segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Igreja matriz de Viana do Alentejo


A Igreja Matriz de Viana do Alentejo é um monumento religioso, em estilo manuelino, que se localiza dentro do Castelo de Viana do Alentejo, sendo uma das suas paredes adjacente à muralha do mesmo.
Sabe-se que a igreja já existia no tempo de D. Dinis, mas D. Manuel ordenou a sua reconstrução, substituindo-se então o edifício medieval por um dos mais belos templos manuelinos do sul do país.
A actual igreja está atribuída a Diogo de Arruda, que em 1521 era primeiro mestre das obras do Alentejo. Está localizada dentro do recinto do castelo, tendo o paramento sul e a cabeceira, a nascente, encostadas aos respectivos panos de muralha. A fachada distribui-se em três corpos, denunciando as três naves do interior, cuja marcação surge reforçada por vários elementos arquitectónicos. Assim, o corpo central, mais elevado, é flanqueado por dois contrafortes de secção quadrada, sobre os quais assenta um grande arco de descarga, redondo, correspondente à nave central, enquanto os laterais, com coroamento de merlões chanfrados, tal como todo o edifício, possuem gigantes dispostos em ângulo. Sobre o arco de descarga eleva-se a sineira, com frontão triangular agudo, enquanto por baixo do mesmo se rasga um janelão, e o magnífico portal principal, a eixo. No alçado Norte rasga-se uma segunda porta, mais simples. O coroamento de merlões, os contrafortes cilíndricos e pináculos cónicos que ritmam os alçados, e os originais arcobotantes de tijolo, denunciam a influencia da linguagem mudéjar, ainda presente em alguns revestimentos de azulejaria de factura sevilhana no interior. 
O portal, em mármore, constitui um dos mais marcantes e feéricos exemplares do manuelino. Trata-se de um largo vão circular, envolvido por moldura torsa em arco conopial, sob o qual se recortam dois vãos geminados, com mainel. O pórtico é flanqueado por dois pilares que se prolongam até ao fecho do arco conopial, rematado em cogulho. Entre a profusa decoração do conjunto destacam-se as habituais representações heráldicas, nomeadamente o escudo de armas régias, no espaço entre o arco conopial e o extradorso do arco envolvente, a cruz da Ordem de Cristo, inscrita em moldura circular no tímpano, e duas esferas armilares, elevando-se a partir da torsade do arco conopial. 
O interior tem três naves de cinco tramos, com abóbadas de cruzaria de ogivas. Da estrutura, destacam-se os grossos pilares octogonais das naves, cuja tipologia foi antecedida, entre outros, pelos pilares da igreja do Mosteiro dos Jerónimos.
O templo quinhentista recebeu muitas intervenções ao longo do séculos, que se traduziram no acrescentamento de capelas e dependências anexas, bem como no acervo artístico conservado, entre silhares de azulejos, talha, e imaginária diversa. Da época da construção destacam-se ainda dois vitrais, os únicos conservados, de qualidade excepcional, representando São Pedro e São João Baptista.
A igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1910.

Fonte: Sílvia Leite, DGPC
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70378/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1190

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