A Igreja Matriz é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e concelho de Vila do Conde. Desde o século XVI, transformou-se no maior centro de culto da paróquia de São João Baptista e, quando foi construída era a maior igreja paroquial do seu tempo, e ainda hoje é uma das maiores do país.
A decisão de se construir uma nova matriz, em 1496 – em substituição da antiga matriz que se situava no monte do mosteiro e era pequena – corresponde ao anseio de uma população, que há muito desciam as encostas do monte, para morar mais perto do porto do Ave, numa época em que Vila do Conde fervilhava com o comércio do Império Português. A matriz de Vila do Conde é um monumento às Descobertas marítimas empreendidas por Portugal.
Na primeira fase de edificação empreendeu-se a construção da cabeceira, terminada em 1506, e a abóbada da abside, colaborando na campanha o mestre Gonçalo Anes e o biscainho Rui Garcia de Penagós, que em 1509 dirigia a fábrica de obras.
No ano de 1511 a direcção das obras era entregue ao arquitecto João de Castilho, e no ano de 1515 a estrutura estava terminada, abrindo-se ao culto três anos depois.
De planta em cruz latina, composta por três naves de diferentes alturas e cabeceira tripla, a Matriz de Vila do Conde repete o módulo das hallenkirchen manuelinas, de que fazem parte, entre outros, os templos de Freixo de Espada à Cinta, Arronches, ou Azurara.
O grandioso portal axial trilobado, obra de João de Castilho, profusamente ornamentado, ladeado por contrafortes e pináculos com cogulhos vegetalistas, dá "um novo tom à edificação" manuelina.
Do lado esquerdo da fachada, João Lopes o Moço ergueu em 1573 a torre sineira quadrangular, cuja maciça estrutura pouco ornamentada e excessivamente vertical sobressai no ritmo da frontaria.
A grande torre sineira quadrangular, impõe-se à frontaria e a toda a igreja pelo volume e quase ausência de ornamentação, com excepção para o balcão de balaústres assente em mísulas. A pia baptismal é manuelina e a capela lateral está inteiramente forrada a azulejo do séc. XVII.
No interior destaca-se a cobertura da capela-mor, em abóbada de "combados" da autoria de Castilho, e as abóbadas dos absidíolos, uma com lanternim e outra decorada com baixos relevos que apresentam vestígios de policromia. As duas capelas abertas no transepto, de edificação quinhentista, possuem retábulos de talha dourada barroca e azulejos seiscentistas.
A igreja foi classificada como Monumento Nacional em 1960.
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71207/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5249
http://www.vilacondense.pt/index.php/conhecer-vila-do-conde-2/patrimonio/i/igreja-matriz-de-vila-do-conde
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Matriz_de_Vila_do_Conde
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