domingo, 25 de novembro de 2018

Quinta do Chantre

A Casa e Quinta do Chantre devem a sua designação ao cónego da Sé do Porto, Fernando Barbosa de Albuquerque, que sucedeu como Chantre da referida Sé ao seu tio Manuel Barbosa, em 1736.
A Quinta do Chantre é um edifício solarengo do tipo rural, de meados do século XVIII, situado na freguesia de Leça do Balio.
É constituído por um grande bloco rectangular de dois pisos de onde emerge uma torre brasonada. A frontaria da capela anexa, os chafarizes do terreiro e as estátuas decorativas da alameda, denunciam o traço de um grande arquitecto. Efectivamente, o seu projecto é atribuído a Nicolau Nasoni, cerca de 1743-1746.
Este solar setecentista apresenta as características dos edifícios civis dessa época, isto é, o desenvolvimento horizontal. A entrada nobre e o papel primacial da escadaria valorizam a fachada.
No conjunto de casas de campo desenhadas por Nasoni nos arredores do Porto, a Casa do Chantre ganha maior destaque por ser considerada uma das obras fundamentais na carreira do arquitecto. É, não apenas o maior solar de tipologia comum desenhado por Nasoni, mas principalmente aquele em que se percebe o gosto pelas grandes alamedas, enquanto elementos de dinamização do espaço. Contudo, e tal como acontece na Quinta de Ramalde, a vasta alameda da Quinta do Chantre traça uma linha directa entre a casa do portão, mas sem se impor efectivamente na organização da paisagem. À semelhança do que acontece um pouco por toda a Quinta, também no portão se concentram alusões heráldicas à família - os dois leões são símbolo dos Barbosa e as flores-de-lis dos Albuquerque.
De um dos lados da fachada e formando um ângulo recto com esta, situa-se a capela, rematada por frontão contra-curvado encimado por pináculos de dimensões consideráveis.
Destaca-se o portão em ferro da entrada principal da quinta, através do qual não só se pode admirar a fachada principal do edifício, mas também uma alameda de acesso e os jardins e motivos escultóricos circundantes, reforçando assim o estilo barroco paisagístico das obras de Nasoni.
Está classificado Imóvel de Interesse Público desde 2009.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73844
"Tesouros Artísticos de Portugal" (1976) - Selecções do Reader's Digest
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4970

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