Também designada por Viola Alentejana, a Viola Campaniça era o instrumento musical usado para acompanhar os célebres cantares à desgarrada, ou ” cantes a despique”, nas festas e feiras do Baixo Alentejo. É a maior das violas portuguesas e possui 5 ordens de cordas, tocada de dedilhado apenas com o polegar, sendo que as cordas mais graves são geralmente tocadas soltas. Dependendo do construtor, pode ou não ser ornamentada na caixa. Tem uma forma que se assemelha à de um oito, com a caixa marcadamente ondulada.
Adaptada à exposição da melodia das modas e cantigas alentejanas pode possuir dois tipos de afinação: Sol Mi Dó Fá Dó, do agudo para o grave, e Mi Dó# Lá Ré Lá. Como particularidade, apesar de ser um instrumento de dez cordas, pode possuir doze afinadores o que indicia que o instrumento, que se crê que tenha evoluído a partir da “Vihuela de Mano” medieval , foi outrora dotado de uma sexta ordem de cordas duplas, mas que estas terão caído em desuso.
Pode ser tocada em rasgado, com acordes, ou como instrumento solista, usando dedilhado com o polegar e o indicador, e serve para acompanhar os passos improvisados de um baile ou os copos mandados abaixo numa taberna, sempre acompanhando uma modinha popular.
Ao contrário de outros cordofones portugueses, tão famosos que emigraram para outras coordenadas, sendo o mais óbvio o cavaquinho, mas nunca esquecendo a guitarra portuguesa que recentemente ganhou ouvintes além fronteiras com a elevação do Fado a Património Mundial da UNESCO, a viola campaniça assumiu sempre um papel low-profile, nunca passando de um alcance regional, limitado, de forma um pouco grosseira, ao espaço entre as serras que anunciam o Algarve, a sul, e as planuras que continuam para o Alentejo menos seco, a norte.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Violas_portuguesas#Viola_campaniça