Hoje os Alares são ruínas no campo aberto da raia. Invasões francesas e o Maneta, uma utopia popular, um suposto intrujão, uma guerra entre povos, processos na justiça, expropriações – ingredientes de uma estória que as pedras ainda querem lembrar.
A antiga aldeia de Alares, na zona do Tejo Internacional, teve a sua génese no inicio de 1800, pela mão dos povos de Malpica do Tejo e de Monforte da Beira. Numa tentativa de defenderem o produto das suas searas, das mãos impiedosas dos Invasores Franceses aquartelados em Castelo Branco, estes aldeões colonizadores começaram a cultivar, às escondidas, a região fértil e inculta compreendida entre o Rio Aravil e o Rio Tejo, já no limiar do Rosmaninhal. À custa de muito e suado trabalho obtiveram boas culturas. Os habitantes destes montes viviam em casas baixas construídas em xisto, com poucas janelas, sendo a porta de entrada a principal fonte de luz natural. Por dentro era habitual o uso do barro e das prateleiras de xisto para fazer armários, ainda hoje visíveis.
Em 1865, foi acolhido pelo humilde povo da Cobeira um foragido político - Visconde Morão, que apercebendo-se da inexistência de qualquer titulo de registo de propriedade ou aluguer da terra por parte daqueles gentios ignorantes, tomou toda aquela vasta área como sua, englobando Alares e outras duas aldeias (Cobeira e Cegonhas Velhas) numa propriedade única, sem qualquer protesto ou desafio por parte dos seus habitantes, que cedo se apressaram a pagar o foro anual ao seu novo proprietário.
Em 1920, começaram os problemas que iriam ser a génese da Guerra dos Montes e que culminaram com a destruição e abandono destas três aldeias.
Os habitantes dos Alares acabaram por fixar-se na actual aldeia de Soalheiras, alguns quilómetros a norte.
http://vilaforte.blogs.sapo.pt/264765.html
https://www.almadeviajante.com/caminhada-no-tejo-internacional/
http://www.urbi.ubi.pt/pag/12572
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