quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Tapetes de Arraiolos

O bordado a que no nosso país chamamos de Arraiolos – feito com o ponto cruzado oblíquo - tem uma origem muito remota e terá sido trazido para Portugal através da influência árabe. Foi aqui sabiamente aproveitado – com algumas variantes no uso da técnica – para a produção de tapetes cuja decoração, em muitos casos, reflecte uma inspiração que os aproxima de exemplares vindos do Oriente.
Com uma origem atribuída ao século XVII, este tapete é considerado dos mais antigos, dentro deste género, que se produziram entre nós. É inteiramente bordado a lã, previamente tingida de várias cores, sobre suporte de linho, tendo a particularidade de apresentar o desenho que forma a sua decoração contornado a ponto pé–de–flor e toda a restante superfície coberta a ponto de Arraiolos, sendo este, neste caso, executado em várias direcções, acompanhando o movimento do desenho.
O Bordado de Arraiolos tem a característica de dar à tapeçaria a resistência e consistência que permitem a reprodução fiel de todos os desenhos geométricos e da maior parte dos desenhos artísticos.
A decoração dos tapetes compõe-se de um centro, ou campo, cujo desenho pode ser de motivos diversos, rodeado por uma barra decorativa a toda a volta, com largura variável, rematada por uma franja pregada de 4 cm de largura.
A base do bordado era trama de canhamaço de estopa faita ao tear pelas próprias bordadeiras durante os serões de inverno. De igual preparo doméstico era a lã de bordar que, depois de tosquiada, lavada, cardada, fiada, era tingida com as cores pretendidas e adequadas ao desenho.
Uma bordadeira desembaraçada e com prática, precisa de quinze dias de oito horas de trabalho para bordar 1 m2.


Ler mais:
http://www.museusoaresdosreis.gov.pt/pt-PT/coleccao/texteis/pecasdestaquetex/ContentDetail.aspx?id=201
"À Descoberta de Portugal" (1982) - Selecções do Reader's Digest
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tapete_de_Arraiolos

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