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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mosteiro de São João de Tarouca

Ao que tudo indica, os primeiros monges cistercienses fixaram-se neste ponto do rio Varosa por 1140, ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento. O ritmo da construção do edifício (ou, pelo menos, da sua igreja) foi bastante rápido, sabendo-se que a primeira pedra do atual edifício terá sido lançada em 1154 e que este foi dedicado em 1169, pelo arcebispo de Braga, D. João Peculiar. 
Ao longo da Baixa Idade Média, Tarouca foi um dos mais importantes estabelecimentos monacais nacionais. Aqui se fez sepultar o Conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, num monumental túmulo de granito, decorado com cenas de caça nos faciais, tema característico de uma nobreza fundiária em busca de prestígio social e legitimação.
As grandes transformações aconteceram nos séculos XVII e XVIII, períodos em que se desenvolveram grandes programas de atualização estética e funcional do conjunto. À fachada principal foi acrescentado o atual portal, maneirista, encimado por nicho com a imagem de São João, e os dois janelões barrocos. No interior, destaca-se o retábulo-mor de talha dourada, datado de 1702, e o órgão de tubos, de meados do século. Destes períodos é igualmente a reforma do claustro e das alas monacais.
O ano de 1834 viria a ditar a sucessiva decadência do edificado, consequência direta do decreto da extinção das Ordens Religiosas. A igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX.
Classificado como Monumento Nacional, o complexo monástico integra desde 2009, juntamente com mais dois monumentos (Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e Convento de Santo António de Ferreirim) o Projeto Vale do Varosa, que já permitiu a requalificação da Igreja do Mosteiro e, desde 2013, a musealização das ruínas, resultado de uma exaustiva escavação arqueológica que decorreu entre 1998 e 2007.
Na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, o visitante pode ver a reconstituição tridimensional do Mosteiro, sendo este o espaço que acolhe o centro interpretativo do sítio. O Mosteiro de São João de Tarouca é um dos lugares mais procurados por quem visita a região do Douro e do Varosa.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70414
https://www.culturanorte.gov.pt/patrimonio/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/
https://www.valedovarosa.gov.pt/monumentos/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ponte e Torre de Ucanha


A ponte-torre de Ucanha, localizada nas proximidades de Tarouca, é um monumento que une as duas margens do rio Varosa e que está construído numa das antigas vias romanas do interior beirão. 
Até ao século XVI, a sua história está ligada aos monges cistercienses do Mosteiro de Salzedas, já que se localizava nos seus coutos monásticos, situação que mudou através do foral concedido a esta terra pelo rei D.Manuel I. 
A sua função consistia no cobrar de portagem às pessoas e veículos que cruzassem esta via de comunicação, pois esta estrutura localizava-se na mais importante via de acesso à cidade de Lamego. Também servia de defesa da entrada das antigas terras dos coutos de Salzedas.
A primeira configuração deste monumento único deve ter ocorrido na segunda metade do século XII, altura em que esta parcela do território estava vinculada ao Couto do Mosteiro de Salzedas. A ponte encontrava-se à entrada dessa circunscrição e o aglomerado urbano formado em torno dela aparece denominado como Vila da Ponte. O conjunto patrimonial que hoje vemos, todavia, data de época posterior, eventualmente do século XIV, época em que se reconstruiu a ponte e a torre que a tutela.
A ponte é em duplo cavalete, como foi normal na pontística medieval, e encontra-se suportada por cinco arcos apontados, sendo o central de vão muito maior, vencendo a largura do leito do rio Varosa. Os pés direitos deste arco médio são os únicos a possuir reforço por talhamares.
Mas a maior originalidade deste monumento é a associação de uma torre à ponte, como forma de protecção e de controlo de pessoas e bens. Num mundo feudal, em que as passagens sobre os rios eram poucas, a cobrança de portagem constituía um rendimento adicional (em alguns casos de extrema importância), e é precisamente à luz desse imposto que se deve entender a existência desta torre. Implanta-se do lado do mosteiro de Tarouca e é de planta quadrangular com três pisos, dispondo de dispositivos militares nas quatro faces, concretamente balcões de matacães axiais ao nível do derradeiro andar, complementados por escassas seteiras.
Ao longo do século XIV foram várias as tentativas para isentar grupos de moradores do pagamento de portagem, todas votadas ao insucesso por imposição dos monges de Salzedas.
A partir de 1504 a portagem foi extinta e o monumento perdeu grande parte da sua função inicial. O tabuleiro continuou a ser o meio privilegiado de passagem na zona, mas a torre entrou em decadência, permanecendo apenas como armazém de produtos. Esta tendência degenerativa só foi invertida na década de 30 do século XX, altura em que a DGEMN empreendeu o restauro do conjunto.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70487
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3805
http://www.portugalnotavel.com/torre-ponte-ucanha-tarouca/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Ucanha
http://www.valedovarosa.gov.pt/ponte-fortificada-de-ucanha-1/
https://www.infopedia.pt/$ponte-torre-de-ucanha

Forte Jesus de Mombaça