os olivais, mas cujo passado histórico teve uma importância testemunhada pela catedral e pelas inúmeras ruínas, transformando-a num museu ao vivo.
Elevada a cidade episcopal em 534, diz-se que foi aí que nasceu um rei visigodo, e a velha catedral, restaurada no início do século XVI, ainda conserva pedras esculpidas e inscritas do tempo dos romanos.

Em meados do século VI, terá sido construído um novo edifício de culto cristão nas proximidades daquele. A nova construção é, presumivelmente, contemporânea da elevação da cidade à dignidade episcopal, em data incerta, durante o domínio suevo. Durante o domínio muçulmano, foi construída a igreja que é a matriz arquitectónica do edifício que chegou até nós. 
O templo terá sido erguido pela comunidade moçárabe nos finais do século IX, altura em que a diocese foi momentaneamente restaurada. A configuração actual da igreja deve-se aos trabalhos de restauro promovidos pelo Prof. Dr. Fernando de Almeida, que recupera a igreja dos finais do século XVI.

Este elemento do Conjunto Monumental de Idanha-a-Velha e toda a sua envolvente foram intervencionados no âmbito do projecto das Aldeias Históricas.

Ler mais:
http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/o-que-ver/igreja-de-santa-maria-se-catedral
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=sitios.resultados&subsid=48079
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5882

quinta-feira, 29 de março de 2018

Torre de Belém


Inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO, a Torre de Belém (ou Torre de S. Vicente a par de Belém) é um ex-libris do património cultural português projetado em todo o mundo e um dos elementos arquitetónicos que pontua a paisagem ribeirinha na zona monumental Ajuda-Belém. Construída em homenagem ao Santo Patrono de Lisboa, S. Vicente, a Torre de Belém fazia parte de um sistema de defesa tripartida entre o baluarte de Cascais e a fortaleza de S. Sebastião da Caparica, na margem oposta do rio. 
A decoração da Torre ostenta a simbologia própria do manuelino – cordas que envolvem o edifício rematando em elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.

Construída estrategicamente na margem norte do rio Tejo entre 1514 e 1520, sob orientação de Francisco de Arruda, a Torre de Belém é uma das jóias da arquitetura do reinado de D. Manuel I. O monumento faz uma síntese entre a torre de menagem de tradição medieval e o baluarte, mais largo, com a sua casamata onde se dispunham os primeiros dispositivos aptos para resistir ao fogo de artilharia. Ao longo do tempo a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa da barra do Tejo e, a partir da ocupação filipina, os antigos paióis deram lugar a masmorras. 

Nos quatro pisos da torre, mantêm-se a Sala do Governador, a Sala dos Reis, a Sala de Audiências e, finalmente, a Capela com as suas características abóbadas quinhentistas.
                            Fonte: DGPC

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/museus-e-monumentos/dgpc/m/torre-de-belem/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Bel%C3%A9m

As sete saias da mulher nazarena


O povo diz que representam as sete virtudes; os sete dias da semana; as sete cores do arco-íris; as sete ondas do mar, entre outras atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete.
De facto, a origem não é de simples explicação e a opinião dos estudiosos e conhecedores da matéria sobre o uso de sete saias não é coincidente nem conclusiva. No entanto, num ponto, todos parecem estar de acordo: as várias saias (sete ou não) da mulher da Nazaré estão sempre relacionadas com a vida do mar.
Quando os barcos esperam raso no mar, para encalhar, o raso geralmente acontece de sete em sete ondas, as quais as nazarenas contavam pelas próprias saias, dobrando-as levemente, uma a uma, até à última saia e última onda – desse modo, não se enganavam na contagem. Ao fim da última saia, esperava-se um bom raso para o ‘seu’ barco encalhar!
Num ponto, contudo, toda a gente está de acordo – o número de saias tem a ver com o mar e não com outra razão qualquer. Muitas nazarenas chegavam a usar mesmo mais do que sete saias. Mas foi o número sete que permaneceu ligado à tradição e à lenda nazarena. A continuação deste uso, nos dias de hoje, já tem a ver com razões estéticas femininas e com a vontade de manter viva a tradição.

Ler mais:
http://portugaldeantigamente.blogs.sapo.pt/o-significado-das-sete-saias-na-nazare-3508
http://www.josematias.pt/eletr/o-significado-das-sete-saias/

Igreja do Antigo Convento da Graça


Santa Maria da Graça é o último grande monumento gótico monacal que Santarém actualmente conserva. A sua construção ficou a dever-se à iniciativa dos Agostinhos de Lisboa, instalados na cidade a partir de 1376. O arranque da construção da igreja aconteceu em 1380, mas dificuldades económicas e a própria história conturbada da família condal, na viragem dinástica, fizeram com que as obras fossem concluídas apenas no segundo quartel do século XV.
A cabeceira tripartida, o transepto e as naves obedecem às concepções do gótico mendicante tão característico da generalidade dos conventos baixo-medievais de Santarém que chegaram aos nossos dias, não obstante uma maior "tendência da abertura espacial", fruto certamente do natural caminho da arquitectura religiosa gótica rumo a uma mais clara espacialidade. A fachada principal, com o seu portal cenográfico e a enorme rosácea que ocupa o segundo registo, pelo contrário, está na dependência do Gótico flamejante que, durante a primeira metade do século XV, triunfou no emblemático monumento de Santa Maria da Vitória, na Batalha. 
Também as sepulturas da família Meneses, que aproveitaram a igreja para seu panteão, revelam a influência da Batalha, designadamente do túmulo duplo de D. João I com D. Filipa de Lencastre, modelo adoptado por D. Pedro de Meneses e sua mulher, D. Beatriz Coutinho. 
Continuando a tradição funerária do espaço, muitos foram os poderosos escalabitanos que aqui se fizeram enterrar, para além do túmulo do navegador Pedro Álvares Cabral, na capela de São João Evangelista, dotado de longa legenda epigráfica. 
                         Fonte: DGPC




Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquis
https://www.visitportugal.com/pt-pt/node/137368a-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70431/

Castelo da Dona Chica