Parte integrante da quinta de Tardinhade, a casa encontra-se implantada numa encosta com vista para o vale do Tâmega, acedendo-se-lhe através de um portão ameado que fecha o largo terreiro que lhe é fronteiro. Propriedade agrícola da família Couto de Magalhães e, mais tarde, dos Magalhães Meneses, a quinta foi utilizada de forma pontual, uma vez que os seus proprietários viviam em Amarante, localidade situada a dois quilómetros.
Não se conhece, ao certo, em que data a casa foi construída, mas é possível que o núcleo inicial remonte ao século XVI ou primeira metade da centúria seguinte, sendo constituído pela cozinha, duas salas e varanda coberta. Assim o indicam ainda a porta de acesso à adega e os arcos que suportam a varanda Sul. A este corpo veio reunir-se, já no final do século XVII, um outro bloco, perpendicular, e que muito contribuiu para o enobrecimento da casa. Aqui se encontra a fachada principal, com escada de acesso ao andar nobre e fenestração regular e simétrica.
No decorrer do século XIX registam-se várias alterações, entre as quais se destaca a construção ou reconstrução da torre que se eleva junto ao corpo mais antigo. No interior, merecem especial referência os tectos de estuque da sala de jantar, que foram retirados de outro imóvel e aplicados neste espaço.
A centúria de Oitocentos interferiu também ao nível dos jardins, configurando o terraço fronteiro à casa, onde se encontra uma fonte com tanque cujo espaldar, rematado por uma pinha, exibe um nicho.
A propriedade foi vendida em 1941, data a partir da qual o imóvel conheceu uma série de adaptações, principalmente ao nível interno, que procuraram respeitar a arquitectura pré-existente, harmonizando-a com as necessidades de conforto então sentidas. Naturalmente, a divisão funcional do espaço remetia para o piso térreo os serviços, reservando o andar superior a habitação. Em Tardinhade destaca-se a cavalariça, muito modificada em consequência desta intervenção, tal como a vocação dos restantes espaços térreos.
Para além do valor arquitectónico da casa de Tardinhade, a sua importância mede-se, ainda, pelo valor cultural que a envolveu, pois foi palco de reuniões de artistas plásticos e escritores, principalmente dos naturais de Amarante de com os quais a família proprietária se relacionava. Entre estes destacamos António Carneiro, António Cândido, Amadeo de Souza-Cardoso, Teixeira de Pascoaes, ou Agustina Bessa-Luís. Por esta razão, uma das dependências que se encontra na quinta é a denominada Casa do Artista, recuperada com o objectivo de acolher os artistas que aqui pretendem trabalhar. Na casa principal realizam-se, também, exposições, dando assim continuidade a esta tradição cultural.
Fonte: DGPC
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/155982/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=17126
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