O conjunto arquitetónico da Praça do Areeiro (atual Praça Francisco Sá Carneiro), classificado pela Câmara Municipal de Lisboa, foi construído no final da década de 1940, refletindo o espírito de prosperidade que se seguiu à destruição causada pela Segunda Guerra Mundial. Foi uma época de construção de grandes obras públicas, de novos bairros e avenidas, que tinha sido iniciada uma década antes por Duarte Pacheco.
Toda a praça é, aliás, um monumento à arquitetura daquele período, com a sua simetria e monumentalidade, criada com a forma do escudo da bandeira nacional.
Respirava-se uma grandiosidade que se reflete na zona, e pretendia-se dignificar um espaço que outrora fora um extenso areal. A Praça do Areeiro passaria então a ser a mais importante via de entrada na cidade de Lisboa.
Edifícios residenciais de construção sólida, exemplos de qualidade e durabilidade, com materiais novos na altura, tornando a criação do arquiteto Cristino da Silva num marco resistente ao tempo.
A monumentalidade e robustez, desde o embasamento revestido em pedra, às colunatas das arcadas. O 1º andar com varandas e altura superior, a métrica regular das janelas, a cornija a delimitar o último piso. O simbolismo dos detalhes como caravelas e esferas armilares, e os traços de arquitetura tradicional das coberturas em telha. Tudo conferia ao conjunto um estilo intemporal.
Segundo o crítico José-Augusto França, com o seu caráter "historicista-monumental", o Areeiro evoca "temas urbanos da contemporânea Berlim Nazi ou da Espanha Franquista (eixo simétrico e monumental da composição, galeria térreas com arcadas em pedra), em articulação com temas nacionais, como as coberturas em coruchéu piramidal".
Fonte:
https://areeiro-select.pt/historia/