Contrariamente ao que é costume observar nos castelos medievais, o castelo de Soure foi erguido numa zona plana, o que em parte se explica pela proximidade ao ponto em que os rios Anços e Arunca confluíam. Constituía, em conjunto com os restantes castelos da Rede, a linha avançada de proteção a Coimbra.
No século XI, D. Sesnando, governador de Coimbra, terá patrocinado a construção do castelo. Ainda hoje se conservam trechos da obra sesnandina (como as janelas duplas que pontuam a fachada Sul), à semelhança do que aconteceu com outras estruturas militares da região em que a obra do grande chefe moçárabe da cidade do Mondego se encontra testemunhada.
No século XII, a vila recebeu foral dos condes portucalenses, mas a sua posição de fronteira determinou que, em 1116, perante a ameaça de conquista muçulmana, os próprios habitantes a tenham incendiado e presumivelmente fugido para Coimbra, ou para outro castelo próximo que os defendesse. Na década de 20 inaugurou-se uma nova página na história de Soure, com a doação de D. Teresa à Ordem do Templo, confirmada em 1129 por D. Afonso Henriques, fazendo de Soure a primeira capital templária em Portugal.
Porém, em 1144, uma arremetida muçulmana levada a cabo pelo vizir de Santarém, arrasou o castelo de Soure e fazendo com os Templários, a partir de 1160, mudassem a sua sede para o Convento de Cristo em Tomar.
Com a extinção da Ordem, os domínios de Soure e seu castelo passam para a Ordem de Cristo, através de Bula papal de 14 de Março de 1319, constituindo-se de imediato como cabeça de comenda.
Durante a crise de 1383-1385, a povoação e o seu castelo tomaram o partido pelo Mestre de Avis. Datarão do período subsequente, entre o século XV e o XVI, obras de reforma na defesa, conforme o testemunham a configuração das ameias e o segundo registo na torre Sul.
O que hoje sobrevive do Castelo de Soure é o suficiente para revelar uma planta rectangular. Das torres que vieram fortalecer a primitiva estrutura restam ainda duas: a de menagem, dotada de alambor pelo exterior e parcialmente arruinada, facto que permite constatar a grossura dos seus muros; e uma outra, no canto oposto, a que se tem acesso por uma porta rasgada ao nível do adarve, em cuja parte de cima se encontra uma pedra (parte de um ajimez) decorada com motivos religiosos, datada da 1ª metade do século XI e naturalmente reaproveitada de um outro edifício.
O castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 5 de Abril de 1949.
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70361/
http://www.castelosemuralhasdomondego.pt/website/castelo-de-soure
http://www.portugalnotavel.com/castelo-de-soure/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Soure
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