sábado, 30 de junho de 2018

Sopa da Pedra



A Sopa da Pedra é uma sopa tradicional da cozinha portuguesa, originária de Almeirim, no Ribatejo.
Trata-se de uma sopa consistente e rica, feita à base de carne, enchidos, feijão, couve, batatas e cenoura. Tradicionalmente, e seguindo a lenda da história que lhe deu origem, coloca-se a pedra, bem lavada, no fundo da terrina e, depois de comida a sopa, guarda-se a pedra para a próxima vez que for confeccionada.
Estátua, em Almeirim, do frade da sopa da pedra

A designação desta sopa encontra-se em muitas culturas ocidentais e tem como base um conto tradicional que nos diz ter sido um frade lambareiro e espertalhão o primeiro homem a confeccioná-la. 
Sendo um dos pratos típicos da região ribatejana e um dos ícones da cozinha tradicional, a sopa da pedra foi um dos pratos finalistas no concurso das "7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa".


Fonte (com a dvida vénia): "Cozinha Tradicional" (http://www.cozinhatradicional.com/sopa-da-pedra-almeirim/)

Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sopa_da_pedra
https://asenhoradomonte.com/2012/09/05/sopa-da-pedra/

Cabo Sardão



O Cabo Sardão situa-se na costa alentejana sobre o Oceano Atlântico, no concelho de Odemira. Trata-se da maior proeminência da costa ocidental entre o cabo de Sines e o cabo de São Vicente.
O Cabo Sardão é um importante geomonumento, nem tanto na sua litologia que corresponde a uma espessa sequência monótona com repetições de pelitos e grauvaques (turbiditos) com mais ou menos 320 milhões de anos (Carbónico inferior), mas mais pela sua tectónica que aqui se torna tão evidente naquelas camadas que tanto se inclinam para um lado como para o outro.
Para além do farol e da proximidade da aldeia de Cavaleiro e dos muitos turistas que aqui afluem, não existem vestígios de aqui existir um passado humano proeminente. Talvez devido à escassez humana, algumas cegonhas escolheram aqui o seu local de nidificação em penhascos isolados. Com um pouco mais de sorte, será possível observar-se falcões-peregrinos, gralhas-de-bico-vermelho e gansos-patolas.
Merece também destaque o seu farol construído em 1915, com uma torre de 17 metros de altura.


Ler mais:
http://www.portugalnotavel.com/cabo-sardao-odemira/
http://fugas.publico.pt/Viagens/358154_miradouros-cabo-sardao-a-paisagem-naturalmente-forte-e-perfeita
http://www.portugalnummapa.com/cabo-sardao/

Castro da Cárcoda

O Castro da Cárcoda situa-se a cerca e 2 Km da povoação de Carvalhais, em plena Serra da Arada, a 610 m de altitude.
Foi objecto de várias campanhas de escavação, as primeiras em 1954/55, e as segundas entre 1975/79, as terceiras em 1997/98 e as últimas em 2001/02.
Os vestígios aí encontrados indicam uma fundação por alturas do Bronze Final e uma sobrevivência até à época Romana. O seu apogeu situa-se, sem dúvida, na idade do Ferro/Época Romana, altura em que o povoado sofreu grande desenvolvimento.
Este castro é um dos mais importantes e imponentes castrejos da região de Lafões. A origem cronológica deste povoamento fortificado remonta à Idade do Bronze, prolongando-se até à Romanização. Tal como as construções deste tipo, também o castro de Cárcoda é circundado por uma dupla muralha e dois cursos de água, e constituía um excelente sistema defensivo para os seus habitantes.
O outeiro onde se encontra o castro é cercado pelos ribeiros de Galinhela e do Salgueiro e, a noroeste, por um fosso aberto na rocha. Há vestígios de muralhas com aparelho helicoidal que se podem seguir por mais de 630 metros.
Estão já a descoberto umas 25 casas. Algumas de planta circular e outras quadrangular. Uma delas tem de diâmetro 4,90m e outra de altura 2,40m, constituindo, no género, uma das ruínas em melhor estado de conservação no nosso país. Poderá haver soterradas centenas de casas.
Casas reconstruídas
Apareceram durante os trabalhos de escavações, moinhos manuais, pias, grande quantidade de jorra de ferro, utensílios em ferro muito oxidados, moedas romanas, fíbulas de bronze, pedaços de vidro, tégulas, ímbrices, pesos de tear, cossoiros, muitos fragmentos de variada cerâmica doméstica e terra sigillata.
A Cárcoda terá sido habitada, pelo menos, até ao século III depois de Cristo e existem também elementos onde se constata que, nestes primeiros séculos, os romanos ali exerceram a sua influência.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto n.º 40 361, de 20-10-1955.

Ler mais: 
https://carvalhais4.webnode.pt/products/castro-da-carcoda/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74597
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-viseu/c-sao-pedro-sul/carvalhais/castro-carcoda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_da_Cárcoda

Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico



A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico, ocupa uma área total de 987 ha, envolvida por uma zona tampão com 1.924 ha. É composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas Norte e Sul, e a costa Oeste da ilha, tendo como referência emblemática dois sítios - o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia, implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma extrema riqueza e beleza natural e paisagística. Estes sítios foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitetura tradicional ligada à cultura da vinha, do desenho da paisagem e dos elementos naturais. A diversidade faunística e florística aí presentes estão associadas a uma abundância de espécies e comunidades endémicas, raras e com estatuto de proteção.
Este bem consiste numa espantosa rede de longos muros de pedra, espaçados entre si, que correm paralelos à costa e penetram em direcção ao interior da ilha. Estes muros foram erguidos para proteger do vento e da água do mar as videiras, que são plantadas em milhares de pequenos recintos rectangulares (currais), colados uns aos outros. 
Remontando ao século XV, a presença da viticultura manifestou-se através desta extraordinária manta de retalhos de pequenos campos, de casas e quintas do início do século XIX, de ermida, portinhos e poços de maré. A paisagem modelada pelo homem, de uma beleza extraordinária, é o melhor testemunho que subsiste de uma actividade outrora muito intensa.
Esta área encontra-se inscrita, desde 1 de junho de 2004, como Património Mundial da UNESCO.
O Governo dos Açores criou um programa de apoio financeiro, destinado aos viticultores, para a reabilitação das suas vinhas localizadas em áreas do Património Mundial e na zona tampão.
Fonte: Comissão Nacional da UNESCO


Ler mais:
http://whc.unesco.org/en/list/1117
https://www.unescoportugal.mne.pt/pt/temas/proteger-o-nosso-patrimonio-e-promover-a-criatividade/patrimonio-mundial-em-portugal/paisagem-vinha-da-ilha-do-pico
https://www.cm-madalena.pt/identificacao-do-bem
https://www.visitportugal.com/pt-pt/destinos/acores/73825
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem_da_Cultura_da_Vinha_da_Ilha_do_Pico


Igreja de São Salvador de Fontarcada


Igreja de Fontarcada.
Igreja de Fontarcada: pormenor do portal principal.
Igreja de Fontarcada: tímpano do portal lateral sul.
A Igreja de São Salvador, também referida como Igreja Matriz de Fontarcada, localiza-se no lugar do Mosteiro, na freguesia de Fontarcada (ou Fonte Arcada), no Concelho de Póvoa do Lanhoso.
O local onde está inserida é designado como "do Mosteiro" devido ao facto de aí ter sido fundado, em 1067, o Mosteiro beneditino de São Salvador (orago da freguesia), por doação de D. Godinho Fafes, pai do rico-homem e alferes-mor de Henrique de Borgonha, conde de Portucale, responsável pela edificação da coutada de Fontarcada, onde o templo foi erguido num terreiro, talvez no princípio do século XII. A comunidade beneditina extinguiu-se no século XIV ou XV, e actualmente nada resta das instalações conventuais.
A igreja actual remonta ao final do século XIII e início do século XIV, altura em que os frades beneditinos mantiveram disputas com fidalgos das vizinhanças devido a direitos e senhorios.
Interiormente coberta por tecto de madeira, a igreja, de cantaria granítica, apresenta um espaço amplo e austero proporcionado pela nave única e cabeceira abobadada flanqueada por colunas com capitéis esculpidos e encimada por uma cornija de arcadas lombardas. A excepção a este ambiente de austeridade residirá na capela-mor, profusamente decorada, com cinco arcadas cegas apoiadas em colunas com capitéis lavrados com diferentes motivos predominantemente vegetalistas.
No exterior, o templo exibe um pórtico de três arquivoltas apoiadas em seis colunelos com capitéis lavrados e ábacos salientes, sobrepujando-o uma rosácea.
O beiral da cobertura das paredes laterais da nave são percorridas por uma cornija, que suporta o beiral, semelhante à da cabeceira. A sul existe ainda um portal lateral de arco quebrado, com duas arquivoltas sustentadas por dois colunelos com capitéis esculpidos com motivos vegetalistas, e um tímpano ornado por uma cruz pátea, com um sol e uma lua esculpidos nos lados. A torre sineira, adossada ao alçado esquerdo, é posterior ao corpo românico da igreja e apresenta um portal de arco pleno e um telhado piramidal.
Desde 1910, encontra-se classificada como Monumento Nacional.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70232
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Fontarcada
https://www.visitarportugal.pt/distritos/d-braga/c-povoa-lanhoso/fonte-arcada/igreja-matriz

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Casa dos Lemos


Solar brasonado do início do século. XVIII, situado na zona histórica de Vila Flor,  a Casa dos Lemos é referida como uma das jóias da arquitectura transmontana e o mais representativo monumento civil da chamada arte joanina, caracterizada pela sumptuosidade e elegância das formas.
Foi mandado construir pelo Dr. João de Seixas Caldeira da Fonseca e Lemos, corregedor de Bragança, por volta de 1700. Estilo D João V, ostenta o brasão dos Pinto de Lemos, artístico encordoado trabalhado em granito. 
Permaneceu propriedade de seus herdeiros até início do Séc. XX. Em 1914, por hipoteca a um banco, fora adquirido pelas irmãs D. Ernestina Miranda de Faria e D. Maria Delfina Miranda de Faria, as "senhoras médicas", como eram vulgarmente conhecidas na terra, dada a profissão durante 18 anos de seu pai. Actualmente pertence aos seus descendentes.
Na frontaria deste solar joanino pode ver-se a porta principal e janelas de cantaria em granito lavrado com enormes motivos vegetalistas, além do brasão de armas (ao centro) que atesta a importância da residência.
Tem um pátio com um arco imponente e uma escadaria em granito fora do vulgar. Possui ainda uma capela privativa.

Ler mais:
https://www.cm-vilaflor.pt/frontoffice/pages/294?poi_id=46
https://lifecooler.com/artigo/dormir/solar-dos-lemos/373244
http://liderclasstua.pt/imovel/solar-dos-lemos-vila-flor-vila-flor/?RID=2366182
http://solaresebrasoes.blogspot.com/2014/09/casa-dos-lemos-vila-flor.html

Aldeia histórica de Sortelha

Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitectónica inalterada até aos nossos dias, sendo considerada uma das mais bem conservadas. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo e vigiadas por um sobranceiro castelo do séc. XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte igreja renascentista.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, Sortelha constituiu-se em defesa da região fronteiriça, disputada entre Portugal e Castela. A Partir de 1187, D. Sancho I tomou medidas para povoar o lugar, tendo sido o seu neto D. Sancho II que concedeu o primeiro foral à vila, em 1228, época provável da edificação do castelo. A cerca da vila seria beneficiada por D. Dinis no século XIII que, a partir da assinatura do Tratado de Alcanises (1297), fixou as fronteiras para além das terras de Riba-Côa. No século seguinte, foi erguida uma nova cerca por iniciativa de D. Fernando.
Em 1510, D. Manuel I renovou o foral da vila, sendo dessa época a construção do seu pelourinho. Esse soberano também iniciou uma campanha de obras no castelo, de entre as quais subsiste as emblemáticas armas reais manuelinas sobre a porta da muralha.
A antiga vila constitui então um espaço urbano medieval (séc. XIII-XIV), que encontra nas necessidades defensivas e na organização militar do espaço a sua matriz essencial, bastante alterada com as intervenções ocorridas no período manuelino (séc. XVI) e na centúria de seiscentos. Semelhante estrutura ainda hoje é observável, porque, desaparecidas as exigências defensivas que estão na origem e posterior utilização do castelo medieval, a sua população preferiu progressivamente instalar-se num arrabalde, em zona mais fértil e menos acidentada, não sofrendo portanto o espaço dentro de muros adaptação considerável às condições de vida dos séculos mais recentes.
No ponto mais elevado, sobranceiro ao vale e na vertente mais inacessível, situa-se o Castelo: era o pólo exclusivamente militar, bem marcado pelo perfil destacado da Torre de Menagem; no seu interior ainda se pode ver a Cisterna, para o abastecimento de água e uma Porta Falsa. A serpentear o cabeço e tomando-lhe a forma oval, levantou-se a muralha, no seio da qual se estabeleceu a população da antiga vila. Espaço fechado, comunicava com o exterior por portas abertas a Este - Porta da Vila , Oeste - Porta Nova e Noroeste - Porta Falsa, tendo ainda uma saída de recurso junto ao Castelo. O perímetro defensivo contava além do mais com a Torre do Facho, bem como com outra torre de vigia na Porta da Vila.
A mancha construída revela laboriosa adaptação à extrema irregularidade topográfica, apresentando o conjunto uma disposição em anfiteatro. A malha urbana, pouco densa e composta por quarteirões muito irregulares, estrutura-se a partir de um eixo principal, de ligação entre as portas da Vila, composto pela Rua da Fonte e Rua Direita. Como espaços urbanos mais significativos surgem: o Largo do Corro, amplo terreiro aberto à entrada nascente da Vila, onde se ergue uma árvore secular e se destaca uma Fonte de mergulho medieval ou quinhentista; o Largo do Pelourinho, onde se localiza a Casa da Câmara e Cadeia e o Pelourinho, constituindo além do mais a zona de acesso ao Castelo. 

Ler mais:
http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/sortelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sortelha
https://www.vortexmag.net/sortelha-considerada-uma-das-aldeias-mais-belas-do-mundo/

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Blocos pedunculados de Arez


Os blocos pedunculados são formas típicas das paisagens graníticas, que no município de Nisa assumem características notáveis. Consistem em formas mais finas na base do que no topo, fazendo lembrar cogumelos gigantes.
A explicação para a sua origem é a existência de um contraste entre uma parte superficial da rocha mais seca e por isso mais estável e uma parte subjacente em contacto permanente com a água contida no solo e no rególito. 
A sua origem ocorreu em duas etapas: uma primeira que se dá após a exposição à superfície de uma porção granítica, resulta de uma mais rápida alteração química da rocha ao nível do solo, onde as águas subterrâneas se acumulam e enriquecem em ácidos orgânicos e uma segunda etapa desenvolvida durante um período de chuvas mais intensas em que os solos sofrem erosão acelerada, expondo o pedúnculo que une o todo coerente ao seu substrato granítico.
Os blocos pedunculados encontram-se dispersos por toda a área do concelho em que aflora o Granito de Nisa, com particular destaque para a região de Arez.

Ler mais:
http://www.cm-nisa.pt/pdm/2015/estudos_complementares/estudo_recursos_geologicos_hidrogeologicos.pdf
https://www.naturtejo.com/conteudo.php?opt=o-que-visitar&id=75

A Serra de Sintra, vista por Eça de Queiroz

"Mas, ao chegar a Seteais (...) Iam ambos caminhando por uma das alamedas laterais, verde e fresca, de uma paz religiosa, como um claustro feito de folhagem. O terreiro estava deserto; a erva que o cobria crescia ao abandono, toda estrelada de botões de ouro brilhando ao sol e de malmequerzinhos brancos. Nenhuma folha se movia: através da ramaria ligeira o Sol atirava molhos de raios de ouro. (...)
Quando passaram o arco, encontraram Carlos sentado num dos bancos de pedra (...) Endireitou-se logo, já toda a emoção o deixara, mostrava os maus dentes num sorriso amigo, e exclamou, apontando para o arco:
- Agora, Cruges, filho, repara tu naquela sublime.
O maestro embasbacou. No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente; e emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro..."

Eça de Queiroz, Os Maias, cap. VII

Foto de: Vasco Pereira

Fonte da Areia

Numa ilha que possuí uma quantidade controlada de água, a importância de fontes naturais mantém-se. Noutros tempos, esta fonte tinha a água mais saborosa de toda a ilha, sendo utilizada inclusivé, para fins medicinais, era considerada pelos seus habitantes uma fonte sagrada.
Hoje, a Fonte da Areia já não jorra a água de antigamente, mas o vento faz questão em deixar o seu rasto nas rochas arenosas, e proporciona aos seus visitantes um incrível espectáculo de erosão. Chega-se a esta fonte saindo da localidade da Camacha, por uma estrada que segue para Oeste em direcção ao mar.
A Fonte da Areia é dominada por depósitos quarternários, nomeada-mente por depósitos da Formação Eolianítica, representados pelos arenitos biogénicos carbonatados mais antigos da ilha, com cerca de 31 mil anos. Estes eolianitos correspondem a areias marinhas, de natureza organoclástica, na sua larga maioria constituídos por fragmentos de conchas de moluscos, de placas e espículas de equinodermes, algas calcárias e foraminíferos, remobilizadas da plataforma insular existente em torno da ilha, e que sofreram transporte essencialmente eólico até aos locais de deposição. Na base ocorrem depósitos de natureza argilosa em claro contraste com as rochas vulcânicas subjacentes, cortadas “à faca” por antiga superfície topográfica actualmente exposta junto ao topo da arriba marinha por significativa erosão marinha do sector norte da ilha desde o último máximo glaciário.
A geração destas areias marinhas remontam à última glaciação, período Wurm, que decorreu entre os 110 e os 11 mil anos.
São conhecidas 4 unidades distintas que intercalam 3 paleossolos, níveis de tonalidade acastanhada, que correspondem a períodos de pausa no transporte e acumulação das areias e permitiram a instalação de um solo ou a deposição de material lamacento.
O tipo de estratificação existente sugere que a dominância dos ventos tenha sido do quadrante N.
Observam-se, ainda, finas camadas de calcário pouco coerente que correspondem a crostas calcárias, denominadas localmente por laginhas de cal, originadas por remobilização e encouraçamento do carbonato de cálcio, fenómeno que ainda ocorre atualmente à superfície desta formação. A presença de fósseis de gastrópodes pulmonados terrestres e de rizoconcreções representam a ocupação biológica deste habitat litoral.

Ler mais:
https://geodiversidade.madeira.gov.pt/geossitios/porto-santo/46-fonte-da-areia.html
http://www.visit-portosanto.com/fonte-da-areia-porto-santo/
http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/explorar/detalhe/miradouro-da-fonte-de-areia-porto-santo

Solar de São Domingos de Sarzedo


Situado na aldeia do Sarzedo, no concelho de Moimenta da Beira, o Solar de São Domingos é propriedade da família Machado Ferreira de Almeida.
O solar foi mandado construir por Domingos Álvares Machado, ouvidor de D. Francisco Coutinho, 4º conde de Marialva no século XVI. o edifício encontra-se em bom estado de conservação, onde é possível destacar todos os seus ornamentos arquitetónicos. A construção é composta por vários corpos, incluindo o da capela dedicada a São Domingos, cuja construção remonta ao ano de 1523. Esta capela destaca-se sobretudo pelo brasão e pelo rico retábulo de talha dourada e os tetos em caixotões pintados, não esquecendo toda a decoração barroca. 
O corpo principal tem fachada dividida em dois panos de largura desigual, sendo o primeiro mais estreito, separados por pilastras. No primeiro pano rasga-se o portal principal, apilastrado, com largo lintel ornamentado, encimado por cornija e larga pedra quadrangular embutida, com motivos ilegíveis. Por baixo de uma das janelas do segundo pano existe uma grande cruz pétrea, com calvário. 
No interior conservam-se vários elementos arquitectónicos e decorativos interessantes, como sejam a escadaria do átrio principal, com corrimão de volutas e balcão em pedra de estilo barroco, ou os tectos de madeira com caixotões ornamentados, um dos quais exibe a data de 1724, relativa a uma campanha de obras de remodelação do imóvel, num florão central. 
A propriedade inclui ainda um pequeno logradouro, com telheiro sobre pilares de pedra, e jardins barrocos, desenvolvendo-se numa sucessão de tanques e canteiros de buxo, para além de vastos terrenos agrícolas.

Está classificado como “Imóvel de Interesse Público”, pelo Decreto nº. 28/82, DG 47 de 26 Fevereiro 1982.


Ler mais:
http://www.portoenorte.pt/pt/o-que-fazer/solar-de-sao-domingos-de-sarzedo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Solar_de_São_Domingos_do_Sarzedo

Casa-museu Fernando Namora

A Casa-Museu Fernando Namora foi oficialmente aberta ao público no dia 30 de Junho de 1990.

As sucessivas alterações desta antiga casa de comércio e de habitação onde nasceu o escritor em 1919, tornaram inviável a sua recuperação em termos de remissão para as suas origens.
Foi assumida uma opção que contempla as necessidades de um espaço expositivo adequado à colecção, tendo em consideração o acesso do público. Manteve-se, no entanto, um ambiente familiar, acolhedor, próprio duma habitação tradicional no centro da vila de Condeixa.
Os pontos de maior interesse deste espaço museológico são constituídos pelo acervo documental de Fernando Namora transferido do escritório da sua residência em de Lisboa. Este fundo bibliográfico e documental é revelador das relações de cumplicidade com muitos outros autores, e muito contribui para explicar, nas suas diversas vertentes, o Homem que é Namora.

Deve destacar-se, ainda, a coleção de manuscritos, apontamentos originais, provas tipográficas, livros publicados e anotados, isto é, um conjunto de artefactos que dão corpo à oficina do escritor.
De inestimável valor é, também, o núcleo de pintura de sua própria autoria, «outra sua vocação exigente e criadora», e, ainda o núcleo de pintura e escultura com trabalhos de diversos autores nacionais e estrangeiros.

Ler mais:
http://www.cm-condeixa.pt/rbcondeixa/index.php/conhecer/bibliotecas/institucional/casa-museu-fernando-namora
https://www.bad.pt/diretorio/?dir-item=casa-museu-fernando-namora
http://www.apcm.pt/casas-museu/casa-museu-fernando-namora/

Cemitério de Agramonte


O Cemitério de Agramonte é um cemitério da cidade do Porto.
O segundo cemitério público da cidade foi inaugurado em 1855, na zona ocidental da cidade, próximo do que é hoje a rotunda da Boavista. A construção da capela com projecto do Eng.º Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa (1818-1899), decorreu entre 1870 e 1874. A capela-mor foi alargada em 1906, sob a direcção do Arquitecto José Marques da Silva (1869-1947), sendo então realizadas pinturas de inspiração bizantina, da autoria do pintor italiano Silvestro Silvestri (f. 1925).
Em Agramonte estão sepultadas diversas personalidades, como Júlio Dantas, o Conde de Ferreira, o escultor Henrique Moreira e o arqueólogo António Augusto da Rocha Peixoto. As sepulturas, com obras de António Soares dos Reis e António Teixeira Lopes, são uma colecção representativa do trabalho escultural português.
No cemitério de Agramonte são realizadas, com frequência, visitas guiadas temáticas para observação dos jazigos e da estatuária.
Os Cemitérios Municipais do Porto, são os únicos cemitérios de Portugal que pertencem à Association of the Significant Cemiteries in Europe e membros fundadores da Rota Europeia dos Cemitérios reconhecida pelo Conselho da Europa a 10 de Junho de 2010. 

Ler mais:
http://www.cm-porto.pt/cemiterios/cemiterio-de-agramonte
https://ruasdoporto.blogspot.com/2008/06/cemitrio-de-agramonte.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cemitério_de_Agramonte
https://www.oportoencanta.com/2016/04/arquitetura-arte-e-sentimentos-no.html

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Anta da Herdade da Candieira

Classificada como "Monumento Nacional" em 1910, a "Anta da Herdade da Candieira" foi construída entre o IV milénio a. C. e o III milénio a. C de modo relativamente isolado numa pequena encosta dos planaltos que precedem as ravinas mais abruptas da Serra d'Ossa, enquadrando-se cronologicamente no entendimento generalizado de "Megalitismo eborense", cujo exemplar mais notável é geralmente atribuído à "Anta Grande da Comenda da Igreja", localizada em Montemor-o-Novo. 
Da primitiva estrutura megalítica, remanescem in situ sete dos esteios que comporiam a respectiva câmara sepulcral de planta poligonal centralizada, com cerca de três metros de diâmetro e quase dois metros de altura, bem como a correspondente laje de cobertura - ou "chapéu" -, executada em xisto. Do corredor original, de planta rectangular oblonga, chegaram até nós fragmentos de apenas dois dos seus esteios erguidos junto à abertura da câmara, sendo ainda visíveis alguns vestígios da existência de mamoa - ou tumulus -, que teria cerca de cinco metros de diâmetro. 
A originalidade deste exemplar megalítico residirá, contudo, na presença de uma pequena abertura quadrangular no esteio de cabeceira da câmara funerária, com cerca de vinte por vinte centímetros de largura, constituindo, o que, também por isso, o transforma num exemplar único do círculo megalítico de toda a região alentejana. E embora se desconheçam, até ao momento, as suas reais funções (que as gentes locais ainda designam, muito significativamente, por "buraco da alma"), elas deveriam carrear toda uma carga mágico-religiosa inerente a rituais funéreos específicos das comunidades que ergueram e fruíram o monumento, embora persistam algumas dúvidas relativamente à contemporaneidade destas duas realidades materiais, que alguns autores entendem separadas no tempo.
Fonte A. Martins - DGPC

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/en/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70464
http://www.cm-redondo.pt/pt/site-visitar/O%20que%20Fazer/Paginas/Anta-da-Herdade-da-Candeeira.aspx
https://fr.wikipedia.org/wiki/Anta_da_Herdade_da_Candieira

Igreja de São João Evangelista

A igreja de São João Evangelista, ou Igreja do Colégio dos Jesuítas do Funchal constitui um dos mais belos monumentos do século XVII. A sua construção marca a transição do maneirismo internacional para o barroco português.
A igreja de São João Evangelista do Colégio do Funchal, localizada na freguesia de São Pedro, apresenta-se como um dos mais belos templos portugueses da sua época e uma das mais ricas igrejas da ilha da Madeira.
Esta bela obra dos Jesuítas apresenta uma talha dourada do séc.XVII, considerada como uma das mais valiosas peças de talha seiscentista portuguesa. Exibe também azulejos e pinturas dos sécs.XVII e XVIII.
As obras iniciaram-se em 1599 e no final do mesmo ano encontra-se levantada a ala poente do Colégio, sobre a Rua do Castanheiro. Em 1629 é lançada a primeira pedra da igreja, dedicada a São João Evangelista, que ao integrar-se no conjunto passa a ser denominada de Igreja do Colégio. Em 1647, o templo, de desenho maneirista encontra-se erguido, no entanto, devido ao carácter monumental e à exuberância do empreendimento, os trabalhos de decoração prolongam-se pelo século XVII e inícios do século XVIII.
Na sequência da ordem régia promulgada por D. José I, em 1759 os Jesuítas vêem decretada a sua expulsão de todos os domínios submetidos à Coroa portuguesa, verificando-se, à semelhança do que acontece no espaço nacional, o sequestro dos bens da companhia e, neste contexto, o encerramento do Colégio e da igreja logo após a saída dos últimos jesuítas da ilha, a 16 de Julho de 1760.
Necessitando de grandes obras de recuperação, em 1846 o Governador Civil do Funchal, José Silvestre Ribeiro, empreende uma oportuna intervenção de salvaguarda e de restauro e devolve-a à Diocese em 1848 para ser novamente aberta ao serviço religioso.
Por todo o espaço salta à vista a riqueza da decoração e do cromatismo, tudo preenchido ao mais ínfimo pormenor. “A estrutura arquitetónica, os trabalhos de decoração das pinturas a fresco e a talha, executada em meados do século XVII, denotam uma clara inspiração maneirista enquanto que as produções mais tardias, nomeadamente as talhas das capelas de Santo António e São Miguel Arcanjo, as esculturas exteriores e os painéis de azulejos de desenho azul sobre fundo branco do coro e nave, são resultado da influência barroca que irá dominar o século XVIII.”
É possível visitar a torre durante os dias de semana, de onde terá uma vista panorâmica sobre toda a cidade do Funchal.
Fonte principal: “Guia dos Monumentos do  Funchal”, com coordenação de Diva Freitas

Ler mais:
http://www.jornaldamadeira.com/2017/11/05/igreja-do-colegio-em-destaque/
http://www.madeiraislandsguide.com/pt/place/igreja-do-colegio/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_São_João_Evangelista_(Funchal)

Avenida da Liberdade

A Avenida da Liberdade é uma das principais avenidas da cidade de Lisboa, ligando a praça dos Restauradores à Praça do Marquês de Pombal. Com cerca de 90 m de largura e 1100 m de comprimento, conta com várias faixas e largos passeios decorados com jardins e calçada à portuguesa.
A avenida da Liberdade e a praça dos Restauradores têm a sua origem no boulevard chamado "Passeio Público", iniciado em 1764, e criado pelo arquiteto Reinaldo Manuel. Inicialmente murada, a encosta foi alvo de grandes alterações nas décadas de 1830 e 1840 pelo arquitecto Malaquias Ferreira Leal, que introduziu um novo arranjo de jardins e fontes, com quedas de água e estátuas alegóricas. Após muita polémica, a avenida foi construída entre 1879 e 1886, à imagem dos boulevards de Paris.
No contexto de uma nova burguesia citadina em ascensão, de um país em fase de industrialização e no próprio crescimento exponencial da população lisboeta,a necessidade de uma artéria que ligasse a cidade para Norte era inadiável, assim como a demolição do Passeio Público, espaço murado criado em meados do séc. XVIII, muito ao gosto de uma Europa romântica, o qual já não ía de encontro com as necessidades da população.
As origens da abertura de uma nova avenida que ligasse o início do Passeio Público ao Campo Grande remontam a 1870, data em que é conhecido o 1º projecto. Outras propostas surgiram, até que em 1879 foi aprovada a do então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Rosa Araújo, propondo a abertura de uma artéria de menor extensão,que ligasse o início do Passeio Público a uma Rotunda a construir, da qual partiriam quatro ruas, uma delas com destino ao Campo Grande.
Em 28 de Abril de 1886 seria inaugurada uma avenida do tipo "Boulevard", artéria de grande circulação, que se estendia da Praça dos Restauradores, a Sul,até à Rotunda da Praça do Marquês de Pombal, a Norte, construída já no 1º quartel do séc. XX. Lateralmente, esta artéria encontrava-se delimitada por uma sucessão de edifícios correspondente a múltiplas etapas e estilos arquitectónicos, alguns classificados ou em vias de classificação.
Estruturada em três ruas paralelas, com domínio para a central em dimensão e número de faixas de tráfego, estas encontram-se separadas por largas placas pedonais arborizadas, divididas em troços de diferentes extensões, em função das artérias que as cruzam transversalmente.
Hoje a Avenidade da Liberdade é a artéria mais movimentada do país: diariamente passam pela Avenida cerca de 39000 pessoas, das quais um grande número de visitantes estrangeiros. Aí se localizam vários estabelecimentos comerciais das mais conhecidas marcas internacionais.

Ler mais:
http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/avenida-da-liberdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Avenida_da_Liberdade_(Lisboa)
https://www.dn.pt/portugal/interior/quantos-visitantes-cabem-na-avenida-da-liberdade-mais-de-4300-por-hora-9029442.html

Castelo da Dona Chica