O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado em 1131, no exterior das muralhas de Coimbra, pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, datando a primitiva igreja românica do século XII. Foi a mais importante casa monástica nos primeiros tempos da monarquia portuguesa. Na posse da Ordem de Santo Agostinho, o Mosteiro somou benefícios papais e doações régias, o que permitiu a acumulação de um património considerável, ao mesmo tempo que consolidava a sua posição no plano político-institucional e cultural do país. A sua escola foi fundamental nestes tempos medievais e ponto de passagem obrigatória para as élites do poder e da intelectualidade. O seu scriptorium foi o responsável pela máquina de propaganda do rei D. Afonso Henriques, não estranhando, assim, que este tenha escolhido sepultar-se precisamente em Santa Cruz de Coimbra.
No início do século XVI, o rei D. Manuel I ordena que a igreja seja arrasada, juntamente com o claustro e casa do capítulo, por serem antigas e degradadas, e leva a cabo uma extensa campanha de obras que conferiu ao edifício o aspecto actual.
Assim, a igreja, o claustro e as capelas foram reconstruidos ao longo do séc. XVI, de acordo com um plano de Diogo de Boitaca, tornando-se uma das mais belas obras do Renascimento artístico português.
Os trabalhos, que envolveram os melhores artistas do reino, englobaram uma igreja nova de uma nave abobadada, ladeada por duas torres na fachada, o portal, o claustro principal e casa do capítulo. A par das obras, os restos mortais dos dois primeiros réis de Portugal foram transladados dos seus sarcófagos primitivos para outros novos, obras escultóricas manuelinas da autoria de Nicolau Chanterenne situadas na capela-mor.
Na capela-mor encontram-se os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal. Os túmulos originais encontravam-se no nártex da igreja, junto à torre central da fachada românica, mas D. Manuel I não achou condignas as antigas arcas tumulares e ordenou a realização de novas. Estas, concluídas por volta de 1520, são das mais belas.
A sacristia da igreja é um exemplar típico do estilo maneirista, construída entre 1622 a 1624 por Pedro Nunes Tinoco. A sacristia está decorada com azulejos seiscentistas e possui quadros notáveis de dois dos melhores pintores quinhentistas portugueses: Grão Vasco e Cristóvão de Figueiredo.
Conserva ainda, apesar dos estragos provocados pelo Homem e pelo tempo, pormenores magníficos: a fachada, o púlpito e os túmulos dos réis, o claustro do silêncio, os baixos-relevos do claustro e os quadros da sacristia.
Actualmente, para além das actividades culturais e diocesanas, o mosteiro acolhe os serviços da Câmara Municipal de Coimbra e da Direcção Regional de Cultura do Centro.
A igreja foi reconhecida como Panteão Nacional pela Assembleia da República, em diploma publicado no DR, I Série, 22-08-2003, Lei n.º 35/2003.
Ler mais:
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69813
http://www.uc.pt/ruas/inventory/mainbuildings/santa_cruz
https://www.visitportugal.com/pt-pt/NR/exeres/307DCE89-EA18-4449-AFB6-B09E597FE6E1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Santa_Cruz
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