Próxima do centro histórico de Sintra, situa-se uma das mais belas criações arquitectónicas e paisagísticas do Romantismo em Portugal: o Parque e Palácio de Monserrate, testemunhos ímpares dos ecletismos do século XIX.
Nos terrenos que correspondem actualmente ao Parque de Monserrate, terá existido uma capela que marcaria a sepultura de um cristão-moçárabe que morrera a combater um rico árabe que comandava a zona. Em 1540 o clérigo Gaspar Preto mandou edificar uma capela dedicada a Nossa Senhora de Monserrate, nesta altura a ermida e os terrenos circundantes pertenciam ao Hospital de Todos-os-Santos de Lisboa.
Em 1856 a propriedade é adquirida por um milionário dos têxteis inglês, Francis Cook, herdeiro da Cook, Son & Co. O palácio foi desenhado por James Knowles e os jardins foram alvo de intervenções pelo paisagista William Stockdale, o botânico William Nevill, e James Burt, mestre jardineiro, que passaria aliás o resto da sua vida em Monserrate. Cook faz de Monserrate a residência de Verão da família recheando-o com obras de arte da sua enorme colecção (hoje dispersa por inúmeros museus).
A propriedade ficará na posse da família Cook até 1947 quando Sir Herbert Cook é obrigado a vender a quinta depois da família ter perdido grande parte da fortuna na primeira metade do século XX. Saúl Fradesso da Silveira de Salazar Moscoso Saragga (1894-1964), comerciante de antiguidades de Lisboa, compra o palácio e irá vendê-lo em 1949 ao Estado Português, que compra ainda 143 hectares da Tapada de Monserrate. A Serra de Sintra, onde o palácio se localiza, é classificada como Paisagem Cultural - Património da Humanidade pela UNESCO em 1995 e em 2010 iniciam-se as obras de recuperação do Palácio de Monserrate, agora aberto ao público.
O parque desenvolve-se ao longo de 33 hectares e conta com diversos jardins onde se podem uma impressionante colecção botânica, com exemplares de todo o mundo. O Jardim do México localiza-se na zona mais quente e seca da propriedade reunindo-se aqui plantas dos climas mais quentes. O Vale dos Fetos apresenta diversos exemplares de Fetos-arbóreos dispostos ao longo da encosta.
Os Lagos Ornamentais possuem diferentes profundidades e temperaturas distintas de modo a albergarem plantas aquáticas exóticas contando-se como as mais importantes Papiros e Nenúfares.
Existe ainda um Roseiral com cerca de 200 variedades históricas e cujo restauro foi concluído em 2011, altura em que foi inaugurado por Sua Alteza Real o Príncipe de Gales e a Duquesa da Cornualha.
O parque é decorado por diversos elementos ao gosto romântico, entre eles encontram-se alguns projetados por William Beckford, como a Cascata artificial (foi necessário desviar um ribeiro para a conseguir), assim como o Arco de Vathek, que partilha o nome com a personagem principal do famoso romance de Beckford, Vathek). Acredita-se ainda que o falso Cromeleque seja também ele obra de Beckford.
No que toca a estruturas edificadas destacam-se a falsa ruína de uma Capela, da autoria de Francis Cook, ao gosto romântico da época e inspirada pelas inúmeras ruínas de mosteiros e abadias no Reino Unido.
Um Arco ornamental Indiano, comprado em 1857 por Cook a Charles Canning, Governador-Geral da Índia, decora o Caminho Perfumado que termina na entrada principal do palácio.
Em 2013 o Parque de Monserrate foi premiado com um European Garden Award na categoria de “Melhor Desenvolvimento de um Parque ou Jardim Histórico”.
Ler mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Palácio_de_Monserrate#Parque_de_Monserrate
https://www.parquesdesintra.pt/parques-jardins-e-monumentos/parque-e-palacio-de-monserrate/descricao/
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72839/
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=22672
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