A outorga do Foral Novo, por D. Manuel, em 1519, antecedeu em pouco tempo a edificação do actual pelourinho de Muxagata.
Este ergue-se num largo muito central, empedrado e com bastante inclinação, onde também se situa a antiga Casa da Câmara, Tribunal e Cadeia da Comarca. O soco, semi-embebido no pavimento desnivelado, é formado por sete degraus poligonais (oitavados), sendo apenas quatro destes visíveis na cota mais alta. Apenas os três degraus superiores possuem rebordo (curvo), sendo os restantes de factura mais singela, e o último muito rústico, sendo provável que tivesse estado totalmente enterrado. A coluna, oitavada e de faces lisas, assenta directamente sobre os degraus, embora o fuste possua um chanfro, ao modo de base, na parte inferior. Sustenta um capitel oitavado com remate em gaiola, integrando um colunelo central liso como suporte da cobertura, e oito colunelos de secção circular, também lisos, assentes em mísulas compostas, em torno do capitel, rematados por pequenos pináculos torneados. A cobertura da gaiola, piramidal, é encimada por uma esfera armilar com haste em ferro, esta última já moderna.
O remate em gaiola, visível igualmente em outros pelourinhos da região (Trancoso, Almendra, Vilar Maior, Catelo Rodrigo e Fornos de Algodres, entre outros), é particularmente curioso por reproduzir a "gaiola" medieval onde se encerrariam os condenados em exposição pública, prática que em Portugal se supõe rara; este tipo de pelourinhos conserva, no entanto, a evocação deste forte símbolo da aplicação da justiça municipal.
Fonte: Direcção-Geral do Património Cultural
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72851/
http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1523
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