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domingo, 1 de novembro de 2020

Igreja paroquial de Santa Maria

A Igreja de Santa Maria é uma das obras mais ilustres da era moderna, de reconhecido valor internacional em Marco de Canaveses. O projeto é do conhecido arquiteto Álvaro Siza Vieira e ilustra de uma forma diferente a construção de um lugar sagrado onde tudo foi pensado de acordo com o Evangelho e a importância que os traços e objetos devem ter em toda a conjuntura da religião católica.
Como acontece com a maioria das igrejas antigas de Portugal, muros de contenção e grandes escadarias são projetados ao redor do edifício para ajudar a manter sua distância ao entorno imediato. Esta estratégia também é encontrada na Igreja Santa Maria, onde Álvaro Siza faz uso do terreno inclinado e sobrelevado.
O programa para este núcleo incluía, para além da igreja e capela funerária anexa, um auditório, uma escola de catequese e uma habitação para o pároco. Siza implantou estes edifícios em torno de um espaço central de carácter cerimonial, um adro no sentido tradicional, elevado em relação à via tangencial. A composição volumétrica, extremamente atenta aos valores dissonantes e aos alinhamentos apontados pelas construções envolventes, procura consolidar e equilibrar o tecido urbano e em simultâneo criar uma presença física e visual bastante forte no contexto do aglomerado.
A materialidade é a imagem do trabalho de Siza, as paredes externas brancas são construídas em betão, enquanto que as paredes internas e tetos são revestidos por estuque, que é coberto por peças de mármore ou pela água que corre. Os pavimentos são de madeira, granito e mármore; e a cobertura é criada com lâminas de zinco.
A conjugação de entendimento entre a porta, a nave, o sacrário, a simples cadeira, a imagem, a grande curva, o diálogo entre a Cruz e o seu efeito são elementos antigos e que marcam a Casa de Deus e dos Homens. A fachada virada para a entrada da cidade cria uma espécie de enigma que quase obriga o viajante a satisfazer a curiosidade de saber o que representa aquele enorme e indecifrável edifício, sem uma Cruz ou sinal que deixe expressar a informação que se trata de uma Igreja.
Pelo seu caráter emblemático para a arquitetura portuguesa e por ser um projeto marcante da obra de um arquiteto de exceção, a Igreja de Santa Maria e o Complexo Paroquial foram classificados pelo Governo, em 2013, como “Monumento de Interesse Público”.

Ler mais:
https://www.igrejasantamaria.pt/
https://www.archdaily.com.br/br/01-56992/classicos-da-arquitetura-igreja-de-santa-maria-alvaro-siza
https://www.infopedia.pt/$igreja-do-marco-de-canaveses
http://www.baixotamega.pt/pages/285/?geo_article_id=1027

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Estação ferroviária de Livração

 

A estação de caminho de ferro de Livração está situada na freguesia de Toutosa, na parte norte do concelho de Marco de Canaveses. 
Esta estação situa-se na Linha do Douro, no lanço entre Caíde e Juncal, que foi aberto à exploração no dia 15 de Setembro de 1878.
Em 1887, foi estudada uma linha de via larga entre Livração e Vidago, onde entroncaria com a também planeada linha da Régua a Chaves. Em finais de 1899, o engenheiro Cachapuz, em representação de uma sociedade de financeiros italianos, pediu autorização ao estado para construir várias linhas férreas em Portugal, incluindo uma de Livração a Chaves. Em 15 de Fevereiro de 1900, foi decretado o Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego, que classificou a Linha do Vale do Tâmega, de via estreita, com origem em Livração. Uma portaria de 9 de Março de 1903 ordenou a elaboração do projeto para a linha de Livração a Vidago, tendo os estudos sido concluídos no ano seguinte. Esta linha começou a ser construída ainda na década de 1900, por conta do governo, tendo o primeiro lanço, de Livração a Amarante, entrado ao serviço em 21 de Março de 1909. Nesse ano, foi autorizada a instalação de uma oficina de montagem e reparação de material circulante em Livração.
Em 15 de Janeiro de 1949, ficou completa a Linha do Tâmega, ligando Livração a Arco de Baúlhe, tendo sido organizados dois comboios especiais para a cerimónia de inauguração: um de Porto - São Bento a Livração, e outro até Arco de Baúlhe. No mesmo dia, fez-se o primeiro comboio regular até Arco de Baúlhe, que partiu de Livração.
Entretanto, o troço entre Arco de Baúlhe e Amarante foi encerrado ao serviço em 1 de Janeiro de 1990, devido à reduzida procura. Porém, a estação de Livração manteve-se como um entroncamento entre a Linha do Douro e o troço da antiga Linha do Tâmega que segue até Amarante.

Ler mais:
https://www.cm-marco-canaveses.pt/viver/transportes/caminho-de-ferro/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estação_Ferroviária_de_Livração

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Cruzeiro do Senhor da Boa Passagem

O cruzeiro do Senhor da Boa Passagem encontrava-se originalmente junto a entrada da antiga ponte românica, desaparecida em 1944, o que explica a sua invocação. Símbolos de fé, ou de cristianização das encruzilhadas e caminhos, os cruzeiros são também símbolos de protecção e de evocação da Paixão de Cristo. 
O cruzeiro de Marco de Canaveses destinava-se, muito possivelmente, a proteger todos aqueles que atravessassem a ponte, muitos dos quais doentes que procuravam a cura em Santiago, acolhendo-se na vizinha gafaria e capela de São Lázaro, também ela deslocada em 1988 e encontrando-se hoje um pouco abaixo do cruzeiro com o qual conserva uma relação e proximidade. 
A imagem de Cristo Crucificado encontra-se protegida por um pequeno alpendre. Sobre um soco erguem-se duas colunas prismáticas que, juntamente com a parede fundeira, suporta o telhado de três águas. Esta última, termina em empena, com cruz, exibindo ainda uma inscrição. As zonas abertas são protegidas por grades, acedendo-se ao interior do recinto através de escadas metálicas colocadas de lado. 
Não se conhece a data da edificação do cruzeiro que se pensa remontar ao final do século XVIII ou mesmo à centúria seguinte.
O monumento consiste num crucifixo inserto num alpendre, estando a imagem enquadrada por um vão rectangular rasgado na parede da retaguarda rematado por um dintel em arco abaulado, sendo colocado sobre uma base decorada com uma vieira, sobre a qual se menciona, numa inscrição de três regras, o Senhor da Boa Passagem. O alpendre, assente num plinto com cerca de 1 m de altura construído com blocos graníticos, está suportado por duas colunas prismáticas, sobrepujado por um dintel em arco abaulado, sendo coberto por um telhado de três águas assente numa cornija simples. Na empena traseira apresenta uma cruz em pedra. O alpendre está fechado com um gradeamento, tendo como acesso umas escadas metálicas, instaladas do lado esquerdo do monumento, sob um pequeno portão integrado no gradeamento, apresentando na frontaria uma caixa de esmolas. Na retaguarda e sob a cruz da empena, encontra-se uma inscrição latina numa cartela, estando o campo epigráfico emoldurado por uma linha incisa.
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 22-11-1971.

Fontes:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74614
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3887

domingo, 14 de outubro de 2018

Igreja matriz de Soalhães


Fundado em 875, o Mosteiro de Soalhães foi doado ao bispo do Porto por D. Sancho II, em 1267, tendo passado, provavelmente pouco depois desta data, a igreja paroquial. A igreja passou então à condição secular, completando, assim, o processo de formação da paróquia.
Apesar do peso histórico que adquiriu na Idade Média, a actual estrutura da Igreja de Soalhães denota poucos vestígios desses tempos, tendo sido bastante alterada em épocas posteriores. Estas alterações geraram uma certa polémica nas instituições competentes aquando da sua classificação: apesar da sua raiz medieval, os testemunhos dessa época eram parcos para se avançar com a sua valorização. Inicialmente a classificação como Monumento Nacional só abrangeu os elementos românicos da Igreja. Mas esta situação foi posteriormente solucionada em 1980, quando se considerou a necessidade de se classificar a Igreja no seu todo e não partes concretas.
Dessa época persistem, apenas, o portal principal e a arca tumular na capela-mor. Contudo, o próprio portal é um elemento do românico tardio, uma solução protogótica possivelmente do século XIV. 
A ausência de tímpano, associada às arquivoltas de perfil quebrado e os capitéis com uma decoração animalista e vegetalista, mostrando um evidente naturalismo e uma certa elegância desenhada pelo seu cesto, comprovam o seu carácter protogótico.
Exceptuando-se estes elementos românicos, o que se sobressai no restante espaço são as alterações aplicadas durante a Época Moderna: as amplas dimensões da nave, a profundidade da capela-mor e os janelões retangulares são o resultado das transformações ocorridas após o Concílio de Trento com intuito de actualizar o interior da Igreja à liturgia e estética imanada desse importante concílio católico.
Também da mesma época são a torre adossada à fachada principal, com seu remate bolbiforme, o óculo com formas curvilíneas que encima o portal principal e os amplos janelões que na fachada principal (e nas laterais) iluminam a jorros o interior da igreja.
Construído em granito, o templo, de nave única e tecto coberto por 91 caixotões pintados de madeira (à semelhança do que sucede na capela-mor), apresenta as paredes interiores revestidas, até meio da altura, a azulejo de padrão azul e branco, resultante da intervenção realizada já no século XVIII, prolongados por duas séries de baixos relevos de madeira, pintados e dourados, com imagens da Paixão de Cristo, da Via Sacra e da vida do orago, São Martinho.

Ler mais:
http://www.rotadoromanico.com/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadeSaoMartinhodeSoalhaes.aspx?galeria=Fotografias&regiao=Marco%20de%20Canaveses&monumento=Igreja%20de%20S%C3%A3o%20Martinho%20de%20Soalhães&categoria=&TabNumber=0&valor=/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadeSaoMartinhodeSoalhaes.aspx&guid={E7968B57-FB75-47AC-96F9-F2813F09CDE0}
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69802

terça-feira, 27 de março de 2018

Casa das Obras do Fidalgo



Fica em Vila Boa de Quires, no concelho de Marco de Canaveses, a fachada daquilo que seria um monumental Palácio, mandado edificar pelo Fidalgo António de Vasconcelos Carvalho e Menezes. No entanto, a construção que data de meados do seculo XVIII nunca passou para além da fachada. Não se sabe exatamente o motivo mas sem descendentes diretos o fidalgo poderá ter-se desinteressado do projeto, deixando-o ao seu irmão. 
Apesar do seu estado ruinoso e abandonado, tem uma grande profusão de detalhes decorativos, e é considerada uma das mais extensas e imponentes fachadas barrocas da arquitectura portuguesa. O mistério das razões da não conclusão das obras permanece…
O facto de nenhum dos proprietários seguintes ter dado continuação a esta construção acabou por lhe dar o nome de "Obras do Fidalgo" ou "Casa das Obras".
Esta monumental fachada barroca foi considerada "Imóvel de Interesse Público", pelo Decreto-lei n.º 129/77, de 29 de Setembro de 1977. 


Ler mais:

http://www.baixotamega.pt/pages/285/?geo_article_id=1188


Forte Jesus de Mombaça