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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Antiga Fábrica de Moagem do Caramujo

A Fábrica do Caramujo foi construída em 1872 e, poucos anos depois, em 1889, foi adicionado um corpo ao anterior conjunto de quatro pavimentos erguido na década de 70. A 10 de Junho de 1897, a fábrica sofreu um violento incêndio, que a destruiu quase por completo. O então proprietário, confrontado com a fragilidade da anterior construção, patrocinou uma nova edificação, para que «semelhante catástrofe não pudesse voltar a repetir-se". O projeto levou somente um ano a ser efetivado, estando terminado no Verão de 1898, e o resultado foi a "primeira obra arquitetónica integralmente estruturada em betão armado e executada em Portugal", processo de origem francesa (patenteado por François Hennebique) e introduzido em Portugal dois antes do incêndio do Caramujo.
Em termos funcionais, a "nova" fábrica obedeceu à planta e volumetria do edifício original. Seis pisos, diferenciados de acordo com as várias fases de transformação dos cereais, faziam com que o circuito de produção fosse concentrado num só edifício. O ciclo moageiro iniciava-se pelo andar superior, pela trituração, aproveitando a gravidade, e culminava no piso térreo, onde se processava a carga e descarga de produtos. Os dois primeiros pisos têm uma curiosa organização em relação à fachada principal, que se estrutura em pé-direito duplo, com altos janelões, sem que se denuncie, do lado exterior, os dois pisos aqui incluídos. A fachada principal é algo classicizante, com três panos verticais, hierarquizados a partir das dimensões dos vãos (mais amplos os do corpo central e mais estreitos os dos laterais). No topo, coroando a frontaria, eleva-se platidabanda tripartida corrida, com urnas nas extremidades, que enquadram um alto frontão com a legenda da empresa proprietária da fábrica - A. J. GOMES & C. -, encimado por tímpano triangular.
A derradeira grande fase de obras no conjunto ocorreu em 1960, quando uma parte do esquema construtivo de 1898 foi sacrificado em benefício de uma modernização, cujo principal elemento foi a inclusão de silos cilíndricos adossados ao edifício. A decadência, todavia, chegou pouco tempo depois, o que determinou a paralisação dos trabalhos e o início de um relativamente longo processo de decadência. Em 2002, a Câmara Municipal de Almada adquiriu o imóvel à Sociedade Industrial Aliança, facto que significou o primeiro passo para a manutenção do monumento enquanto marca do impacto que a Industrialização teve no concelho e como símbolo de um processo construtivo - o betão armado - que tanto sucesso conheceu no século XX.
O local está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2002.

Fonte: PAF - DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73600

Ler mais:
https://almada-virtual-museum.blogspot.com/2018/02/a-fabrica-e-casa-antonio-jose-gomes.html
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10484
https://www.visitarportugal.pt/setubal/almada/cova-piedade/fabrica-moagem-caramujo


domingo, 8 de abril de 2018

Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica


A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica (PPAFCC) estende-se ao longo da orla litoral, desde o aglomerado da Costa da Caparica até à lagoa de Albufeira, em território pertencente aos concelhos de Almada e Sesimbra.
O troço da costa ocidental da Península de Setúbal, entre a foz do rio Tejo e a extremidade sul da Praia das Bicas, corresponde a um litoral de acumulação que forma uma linha de costa baixa, contínua e arenosa. A característica morfológica principal deste troço arenoso é a existência de uma arriba que se prolonga desde a região da Trafaria até à praia da Foz, e chega a atingir cotas superiores a 100 metros (114 metros nos Capuchos). Parte desta extensão corresponde a uma arriba fossilizada, assim designada por estar afastada da acção erosiva do mar por uma planície litoral que se estende até um pouco a sul da Fonte da Telha, já no concelho de Sesimbra. 
São arribas talhadas por erosão marinha em terrenos do Miocénico e Pliocénico, que apresentam algumas importantes jazidas de fósseis ricos em restos de vertebrados marinhos (peixes tropicais, tubarões, tartarugas e crocodilos). As rochas que contêm estas jazidas correspondem a argilas azuladas, muito conhecidas pelas suas propriedades terapêuticas, nomeadamente para tratamentos de pele. 
A vegetação da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, na qual se incluem alguns endemismos botânicos lusitanos e ibéricos, é muito diversificada. Este coberto vegetal assume uma importância acrescida, pela inserção desta área protegida numa zona de forte pressão urbanística.
As espécies da flora com maior valor de conservação são endemismos lusitânicos cuja distribuição na área de estudo se confina aos sistemas dunares, nomeadamente, o cravo-das-areias Armeria rouyana, a Euphorbia transtagana, o zimbro-galego Juniperus navicularis, o tomilho-do-mato Thymus capitellatus, o tomilho-das-praias Thymus carnosus e a Herniaria maritima.
Em 1984, esta arriba fóssil foi classificada como Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, com a finalidade de preservar as características geomorfológicas e geológicas do local e as comunidades naturais aí existentes.

Ler mais:
http://www2.icnf.pt/portal/ap/p-prot/ppafcc
http://www.m-almada.pt/portal/page/portal/AMBIENTE/AMB_NAT_BIO/?amb=0&ambiente_ambiente_bio=14103731&cboui=14103731
http://www.cm-sesimbra.pt/geocircuito/?p=30
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paisagem_Protegida_da_Arriba_Fóssil_da_Costa_de_Caparica

terça-feira, 27 de março de 2018

Fragata "D. Fernando II e Glória"


A Fragata D. Fernando II e Glória, construída em Damão em 1843, foi o último navio à vela da Marinha Portuguesa e o último navio a fazer a “Carreira da Índia”, navegando mais de 100.000 milhas. Os estaleiros de Damão foram os escolhidos pelo facto de a mão-de-obra ali ser mais barata e porque, num enclave que lhe ficava próximo (Nagar Aveli), existia uma extensa floresta de árvores de teca, madeira excepcional para a construção de navios.
O navio aparelha em galera com 4 mastros, de vante para ré: o gurupés, o traquete, o grande e a mezena que, no caso da galera, é designado por “gata” por envergar pano redondo, como nos outros mastros principais.
Em termos de armamento e como fragata o navio foi construído para ser equipado com 50 peças, 28 na bateria e 22 no convés. No entanto nunca andou armado como fragata propriamente dita, sendo o armamento em número inferior e adaptado a cada missão. De referir que durante a sua vida operacional este navio nunca chegou a travar qualquer combate.
A sua viagem inaugural, de Goa a Lisboa, decorreu entre 2 de fevereiro e 4 de julho de 1845.
Foi utilizada no transporte de tropas, colonos e degredados para Angola, Índia e Moçambique. Participou em operações navais de guerra no Ultramar Português. 

Em setembro de 1865 a D. Fernando substituiu a nau Vasco da Gama como Escola de Artilharia Naval, fazendo viagens de instrução até 1878. Nesse ano, fez a sua última missão no mar, realizando uma viagem de instrução de guarda-marinhas aos Açores.
Em 1940 cessou o seu uso pela Marinha Portuguesa, sendo a fragata transformada em Obra Social da Fragata D. Fernando, uma instituição social que se destinava a albergar e a dar instrução e treino de marinharia a rapazes oriundos de famílias pobres.
Em 1963, um violento incêndio destruiu uma grande parte do navio, ficando abandonado no Tejo.
Entre 1992 e 1997 a fragata foi recuperada pela Marinha Portuguesa, recorrendo ao Arsenal do Alfeite e aos estaleiros Rio-Marine de Aveiro.
O navio esteve exposto na Expo 98. Desde então é um navio museu da Marinha Portuguesa, estando actualmente, desde 1 de Março de 2008, em doca seca, em Cacilhas (Almada), onde tem vindo a receber trabalhos de manutenção.

Ler mais:
http://www.marinha.pt/pt-pt/marinha/cultura/Paginas/Dom-Fernando-Gloria.aspx
http://ccm.marinha.pt/pt/dfernando
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Fernando_II_e_Gl%C3%B3ria_(fragata)

quinta-feira, 8 de março de 2018

Ponte 25 de Abril


A Ponte 25 de Abril é uma ponte suspensa rodoferroviária que liga a cidade de Lisboa à cidade de Almada, em Portugal. A ponte atravessa o estuário do rio Tejo na parte final e mais estreita.
Corria o ano de 1953 quando o governo português criou uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo.

Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidiram oficialmente a construção de uma ponte. A concessão foi liderada pelo Eng. Canto Moniz (então nomeado director do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e depois ministro das Comunicações) que foi o responsável pela abertura de um concurso público internacional, para que fossem apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu em 1960, a obra foi adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em 1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.

A 5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção. Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada (seis meses antes do prazo previsto), cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades
portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República, Almirante Américo Tomás, o Presidente do Conselho de Ministros, António Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Cerejeira, recebendo a denominação de "Ponte Salazar". Logo a seguir à Revolução de 25 de Abril de 1974, o seu nome foi mudado para "Ponte 25 de Abril".

O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inf.lação, a perto de 11 milhões de euros.´

A ponte tem 2.300m, dos quais 1.013m correspondem ao vão central suspenso, o que no ranking das pontes rodoferroviárias a Ponte 25 de Abril ocupa a 1.ª posição na Europa e a 3.ª no mundo.

Um miradouro junto ao tabuleiro por onde circulam os carros na Ponte , a 80 metros de altura, junto ao pilar 7, foi inaugurado em 2017, permitindo uma vista privilegiada de Lisboa até à outra margem.

Ler mais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_25_de_Abril

Forte Jesus de Mombaça