A cidade que é hoje Coimbra teve o seu primitivo núcleo de povoamento no cimo da colina da Alta. Este cabeço, com cerca de 160 metros de altitude, sobranceiro ao rio Mondego, para além das condições naturais de defesa que oferecia, era ponto de passagem quase obrigatório entre o Norte e o Sul do país.
Esta zona da cidade caracteriza-se pelo traçado sinuoso de ruas estreitas, ligadas por uma teia de travessas e becos, certamente, uma herança da ocupação árabe. A antiga muralha marcou o traçado de algumas ruas, sendo a Torre de Almedina era a porta principal da cidade.
A Universidade domina a colina, a í coexistindo edifícios de épocas diferentes, como o Paço das Escolas (séc. XVI) e os edifícios da Cidade Universitária dos anos 40, cuja arquitectura se assemelha à da Alemanha nazi ou à da Itália fascista.
Esta é, sem sombra de dúvida, a zona mais monumental da cidade, localizando-se ali alguns dos edifícios mais imponentes dos primórdios da cidade.
Na encosta que desce até à "baixa" da cidade, permanece um emaranhado de estreitas ruas e vielas circundando monumentos como o Museu Nacional Machado de Castro, a Sé Velha, a Torre de Anto, o Palácio de Sub-Ripas, até ao Arco de Almedina. Aí coexistem antigos prédios de habitação, muitos deles hoje ocupados por cafés, bares e lojas para turistas, para além das tradicionais "repúblicas" de estudantes. As ruas têm nomes como "Quebra-Costas", "da Matemática", "do Norte", "da Ilha", "do Cabido", "Couraça dos Apóstolos" e "Palácios Confusos"...
"A ocupação da colina é, assim, legível através de duas escalas muito diferenciadas: a da encosta, densa, sinuosa e complexa, predominantemente habitacional; a do topo, axial e geométrica, predominantemente escolar e terciária" (Bandeirinha, 2003)
Ler mais:
https://www.cm-coimbra.pt/index.php/municipio/municipio/historia-da-cidade/item/382-o-casco-urbano
Bandeirinha, J.A. e Jorge, F. (2003) - Coimbra Vista do Céu - Argumentum Edições
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