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sábado, 14 de novembro de 2020

Igreja matriz de São Clemente

A igreja tutelar da cidade de Loulé implantou-se sobre a antiga mesquita de al-Ulya, em plena medina islâmica, e tomou o orago de São Clemente por ter sido no dia em que se comemora a sua memória (23 de novembro) que as tropas de D. Afonso III investiram decisivamente sobre a cidade, reconquistando-a. 
No topo Norte do conjunto, subsiste ainda a velha torre-alminar da mesquita, cristianizada em torre sineira da igreja. De planta quadrangular, é uma das construções islâmicas melhor conservadas no nosso país, revelando um aparelho muito transformado.
As origens desta Igreja remontam à 2ª metade do século XIII. É provável que o responsável pela encomenda tenha sido o Arcebispo de Braga, D. João Viegas que, em 1251, incumbiu os frades domini­canos de construir vários templos no Algarve.
No dia 4 de Dezembro de 1298, a Igreja de S. Clemente passou para a Ordem Militar de São Tiago por escambo feito entre o rei D. Dinis e o mestre da referida Ordem.
De acordo com os esquemas do Gótico Meridio­nal, a planta é composta por três naves e três tramos cobertos de madeira, sem transepto e cabeceira de três capelas com abóbadas de cantaria. Os arcos são quebrados e os capitéis apresentam folhagem diversa bastante rudimentar.
No século XVI foram acrescentadas algumas capelas laterais e construídos cinco retábulos, destacando-se o da capela das Almas, cuja pintura figurativa foi contratada com Benaventura de Reis, em 1698. Todos estes exemplares foram retirados no século XVIII.
O terramoto de 1755 danificou bastante esta igreja, particularmente as abóbadas da capela-mor, de uma capela colateral, da capela de S. Brás e ainda a torre. Em 1856, um novo abalo provocou estragos na fachada, na cobertura e na sacristia da capela das Almas.
O sismo de 1969 obrigou a uma intervenção séria da Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacio­nais, que valorizou alguns elementos medievais adulterados na reconstrução oitocentista.
Vários são os motivos de interesse desta igreja, como a qualidade dos retábulos da capela-mor, da Capela de São Brás e da Capela das Almas, todos datados da primeira metade do século XVIII. Referência ainda para o conjunto de azulejos setecentistas da Capela de Nossa Senhora da Consolação e da Capela das Almas.
Foi classificada como Monumento Nacional pelo decreto n.º 9842, de 20 de junho de 1924.

Ler mais:
https://www.e-cultura.pt/patrimonio_item/6828
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70412/
http://www.cm-loule.pt/pt/146/igreja-matriz-de-sao-clemente---loule.aspx
https://www.visitalgarve.pt/pt/502/igreja-matriz-de-sao-clemente.aspx#prettyPhoto

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Castelo de Silves

O Castelo de Silves é uma das mais notáveis obras de arquitectura militar que os árabes deixaram entre nós, com mais de mil anos de existência.
Ainda antes do início da construção do Castelo de Silves, já existia nesse lugar uma antiga fortificação, provavelmente construída pelos Romanos ou pelos Visigodos. No entanto, a partir do século VIII, após a invasão da Península Ibérica pelos muçulmanos, os novos senhores de as-Shilb (Silves) iniciaram a construção desta fortificação.
Por se encontrar numa posição geográfica privilegiada, a povoação de as-Shilb cresceu rapidamente. Em posição dominante sobre a foz do rio Arade, guarnecendo aquele trecho do litoral, constitui-se no maior castelo da região algarvia. Com efeito, sob o governo de Al-Mutamide, Silves passou a ser capital de uma taifa (reino islâmico independente), e deve datar desse período a configuração geral do perímetro amuralhado, em planta, que ainda hoje se mantém.
Mas se a disposição geral do perímetro amuralhado pode ser atribuída ao período das taifas, o mesmo não acontece com a construção em altura, cuja tipologia aponta para a época almóada. Nessa altura, praticamente nas vésperas da conquista cristã da cidade, uma campanha de obras conferiu o aspecto geral dos volumes da fortaleza. De 1227 é uma lápide, identificada nas ruínas da Porta do Sol e originalmente associada a uma torre quadrangular que defendia esta passagem, que data a última grande reforma islâmica do castelo, fomentada pelo último rei muçulmano, Ibn al-Mahfur.
Na época da Reconquista Cristã, sob o comando do rei D. Sancho I de Portugal, os exércitos portugueses, apoiados por uma frota de cruzados dinamarqueses e frísios, conquistar o vizinho Castelo de Alvor, em 1189. Ainda no verão desse ano, com o auxílio de uma nova frota de cruzados, desta vez ingleses e alemães, os exércitos portugueses cercaram Silves, com o objetivo de a conquistar. O sítio teve início na segunda quinzena do mês de julho e viria a durar mais de um mês, sendo que, após violentos ataques com uma grande variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e um ouriço, que é uma esfera de madeira armada com diversas pontas de ferro. Assim, a 2 de setembro, após a destruição de várias torres e troços das muralhas, a povoação acabou por se render, sendo violentamente saqueada.
Depois de mudar várias vezes de soberania, entre portugueses e mouros, foi só sob o reinado de D. Afonso III de Portugal, que a povoação de Silves e o seu castelo voltaram para as mãos de Portugal. Em 1266, o soberano concedeu à povoação de Silves o seu Foral, determinando a recuperação e o reforço das suas defesas.
Com o terramoto de 1755, a estrutura do castelo de Silves e das suas muralhas foi severamente danificada.
Num decreto de 23 de junho de 1910, o Castelo de Silves foi classificado como Monumento Nacional. Mais tarde, nas décadas de trinta e quarenta, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais promoveu várias intervenções de restauro e consolidação, tendo-se desobstruído alguns troços de muralhas e refazendo-se algumas torres que estavam quase a ruir.
Desde 1984 que estão a decorrer escavações arqueológicas no interior do Castelo de Silves, sendo que, actualmente, este constitui-se num dos maiores e mais bem conservados monumentos do país.

Ler mais:
https://www.cm-silves.pt/pt/menu/106/castelo-de-silves.aspx
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70541/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1288
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Silves
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-silves/

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Castelo velho de Alcoutim


O Castelo "Velho" de Alcoutim é uma estrutura defensiva do período islâmico, edificada entre os séculos VIII e IX, tendo sido abandonada no século XI/XII, num período de instabilidade criada pelas revoltas locais que assolaram a região. Localiza-se a 1 km para norte da vila de Alcoutim, numa zona sobranceira ao rio Guadiana, no cerro de Santa Bárbara.
A opção muçulmana pelo sítio onde se ergue o chamado Castelo Velho não é plenamente compreendida pelos estudiosos. É certo, entretanto, que a defesa foi determinada pela navegação no rio Guadiana e pela importância da actividade mineradora na região à época. As pesquisas arqueológicas no local documentam adequadamente a sua edificação, a partir da formação do Emirado de Córdoba. Posteriormente, à época dos califas e das primeiras taifas, as suas instalações foram ampliadas, adossando-se algumas edificações às suas muralhas e erguendo-se uma torre para a protecção do portão principal de acesso.
A zona da alcáçova possui uma mesquita Omíada, única em Portugal. Construída no século X, é um pequeno edifício religioso cujo acesso se fazia por um átrio. O seu interior mantém visível o mihrab (nicho que indica a orientação da oração dos muçulmanos, neste caso para sudeste, que é a direcção da cidade santa, Meca).


Abandonado durante o século XI em circunstâncias desconhecidas, a estrutura gradualmente perdeu os seus fins militares. Após a reconquista cristã da região, os soberanos de Portugal privilegiaram o sítio da actual vila, para cuja defesa erigiram o Castelo de Alcoutim. Este monumento, entretanto, ainda sofreu algumas intervenções durante o século XIII, como pode ser constatado pela presença de ameias nos panos de muralhas e de portas góticas.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto de 31 de Dezembro de 1997.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74092/
http://cm-alcoutim.pt/pt/500/castelo-velho.aspx
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_Velho_de_Alcoutim
http://www.baixoguadiana.com/territorio/patrimonio-edificado/castelo-velho-de-alcoutim/
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=50503

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Igreja de Santa Maria em Serpa


A Igreja de Santa Maria, como tantas outras do Alentejo e Algarve, foi edificada sobre uma antiga mesquita árabe. Esta surgiu em simultâneo com a reconstrução dionisina do castelo, nos finais do séc. XIII. 
A igreja ergue-se diante de um largo, em local elevado e junto da alcáçova, igualmente reedificada a partir das construções islâmicas originais. O conjunto destes edifícios ficava defendido por uma forte muralha, que envolvia ainda a torre de menagem e a actual torre do relógio, dentro do seu perímetro ovalado típico das fortificações medievais.
O seu interior é formado por três naves cujas paredes divisórias se mostram em arcos ogivais assentes em grossas colunas adossadas encimados por capitéis decorados com motivos fantásticos, vegetalistas, típico do gótico.
A capela-mor data já de meados do século XVI, resultando da reconstrução da capela original pelo mestre pedreiro Sebastião Cordeiro, para se adequar a capela tumular da família Mello, alcaides de Serpa, cujo palácio se situa nas proximidades da igreja, apoiado num troço da muralha. As capelas laterais, cobertas de talha barroca, são seiscentistas, pertencendo a campanhas de obras que resultaram igualmente na construção do coro-alto e na reformulação da fachada, elementos de traços maneiristas; também por esta altura se terá forrado de azulejos a capela-mor.
A fachada maneirista, rematada por um frontão curvo interrompido, de traçado singelo, que encima três janelas de verga recta e um portal com o clássico frontão triangular, conserva ainda elementos do primitivo alçado gótico, como os contrafortes truncados que enquadram o portal, e a torre sineira adossada. A sineira é um corpo quadrangular construído em torno de uma outra torre, esta de planta circular e em tijolo, talvez um singular vestígio do minarete árabe. Os contrafortes foram, tal como as colunas dos pilares no interior da igreja, aproveitados para sustentação de duas grandes imagens de São Pedro e São Paulo. 
Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde o ano de 1984.
                                                             Fonte: DGPC  

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73979/
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-beja/c-serpa/serpa/igreja-santa-maria
http://knoow.net/terraselocais/locaisdeportugal/igreja-de-santa-maria-de-serpa/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Santa_Maria_(Serpa)

sexta-feira, 30 de março de 2018

Catedral de Idanha-a-Velha


Idanha-a-Velha, é uma pequena vila que parece adormecida entre os olivais, mas cujo passado histórico teve uma importância testemunhada pela catedral e pelas inúmeras ruínas, transformando-a num museu ao vivo.
Elevada a cidade episcopal em 534, diz-se que foi aí que nasceu um rei visigodo, e a velha catedral, restaurada no início do século XVI, ainda conserva pedras esculpidas e inscritas do tempo dos romanos.

Em meados do século VI, terá sido construído um novo edifício de culto cristão nas proximidades daquele. A nova construção é, presumivelmente, contemporânea da elevação da cidade à dignidade episcopal, em data incerta, durante o domínio suevo. Durante o domínio muçulmano, foi construída a igreja que é a matriz arquitectónica do edifício que chegou até nós. 
O templo terá sido erguido pela comunidade moçárabe nos finais do século IX, altura em que a diocese foi momentaneamente restaurada. A configuração actual da igreja deve-se aos trabalhos de restauro promovidos pelo Prof. Dr. Fernando de Almeida, que recupera a igreja dos finais do século XVI.

Este elemento do Conjunto Monumental de Idanha-a-Velha e toda a sua envolvente foram intervencionados no âmbito do projecto das Aldeias Históricas.

Ler mais:
http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/o-que-ver/igreja-de-santa-maria-se-catedral
http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=sitios.resultados&subsid=48079
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5882

sábado, 24 de março de 2018

Igreja matriz de Mértola


A Igreja Matriz de Mértola também designada por Igreja de Nossa Senhora da Anunciação, localiza-se em Mértola junto ao Castelo. Primitiva mesquita almóada construída no século XII, sendo posteriormente adaptada a igreja cristã na altura da reconquista vindo a sofrer as grandes obras de modificações no século XVI. Actualmente ainda se observam vestígios do antigo templo muçulmano como é o caso de quatro portas de arco em ferradura e o mirhab a porta virada para Meca, elemento orientador das preces muçulmanas.
A antiga mesquita foi construída na segunda metade do século XII, numa zona onde se pensa ter existido um conjunto palatino desde a Antiguidade Tardia. Na edificação, foram vários os elementos reaproveitados de edifícios anteriores, como parte de uma arquitrave e diversos fragmentos de inscrições romanas, do século II. Para além disso, a actual igreja ainda conserva dois capitéis coríntios datáveis do século IX e, nas imediações, identificaram-se peças datáveis da época visigótica, o que reforça o estatuto deste local como um dos mais importantes no perímetro citadino ao longo dos tempos.
A mesquita aljama de Mértola, tal como outros templos islâmicos peninsulares, foi transformada em igreja após a reconquista, mas as grandes obras de remodelação, ao contrário do que foi frequente, não se realizaram imediatamente e foi necessário esperar por 1532 para que tivessem lugar.
No plano estrutural, o telhado passou a ser duas águas e o portal, já renascentista e executado apenas nos meados do século, foi encomendado a André Pilarte, importante arquitecto sediado em Tavira e com ampla obra no Sotavento algarvio. No interior, contudo, foi ainda o vocabulário manuelino que triunfou, em capitéis e bocetes vegetalistas de grande qualidade, onde descarregam as abóbadas de cruzaria de ogivas dos tramos. Múltiplas obras menores sucederam-se nos séculos seguintes, mas não foram suficientes para alterar a exótica fisionomia almóada-manuelina do monumento.
Em meados do século XVI (1535-1565), a igreja foi profundamente remodelada. O minarete, transformado em torre sineira seria sacrificado mais tarde, em meados do século XVII, quando se levantou a actual torre do campanário. 
Em meados do século XX, realizaram-se as obras que puseram novamente a descoberto os vestígios da antiga mesquita e que actualmente ainda se conservam.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70163/
https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-igreja-matriz-de-mertola-285627
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/1769/1/Relat%C3%B3rio_interven%C3%A7%C3%A3o_arqueol%C3%B3gica_mesquita.pdf


Forte Jesus de Mombaça