sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Forte de Santo António de Tavira

O Forte de Santo Antônio de Tavira, também conhecido como Forte do Rato ou Forte da Ilha das Lebres, localiza-se a este do sítio das Quatro Águas, na foz do rio Gilão, junto à barra da cidade de Tavira.
Foi mandado edificar de raiz na segunda metade do século XVI, no reinado de D. Sebastião (1568-1578) de forma a proteger a entrada da barra e, simultaneamente, a cidade de Tavira. Esta construção não se veio a mostrar de grande utilidade uma vez que, ainda durante a sua construção, verificaram-se alterações na linha de costa e, consequentemente, na entrada da barra, a qual se desloca, progressivamente para levante, retirando eficiência defensiva àquela infraestrutura.
Mais tarde, cerca de 1670, foi edificado o Forte de São João, uma nova fortaleza para defesa da barra de Tavira, passando o Forte do Rato a ter um papel secundário na estratégia defensiva. Porém, a antiga fortaleza do Gilão viu a estrutura renovada, uma vez que a sua implantação era essencial para reforçar a linha de fogo do novo baluarte.
A partir das primeiras décadas do século XIX, o número de soldados aquartelados no Forte do Rato foi diminuindo gradualmente, o que levou a um progressivo abandono do espaço e à sua degradação, até que a guarnição foi extinta em 1840.
De planta poligonal abaluartada, no interior da praça distinguem-se ainda os espaço de aquartelamento, o paiol e o poço de abastecimento. Desde a década de 80 do século XX, têm sido levadas a cabo obras de recuperação do espaço, nomeadamente a porta principal e os panos de muralha, bem como de limpeza e sinalização do espaço interno da fortaleza.
No princípio do século XIX só existiam três baluartes voltados a sul, sendo a face norte constituída por um muro corrido e a entrada a meio. O portão de armas rasga-se na frente voltada a terra, sendo acedido primitivamente por uma ponte levadiça sobre um fosso inundado. No seu interior erguiam-se a casa do governador, os quartéis, o paiol, os armazéns e uma capela, assim como se abria um poço.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75045/
http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=1352&muda_idioma=PT
https://revive.turismodeportugal.pt/pt-pt/forte-rato
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2823
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Santo_António_de_Tavira

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mosteiro de São João de Tarouca

Ao que tudo indica, os primeiros monges cistercienses fixaram-se neste ponto do rio Varosa por 1140, ano em que D. Afonso Henriques passou carta de couto a uma comunidade observante da regra de São Bento. O ritmo da construção do edifício (ou, pelo menos, da sua igreja) foi bastante rápido, sabendo-se que a primeira pedra do atual edifício terá sido lançada em 1154 e que este foi dedicado em 1169, pelo arcebispo de Braga, D. João Peculiar. 
Ao longo da Baixa Idade Média, Tarouca foi um dos mais importantes estabelecimentos monacais nacionais. Aqui se fez sepultar o Conde de Barcelos, D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, num monumental túmulo de granito, decorado com cenas de caça nos faciais, tema característico de uma nobreza fundiária em busca de prestígio social e legitimação.
As grandes transformações aconteceram nos séculos XVII e XVIII, períodos em que se desenvolveram grandes programas de atualização estética e funcional do conjunto. À fachada principal foi acrescentado o atual portal, maneirista, encimado por nicho com a imagem de São João, e os dois janelões barrocos. No interior, destaca-se o retábulo-mor de talha dourada, datado de 1702, e o órgão de tubos, de meados do século. Destes períodos é igualmente a reforma do claustro e das alas monacais.
O ano de 1834 viria a ditar a sucessiva decadência do edificado, consequência direta do decreto da extinção das Ordens Religiosas. A igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX.
Classificado como Monumento Nacional, o complexo monástico integra desde 2009, juntamente com mais dois monumentos (Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e Convento de Santo António de Ferreirim) o Projeto Vale do Varosa, que já permitiu a requalificação da Igreja do Mosteiro e, desde 2013, a musealização das ruínas, resultado de uma exaustiva escavação arqueológica que decorreu entre 1998 e 2007.
Na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, o visitante pode ver a reconstituição tridimensional do Mosteiro, sendo este o espaço que acolhe o centro interpretativo do sítio. O Mosteiro de São João de Tarouca é um dos lugares mais procurados por quem visita a região do Douro e do Varosa.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70414
https://www.culturanorte.gov.pt/patrimonio/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/
https://www.valedovarosa.gov.pt/monumentos/mosteiro-de-sao-joao-de-tarouca/

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Restaurante "Agra na Boca"

O Restaurante "Agra na Boca" situa-se na aldeia turística de Agra em plena Serra da Cabreira a 15 km da vila de Vieira do Minho. É um restaurante típico recentemente recuperado mantendo contudo a arquitetura vernacular. Tem capacidade para 60 pessoas. 
Com uma cozinha tipicamente regional, tenta preservar as tradições gastronómicas pelo que a sua aposta vai para a Posta de Vitela barrosã, o costeletão de vitela barrosã acompanhados com batata a murro e legumes salteados, o cabrito assado em forno a lenha entre outros pratos tradicionais.
O restaurante só funciona ao fim de semana e mediante reserva.

Fonte:
https://cm-vminho.pt/locais/agra-na-boca/?mp=886&mc=1892

Passadiços da Barrinha de Esmoriz

Durante muitos anos a Barrinha de Esmoriz, ou Lagoa de Paramos, foi vítima de autênticos atentados ambientais, tendo inclusivamente sido utilizada como depósito de desperdícios. Mas, felizmente, em 2017 tudo mudou. Não só toda a zona da Lagoa de Paramos foi reabilitada, como ainda nasceram os fantásticos Passadiços da Barrinha de Esmoriz, a principal porta para visitar este tesouro natural de Portugal.
Os passadiços constituem um sítio privilegiado para os amantes da natureza, pois poderão observar as mais de 100 espécies de aves que aqui nidificam, entre as quais a garça-vermelha.
Ao longo do percurso vai encontrar placas informativas sobre este património natural e cultural. A lagoa costeira de águas salobras é o elemento principal desta caminhada e a ponte que a atravessa é o cenário perfeito para uma fotografia.
São oito quilómetros de puro deleite em que não só terá a possibilidade de caminhar sobre a Lagoa de Paramos e disfrutar do seu ecossistema ímpar, como ainda visitar a praia de Esmoriz e de Paramos e os seus respetivos cordões dunares.
Os Passadiços de Esmoriz possuem vários pontos de entrada e podem ser divididos em três partes. A primeira é o percurso laranja, que tem aproximadamente dois quilómetros e vai do Complexo Desportivo de Esmoriz até à entrada do aeródromo. No decorrer deste trajeto, o pedestre tem uma visão sobre a Lagoa de Paramos.
O segundo percurso tem cerca de 1,5 quilómetros, sendo o mais pequeno entre os três. Intitulado de percurso azul, este tem início no Rio Lamas e vai até Praia de Paramos. Aí, o percurso volta para atrás, até à ponte sobre a lagoa.
O terceiro e último trajeto tem mais de dois quilómetros e denomina-se percurso verde. Este tem início no final da ponte sobre a lagoa, dando a volta pela Praia de Esmoriz até chegar ao Observatório de Aves.

Fontes (incluindo imagens):
https://www.vagamundos.pt/passadicos-portugal/#Passadicos_da_Barrinha_de_Esmoriz
https://www.escapadarural.pt/blog/10-passadicos-a-nao-perder-em-portugal/
https://descla.pt/pelos-trilhos-de-portugal-passadicos-de-esmoriz-espinho

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Chalet e Jardins da Condessa d'Edla

O Chalet da Condessa d'Edla foi construído pelo rei D. Fernando II e sua segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d'Edla, entre 1864 e 1869, segundo o modelo dos chalets alpinos então em voga na Europa.

É um edifício com uma forte carga cénica caracterizado pela marcação horizontal do reboco exterior, pintado a imitar um revestimento em pranchas de madeira, e pelo uso exaustivo da cortiça como elemento decorativo, forrando molduras de portas e janelas, beirados, varandas e troncos de árvore adossados às fachadas para suporte de trepadeiras.
A localização do chalet é notável pois, situado no extremo oposto do parque em relação ao palácio, mantém com este uma importante relação visual que é acentuada pela proximidade de um dramático conjunto de blocos de granito, as Pedras do Chalet, e por um vale que é sobranceiro.
Da varanda do chalet avistava-se o mar, das pedras, as muralhas do Castelo dos Mouros recortando a serra e ao fundo, o palácio. O jardim envolvente integra miradouros com vistas para o palácio e exóticas coleções botânicas provenientes de todo o mundo, como por exemplo os fetos arbóreos da Austrália e Nova Zelândia plantados no Vale.
Aquando da morte de D. Fernando, em 1885, o rei deixa em testamento todos os seus bens, incluindo o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, à Condessa d’Edla. Após um processo judicial – que tinha como objetivo que este património passasse para a Coroa portuguesa –, Elise acabou por vender o Parque e Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros ao Estado, ficando com usufruto do chalet e do respetivo jardim até 1904.
Em 1999, o Chalet da Condessa d'Edla foi consumido por um incêndio, tendo reaberto ao público em 2011, depois de quatro anos de obras de recuperação em que a Parques de Sintra levou a cabo a reconstrução deste edifício de grande valor cultural, histórico e artístico. O projeto foi distinguido em 2013 com o Prémio União Europeia para o Património Cultural – Europa Nostra, na categoria de Conservação.

Ler mais:
https://visitsintra.travel/pt/visitar/monumentos/chalet-e-jardins-da-condessa-dedla
https://www.parquesdesintra.pt/pt/parques-monumentos/chalet-e-jardim-da-condessa-d-edla/

domingo, 25 de outubro de 2020

Capela de São Gonçalinho

De origem portuguesa, São Gonçalo terá vivido nos séculos XII-XIII. Pensa-se que nasceu a 1190 (perto de onde hoje se situa Vizela) e viria a falecer já em Amarante. Cedo mereceu a devoção popular fruto de uma vida ascética e de pregação. 
O São Gonçalinho de Aveiro, nome carinhoso pelo qual é conhecido, surgirá nesse contexto acrescido pelas suas virtudes e atributos de santo casamenteiro, protetor de doenças ósseas e das gentes da Beira Mar - o bairro que se estende sobranceiro ao seu templo.
A capela apresenta uma planta sextavada, muito em voga no Portugal da segunda metade do século XVII. No entanto, as obras prolongaram-se até ao ano de 1714, data esculpida no portal principal.
A capela daquele que é considerado o santo padroeiro de Aveiro, apresenta uma planta constituída por dois hexágonos, correspondendo o maior ao templo e o de dimensões mais reduzidas à sacristia anexa. O conjunto desenvolve-se em volumes diferenciados, destacando-se a cobertura em lanternim que respeita a planimetria da nave. Os alçados caracterizam-se pelas linhas simples e depuradas, com pilastras a marcar os cunhais, e entablamento superior em todo o perímetro da capela. Do conjunto, destaca-se o alçado principal, em pedra de ançã, rematado por um campanário central. O portal é ladeado por pilastras duplas, e encimado por entablamento toscano, igualmente duplo. Por cima, rasga-se um nicho ladeado por aletas, cuja traça se assemelha à do portal.
No interior, as arcarias de ordem toscana servem de suporte aos altares laterais e ao altar-mor, apresentando os restantes lados do hexágono janelões de iluminação. Os retábulos dos referidos altares, considerados obra modesta, são em talha dourada da primeira metade do século XVIII. A sacristia é revestida por azulejos azuis e brancos, bem como a cúpula, que apresenta azulejos polícromos, muitos deles caiados.
Durante as festas em honra de São Gonçalo são pagas diversas promessas feitas ao santo, com a tradição de atirar cavacas do cimo da capela, enquanto centenas de pessoas as tentam apanhar. Este é, muito provavelmente, o momento alto da festa!
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/155609
http://www.experimentaveiro.com/pt/blog/a-historia-do-sao-goncalinho

Estátua equestre de D. Pedro IV

A estátua equestre de D. Pedro IV situa-se na Praça da Liberdade, na cidade do Porto e tem a autoria do escultor francês Célestin-Anatole Calmels.
Foto: DGPC

O monumento, com cerca de dez metros de altura, é uma autêntica elegia pétrea à personalidade e vida do regente, apresenta-se constituído por uma base sobre a qual assenta um pedestal executado em pedra lioz. 
Originalmente realizados em mármore branco de Carrara, os dois relevos presentes nas faces laterais foram, por questões de conservação, substituídos por outros de bronze. Neles, observam-se cenas evocativas da relação do soberano com a cidade do Porto, da entrega do seu coração (inserido numa pequena urna à urbe e do desembarque no Mindelo, oferecendo a bandeira bordada pelas damas do Faial ao comandante do batalhão de voluntários da Rainha. E, quanto às faces frontal e posterior, elas ostentam as armas dos Braganças e da cidade do Porto, circundadas por folhas de carvalho e louro.
Foto: DGPC
Quanto à estátua, propriamente dita (fundida na Bélgica), D. Pedro IV surge-nos representado a cavalo, vestindo o uniforme do Regimento de Caçadores n.º 5, sobre o qual enverga uma polaca, exibindo chapéu bicónico. E enquanto segura as rédeas do cavalo com a mão esquerda, D. Pedro oferece a Carta Constitucional à cidade, com a direita.
Executado entre 1862 e 1866, o monumento assumiu um estatuto de homenagem pública e oficial da cidade do Porto àquele que também ficaria conhecido como "Rei Liberal", num ato inaugural ocorrido a 19 de Outubro de 1866, com a presença de D. Fernando (1816-1885) e D. Luís I (1838-1889).

Fonte: A. Martins, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73484/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5572

Forte Jesus de Mombaça