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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Museu do Sabão

Aproveitando a abundância das matérias-primas necessárias para a produção do sabão, a zona do Alto Alentejo, e particularmente a zona de Castelo Branco e concelhos limítrofes, tiveram desde a segunda metade do século XVI, decisiva importância na indústria saboeira nacional.
De tal modo, que as suas saboarias de Sabão Mole e Sabão de Pedra eram sobejamente conhecidas em todo o reino.
A produção de sabão assumiu inegável importância económica e social na vila de Belver. Nesta localidade foi instalada uma Real Fábrica de Sabão, que funcionou em regime de monopólio régio, da qual ainda hoje se encontram vestígios. Uma concessão régia dinamizou economicamente a freguesia de Belver e alguns trabalhadores de saboarias reais, aproveitando os conhecimentos adquiridos e a disponibilidade das principais matérias primas, criaram as suas próprias indústrias artesanais quando este monopólio terminou em 1858. 
Estas indústrias artesanais ou casas de Sabão Mole, como eram designadas, constituíam-se como pequenas produções de carácter estritamente familiar, passando de geração em geração. 
Após embalado em sacas próprias de sarja e serapilheira, o sabão era utilizado sobretudo em lavagem de roupas e tecidos. Transportado para fora do concelho por almocreves, que se deslocavam em burros, quando as distâncias eram maiores, o sabão mole era transportado pelo rio Tejo em barcaças. A produção de sabão nestes moldes durou até à primeira metade do século XX, sendo durante várias décadas um elemento estruturante na economia da região de Belver. Dessa produção permanecem hoje somente registos orais dos descendentes dos últimos saboeiros. 
A recuperação e transformação da antiga escola primária de Belver no Museu do Sabão pretende criar um espaço de divulgação, de conhecimentos adquiridos pelos nossos antepassados e homenagear a memória coletiva dos saboeiros de Belver.

Fonte: 
https://museu.ms/museum/details/16985/museu-do-sabo

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Museu do Bordado e do Barro de Nisa

Amplamente reconhecidos pela sua extraordinária beleza e características únicas das suas múltiplas expressões, executados por mãos femininas de grande mestria, os Bordados de Nisa ganharam enorme implementação popular, constituindo-se como uma das mais genuínas expressões da identidade das gentes nisenses.
Também o barro é tradição oleira do Alentejo, certamente a região do país onde esta arte mais floresceu, muito devido à formação argilosa das suas terras, que assim forneciam a matéria-prima necessária ao seu labor. A sua principal característica diferenciadora é sem dúvida alguma a técnica decorativa do empedrado, na qual se usam pequenos fragmentos de quartzo branco, que rasgam o barro em sulcos bem delineados, dando azo a belos motivos decorativos, cuidadosamente planeados e essencialmente ligados à flora e fauna regionais.
O Museu do Bordado e do Barro pretende dar a conhecer materiais utilizados para o fabrico do linho e na produção de alguns bordados e rendas. Dos espaços reproduzidos fazem parte uma cozinha tradicional e um quarto. Além de um quintal existe um espólio arqueológico e, na dependência agrícola, uma coleção de alfaias agrícolas. As peças de barro também fazem parte do espólio deste museu.

Fontes:
https://www.guiadacidade.pt/pt/art/museu-do-bordado-e-do-barro-de-nisa-291585-12
https://www.allaboutportugal.pt/pt/nisa/cultura/museu-do-bordado-e-do-barro

Ler mais:
https://museubordadoebarro.cm-nisa.pt/pt/museum/

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Sericaia com ameixa de Elvas

A Sericaia, também conhecida por Sericá ou Cericá, é um doce tipicamente alentejano, com marcas da doçaria conventual, em que há uma abundante utilização de ovos e canela.
Há quem diga que a sericaia é oriunda da Índia e outros que vem do Brasil; o que se sabe ao certo é que esta receita foi implementada no Alentejo pelas mãos habilidosas das freiras do convento de Elvas e de Vila Viçosa, reclamando ambos para si os direitos da sua importação. Umas deram-lhe o nome de Sericaia e outras de Sericá, sendo que a tradição está mais ligada a Elvas, onde o doce é decorado com as famosas ameixas da região.
A Ameixa de Elvas é uma ameixa Rainha Cláudia em calda cuja receita remonta ao século XVI. Diz-se que foi na Pousada de Elvas a celebração desse “casamento”.
O toque da canela e a textura fofa fazem deste doce uma verdadeira delícia. No entanto, o segredo deste doce conventual, mais do que os ingredientes utilizados, está na forma de o deitar, num prato de estanho ou barro, às colheradas desencontradas. Ao cozer a sericaia, esta deverá abrir gretas à superfície, dando-lhe o seu aspeto característico.

Fontes:
https://www.docesregionais.com/sericaia-alentejo/
https://epo-sa.pt/sericaia-com-ameixa-de-elvas/

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Santuário do Senhor Jesus da Piedade





























No contexto da arquitectura portuguesa de Setecentos, marcada por um forte ecletismo resultante de diferentes confluências de inspiração nacional e internacional, a igreja do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas, constitui um dos mais significativos exemplos das experiências barrocas do reinado de D. João V. Edificada em 1753, a igreja veio substituir uma pequena capela, que havia sido construída poucos anos antes, em 1737. É possível que a exiguidade do primeiro espaço tivesse levado à sua ampliação, pois a romaria a este templo (de 20 a 23 de Setembro) era considerada uma das mais concorridas da região. O adro que lhe fica fronteiro, com a sua escadaria, corrobora esta ideia, uma vez que estes terreiros, de alguma amplitude, tinham como principal função receber os crentes, substituindo assim os longos escadórios dos santuários do Norte do país. Nos muros, o revestimento azulejar polícromo data já da segunda metade do final do século XVIII.

A igreja desenvolve-se em planta longitudinal, de nave única. A fachada é marcada por torres, coroadas por cúpulas bolbosas, implantadas obliquamente em relação ao alçado, formando um losango, o que constitui uma solução quase única no nosso país. Estas, formando com o corpo central uma espécie de contracurva ou harmónio, têm o poder de conferir à fachada uma forte unidade.
No contexto da arquitectura portuguesa de Setecentos, marcada por um forte ecletismo resultante de diferentes confluências de inspiração nacional e internacional, a igreja do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas, constitui um dos mais significativos exemplos das experiências barrocas do reinado de D. João V. Edificada em 1753, a igreja veio substituir uma pequena capela, que havia sido construída poucos anos antes, em 1737. É possível que a exiguidade do primeiro espaço tivesse levado à sua ampliação, pois a romaria a este templo (de 20 a 23 de Setembro) era considerada uma das mais concorridas da região. O adro que lhe fica fronteiro, com a sua escadaria, corrobora esta ideia, uma vez que estes terreiros, de alguma amplitude, tinham como principal função receber os crentes, substituindo assim os longos escadórios dos santuários do Norte do país. Nos muros, o revestimento azulejar polícromo data já da segunda metade do final do século XVIII.
A igreja desenvolve-se em planta longitudinal, de nave única. A fachada é marcada por torres, coroadas por cúpulas bolbosas, implantadas obliquamente em relação ao alçado, formando um losango, o que constitui uma solução quase única no nosso país. Estas, formando com o corpo central uma espécie de contracurva ou harmónio, têm o poder de conferir à fachada uma forte unidade. 

No interior, a nave é revestida por mármores de diferentes tonalidades. Dois púlpitos também de mármore, exibem motivos dourados, e o coro assenta em arco abatido. A ligação entre o corpo da nave a capela-mor é feita através de um corpo com os cantos cortados, que forma um octógono, numa solução também original. 

Numa pequena capela pertencente ao Santuário, impressiona o número de ex-votos expostos nas paredes e no tecto. Muitos são acompanhados de legendas, onde os crentes descrevem as dádivas que receberam do Senhor Jesus da Piedade.


A área classificada como Monumento de Interesse Público, da Igreja do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas, foi ampliada, de acordo com a portaria 506/2020. O texto refere que a ampliação “tem em conta a particular relação entre a igreja e a sua envolvente próxima que configura e identifica o Santuário do Senhor Jesus da Piedade” e “justifica-se pela importância de conservar a integridade simbólica deste conjunto de interesse cultural relevante que, para além do seu valor histórico, arquitetónico e artístico, se apresenta como raro e exemplar testemunho das vivências religiosas desta importante cidade alentejana”.


Fontes:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72297/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1863
https://sol.sapo.pt/artigo/657323/os-ex-votos-de-elvas-preces-que-sao-historia
https://radioelvas.com/2020/08/15/senhor-jesus-da-piedade-com-ampliacao-da-classificacao-de-interesse-publico/

domingo, 16 de dezembro de 2018

Igreja de São Pedro


A Igreja de São Pedro localiza-se na cidade de Elvas, próximo da muralha que circunda o centro histórico da cidade, numa rua bastante íngreme.

A cidade de Elvas foi primeiramente conquistada aos mouros no reinado de D. Afonso Henriques, em 1166, e perdida de novo, para ser definitivamente integrada em território português em 1226, com o auxílio dos cavaleiros da Ordem de Santiago. A fundação da igreja de São Pedro constitui uma das mais antigas da cidade, datando ainda do século III.

A edificação da Igreja de São Pedro, provavelmente ainda em 1230, foi feita sobre parte da segunda muralha islâmica, da qual aproveitou, em data incerta, uma torre para nela implantar a sua torre sineira.
Foi cabeça de comenda da Ordem de Cristo e sede da Irmandade de São Pedro dos Clérigos criada por D. António de Matos de Noronha, segundo Bispo da cidade. Porém, da traça primitiva resta apenas o portal, de transição românico-gótico, já que o templo foi sucessivamente restaurado nos séculos XVII, XVIII e XIX, principalmente após o sismo de 1755.
A fachada é baixa e larga, datando da intervenção setecentista. É rasgada pelo belo portal medieval em granito, em arco quebrado, com três arquivoltas assentes em capiteis lavrados, com temas zoomórficos, e colunelos lisos. Ao portal acede-se por uma escadaria destinada a vencer o desnível do terreno, de factura já moderna, que fica à face da rua na cota mais alta, e possui seis degraus na cota mais baixa. Sobre o mesmo portal abra-se uma janelinha de verga recta, enquadrada pelo frontão que remata a fachada, contracurvado, e realçado por cimalha pintada de ocre. Ao centro eleva-se a cruz, e nos cunhais duas urnas sobre acrotérios. Como detalhe interessante, refira-se a existência de pedras aparelhadas no cunhal sul da fachada, e de outra fiada semelhante no enfiamento da ombreira do portal, do mesmo lado, que parecem ser os vestígios de uma desaparecida torre sineira, certamente mais tardia do que o portal, mas anterior à intervenção de Oitocentos. A actual sineira é coberta por cúpula cónica. 
O interior da igreja é de três naves, distribuídas em quatro tramos, e cobertas por abóbada redonda. Sobre o zimbório da capela-mor existe um lanternim.
O seu interior recheado de arte sacra é bastante interessante, com o retábulo-mor em alvenaria e uma cúpula decorada com figuras clássicas.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70258
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1858
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_São_Pedro_(Elvas)
http://www.cm-elvas.pt/descobrir/project-item/igreja-de-sao-pedro/

domingo, 9 de dezembro de 2018

Barragem do Fratel

A Barragem de Fratel está localizada no distrito de Portalegre, no limite com o distrito de Castelo Branco, na bacia hidrográfica do Tejo, no rio Tejo, em Portugal. A construção foi finalizada em 1973.
Possui uma altura de 43 m acima do terreno natural e uma cota de coroamento de 87 m. A capacidade instalada de produção de energia eléctrica é de 130 MW.
A albufeira da barragem submergiu uma boa parte dos núcleos de gravuras rupestres do Tejo e um troço do antigo muro de sirga do Tejo.
Na sua albufeira é permitido fazer-se esqui aquático, pesca, natação, vela, windsurf, jet ski / mota de água e mergulho.
A barragem é servida pela estrada EN359 e pelo Itinerário principal 2 (IP2).

Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_de_Fratel
https://lifecooler.com/artigo/atividades/barragem-do-fratel/352850

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Praça de touros de Sousel

A Praça de touros de Sousel - oficialmente Praça de Touros Pedro Louceiro - é vulgarmente citada como sendo uma das duas mais antigas do país (juntamente com a de Abiúl no concelho de Pombal).
Os vestígios mais antigos sobre esta praça remontam ao ano de 1860, embora a população local defenda que aquela arena foi construída em 1725. Os populares alegam que a Praça de Touros Pedro Louceiro data de 1725, uma vez que se trata do ano de construção de uma igreja, a poucos metros da praça, que ainda hoje alberga as bilheteiras do tauródromo.
A arena de Sousel acolhe normalmente por ano um espectáculo tauromáquico, na segunda-feira de Páscoa, data em que se realiza a tradicional corrida de touros em honra de Nossa Senhora do Carmo.

Ler mais:
https://tvi24.iol.pt/sociedade/iol-push/afinal-onde-fica-a-praca-de-touros-mais-antiga-de-portugal

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Barragem do Caia

A Barragem do Caia tem a maior albufeira do distrito de Portalegre, estendendo-se ao longo dos concelhos de Arronches, Campo Maior e Elvas.
É uma barragem mista, sendo de betão na parte mais profunda do vale e de aterro na margem esquerda do rio Caia.
A Barragem do Caia foi construída para abastecer a população dos concelhos de Elvas e Campo Maior, e a partir de 2007, começou também a abastecer a população dos concelhos de Arronches e Monforte. Foi inaugurada em 1967 e possui uma altura de 45,2 m, com uma cota de coroamento de 235,2 m. Tem uma capacidade total de 203 000 000 m3.
A gestão da Barragem do Caia é da responsabilidade da Associação de Beneficiários do Caia com sede na Avenida do Dia de Portugal em Elvas.
Com a particularidade de apresentar a maior albufeira do Distrito de Portalegre, a Barragem do Caia serve três concelhos: Campo Maior, Elvas e Arronches. Localizada ao longo do rio Caia, numa zona de extensos olivais e montado de azinho, para além de proporcionar momentos únicos de lazer, esta barragem apresenta condições extraordinárias para a prática de desportos náuticos não motorizados. 
Constitui ainda habitat para espécies de avifauna, sendo parte da albufeira classificada como IBA – Important Bird Area. O paredão da barragem é um bom local para obter uma primeira perspectiva da albufeira. É possível observar aqui o corvo-marinho-de-faces-brancas. Na extremidade norte do paredão, existe uma pequena estrada que desce e conduz à base do paredão. A partir daqui é possível observar as duas grandes aberturas, que são utilizadas como refúgio por alguns bandos de gralhas-de-nuca-cinzenta. A andorinha-das-rochas alimenta-se frequentemente ao longo do paredão. A jusante, ao longo do rio Caia existem manchas de caniço, onde se pode ver o rouxinol-bravo e o bico-de-lacre. Os campos envolventes são frequentados pela fuinha-dos-juncos.

Ler mais:
http://www.porterrasraianas.com/pt/inicio/263-campo-maior/16004-barragem-do-caia.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barragem_do_Caia
http://www.avesdeportugal.info/sitbarrcaia.html

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Estação ferroviária de Vale do Peso


A Estação Ferroviária de Vale do Peso, originalmente denominada de Pezo, é uma interface ferroviária desactivada do Ramal de Cáceres, que servia a localidade de Vale do Peso, no concelho do Crato.
O Ramal de Cáceres foi totalmente construído pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, tendo as obras sido iniciadas em 15 de Julho de 1878; esta ligação entrou ao serviço no dia 15 de Outubro do ano seguinte, mas a abertura oficial só se realizou em 6 de Junho de 1880.
A estação está adornada com painéis de azulejos, representando cenas e costumes tradicionais da região nos princípios do Século XX. Os oito painéis instalados na estação de Vale do Peso são, tal como os das estações de Castelo de Vide e da Beirã (Marvão) da autoria de Jorge Colaço, um dos maiores azulejistas portugueses e terão sido produzidos nos anos 30 do século passado.
No XIII Concurso das Estações Floridas, organizado em 1954 pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação e pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, esta estação recebeu um diploma de menção honrosa simples.



Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estação_Ferroviária_de_Vale_do_Peso#/media/File:Estação_de_Vale_do_Peso.jpg
http://omelhoralentejodomundo.blogspot.com/2015/11/azulejos-da-estacao-ferroviaria-de-vale.html

domingo, 9 de setembro de 2018

Plátano secular do Rossio

O Plátano do Rossio é uma árvore que faz parte da história de Portalegre, sendo local de encontro de muitos amigos, que cresceram a vê-lo crescer. Plantado ao acaso conjuntamente com outras árvores, cuja sorte foi efémera, este plátano vingou e continua a desafiar o tempo, quem sabe se por mais um século ou dois. Sob a sua frondosa copa muitas coisas se têm passado através dos tempos. Desde as naturais e amenas cavaqueiras entre as pessoas, como ainda hoje acontece, passando por realização de negócios, comícios políticos, encontros amorosos, primeira "sede" do Sport Clube Estrela, "estabelecimento" para venda de melancias, entre muitos outros.
O Plátano de Portalegre comemora, em 2018, 180 anos. Plantado no Rossio de Portalegre em 1848 pelo botânico Dr. José Maria Grande, a árvore depressa se desenvolveu, aproveitou a linha de água que ali passa, criando sólidas raízes e mantendo-se, ainda hoje, como um ex-libris da cidade.
Considerado de interesse público por decreto publicado em “Diário do Governo”, o Plátano de Portalegre tem grande parte do seu tronco soterrado (apenas cerca de 30 metros estão visíveis) e os seus amplos ramos oferecem uma fresca e apetecível sombra nos dias mais quentes do Verão. Debaixo da sua copa (com cerca de 34 metros de diâmetro médio) – a maior da Península Ibérica -, abrigou feiras e negócios, conversas de ocasião, encontros de namorados e até reuniões políticas, desafiando tudo e todos, vingando com o passando do tempo. 
Um dia a mão do homem decidiu condená-lo “à morte”, mas o povo portalegrense, orgulhoso deste “monumento”, revoltou-se e não permitiu que o plátano fosse deitado abaixo. Pelo contrário, tem sofrido operações de limpeza e manutenção, de forma a ficar cada vez mais “airoso”.
É a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa, registada a 28 de Agosto de 1938.

Ler mais:
http://noticiasdecastelodevide.blogspot.com/2008/06/fundao-de-serralves-garante-limpeza-e.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plátano_do_Rossio

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ermida da Senhora de Entre Águas

Edificada na confluência das ribeiras de Seda e de Sarrazola, esta capela invoca um culto pré-cristão à deusa protectora das águas. A confirmar a prevalência do mesmo durante o período romano está ainda visível na fachada situada a Este um cipo romano com uma inscrição que refere um agradecimento a Lobesa.
A presença romana em Benavila está ainda hoje presente em vários monumentos deste antigo concelho, fundado em 1296 (e extinto no início do século XIX). Entre estes destaca-se uma lápide ou cipo romano, encastrado na parede da capela de Nossa Senhora de Entre Águas, assim chamada por ter sido erguida numa pequena elevação entre as referidas ribeiras, hoje reunidas nas águas da Barragem do Maranhão, que submergiram, entre outros vestígios milenares, uma pequena ponte igualmente romana. Segundo a tradição, no local da actual igreja, do século XV, terá existido um templo em torno de 370 d.C., do qual não resta qualquer vestígio. Mais provável será admitir que esta tradição derive simplesmente da presença da lápide, embora não seja de excluir, de acordo com autores como Jorge Rodrigues, a presença da cristianização de um antigo rito pagão relacionado com a abundância de água no local. A este respeito note-se não apenas a invocação da capela, mas igualmente o facto de ser ainda destino de romarias locais.
A lápide romana existente na ermida está classificada como Monumento Nacional desde 23 de junho de 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70179
https://www.rotasturisticas.com/monumento_avis_capela_de_nossa_senhora_dentre_aguas_benavila.html

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Clube Náutico de Avis

O clube náutico, instalado numa das margens da albufeira do Maranhão, constitui um dos principais espaços de lazer do concelho de Avis, no Alto Alentejo, oferecendo a quem gosta de remo condições consideradas “únicas” para a prática da modalidade.
Situado a pouco mais de um quilómetro da vila de Avis, no distrito de Portalegre, o espaço, que foi remodelado há cerca de uma década, é composto por um parque de campismo com dez apartamentos, piscinas, restaurante, hangar náutico, parque de merendas, parque infantil e solário, numa área com cerca de 96 hectares.
Considerado pela autarquia como um dos “grandes pólos de atracção” turística da zona, o complexo “não se restringe” apenas a espaço de lazer e de desporto, sendo apontado também como “um elemento de valorização do património natural do concelho e, em particular, da albufeira do Maranhão”.
Anualmente, o município promove também, em parceria com várias entidades ligadas ao sector, um conjunto de provas de remo que contam com a participação dos melhores atletas nacionais e internacionais.
Com uma escola de windsurf ao dispor dos munícipes e dos visitantes no período de verão, o Clube Náutico de Avis vai também oferecer, em breve, um trilho destinado aos adeptos dos passeios pedestres.
A praia fluvial do Complexo Náutico de Avis não é vigiada e, devido à altura das águas da barragem, pode estar total ou parcialmente submersa.

Ler mais:
http://www.30anoslusa.pt/clube-nautico-avis-um-oasis-os-amantes-do-remo/
http://aquapolis.com.pt/praia-fluvial-de-avis-na-albufeira-do-maranhao-portalegre/

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Forte de Santa Luzia

O Forte de Santa Luzia, juntamente com o Forte da Piedade, o Forte de São Francisco, o Forte de São Mamede e o Forte de São Pedro, fazia parte da defesa da Praça-Forte de Elvas e integra o complexo Cidade – Quartel Fronteiriça de Elvas e as suas Fortificações – classificado desde o dia 30 de Junho de 2012 como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
O forte foi mandado erigir pelo rei D. João IV, após a restauração da independência, com vista à defesa da cidade de Elvas e do próprio Reino. O resultado é um dos melhores e mais genuínos exemplos da arte de fortificar europeia, um dos monumentos militares mais significativos deste período e mais uma obra prima da arquitectura militar de Elvas.
Para a sua construção, foi escolhido o outeiro de Santa Luzia por ser um local que, se ocupado pelo inimigo, poderia colocar em risco a integridade da cidade. A sua construção levou sete anos, tendo ficado com capacidade para albergar 300 homens, 37 peças de artilharia e dois pedreiros de grosso calibre, que serviam para cuspir saraivadas de pedras sobre os invasores.
O forte é constituído por quatro baluartes, um reduto quadrangular, onde está a capela, uma casa à prova de bomba e, no segundo andar, a casa do governador. Tem no seu terraço duas cisternas que, quando cheias, armazenavam água para a totalidade da guarnição por três a quatro meses. Nos terraplenos encostados à face interna da muralha existem velhas casamatas, todas com chaminés como era típico na altura.
Repetidamente assediado durante a Guerra da Restauração, foi durante o cerco à cidade de Elvas, liderado pelo comandante espanhol D. Luís de Haro, em 1658, que se destacou pela sua resistência heroica. O cerco de 1658 precedeu a Batalha das Linhas de Elvas a 14 de Janeiro de 1659.
No início do séc. XIX, a defesa foi complementada com a construção de trincheiras de pedra, de perfil curvo, a nascente e a sul, e angulosas a poente, a abertura de covas de lobo na rocha ao longo das estruturas, e a construção de uma galeria subterrânea de comunicação com a praça, integrado um paiol circular, coberto por cúpula. O forte comunicava com a cidade ainda por caminho coberto, construído logo em 1644, desenvolvido em linha recta a partir da porta de acesso ao forte, com parapeitos e banqueta de ambos os lados.
Entre 1999 e 2000 decorreram aqui obras para adaptação do monumento a Museu Militar, onde o visitante pode verificar toda a história militar da cidade bem como vários artefactos de guerra que marcaram as várias épocas. Em 2014, o Forte de Santa Luzia foi integrado num novo projeto do Ministério da Defesa Nacional, criado com o apoio do Turismo de Portugal, chamado Turismo Militar, que apresenta roteiros históricos baseados em heróis portugueses.

Ler mais:
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=3244
https://elvasnews.pt/elvas-recantos-historia-forte-santa-luzia/
http://www.cm-elvas.pt/descobrir/project-item/forte-de-santa-luzia-2/
https://www.turismomilitar.pt/index.php?lang=pt&s=pois&id=62&title=Santa_Luzia_Fort
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Santa_Luzia

domingo, 19 de agosto de 2018

Parque Natural de São Mamede

O Parque Natural da Serra de São Mamede inclui o essencial da serra com o mesmo nome, o mais importante dos relevos alentejanos, em território pertencente aos concelhos de Arronches, Castelo de Vide, Marvão e Portalegre. Trata-se de um espaço que, desde logo, nos surpreende pela diversidade paisagística bem expressa na variedade da sua geologia e do elenco florístico presente.
A sua disposição geográfica, o virar-se para norte ou para sul, reflecte-se no coberto vegetal que espelha, de forma clara, as influências atlânticas e mediterrânicas.
À diversidade vegetal acrescenta-se a presença de distintas comunidades de animais, com realce para as aves de presa. Apesar das pressões da ocupação humana, a fauna é abundante: aves raras como a águia de Bonelli e o grifo, os gaviões, as águias cobreiras, os peneireiros-cinzentos, o bufo-real, a coruja-do-mato e muitas outras, convivem com o javali, o veado, o texugo, o saca-rabos, o gato-bravo, a raposa ou o vulgar coelho.
A rede hidrográfica do Parque Natural integra cursos de água das bacias hidrográficas do Tejo e do Guadiana. A existência de cursos de água pertencentes a duas bacias tão importantes como estas é um facto pouco comum, senão único, no nosso país, a nível das áreas protegidas. No entanto, reveste-se da maior importância para a conservação da diversidade, em particular de organismos ligados aos meios aquáticos, como são os peixes e os anfíbios.
O Parque Natural da Serra de S. Mamede é uma área com grande diversidade de habitats, sendo especialmente importante do ponto de vista fitogeográfico. Com efeito, devido às características geomorfológicas e climáticas da serra, que se constitui como uma barreira continental à influência atlântica, o Parque é o limite sul para muitas espécies e comunidades vegetais de distribuição preferencialmente atlântica. Assim, estas podem observar-se sobretudo nas vertentes norte e oeste, onde ocorre uma precipitação apreciável. Em contraste, as vertentes a sul e leste estão sujeitas a uma maior influência mediterrânica, sendo substancialmente mais xéricas.
Populações paleolíticas, árabes e romanas, gente medieval, todos deixaram marcas ao longo de um território em que a agricultura foi sempre a atividade dominante.

Ler mais:
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pnssm
https://www.visitalentejo.pt/pt/o-alentejo/viva/parque-natural-de-s-mamede/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Natural_da_Serra_de_São_Mamede
http://www.natural.pt/portal/pt/AreaProtegida/Item/9

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Igreja do Senhor Jesus do Bonfim

Considerada a mais barroca das igrejas portalegrenses, o Senhor do Bonfim situa-se, tal como o nome indica, num dos extremos da cidade. É um templo muito popular, palco de múltiplas romarias, que foi edificado no século XVIII por ordem do então Bispo de Portalegre, D. Álvaro Pires de Castro Noronha.
É um edifício barroco de exterior simples. No interior, destaca-se o conjunto decorativo harmonioso composto por trabalhos de talha dourada, estuques policromos, revestimento azulejar e uma série de telas rococó representando cenas da Paixão de Cristo.
A talha reveste as paredes da capela-mor, o arco triunfal, os altares da nave (dedicados a Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora do Loreto), os dois púlpitos, situados sensivelmente a meio da nave, e as molduras que enquadram as telas. Contudo, parte destas obras denotam um concheado de características mais avançadas, que se aproximam de um gosto rococó. 
O silhar de azulejos da nave, azul e branco, representa diferentes cenas da Vida de Cristo, legendadas nos próprios painéis - O Sõr no templo lansando fora os mercadores; A entrada do S. em Geruzalem; A seia do senacolo; e O lavatório dos pés dos discípulos
No que respeita à pintura, encontramos alguns passos da Paixão nas paredes que articulam o arco triunfal com a nave; o Calvário e a Descida da Cruz na capela-mor; e representações alusivas à vida de Cristo na nave, que complementam, no registo superior, os painéis de azulejos de temática idêntica. Este último conjunto de pinturas, de meados do século XVIII, denota uma qualidade bastante inferior. As pinturas do tecto são recentes, tal como os estuques pintados do tecto da capela-mor. Destaque ainda para a zona sob o coro, em que os frescos remontam à época de construção da igreja.
Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1970.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73422
https://www.visitportugal.com/pt-pt/print/poi/137037
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_do_Bonfim_(Portalegre)

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Termas de Cabeço de Vide

Com vestígios de um antigo balneário romano, que se supõe datar da época de César Augusto (119 a.c), a estância termal de Cabeço de Vide, mais conhecida por Termas da Sulfúrea, é um local tranquilo e aprazível que convida ao descanso.
Desde a Idade Média até aos princípios do séc. XIX, essas águas correram desaproveitadas para a ribeira ou permaneciam estagnadas em charcos onde mendigos lavavam as chagas e os animais banhavam as feridas. Em 1816 forma feitas análises químicas ás águas e os resultados revelaram que continham ácido hidrosulfúrico, soda e magnésio, tendo o então Juiz de Fora de Cabeço de Vide, tomado a iniciativa do aproveitamento destas águas em benefício dos doentes. As propriedades das águas de Cabeço de Vide são amplamente reconhecidas e em 1878 são premiadas nas Exposições Universais de Paris e Rio de Janeiro. 
Em 1935 a Junta de Freguesia de Cabeço de Vide obtém definitivamente o alvará de Concessão Perpétua e faz grandes obras de melhoramento. O balneário e as acomodações circundantes vão crescendo e as termas são frequentadas por gente de todo o país.
O balneário ficou concluído em 1942, com projecto dos arquitectos Ernesto e Camilo Korrodi. O estabelecimento termal e anexos, localizados a cerca de 20 metros da Fonte da Vila e num nível médio de 4 a 5 metros inferior a esta, incluía um buvette (sendo que a água de Castelo de Vide é particularmente adequada a tratamentos por ingestão), quatro quartos de banho para homens e quatro para mulheres, e cabines para duches e outros tratamentos. O edifício, de dimensões modestas, é um exemplo típico da arquitectura pública do Estado Novo, de estética regionalista. Funcionou até ao início da década de 90, e hoje encontra-se abandonado, ainda que se conserve em relativo bom estado de conservação.
Um projecto da autoria do Atelier Arquitecturar, o novo balneário entrou em funcionamento em Maio de 2007 aumentando a quantidade de tratamentos em mais de 200%.
Situado no vale da Ribeira da Vide, a cerca de um quilómetro para sueste da vila, este estabelecimento termal, considerado um oásis na planície alentejana, reúne as propriedades terapêuticas das águas com o repousante ambiente da região. Estas águas curativas são aconselhadas para o tratamento de doenças do foro osteo-articular (reumatismo), respiratórias (asma, bronquite, sinusite, rinite), da pele, e as suas características ímpares, fazem desta estância uma das mais frequentadas do país.

Ler mais:
http://www.termasdeportugal.pt/estanciastermais/Termas-de-Cabeco-de-Vide
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/termas-da-sulfúrea-cabeço-de-vide
http://termasdasulfurea.blogspot.com/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/11120127

Forte Jesus de Mombaça