No enfiamento da costa que contorna o estuário do Tejo, sobranceiro ao local onde o rio se reencontra com o mar, ergue-se em Oeiras o poderoso Forte de S. Julião da Barra.
Construído em local estratégico que domina a entrada da Barra, São Julião é uma das mais importantes construções militares do país. Embora não seja possível precisar a época em que se iniciaram as obras da Fortaleza de São Julião, as opiniões dividem-se entre os anos de 1553 e 1556, sendo a paternidade da traça atribuída a Miguel de Arruda, um dos mais famosos arquitectos da época.
No ano de 1580, quando as tropas do Duque de Alba invadiram a capital, a fortificação era composta por cinco baluartes de diferentes dimensões, e no interior, para além das instalações de aquartelamento e armazéns, dispunha-se no centro da praça de armas uma grande cisterna que constitui o seu núcleo central, à semelhança do que sucede nas praças de Mazagão e da Ilha de Moçambique.
No entanto, a vulnerabilidade defensiva da "chave do Reino", que em cinco dias se rendeu às tropas espanholas, fizeram com que Filipe I ordenasse a ampliação da fortaleza, designando o Capitão Fratino para a execução das obras que iriam transformar São Julião da Barra "na maior fortaleza marítima portuguesa", concluídas nos primeiros anos de Seiscentos. O projecto filipino implicou a construção de dois novos baluartes, uma esplanada baixa que envolve os baluartes primitivos, um corpo avançado sobre o mar e um fosso, que na prática resultaram num aumento considerável da capacidade defensiva.
Em Dezembro de 1640 as tropas apoiantes de D. João IV conquistaram facilmente, por ataque terrestre, o Forte de São Julião, o que voltou a levantar o problema de deficiências do sistema defensivo da praça da barra do Tejo. Desta forma, ordenaram-se novas obras, sendo o novo projecto entregue a Nicolau de Langres, mas deste seria construído apenas um revelim, que passou a funcionar como entrada principal da fortaleza.
Já no século XVIII foram feitas obras de recuperação nas muralhas, na cisterna e nos edifícios de aquartelamento, e no ano de 1755 foi edificada no centro da praça de armas a torre do farol, que marca de forma incontornável a feição da fortaleza.
Assim como outras fortificações, também São Julião da Barra serviu de prisão militar e política. Foi célebre o caso do General Gomes Freire de Andrade, que esteve detido em São Julião da Barra e foi executado no terreno anexo à fortificação. A 22 de Agosto de 1951 perde a sua função militar para assumir a passagem a novas funções de estado e de recepção de eventos políticos.
Hoje em dia é residência oficial do Ministro da Defesa. São de salientar as esplanadas, as casamatas em abóbada e a cisterna, onde com regularidade ocorrem iniciativas culturais.
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74623/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2343
http://www.cm-oeiras.pt/pt/descobrir/patrimonio/patrimonio-militar/Paginas/fortesaojuliaobarra.aspx
https://www.defesa.pt/Paginas/OFortedeS%C3%A3oJuli%C3%A3odaBarra20121101.aspx
http://www.historiadeportugal.info/forte-de-sao-juliao-da-barra/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_São_Julião_da_Barra
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