sábado, 7 de novembro de 2020

Castelo de Estremoz

Erguido em posição dominante sobre uma colina, o castelo de Estremoz tinha como função primitiva a defesa da raia alentejana. Constituindo-se posteriormente em uma das mais importantes praças-fortes da região do Alentejo, Estremoz esteve ligada a diversos dos mais decisivos episódios militares da História de Portugal.
No tempo de D. Dinis já o castelo estaria definido, sendo o projeto um dos mais importantes da época. A cerca era defendida por 22 torres, e a população intramuros podia ser abastecida por cerca de 20 cisternas. A importância de Estremoz na primeira metade do século XIV é inquestionável, datando desse período um importante conjunto patrimonial que tem o castelo como denominador comum, mas que se estende a outras obras, como o Paço da Audiência ou secções consideráveis do paço real, hoje transformado em pousada. Na posse da rainha Santa Isabel, que aqui faleceu em 1336, Estremoz transformou-se num dos principais centros políticos do reino, sendo palco privilegiado da política régia durante todo o final da primeira dinastia.
O castelo medieval é genericamente pentagonal, adaptado ao maciço rochoso no qual se implanta. A secção principal localiza-se a Sul, onde avulta a imponente Torre de Menagem de planta quadrangular, com cerca de 27 metros de altura, organizada em três andares e coberta por terraço ameado.
Deste conjunto faz ainda parte a cerca poligonal que terá sido iniciada em tempo do rei D. Afonso III, aberta por duas portas principais (a do Sol, também designada por Frandina, e a de Santarém, mais tarde conhecida como Porta de Santa Ana) que rasgavam o recinto fortificado de nascente a poente. Para além disso, existiam postigos e portas secundárias que permitiam uma constante mobilidade entre o interior e o exterior das muralhas. De todas elas, a que melhor se conserva é o Arco de Santarém, vão ogival protegido por alta torre quadrada e acompanhada por legenda epigráfica testemunhando o início da edificação, no reinado de D. Afonso III. Completa a estrutura medieval a Torre das Couraças, cujo nome deriva de um elemento de arquitetura militar de origem muçulmana adaptado pelos cristãos. Possivelmente coeva da Torre de Menagem, defende um caminho muralhado que parte da cerca urbana e se estende até junto de um ponto de água, fazendo parte de uma estrutura destruída em finais do século XVII.
Nos séculos seguintes a relevância da cidade no quadro militar do país acentuou-se, determinando o total amuralhamento do burgo durante as grandes obras de meados do século XVII, dirigidas pelo jesuíta João Cosmander, nomeado responsável pelas fortificações do Alentejo por D. João IV . O projeto da segunda linha bastionada seria concluído entre 1660 e 1668, dando origem a uma fortificação edificada em torno da área urbana de Estremoz que faz a ligação entre um conjunto de baluartes, meios-baluartes e outros elementos desenvolvidos em planimetria poligonal, pentagonal e compósita, distribuídos pela zona alta e pela zona baixa da povoação. O conjunto seria terminado em c. 1670, embora as nove portas "monumentais" da cintura da fortaleza (cinco junto à cidadela do castelo medieval e quatro na praça baixa), só tenham sido concluídas entre 1676 e 1680.
Todo o conjunto foi declarado Monumento Nacional em 1972.

Fonte: Paulo Fernandes, Catarina Oliveira e Sílvia Leite, DGPC
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70461

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