O Brasil nasceu modesto comparativamente com o território que hoje ocupa. A parte que cabia a Portugal, fruto da divisão imposta pelo Tratado de Tordesilhas, não passava de uma faixa de terra ao longo do litoral atlântico com 2,8 milhões de quilómetros quadrados de superfície. Mal o acordo entre os monarcas ibéricos foi selado, a pressão castelhana procurou anular a presença portuguesa na América do Sul. A resposta foi dada por aventureiros, que se embrenharam mata adentro para estender as fronteiras o mais longe possível da costa. Nesta imensa empreitada destacou-se um português nascido numa pequena aldeia do Alentejo profundo e que ajudou a criar o quinto maior país do mundo.

António Raposo Tavares, que nasceu em 1598 em S. Miguel do Pinheiro, uma pequena aldeia do concelho de Mértola, junto à fronteira com o Algarve, “foi o maior de todos os bandeirantes”, assinala o historiador português Jaime Cortesão na sua obra “Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil”, editada em 1958.

A memória do bandeirante falecido em São Paulo, em 1658, só viria a ser resgatada, no Alentejo, em 1966 por iniciativa das autoridades paulistas, que ofereceram à cidade de Beja uma obra escultórica que está exposta na única praça da região que ostenta o seu nome.
É frequente o cidadão comum olhar a figura de bronze, com cerca de três metros de altura, como sendo um monumento aos caçadores, dada a pose escolhida pelo autor brasileiro. Não se conhecem outras iniciativas que a Câmara de Beja ou de Mértola, antes ou depois do 25 de Abril, tivessem realizado para divulgar a história de Raposo Tavares.
Fonte: "Público online" - Carlos Dias - 7-8-2017
https://www.publico.pt/2017/08/07/local/noticia/de-uma-pequena-aldeia-de-mertola-saiu-no-seculo-xvii-quem-ajudou-a-tornar-o-brasil-enorme-1781331
Ler mais:
https://bejahoje.blogs.sapo.pt/3831.html
https://www.allaboutportugal.pt/pt/beja/monumentos/homenagem-da-comunidade-luso-brasileira-ao-maior-bandeirante-antonio-raposo-tavares
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