quinta-feira, 12 de julho de 2018

Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora

A Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora constituem um dos edifícios históricos mais belos da cidade de Lisboa. Este monumento localiza-se no bairro de Alfama e teve origem num mosteiro erguido em 1147, por D. Afonso Henriques em honra de São Vicente, padroeiro de Lisboa. A expressão de fora resulta do templo ficar no exterior da muralha, que então servia para proteger a cidade. Foi renovada em 1527, no reinado de D. João III, mas só com D. Filipe I é que se procedeu a uma refundação da igreja e do seu mosteiro, assim como do panteão real.
De planta longitudinal, o templo vicentino possui nave única, com transepto, capela-mor bastante profunda e retrocoro. Nas paredes laterais da nave destaca-se a sequência rítmica de pilastras emparelhadas, entre as quais foram rasgadas, em 1608 pequenas capelas, comunicantes entre si. O espaço, cuja iluminação é feita através de janelas termais que se distribuem pelo topo da cabeceira e do transepto, é coberto por abóbada de berço de caixotões, estando estes decorados com diferentes relevos. O cruzeiro da igreja era originalmente rematado por uma cúpula, que ficou totalmente destruída durante o terramoto de 1755.
No corpo da igreja desenham-se três capelas laterais, forradas em mármore cor-de-rosa e molduras de embrechados. As invocações das capelas laterais têm sido alteradas no decurso da história do templo; a capela de Nossa Senhora do Pilar, situada do lado da Epístola, impõe-se com altar de mármore embrechado e retábulo de talha dourada, do lado oposto encontra-se uma outra conhecida como do Santíssimo Sacramento, que já aí não se encontra e que se apresenta fechada por uma grade de ferro trabalhado de finais do séc. XVII.
A fachada apresenta uma composição muito original, de linhas sóbrias e depuradas mas repleta de monumentalidade, como convinha a uma igreja designada panteão-real, na qual se destaca a disposição das duas torres. Estas não são simplesmente justapostas como dois blocos adossados ao frontispício, mas antes plenamente integradas na estrutura, numa tipologia que recria, à luz da tratadística renascentista, a arquitectura medieval portuguesa, alcançando um equilíbrio perfeito entre a tensão horizontal de um alçado de cinco tramos e a verticalidade sugerida pelos volumes torreados.
O antigo mosteiro agostiniano adjacente, com acesso pela nave, conserva a sua cisterna do século XVI e vestígios do antigo claustro. Destaca-se ainda pelos seus painéis de azulejos do século XVIII: à entrada, junto ao primeiro claustro, estão representadas cenas do ataques de D. Afonso Henriques a Lisboa e Santarém da autoria de Manuel dos Santos. Em volta dos claustros, 38 painéis de azulejos com cenas rurais, rodeados por desenhos florais e querubins, ilustram as fábulas de La Fontaine.
Nas dependências da Igreja estão localizado o Panteão Real dos Braganças (que inclui o túmulo de Catarina de Bragança, a princesa portuguesa que se tornou rainha de Inglaterra ao casar-se com Carlos II em 1662) e o Panteão dos Patriarcas de Lisboa.
O conjunto está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71213/
https://www.lisbonlux.com/lisbon/mosteiro-sao-vicente-de-fora.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_São_Vicente_de_Fora
http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/museu-de-sao-vicente-de-fora
http://www.lisbonne-idee.pt/p3135-mosteiro-sao-vicente-fora-uma-das-belas-atracoes-lisboa.html
https://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?cont_=47&tem=356

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