quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Ruínas do Castelo e povoação de Noudar

O Castelo de Noudar, no Alentejo, localiza-se na antiga vila de mesmo nome, no concelho de Barrancos. A sua situação geográfica, situada estrategicamente junto à raia Espanhola, associada a um cenário paisagístico profundamente impressivo e impactante, fazem deste recanto um dos mais encantados monumentos de Portugal.
De acordo com os testemunhos arqueológicos as primeiras incursões humanas no local remontam à pré-história, sendo um território depois sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos.
Foram estes últimos os responsáveis pela primitiva fortificação no local, por volta do século X ou XI, quando terá sido edificada uma pequena torre ou castelo em taipa, com a função de controlar o caminho que fazia ligação a Beja.
A actual configuração da fortaleza deve-se à nova ordem cristã implantada nesta região ao longo do século XIII. No entanto, não é certo que imediatamente após a reconquista do território se tenham realizado obras no reduto militar, não obstante a sua óbvia posição de fronteira. Em 1253, a povoação recebeu foral de Afonso X de Castela, juntamente com outras localidades do Além-Guadiana, entre as quais Moura e Serpa. Ela haveria de passar para a posse portuguesa cerca de meio século depois, pelo tratado de paz entre D. Dinis e Fernando IV, celebrado em 1295. É só a partir dessa data que encontramos as primeiras referências à vontade régia de erguer aqui um reduto militar relevante. Em Dezembro desse mesmo ano, D. Dinis passou carta de foral à vila e, oito anos depois, o monarca entregou-a à Ordem de Avis.
À época de D. Manuel I (1495-1521), regista-se a existência de barbacãs circundando o castelo, ou seja, uma estrutura característica da arquitectura militar do século XV. A vila viria a receber do soberano, neste mesmo período, o seu Foral Novo (1513).
Como fortaleza de fronteira, foram muitas as ocasiões em que passou de Portugal a Castela, e vice-versa, tendo sido o século XIV particularmente fértil. Quando Duarte d'Armas a desenhou, em 1509, não parece que tivessem existido assinaláveis obras de reconfiguração, à excepção, talvez, das barbacãs que circundavam o castelo, estruturas defensivas mais características do século XV. De novo na posse de espanhóis em 1644 e em 1707, a sua vulnerabilidade não foi suficiente para que se empreendessem obras de abaluartamento, ao contrário do que sucedeu, por exemplo, em Elvas, facto que consolidou a imagem medieval do conjunto. Em 1774 Barrancos partilha com Noudar a sede de concelho mas, em 1836, o concelho de Noudar deixa de existir.
A partir do século XVIII, a história deste castelo é a de um abandono progressivo, consumado em 1893 com a sua venda a um privado, João Barroso Domingues, importante proprietário de Barrancos. Só em 1997, mais de um século depois, a autarquia conseguiu adquirir o conjunto, desenvolvendo-se, a partir de então, um projecto de investigação arqueológica sistemática que, para já, revelou alguns níveis da presença islâmica no local.

Ler mais:
http://www.amigosdoscastelos.org.pt/tabid/72/ctl/Details/mid/473/monumentID/59/Default.aspx
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70654/
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=898
http://www.parquenoudar.com/pt/patrimonio-cultural/castelo-de-noudar/
https://cascalenses.blogs.sapo.pt/o-castelo-de-noudar-em-barrancos-69311
https://www.portugalnummapa.com/castelo-de-noudar/

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