Os caminhos de Santiago são um dos denominadores comuns da cultura europeia. Estes itinerários, que são espaços públicos de convergência e de harmonia, devem ser respeitados e promovidos. Neles, qualquer caminhante se sente um cidadão do mundo, o que lhe dá a oportunidade de perspectivar as suas convicções num sentido ecuménico de abertura e de tolerância.
É nesta rede intrincada de itinerários jacobeus provenientes de todos os cantos da Europa, que se enlaçam os que têm origem em Portugal ou os que utilizam o nosso país como encurtamento de distâncias. Na Terra Fria do Nordeste Transmontano os percursos utilizados respigam-se de vagos testemunhos documentais e reconstroem-se com base na tradição oral que evoca ainda muitas histórias, mais ou menos coerentes, que animam o imaginário popular.
Estes percursos ou, pelo menos, alguns deles, podem considerar-se braços de um itinerário geralmente designado por Via de La Plata, com origem em Sevilha e escala em Zamora e Astorga, onde se articula com o conhecido Caminho Francês de Santiago.
A partir de Zamora havia de facto a possibilidade de reduzir a distância a Santiago e evitar a travessia da Sanabria rumando através de Portugal, por Bragança, Vinhais e Chaves até Ourense. Este trajecto foi sinalizado com setas amarelas pela Associação “Amigos del Camiño de Santiago de Zamora”, que o designa “Caminho Português da Via de la Plata”.
No território da TFT e proveniente de Zamora e Alcanices, entra em Quintanilha e passa em Réfega, Palácios, Babe, Gimonde, Bragança, Castro de Avelãs, Lagomar, Portela, Castrelos, Soeira, Vila Verde, Vinhais, Soutelo, Sobreiro, Aboa, Candedo, Edral e Sandim, entrando novamente em Espanha nas proximidades de Verín.
Para além das referências às localidades que integram a Rota da TFT que atrás se apresentaram, merecem destaque a arquitectura popular em Réfega, a ponte medieval sobre o rio Onor em Gimonde, o mosteiro de Castro de Avelãs, o percurso de Lagomar à Portela entre castanheiros centenários, a ponte romana sobre o rio Baceiro em Castrelos e a ponte medieval sobre o rio Tuela na proximidade de Soeira, o vale do rio Tuela no percurso para Vinhais, a vista do Parque Natural de Montesinho a partir do Monte da Forca, a descida ao Rio Rabaçal e a subida até Edral, porventura o troço mais árduo deste caminho.
Fonte: Rota da Terra Fria Transmontana
http://www.rotaterrafria.com/pages/135
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