A estátua equestre de D. José I situa-se na Praça do Comércio, na cidade de Lisboa, e é da autoria do escultor Joaquim Machado de Castro. É uma obra escultória notável: trata-se da primeira estátua equestre realizada em Portugal, sendo também, neste país, o primeiro monumentos escultóricos na via pública dedicado a uma pessoa viva. Foi, ainda, a primeira estátua das suas dimensões a ser fundida de um só jacto, em Portugal, e uma das primeiras a sê-lo no mundo.
O artista conseguiu conferir um cunho pessoal à estátua que se manifestou na maestria do tratamento de D. José montado no seu cavalo e na alteração dos elementos que constituem a base desta figura. No projecto original o cavalo pisava um leão substituído por pequenas serpentes que serviram para esconder a estrutura de sustentação de um dos seus membros posteriores. As figuras aladas laterais, o Triunfo e a Fama, ganharam leveza, passando a uma masculina e outra feminina. O primeiro conduz um cavalo fogoso, a segunda um elefante, animais que representam, respectiva e simbolicamente, a Europa e a Ásia. Estes erguem-se sobre duas figuras humanas, representando os continentes americano e africano, que se submetem ao triunfo dos portugueses. Mas foi sobretudo na composição dos baixos-relevos que adornam o plinto que o escultor demonstrou a sua arte.
A fundição da estátua, realizada «num só jacto» em 15 de Outubro de 1774, foi entregue a Bartolomeu da Costa, engenheiro militar, nas oficinas de fundição do exército, utilizando os processos mais inovadores do seu tempo. A sua condução para a Praça do Comércio demorou 3 dias, tendo sido necessário abrir a rua do Museu de Artilharia para ser possível a passagem da zorra utilizada no seu transporte, um enorme carro capaz de suportar o peso da estátua.
Uma das principais dificuldades sentidas por Machado de Castro foi o facto de D. José se ter recusado a posar para a estátua. O escultor teve de recorrer a outras representações do rei, nomeadamente a efígie em perfil no cunho das moedas de real, e decidiu acentuar o capacete emplumado de modo a desviar as atenções do rosto. O rei foi representado como olhando para a sua direita, alinhado com a direcção do cavalo, que levanta a pata dianteira da direita. Os pés do cavalo esmagam serpentes no seu caminho. A estátua encontra-se voltada para o Tejo, e é enquadrada pelo Arco da Rua Augusta atrás de si, que intensifica a representação do poder régio.
O monumento, símbolo do renascimento nacional, foi inaugurado no dia 6 de Junho de 1775, em comemoração do aniversário do monarca, culminando com um lauto banquete oferecido pelo Marquês de Pombal.
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http://www.lisboapatrimoniocultural.pt/artepublica/eescultura/pecas/Paginas/DJoseI.aspx
https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-monumento-e-estatua-de-d-jose-i-na-praca-do-comercio-24053
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estátua_equestre_de_D._José_I
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