sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Castelo de Terena

 
Edificado no topo da povoação que lhe dá nome, sobranceiro a um vale entre as ribeiras de Alcaide e de Lucefécit, o castelo de Terena é uma fortaleza cuja planta se desenvolve num pentágono irregular a que se associam quatro torres circulares, dispostas assimetricamente, das quais apenas uma protege um ângulo da muralha.

A torre de menagem, de planta quadrangular dividida em dois pisos, localiza-se a meio de um dos panos da cerca e implanta-se sobre a porta principal, protegendo-a por meio de pequena barbacã dominante dotada de adarve e terraço ameado. A entrada principal, em cotovelo, é acedida por dois amplos arcos de volta perfeita, com impostas marcadas e decoradas com bolas e entrelaçados. No lado oposto à entrada situa-se a Porta do Campo, também designada por Porta do Sol, que, apesar de ter sido entaipada no século XVII, mantém a estrutura original de arco apontado, ladeada por dois torreões circulares, numa estrutura simétrica de gosto gótico.
Embora se desconheça a data precisa da edificação do castelo, existem duas hipóteses para a sua origem:
- uma defende que remonta à Baixa Idade Média, concretamente ao século XIII, altura em que o Alto Guadiana era território de fronteira, e dado o interesse manifestado por Dinis I de Portugal (1279-1325) na consolidação desta linha lindeira, em natural articulação com os castelos de Elvas, Juromenha e Alandroal.
- outra situa a sua edificação apenas no século XV, por iniciativa de João I de Portugal (1385-1433), tendo como fundamento a doação da vila à Ordem de São Bento de Avis.
Entretanto, embora este segundo momento possa ter representado uma renovação de uma estrutura anterior, não é suficiente para que se atribua ao século XV a totalidade do monumento. De fato, sob o reinado de D. Fernando I (1367-1387) encontram-se referidos o castelo e a sua barbacã (1380), o que denota que os trabalhos de fortificação encontravam-se então em progresso.
D. João I (1385-1433) fez a doação dos domínios da vila à Ordem de Avis, o que alguns autores, portanto, compreendem como um indicativo de obras de recuperação e modernização da sua defesa.

No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), a posição defensiva do castelo foi preterida em detrimento da fortificação da Praça-forte de Elvas, que concentrou os esforços dos arquitetos militares a serviço de Portugal. Por essa razão não conheceu grandes obras de modernização no período.
No século XVIII, a vila e o seu castelo sofreram extensos danos causados pelo terramoto de 1755.
A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) a partir de 1937 encetou campanhas de obras de consolidação e restauro, que incluíram a reconstrução de um pano de muralha e a reinvenção de ameias. Uma nova campanha foi empreendida na década de 1980 destacando-se trabalhos na torre de menagem, entre os quais se destacam a reconstrução de abóbadas. Alguns críticos observam que nestas campanhas foram adulterados elementos arquitetónicos originais, vindo assim a descaracterizar o monumento.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 35.443, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 1, de janeiro de 1946.

Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70190/
http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4432
http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=1972&muda_idioma=PT
https://www.portugaldenorteasul.pt/10649/castelo-de-terena-alentejo

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