O Castelo de Silves é uma das mais notáveis obras de arquitectura militar que os árabes deixaram entre nós, com mais de mil anos de existência.
Ainda antes do início da construção do Castelo de Silves, já existia nesse lugar uma antiga fortificação, provavelmente construída pelos Romanos ou pelos Visigodos. No entanto, a partir do século VIII, após a invasão da Península Ibérica pelos muçulmanos, os novos senhores de as-Shilb (Silves) iniciaram a construção desta fortificação.
Por se encontrar numa posição geográfica privilegiada, a povoação de as-Shilb cresceu rapidamente. Em posição dominante sobre a foz do rio Arade, guarnecendo aquele trecho do litoral, constitui-se no maior castelo da região algarvia. Com efeito, sob o governo de Al-Mutamide, Silves passou a ser capital de uma taifa (reino islâmico independente), e deve datar desse período a configuração geral do perímetro amuralhado, em planta, que ainda hoje se mantém.
Mas se a disposição geral do perímetro amuralhado pode ser atribuída ao período das taifas, o mesmo não acontece com a construção em altura, cuja tipologia aponta para a época almóada. Nessa altura, praticamente nas vésperas da conquista cristã da cidade, uma campanha de obras conferiu o aspecto geral dos volumes da fortaleza. De 1227 é uma lápide, identificada nas ruínas da Porta do Sol e originalmente associada a uma torre quadrangular que defendia esta passagem, que data a última grande reforma islâmica do castelo, fomentada pelo último rei muçulmano, Ibn al-Mahfur.
Na época da Reconquista Cristã, sob o comando do rei D. Sancho I de Portugal, os exércitos portugueses, apoiados por uma frota de cruzados dinamarqueses e frísios, conquistar o vizinho Castelo de Alvor, em 1189. Ainda no verão desse ano, com o auxílio de uma nova frota de cruzados, desta vez ingleses e alemães, os exércitos portugueses cercaram Silves, com o objetivo de a conquistar. O sítio teve início na segunda quinzena do mês de julho e viria a durar mais de um mês, sendo que, após violentos ataques com uma grande variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e um ouriço, que é uma esfera de madeira armada com diversas pontas de ferro. Assim, a 2 de setembro, após a destruição de várias torres e troços das muralhas, a povoação acabou por se render, sendo violentamente saqueada.
Depois de mudar várias vezes de soberania, entre portugueses e mouros, foi só sob o reinado de D. Afonso III de Portugal, que a povoação de Silves e o seu castelo voltaram para as mãos de Portugal. Em 1266, o soberano concedeu à povoação de Silves o seu Foral, determinando a recuperação e o reforço das suas defesas.
Com o terramoto de 1755, a estrutura do castelo de Silves e das suas muralhas foi severamente danificada.
Num decreto de 23 de junho de 1910, o Castelo de Silves foi classificado como Monumento Nacional. Mais tarde, nas décadas de trinta e quarenta, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais promoveu várias intervenções de restauro e consolidação, tendo-se desobstruído alguns troços de muralhas e refazendo-se algumas torres que estavam quase a ruir.
Desde 1984 que estão a decorrer escavações arqueológicas no interior do Castelo de Silves, sendo que, actualmente, este constitui-se num dos maiores e mais bem conservados monumentos do país.
Ler mais:
https://www.cm-silves.pt/pt/menu/106/castelo-de-silves.aspx
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70541/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1288
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Silves
http://www.historiadeportugal.info/castelo-de-silves/
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