sábado, 20 de outubro de 2018

Grutas Artificiais da Quinta do Anjo


As quatro grutas artificiais da Quinta do Anjo são monumentos funerários de características únicas, integráveis no Neolítico Final (há cerca de 4500 anos) e que continuaram a ser utilizadas como locais de enterramento colectivo durante a Idade do Cobre. Foram escavadas na rocha formando compartimentos de tendência circular, aos quais se acede por um corredor e por uma antecâmara.
O monumento funerário foi identificado, no último quartel do século XIX, circunstancialmente, durante a extracção de calcário no local, acção que provocou a destruição parcial da necrópole, com maior incisão nas grutas 3 e 4.
As primeiras escavações nas Grutas Artificiais de Quinta do Anjo, foram feitas por Carlos Ribeiro e António Mendes, decorria o ano 1876. As descobertas revelaram na altura, importantes achados, contudo, 110 anos depois e através de António Inácio Marques da Costa, as grutas voltam a revelar novos motivos de interesse histórico e arqueológico.
Destinado a inumação colectiva, o monumento é composto por quatro grutas artificiais, escavadas no calcário brando da Arrábida, e utilizadas como necrópole entre o Neolítico final e o Bronze Inicial.
Arquitectonicamente, as grutas ou hipogeus apresentam topo aplanado, câmara subcircular dotada de abóbada com clarabóia superior central, antecâmara de planta ovalada e corredor estreito com sentido descendente para a entrada da câmara.
Durante cerca de 1 500 anos estas estruturas serviram de local de enterramento e de rituais funerários a uma população de pastores e agricultores que habitava os povoados circundantes. 
Do vasto e notável conjunto de mobiliário funerário exumado destacam-se as grandes lâminas (sílex), pontas de seta, machados e enxós (pedra polida), diversas cerâmicas lisas (taças de calote e esféricos), cerâmica campaniforme (Grupo Internacional; Grupo Inciso e Grupo Palmela), objectos de adorno, ídolos cilíndricos e os ídolos placa (placas de xisto decoradas), os recipientes em calcário e com especial referência, as taças campaniformes e pontas de cobre “tipo Palmela”, identificadas pela primeira vez nestas grutas e que alcançaram uma extensa dispersão geográfica através de contactos comerciais com vários pontos do mundo mediterrânico.
O local está classificado como Monumento Nacional desde 1934 (Decreto-Lei de 5 de Abril de 1934).

Ler mais:
https://www.cm-palmela.pt/pages/1438
http://jpnovo.pt/2017/07/28/o-culto-da-morte-nas-grutas-artificiais-de-quinta-do-anjo/
http://turismo.cm-palmela.pt/patrimonio-cultural/grutas-artificiais-de-quinta-do-anjo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grutas_da_Quinta_do_Anjo
https://amateriadotempo.blogspot.com/2014/09/as-grutas-artificiais-da-quinta-do-anjo.html

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