António José de Faria, prior de São Pedro, em documento datado de Torres Vedras 17 de Junho de 1758, descrevera as qualidades terapêuticas das águas quentes do vale dos Cucos, que então brotavam em vários olheiros na margem direita do rio Sizandro. O cirurgião Máximo Moniz de Carvalho colocou-as ao serviço da medicina, em 1746, com notáveis efeitos na cura de várias doenças. Qualidades reconhecidas pela medicina que contribuiriam para o aumento da sua procura e para a construção, em 1787, de alguns poços cobertos com barracas, instalações precárias que as cheias do Sizandro destruíam, ano após ano, e que levariam, em 1813, o Visconde de Balsemão a apresentar à Academia Real das Ciências de Lisboa uma Memória, onde, pela primeira vez, se analisavam as águas medicinais dos Cucos.
A sua primeira exploração, de iniciativa privada, coube a Miguel Lourenço Peres, proprietário da quinta da Macheia, que construíra no sítio dos Cucos três barracas de madeira com oito banhos, uma bomba para “choques parciais” e um depósito para a sua alimentação.
A procura das instalações balneares aumentara, exigindo a melhoria das condições. Construíra-se então uma muralha, para impedir que as águas do rio se misturassem com as águas cálidas dos olhos de água.
António Jorge Freire traçara o plano da Vila Neiva dos Cucos, que compreenderia, para além do Estabelecimento Balnear e Hidroterápico, mais de 40 moradias idênticas às duas vivendas construídas (D. Feliciana, em 1895, e D. Maria, em 1896), uma albergaria, um hotel com 300 quartos, hospital termal, capela, mercado e casino. Uma urbanização moderna que requeria igualmente a abertura de modernas vias: a Avenida de Torres, que cruzaria a Avenida das Termas, atravessando o Sizandro em direcção à estação do caminho de ferro, inaugurada em 30 de Dezembro de 1886. No alto da serra da Macheia, que seria intensamente plantada com árvores provenientes do Buçaco, projectara um solário para crianças.
Em 1896, construiu-se um casino, que funcionaria até meados do século XX, espaço de recreio e animação nas noites da época balnear.
Em 1996, as portas das Termas dos Cucos não se abriram, projectando--se a construção de um novo balneário. O seu encerramento acabaria por se tornar definitivo, na expectativa, porém, de que as águas dos banhos possam um dia voltar a cantar aos Cucos.
Fonte: Câmara Municipal de Torres Vedras
http://www.cm-tvedras.pt/cultura/identidade/?id=2534
Ler mais:
http://patrimoniodetorresvedras.blogspot.com/2012/10/termas-dos-cucos-imagens-de-uma-visita.html
https://torresvedrasweb.pt/termas-dos-cucos/
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