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sábado, 23 de junho de 2018

Castelo de Almourol

Situado numa pequena ilha escarpada, no curso médio do rio Tejo, o Castelo de Almourol é um dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista, sendo, simultaneamente, um dos que melhor evoca a memória dos Templários no nosso país.
Entregue aos Templários, que então efectivavam o povoamento entre o Mondego e o Tejo, sendo mesmo os principais responsáveis pela defesa da capital, Coimbra, o castelo foi reedificado e assumiu as características arquitectónicas e artísticas essenciais, que ainda hoje se podem observar. Através de uma epígrafe, colocada sobre a porta principal, sabemos que a conclusão das obras deu-se em 1171, escassos dois anos após a grandiosa obra do Castelo de Tomar, mandada edificar por Gualdim Pais, cuja actividade construtiva à frente da Ordem, nas décadas de 60 e 70 do século XII, foi verdadeiramente surpreendente. São várias as características que unem ambos, numa mesma linha de arquitectura militar templária. Em termos planimétricos, a opção por uma disposição quadrangular dos espaços. Em altura, as altas muralhas, protegidas por nove torres circulares, adossadas, e a torre de menagem, verdadeiro centro nevrálgico de toda a estrutura.
Extinta a Ordem, e afastada a conjuntura reconquistadora que justificou a sua importância nos tempos medievais, o castelo de Almourol foi votado a um progressivo esquecimento, que o Romantismo veio alterar radicalmente. No século XIX, inserido no processo mental de busca e de revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado, à luz de um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial. Data, desta altura, o coroamento uniforme de merlões e ameias, bem como numerosos outros elementos de índole essencialmente decorativa e muito pouco prática.
No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se, assim, o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.
Fontes: IPPAR e Câmara Municipal da Barquinha

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70469/
http://www.cm-vnbarquinha.pt/index.php/visitar-2/castelo-de-almourol#história
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Almourol

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Igreja matriz da Atalaia

Mandada edificar cerca de 1528 por D. Pedro de Meneses, conde de Cantanhede, a igreja matriz da Atalaia, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, é possivelmente o primeiro templo português a empregar uma "nova imagem espacial", desenvolvida depois das experiências com as tipologias intermédias entre o gótico mendicante e o classicismo - como os casos das matrizes de Caminha e de Vila do Conde. A sua traça foi elaborada por João de Castilho, sendo os programas decorativos do portal principal e do arco cruzeiro da autoria de João de Ruão, naquela que é uma das primeiras obras feitas pelo mestre normando em Portugal.
O templo da Atalaia possui planta longitudinal, com uma curiosa fachada dividida em 5 panos, uma vez que os panos laterais possuem empenas curvas com arcos de passagem de volta perfeita. Os cunhais do templo são rematados por contrafortes coroados por pináculos. O corpo central da fachada é destacado, possuindo quatro registos; no primeiro foi aberto o portal principal, o segundo possui uma janela perspectivada, e os dois últimos são constituídos pela torre sineira. Esta fachada que actualmente conhecemos na matriz da Atalaia não corresponde à edificação original, uma vez que foi muito alterada pelo restauro efectuado nos anos 30 do século XX.
O elemento que merece maior destaque é efectivamente o portal, elaborado por João de Ruão, cuja composição apresenta duas pilastras, com nichos que albergam as figuras de São Pedro e São Paulo, enquadrando arco de volta perfeita encimado por entablamento repleto de motivos grotescos que ladeiam a pedra de armas de D. Pedro de Meneses.
Interiormente, a igreja divide-se em três naves de cinco tramos, com cobertura de madeira em três panos, e púlpito do lado do Evangelho, datado de 1674. As colunas jónicas que suportam os arcos da nave central não possuem qualquer decoração, à excepção das adossadas ao arco da capela-mor.
A igreja matriz da Atalaia é uma obra experimental, onde se busca já alguma simetria e racionalidade no espaço edificado, embora este resulte algo rudimentar e empregue ainda soluções manuelinas, mas de que se destaca o programa ornamental ao romano, naquela que é considerada a mais inovadora obra do mestre escultor João de Ruão.
                Fonte: Catarina Oliveira, DGPC


Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71139

Forte Jesus de Mombaça