Mostrar mensagens com a etiqueta Distrito de Viana do Castelo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Distrito de Viana do Castelo. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Igreja de Nossa Senhora da Lapa


A igreja da Lapa, em Arcos de Valdevez, é um excelente exemplar da arquitetura barroca do século XVIII. Foi construída em 1767, sob risco de André Soares.


A fachada é encimada por uma bem recortada cornija, lavrada e coroada nos flancos por duas ânforas de pedra. O portal, sobrepujado por um fenestrão, é emoldurado por duas altas pilastras.
A igreja caracteriza-se pela singularidade das soluções arquitetónicas que patenteia, nomeadamente pela planta centralizada, pela colocação da torre atrás da capela mor, e, sobretudo, por uma ampla e alta cúpula, criando uma solução inovadora e simples.
A nave, octogonal, é coberta por uma abóboda de pedra, de gomos. A decoração é feita por magníficas talhas douradas, atribuídas a Frei José de Santo António Vilaça, e estuques imitando mármore. No altar-mor figura um retábulo de talha, executado em 1770.
Fontes:

https://www.visitarcos.pt/o-melhor/gastronomia-e-vinhos/vinhos-e-quintas/vinhos/espumantes/geo_artigo/3-igreja-da-lapa-99

Tesouros Artísticos de Portugal (1976), Seleções do Reader's Digest, Lisboa

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2193

domingo, 8 de novembro de 2020

Espigueiros de Sistelo


Passeando pela aldeia de Sistelo, podemos ainda encontrar, nos pátios e quintais das casas, alguns espigueiros que são uma marca destas aldeias de montanha. Alguns deles restaurados, como uma boa parte do casario, o que lhe dá um charme diferente.



quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Parque do Monte da Madalena

Localizado na freguesia de Fornelos, a cerca de 240 metros de altitude, com acesso pelo denominado ramal da Madalena, o Parque do Monte da Madalena foi aberto ao público em maio de 1923.
No parque é possível apreciar belos exemplares de árvores como carvalhos (Quercus robur), pinheiros (Pinus sp.) e castanheiros (Castanea sativa).


No cimo, pode-se fruir de um espaço arborizado e aprazível, em que as mesas e bancos em pedra não foram esquecidas, para além do agradável restaurante/bar, requalificado em 2013, em frente do qual é possível observar uma das mais belas vistas sobre o Vale do Lima, constituindo-se como um miradouro de excelência, complementado pela área situada um pouco mais abaixo, junto à Capela de Santa Maria Madalena.

Ler mais:
https://www.visitepontedelima.pt/pt/turismo/parque-do-monte-da-madalena/
https://www.portugalplease.com/viana-do-castelo/ponte-de-lima/o-que-visitar/parque-do-monte-da-madalena

domingo, 18 de outubro de 2020

Moinhos de Montedor

Os moinhos de vento assumiram, ao longo dos tempos, uma importância vital na Freguesia de Carreço e são por ventura os mais conhecidos. Estes resultam da evolução de uma comunidade, que em face da riqueza cerealífera local, utilizou a energia eólica, para moer os grãos de forma a transformá-lo em farinha. Os moinhos de ventos mais representativos localizam-se no lugar de Montedor, no monte do Facho (morro do Farol de Montedor) sobranceiros à corda litoral e a aproximadamente 8 km de Viana do Castelo. 
Estes moinhos estão atualmente recuperados: o do Petisco é propriedade particular mas foi restaurado e está em funcionamento, conseguindo inclusive moer milho. O do Marinheiro, foi reconstruído em 2002 e pertenceu à Casa do Marinheiro, tendo sido adquirido mais recentemente pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. Tem velas trapezoidais de madeira, o que o torna único na Península Ibérica. Quanto ao moinho de Cima também pertenceu à Casa do Marinheiro e tem gravada a data de 1835 na padieira da porta. Tinha as velas de pano. Hoje está a ser transformado em Núcleo de Informação sobre os Moinhos, pela Câmara Municipal.
Os três Moinhos de Vento de Montedor estão classificados como Imóveis de Interesse Público, pelos Decretos nº 735/74 de 21 de Dezembro e nº 95/78 de 12 de Setembro; Zona Especial de Proteção, Diário da República, 2ª série, nº 130 de 8 de Junho de 1982.

Ler mais:
http://jf-carreco.com/turismo/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73788/
https://www.olharvianadocastelo.pt/2009/09/moinhos-de-vento-de-montedor-carreco.html

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Torre do Relógio

Torre principal das muralhas medievais de Caminha, dá acesso ao Centro Histórico Medieval da vila. 
Esta grande cerca foi erigida por ordem de D. Afonso III para proteger a povoação fronteiriça que se implantava junto à foz do rio Minho, comportando originalmente 13 torres, que correspondiam a igual número de portas. Crê-se que a estrutura amuralhada estaria concluída no ano de 1260. Esta torre de menagem, que correspondia ao torreão mais alto da fortificação, avançando para o exterior da muralha, era então designada como Porta de Viana, a porta principal da vila, por dar acesso à estrada medieval que conduzia a Viana da Foz do Lima (a atual Viana do Castelo).
De planta quadrada, é constituída por dois pisos, e é atualmente o único torreão remanescente do castelo de Caminha. Em 1673 no cimo da torre foi colocado o relógio que lhe viria a dar o nome. É Monumento Nacional desde 1951.
Em 2008, foi alvo de requalificação e valorização, onde surgiu o Núcleo Museológico do Centro Histórico de Caminha, colocando o edifício da Torre do Relógio, ao serviço da cultura e do turismo, onde a História de Caminha e a sua evolução urbana desde as origens até aos nossos dias, assumem o papel principal.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70681
https://www.cm-caminha.pt/pages/1243?poi_id=219
https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_do_Relógio_(Caminha)

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Cardenhas de Val de Poldros


 Na Serra da Peneda, as brandas, por oposição às inverneiras, eram os locais onde os pastores, e as as suas famílias, subiam aos pontos mais altos no verão, em busca dos melhores prados para os seus rebanhos. 

Cada branda era constituída por um conjunto de abrigos de pedra tosca - as cardenhas -, onde os habitantes se recolhiam durante a noite e assim passavam os meses de verão. Nos restantes meses, desciam às inverneiras, numa transumância humana que hoje já poucos praticam.
Como abrigo para o frio cortante do alto da serra, as cardenhas são rudimentares construções de granito, com tecto baixo para preservar o calor.
Das várias brandas que ainda subsistem na região da Peneda, subsiste a Brande de Santo António de Val de Poldros, um conjunto arquitectónico de inestimável valor patrimonial. Ali existem ainda umas quantas cardenhas bem preservadas, algumas delas convertidas em restaurante e locais de abrigo para visitantes.
Recentemente, a câmara municipal de Monção anunciou a criação de um plano de salvaguarda da branda de Val de Poldros, justificando-o com o "enorme potencial cultural e turístico deste espaço de memória".

Ler mais:
https://media.rtp.pt/visitaguiada/ouvir/branda-santo-antonio-vale-poldros/
http://portugalconhecaomaisbelopaisdaeuropa.blogspot.com/2018/04/val-de-poldros-aldeia-que-parece-um.html
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/branda-em-moncao-vai-ter-plano-de-salvaguarda-de-santo-dentro-de-sete-meses_n1206135

domingo, 23 de dezembro de 2018

Coreto da Beira Rio

Construído no inicio da década 30 do século passado, o “Coreto da Beira Rio” está implantado no Jardim Público Marginal de Viana do Castelo. 
Símbolo de uma época em que o lazer e a festa faziam parte da rua, nos últimos anos tem sido utilizado muito esporadicamente. Longe vão os tempos em que neste Coreto actuavam com relativa frequência, diversas bandas de música que, com os seus concertos, davam vida e alegria ao Jardim Marginal de Viana do Castelo.
Apresenta uma base de planta octogonal, de lados desiguais, assente em soleira de betão, com paramentos rebocados e pintados de azul e branco, nos lados menores integrando grelha de arejamento sobrepujada por friso enxaquetado e com porta de vão rectangular nas fachadas E. e O. As arestas, em empena de cornija contracurvada sobrelevada, são decorada com caravela relevada e cobertura em beiral, coroado por esferas, estando definidas em ventanas, em arco pleno, assente em ombreiras avivadas por motivo decorativo em falsos flautados, dispostos em harpa, sobreposto a segmento da base. 
A fachada principal, voltada a E., articula dupla escadaria, de lanço único, adossada à fachada, de seis degraus e guarda cimentada, e possui frente às ventanas dois candeeiros de campânula apoiados num suporte curvo. Sobre o plinto da base corre gradeamento em ferro forjado com corrimão de madeira, onde se insere a entrada, cerrada por portão de ferro forjado. Cobertura, em telhado de quatro águas, rematada no vértice por acrotério ornado com esfera armilar e catavento zoomórfico. Pavimento cimentado e tecto oitavado, em ripado de madeira e estuque.

Ler mais:
https://olharvianadocastelo.blogspot.com/2014/05/coreto-da-beira-rio-para-ver-banda-tocar.html
http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10631

domingo, 9 de dezembro de 2018

Paisagem Protegida do Corno de Bico


A Paisagem Protegida de Corno de Bico, com a sua gestão confiada ao Município de Paredes de Coura, constitui um pequeno santuário natural situado nos limites sueste deste concelho, abrangendo cinco freguesias, nomeadamente Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões.
Situada numa região montanhosa de formas suaves e arredondadas, a Paisagem Protegida de Corno de Bico (2175 ha) culmina, como o nome deixa antever, no Corno do Bico (883 m), caracterizando-se, sobretudo nas áreas de maior altitude, pela presença de conjuntos de blocos arredondados de granito, dispostos isoladamente ou sobrepostos que conferem um aspecto caótico à paisagem. As encostas, retalhadas por campos agrícolas, muros e socalcos, acolhem importante mancha de carvalhal, fruto das arborizações efectuadas no século passado pelos Serviços Florestais.
Presença de bosques ripícolas (dominados por freixo e amieiro), manchas de pinhal, lameiros e de uma turfeira. Inventariadas 439 espécies da flora com registo de endemismos (Bruchia vogesiaca, Veronica micrantha…).
No seu extenso e bem conservado coberto florestal destacam-se ainda os carvalhais, sendo que na componente da fauna, podem ser observadas espécies como o lobo e a toupeira de água, com estatuto de protecção, a lontra, o tritão palmado, a gineta, o corço e o javali.
Os povoados fortificados, os monumentos fúnebres do Neolítico e os marcos miliários resistem no Corno de Bico, como testemunhos de outros tempos. Nas encostas verdejantes é possível ver, retalhando a paisagem, os muretes, as sebes e os socalcos - testemunhos da influência humana na paisagem. Juntamente com os espigueiros e os moinhos, que completam a harmonia paisagística, estes testemunhos da presença humana traduzem a ainda vigente ruralidade e o esforço do povo que tem vindo a ocupar esta região.
Dada a elevada importância para a conservação de uma variedade de habitats e espécies ameaçados a nível europeu, Corno de Bico é Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000.

Ler mais:
http://www2.icnf.pt/portal/ap/amb-reg-loc/pais-proteg-corno-bico
http://natural.pt/portal/pt/AreaProtegida/Item/34
http://www.portoenorte.pt/pt/o-que-fazer/paisagem-protegida-do-corno-de-bico/

domingo, 2 de dezembro de 2018

Igreja da Misericórdia de Ponte de Lima


O complexo da Santa Casa da Misericórdia apresenta um enquadramento urbano, no centro da vila de Ponte de Lima, "intra-muros" à antiga cidade medieval, junto ao percurso de Santiago de Compostela. A sua construção não foi pensada de raiz, mas sim através da aquisição de casas e do hospital medieval pré-existentes, e apresenta-se contígua à muralha. Em relação à actual distribuição programática, é constituído por uma igreja, de nave única, com capela-mor mais baixa e estreita, coro alto e sacristia, por uma farmácia no piso inferior e pelo consistório no primeiro piso. Do outro lado da rua Cardeal Saraiva encontra-se outra parte do complexo da Misericórdia que acolhe, actualmente, a Biblioteca Municipal de Ponte de Lima.
O templo foi erguido no século XVII. A capela-mor data de 1638, época em que se fez também a sua cobertura de pedra, em caixotões. Para a actual configuração destacou-se a campanha levada a cabo por volta de 1744.
A sua disposição actual resulta da abertura da rua Cardeal Saraiva, ao final da década de 1920, que dividiu em dois o edifício do antigo hospital, tendo-se então deslocado o pórtico barroco do claustro para a fachada voltada para esta via.
O seu interior caracteriza-se por uma nave única, capela-mor em abóbada de caixotões (1638) e pórtico principal aberto lateralmente sobre o cemitério, que constitui o adro actualmente fechado por um curioso gradeamento, sendo notável o efeito da varanda alpendrada que delimita este recinto. A abóbada do corpo da igreja está decorada com uma pintura barroca, e apresenta uma falsa estrutura de nervuras de feição gótica, que não são mais do que elementos decorativos, não tendo qualquer função portante. Um outro elemento barroco é a imponente balaustrada do coro-alto, que avança bastante pela nave dentro. As alterações e melhorias contínuas levaram à substituição de altares também barrocos por outros já de cariz neoclássico, então mais na moda.
Destaca-se no seu interior a abóbada nervurada em madeira policromada e dourada, os altares mor e laterais de gosto neoclássico, o painel central em alto relevo do primitivo retábulo-mor, o frontal do altar com a cena do Milagre da Multiplicação dos Pães e pintura setecentista com algum interesse. Das dependências destacam-se ainda a sacristia e a sua grande mesa de reuniões em mármore rosa e decoração barroca.
As duas figuras que ladeiam o pórtico principal representam um mamposteiro com o saco das esmolas e um peregrino de Santiago.

Ler mais:
http://www.gecorpa.pt/Upload/Revistas/Rev46_Artigo%2010.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Misericórdia_de_Ponte_de_Lima

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Igreja de Santa Cruz do Convento de São Domingos


Em 1560, ao visitar Viana do Castelo, o arcebispo de Braga D. Frei Bartolomeu dos Mártires decidiu fundar na vila da foz do Lima um convento que albergasse uma comunidade dominicana. 
A igreja de Santa Cruz de Viana, ou São Domingos, é um claro exemplar das exigências arquitectónicas contra-reformistas. Resultado directo das directrizes do Concílio de Trento no que respeitava à edificação arquitectónica, o convento dominicano da foz do Lima vai aliar as soluções maneiristas de vincada verticalidade e ambiguidade de escalas à finalidade catequética que se pretendia dos templos pós-tridentinos.
Da autoria do mestre João Lopes o Moço, e elaborado segundo os rigorosos planos e indicações de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, a igreja do Convento de São Domingos apresenta uma fachada retabular dividida em três registos. O primeiro registo é decorado por um conjunto de colunas coríntias de fuste estriado, assentes sobre pedestais decorados com motivos rústicos de "pontas de diamante". Cada uma das colunas é acompanhada a todo o comprimento por uma pilastra embutida no pano murário. 
A planta do templo é de nave única com abóbada de caixotões e seis capelas laterais de arcada jónica, interrompida por um largo transepto cujo abobadamento, também de caixotões de madeira, é feito em formato de pirâmide invertida. A capela-mor, também jónica, é estreita e alongada. Este modelo segue as normas tridentinas segundo as quais os templos deveriam ser executados em forma de cruz, ou construção axial.
Na capela-mor, em arca tumular de mármore, está sepultado o fundador da igreja. A capela de Nossa Senhora do Rosário, edificada em 1615, ostenta um belo retábulo da autoria de Domingos de Magalhães, que a realizou sob projecto do arquitecto Manuel Pinto Villalobos.
No interior, podem admirar-se vários altares de belíssima talha dourada, com destaque para o grandioso retábulo do braço norte do transepto, em “talha gorda”, da autoria do mestre bracarense José Alvares de Araújo, a partir do desenho encomendado ao mestre André Soares pela confraria do Rosário, em 1760. Foi considerado uma “obra-prima do estilo rocaille de toda a Europa” pelo investigador norte americano Robert Smith, um estudioso da talha portuguesa na década de 70 no século XX.
A igreja é Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70306
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4146
"Tesouros Artísticos de Portugal" (1976) - Selecções do Reader's Digest
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/igreja-e-convento-de-sao-domingos

domingo, 11 de novembro de 2018

Casa, Torre e Quinta de Aguiã

A actual configuração da Quinta de Aguiã constitui um dos melhores exemplos de reutilização residencial ao longo dos séculos de uma primitiva estrutura baixo-medieval. Ao que tudo indica, a propriedade esteve sempre na posse de importantes famílias nobres da região, facto que contribuiu para a qualidade e requinte das múltiplas transformações operadas no espaço privado.
Na origem, a casa foi uma domus fortis, uma tipologia de casa tardo-medieval relativamente modesta, mas que teve amplo sucesso na nossa nobreza fundiária, pela imagem de solidez e de reduto defensivo-militar que as paredes de granito e o coroamento de ameias proporcionava. Subsistem ainda algumas dúvidas sobre a cronologia correcta a atribuir a esta edificação, longamente considerada do século XIV, mas que poderá já corresponder ao século seguinte ou, mesmo, às primeiras décadas do século XVI, altura em que se verificou uma reminiscência de antigos formulários medievais como forma de prestígio e de afirmação de algumas linhagens. Uma indicação neste sentido é dada pela própria denominação da propriedade - Aguiã -, ao que parece, resultado da posse pela família Aguiã, documentalmente relacionada com o local a partir de meados do século XV.
Da torre de planta quadrangular, só a parte superior é visível, elevando-se acima dos telhados do solar barroco. Não possui qualquer vão de iluminação (provável sinal da sua perda de função residencial aquando das grandes obras do século XVIII) e é rematada, a todo o redor do edifício, por uma linha de ameias piramidais, elemento de cariz militar por excelência, aqui integrado como marca de prestígio.
Casa nobre gótica, barroca e neoclássica, integrada em quinta agrícola constituída por capela separada, portal armoriado, casa dos caseiros e solar do tipo casa-torre, englobando uma torre medieval quadrangular, em alvenaria de granito, ameada, à qual foram acrescentados corpos barrocos formando planta em L, ficando a torre no centro do conjunto. Fachadas dos corpos setecentistas rebocadas e pintadas de branco, contrastando com os elementos de granito, como o embasamento, cunhais apilastrados, molduras dos vãos e cornijas de remate. Fachada principal simétrica marcada por ampla loggia assente em arcaria plena, ladeada por escadarias de acesso ao piso nobre. Interior do solar com primeiro piso destinado a dependências agrícolas, adegas e arrumos e o segundo à zona da habitação. No primeiro piso os pavimentos são em terra batida e calçada e os tectos com o travejamento de madeira à vista, de suporte do soalho do piso superior. O segundo piso organiza-se por salas intercomunicantes com tectos de masseira de madeira, corredores de distribuição, alcovas e cozinha com lareira com chaminé tronco-piramidal assente em colunas chanfradas e paredes rasgadas por pilheiras. 
Capela barroca, de nave única, com sacristia adossada. Fachada principal com portal ladeado frestas, todos emoldurados, encimado por grande pedra de armas. Interior com cobertura em abóbada de berço de madeira, tribuna com acesso exterior e retábulo de talha policroma neoclássico. A ladear a capela, voltada para o exterior, encontra-se portal monumental com grande pedra de armas, ligado ao volume da casa dos caseiros, cuja fachada junto a este recebeu um tratamento especial de modo ser simétrico em relação à fachada da capela. É um dos exemplos mais notáveis no Alto Minho de solar barroco com torre integrada ao centro. A sua notabilidade, deve-se também, não só à simetria da planta, como à elegância do frontispício, que explora o efeito teatral criado pelo emprego de dupla arcada sobreposta e dupla escadaria lateral, desenvolvendo-se assim em comprimento e não em altura para exibir a torre.
Obtido a partir das vinhas da secular Quinta de Aguiã, produz-se o vinho Aguião, procurando-se, nesse processo, revitalizar alguns costumes da região que estavam em acentuado processo de desuso.

Fontes:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73736
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3613
http://vinhos.arcosdevaldevez.pt/?page_id=315

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Casa das Torres


Surgindo de repente com o desenrolar de uma curva, no lugar de Arribão, ergue-se, magnifica e com porte altivo, a Casa das Torres. Trata-se de um excelente exemplar da arquitectura nobre do século XVIII, que ganha forma num palacete que domina uma paisagem soberba, nos arredores de Ponte de Lima. 
A história da casa funde-se com a do "brasileiro" André Pereira da Silva que a mandou construir em meados do século XVIII. A 18 de Dezembro de 1751, André da Silva faz uma escritura de contrato e obrigação com o mestre pedreiro Pedro Gonçalves de Carvalho, para a construção da Casa das Torres, na sua quinta do lugar de Arribão. A 16 de Julho de 1754, faz nova escritura de contrato com o mesmo mestre pedreiro para acrescentar mais uma cozinha, uma sala, loja, varanda, escada e pôr água, num total de dois contos. 
Mas, após atribuladas aventuras no Brasil e devido a problemas de partilhas, a casa vai à praça em 1770. Comprou-a em hasta pública Duarte Rite de Figueiredo, dele descendendo o actual proprietário.
De planta em U, apresenta uma sóbria fachada barroca ladeada de torres. A fachada principal é encimada por uma larga cornija interrompida por mísulas, sendo as molduras das janelas decoradas de conchas. Na fachada posterior rasga-se uma varanda com colunatas, a que dá acesso uma escadaria com parapeitos de granito.
Da propriedade que se eleva sobre uma encosta do vale do Lima, a vista é deslumbrante, os pomares são férteis e o famoso vinho verde branco Loureiro, produzido na propriedade, é mais um motivo de visita. 
Três quartos no piso térreo do solar e um apartamento em dependência anexa constituem o espaço dedicado ao Turismo de Habitação. A decoração e de bom gosto e confortável, em harmonia com o resto da casa. Os hóspedes dispõem ainda de uma sala de jogos, com bilhar, e de um bar. No exterior, uma piscina e os jardins sobre o vale compõem o enquadramento deste palacete encantador.

Ler mais:
https://www.center.pt/PT/detalhes-casa-das-torres
"Tesouros Artísticos de Portugal" (1976) - Selecções do Reader's Digest

domingo, 28 de outubro de 2018

Escola Básica da Avenida


Na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, em Viana do Castelo, chama a atenção o belo edifício da “Escola da Avenida” (frequentada, presentemente, por alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico).
O início da sua construção remonta ao ano de 1928 e na altura foi dado à Escola o nome de “ Escola Dr. Alfredo Magalhães” (conforme inscrição na frente do edifício) por ser esse o nome do ministro da Instrução que a mandou construir.
Na fachada principal, pode-se observar dois painéis de azulejos, um em cada extremo, que ilustram passagens de “Os Lusíadas”. Trata-se de azulejos executados na Fábrica do Carvalhinho, no Porto.
Um pormenor curioso é o facto de em frente ao edifício estarem colocadas duas esculturas (uma representando um menino e outra uma menina), que serviam para identificar a metade do edifício que era utilizado pelos estudantes do sexo masculino e a outra pelos do sexo feminino.
Hoje, este estabelecimento escolar está inserido no Agrupamento de Escolas de Monserrate. 

Fonte (com a devida vénia):
https://olharvianadocastelo.blogspot.com/2009/12/escola-da-avenida.html

Ler mais:
https://drive.google.com/file/d/0By2gm7Qga9x8YTlmMzJjOTItZWJjMi00NWEzLTlkZTktZGFiNWM2NmY5OWU5/view
http://www.esmonserrate.org/escolas.php

domingo, 30 de setembro de 2018

Teatro Sá de Miranda

O Teatro Sá de Miranda foi inaugurado no dia 29 de Abril de 1885, na cidade de Viana do Castelo. A sua construção deveu-se ao esforço de um grupo de personalidades vianenses que constituiu, em 1879, a Companhia Fomentadora Vianense com o objectivo de construir um edifício civilizador.
É um Teatro à italiana projectado por José Geraldo da Silva Sardinha com a plateia em forma de ferradura e três ordens de camarotes, com capacidade de 400 lugares.
O Pano de Boca foi desenhado por Luigi Manini e pintado por Hercole Labertini, cenógrafos do Teatro S. Carlos e o tecto, uma imagem do céu em trompe l´oeil, com retratos de dramaturgos, foi pintado por João Baptista do Rio.
Este Teatro, verdadeiro ex-libris da cultura vianense e alto-minhota, tem acolhido os mais importantes espectáculos de música, teatro, ópera, dança e cinema da região.
A Câmara Municipal adquiriu o edifício em 1985, numa altura em que a sua degradação se acentuava. Desde então tem promovido obras de beneficiação, primeiro, em 1993, dando segurança e comodidade ao público e, numa segunda fase, dotando a caixa de palco dos mais modernos equipamentos cénicos, que permitem pôr em cena os mais exigentes espectáculos.
O mais relevante, neste projecto de restauro terá sido a conservação e o respeito pela linha geral do edifício oitocentista, completamente renovado, mas sem prejuízo do modelo e da estrutura e da funcionalidade que se mantém adequada à vocação original dos espectáculos de teatro de e de música.

Fontes:
http://www.cm-viana-castelo.pt/pt/teatro-municipal-sa-de-miranda
http://www.e-cultura.sapo.pt/patrimonio_item/13875

sábado, 22 de setembro de 2018

Funicular de Santa Luzia

O Elevador de Santa Luzia está localizado no Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo. É um funicular que liga a Estação Ferroviária de Viana do Castelo ao Santuário de Santa Luzia, no cimo do monte do mesmo nome.
Vencendo um desnível de 160 metros, em seis a sete minutos, a viagem no Funicular de Santa Luzia é a mais longa de todos os funiculares do país, com os seus 650 metros, tendo mais do dobro da distância do que se lhe segue, o da Nazaré (com 310 metros).
A lotação é de 25 passageiros (dos quais 11 sentados) e, reduzindo estes, podem ser transportadas pessoas em cadeiras de rodas,carros de bebés e duas bicicletas. A viagem é realizada a uma velocidade de dois metros por segundo.
Construído por iniciativa do empresário e engenheiro portuense Bernardo Pinto Abrunhosa, foi inaugurado em 02 de julho de 1923.
Em 2001, foi desactivado e entrou em processo de degradação, até que, em junho de 2005, foi submetido a trabalhos de restauração por parte das empresas Efacec/Liftech. Algumas peças foram fabricadas em Espanha, nomeadamente as carruagens, na empresa Ingeniería y Servicios de Montaña (ISM), de Saragoça. Foi reaberto ao público em 05 de abril de 2007. A sua exploração é feita pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, perante a responsabilidade técnica da empresa Liftech.
Foram compradas duas carruagens novas, foi remodelada a linha e as estações, além da construção de um passeio ao longo de toda a via para facilitar o acesso pedonal em situações de emergência.
Com 160 metros de desnível e 25% de inclinação média, o elevador de Santa Luzia dispõe agora de três fontes de energia diferentes (eléctrica, gerador e bateria) e de quatro sistemas de travagem, sendo a segurança precisamente uma das características da renovação realizada.
Em 2013 e 2014, o Elevador de Santa Luzia conquistou o prémio “Infraestrutura Ferroviária”, atribuído pela Lusifer – Estudos e Realizações Ferroviárias, entidade que envolve a CP Entusiastas, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes e pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro.

Ler mais:
http://www.cm-viana-castelo.pt/pt/funicular-de-santa-luzia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elevador_de_Santa_Luzia
https://radioaltominho.pt/noticias/elevador-de-santa-luzia-faz-perto-de-30-mil-viagens-em-julho/

domingo, 9 de setembro de 2018

Ponte da Cava da Velha (Ponte Nova)


A ponte da Cava da Velha é uma das três pontes de origem romana que, juntamente com as da Dorna e da Assureira, pontuam, actualmente, a estrada municipal 1160, ao longo do Rio de Castro Laboreiro. Ela ligava inicialmente a via romana que, da Portela do Homem, se dirigia a Laboreiro, e a sua existência justificou-se, ainda, pela proximidade em relação a uma fortaleza castreja, situada nas imediações, como forma de garantir o processo de romanização.
A ponte destaca-se pela originalidade das suas características arquitectónicas e por um notável enquadramento paisagístico.
Na actualidade, a ponte compõe-se de dois arcos de volta perfeita, de largura desigual entre si, sendo o maior de 10,60m e o menor de apenas 1,70m. Uma tal discrepância atribui-se a uma segunda fase de obras por que o imóvel passou, pelos séculos XII ou XIII, campanha que conferiu o aspecto geral que a ponte hoje ostenta.

Com efeito, e à semelhança de uma grande maioria de pontes romanas, também esta foi alvo de uma reformulação na Baixa Idade Média, cujos elementos são bem visíveis. Enquanto que as partes baixas da estrutura e a curvatura do arco são executadas em silhares bem aparelhados e com aduelas almofadadas, características da cronologia romana da obra, o tabuleiro, com lajeado irregular e com guardas de cantaria menos cuidada, revela essa reforma medieval. E o tabuleiro, ao organizar-se em cavalete de dupla rampa, é o mais claro indicador dessa campanha dos séculos XII-XIII.

Exemplo importante de sobreposição (reutilização) de duas técnicas distintas de construção de pontes (a romana e a medieval), a Ponte da Cava da Velha ocupa um lugar de destaque no panorama destas estruturas no nosso país, integrando-se num núcleo regional bastante homogéneo e com personalidade própria, fruto do uso exclusivamente rural e agrícola com que as populações locais a utilizaram.

O acesso faz-se a pé percorrendo cerca de 120 metros por um antigo caminho lajeado, partindo da estrada CM1160 que liga Castro Laboreiro a Ribeiro de Baixo, 75 metros a Sul da capela de São Brás.
Esta ponte está classificada como Monumento Nacional desde 1986.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69849/
http://www.cm-melgaco.pt/visitar/o-que-fazer/pontos-de-interesse/ponte-da-cava-da-velha/#toggle-id-1

Forte Jesus de Mombaça